O documento discute a importância da leitura e do desenvolvimento de habilidades de leitura entre crianças e estudantes. Apresenta dados de avaliações internacionais que medem o desempenho dos alunos portugueses em leitura e outros domínios, notando melhorias contínuas, mas ainda abaixo da média da OCDE. Defende que a biblioteca escolar desempenha um papel fundamental no apoio ao trabalho docente e na promoção da leitura para o sucesso escolar.
3. O PIRLS - Progress in International Reading Literacy Study é uma avaliação internacional sobre a compreensão da
leitura
dos
alunos
do
4.º
ano
de
escolaridade, desenvolvida pela International Association for
the Evaluation of Educational Achievement (IEA).
4. A avaliação da literacia de leitura feita pelo
PIRLS assenta numa noção abrangente do que é
saber ler, uma noção que inclui a capacidade de
refletir sobre o que se lê e de fazer uso disso para
alcançar objetivos individuais e sociais.
5.
As finalidades são a literária - ler como experiência
literária - e a informativa - ler para adquirir e utilizar
informação.
Estas
finalidades
são
cruzadas
na
análise
do
desempenho dos alunos com os principais processos de
compreensão da leitura – Reter, Fazer inferências
diretas, Interpretar e integrar e Avaliar.
6.
7.
8.
9.
10. Para o 4.º ano, o PIRLS avalia duas finalidades abrangentes da
leitura:
literária – ler como experiência literária.
informativa – ler para adquirir e utilizar informação.
O comportamento dos alunos dos vários países (regiões)
participantes é variável no que respeita à comparação do
desempenho por finalidade com a média global alcançada por
cada país em leitura.
11. Os alunos Portugueses do 4.º ano tiveram desempenho acima da
média global nacional (541 pontos) quando a finalidade de leitura
era informativa (544) e abaixo dessa média quando a finalidade
era literária (538), sendo estas diferenças estatisticamente
significativas (cf. Figura 6).
12.
13. RESULTADOS DE CONTEXTO
Os resultados do PIRLS evidenciam, ainda, o efeito positivo de algumas
variáveis de contexto no desempenho dos alunos, nomeadamente:
(i) o contacto precoce na infância com experiências facilitadoras da
aprendizagem da leitura quer em casa quer na educação pré-escolar;
(ii) os recursos de aprendizagem disponíveis em casa, a habilitação
académica e a ocupação dos pais;
(ii) a assiduidade dos alunos, a valorização do sucesso académico, a
atitude dos alunos relativamente à aprendizagem, um ambiente escolar
disciplinado e seguro e um corpo docente motivado e qualificado.
14.
15. Alunos do 2º
ano de
escolaridade
http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=24&fileName=Relatorio_TI_2_2013_LV.pdf
16. O Grupo (no teste) que avaliava o domínio da Leitura
teve como suporte, pela primeira vez, um texto de
carácter informativo, em substituição do texto literário
dos TI de anos anteriores.
http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=24&fileName=Relatorio_TI_2_2013_LV.pdf
17. Em relação à Leitura
Verificou-se, pela primeira vez, no TI de 2013, um ligeiro
decréscimo dos resultados.
Este facto parece resultar da combinação entre a tipologia do
texto que serviu de suporte a esses itens (texto de carácter
informativo) e o formato dos itens (itens de construção e de
associação/correspondência).
http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=24&fileName=Relatorio_TI_2_2013_LV.pdf
18. Como medidas didáticas, em relação às maiores dificuldades
diagnosticadas no domínio da Leitura, sugere-se:
uma abordagem mais frequente e sistemática de textos
diversificados, que inclua, nomeadamente, textos de carácter
informativo.
Por último, propõe-se:
o treino específico e orientado na leitura de
enunciados, com o qual muito beneficiarão os restantes
domínios em avaliação.
http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=24&fileName=Relatorio_TI_2_2013_LV.pdf
19. PISA (Programme for International Student
Assessment), levado a cabo pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)
20.
21. Nas três áreas, Portugal mantém-se abaixo da média, apesar
de estar perto deste valor, no caso da matemática, onde os
alunos portugueses obtiveram 487 pontos, sendo o nível da
média geral 494.
Na avaliação dos conhecimentos de leitura, os estudantes
portugueses conseguiram um resultado médio de 488,
enquanto o nível da média geral se fixou nos 496.
Nas ciências, os alunos nacionais obtiveram 489 pontos,
sendo a média de 501 nesta área.
22. Contudo, a OCDE sublinha as melhorias que o país obteve desde
que começou a ser avaliado.
No caso da literacia em leitura, o país está entre os 13 que mais
melhoraram o seu desempenho desde 2000, a primeira vez que o
estudo foi levado a cabo, até 2012.
O sumário executivo do relatório destaca ainda que Portugal é um
dos países da OCDE que melhorou o desempenho em termos
de leitura nas várias avaliações do PISA.
23. Xangai (China), Singapura e Hong Kong (China)
ocupam os três primeiros lugares nas três áreas
de conhecimento avaliadas pelo PISA.
“(…)reforçam e justificam a necessidade das medidas que têm sido
tomadas, visando promover a melhoria da qualidade da educação a
todos os níveis.
Não podemos correr o risco de estagnação. É necessário progredir.
Ambicionamos estar no grupo da frente, onde estão os países
asiáticos mas também muitos países europeus como a
Irlanda, Áustria, Alemanha, Bélgica ou Finlândia. ”
Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário
24. Afinal, estamos ou não a melhorar?!
Estamos a ler+?
Estamos a ler melhor?
“Ler
para aprender. Esta fórmula parece-nos uma
evidência, hoje em dia. Desde o séc. XIX saber ler e a
prática da leitura definem as condições de acesso ao
conhecimento. Ler é o instrumento imprescindível sem o
qual aprender é impossível. Analfabetismo e ignorância
tornaram-se sinónimos.”
Chartir, Roger. Aprender a leer, leer para aprender
27. RBE
Orientações e apoio no sentido de um serviço de
qualidade, para fazer
mais e melhores leitores
28.
29. O domínio B - Leitura e Literacia, destaca o trabalho
e a influência da biblioteca no desenvolvimento
das competências leitoras e na promoção do gosto
e dos hábitos de leitura.
A leitura orientada e recreativa é considerada uma
área de intervenção de particular importância, dada a
sua natureza estruturante no percurso formativo dos
alunos.
É valorizada a criação de uma cultura de leitura
transversal, envolvendo a comunidade educativa e
aberta à dinamização de novos modos de ler e de
comunicar.
30. Espera-se do trabalho da biblioteca:
Criação e promoção da competência leitora e
dos hábitos de leitura.
Atividades e projetos de treino e melhoria das
capacidades associadas à leitura.
31. O leitor (competente) é aquele que vai adquirindo
progressivamente, por via da repetição, a capacidade
de descodificar a mensagem, de a compreender e
interpretar.
Descodificar
Mecanismos
neuronais/sistem
as da leitura
Compreender
Procura na rede de
significação de
informação semelhante ou
relacionada com a
informação recebida
Interpretar
Associação/integraçã
o da informação na
rede de significação.
Criação de novos
conceitos
Silveira, Teresa, Cérebro e leitura. Bloco Editora: 2013
32. “A questão da literacia (…) comporta hoje a intervenção de um factor
novo, sob muitos aspectos, decisivo. Sinto-me tentado a chamar-lhe uma
terceira cultura. É a da revolução electrónica, (…) a revolução que deu
origem aos computadores actuais, à Internet, à teia global, ao marketing
planetário (…) e aos meios teoricamente ilimitados de armazenamento e
recuperação em
bancos de dados e motores de busca. (…) Nenhum
artefacto ou invenção, desde sem dúvida a domesticação do fogo pelo
homem, terá exercido um impacto configurador sobre as actividades
quotidianas da humanidade comparável ao
exercido pelo PC e pelo
portátil, pelo SMS, e pela Internet”
Steiner, George, Os livros que não escrevi
33. A leitura adquire maior complexidade e diversidade:
(modelo humanista vs cultura tecnológica).
Hipertextualidade
substitui a linearidade da escrita
em papel.
O
leitor constrói o seu percurso.
Intertextualidade
- toma decisões a partir de links que
o levam a outros documentos ou a outras partes do
documento ( textos fragmentados).
34. Integração
de
diferentes
modos
de
representação
do
conhecimento
(escrita, oralidade, som, imagem, vídeo).
documentos mais complexos – novos
registos
verbais,
abreviaturas,
léxico
específico, maior informalidade de estilo.
Criam-se
Diluição
da distância entre oralidade e escrita
Exigência
de níveis mais elaborados de leitura
para o sucesso escolar, individual e social.
35. “A leitura sofre a concorrência de outras fontes de diversão e
informação, em especial os meios audiovisuais, que exercem
desde a infância um poderoso fascínio (…) Porque dizemos
que a concorrência de estas outras magias é desleal? Porque
não joga só com o brilho das suas imagens, ou com o caudal
de informação, ou com a variedade dos seus conteúdos. O
problema é que intoxica com a sua facilidade e rapidez.”
Marina, José António.
A magia de leer”.Barcelona: Plaza Janés, 2005
36. Novos cenários para as práticas de leitura reclamam um novo
sujeito leitor, apto a dominar literacias múltiplas, nos ambientes
informacionais em que vivemos e nos movimentamos.
Maior responsabilidade da escola e da biblioteca na criação de
condições favoráveis:
à aprendizagem
ao seu desenvolvimento
à sustentabilidade/permanência dos hábitos de leitura.
37. Formar leitores exige atender a uma tripla dimensão:
ensinar a ler, a desfrutar a leitura, e a ler para aprender.
Estas dimensões não têm carácter consecutivo; em qualquer
momento em que se planificam experiências educativas
destinadas a promover a leitura resulta necessário tê-las em
conta.
Isabel Solé Gallart
38.
A biblioteca não é um fim em si mesmo, justifica-se pela
comunidade que serve.
Constitui um equipamento educativo e cultural que, na
articulação com os professores, se afirma como um agente
dinâmico do desenvolvimento individual, coletivo e de apoio
às práticas letivas e de leitura.
39.
É real o impacto da BE no rendimento escolar, pelo
acesso que permite a materiais de leitura diversificados.
Alunos com maior acesso a diferentes fontes de materiais
de leitura – especialmente os que correspondem aos
interesses do aluno – leem por vontade própria, em mais
quantidade, com mais frequência e obtêm melhores
qualificações.
Melhores condições para a leitura
comportamentos leitores mais diversificados.
promovem
Stephen Krashen
40. Disponibiliza equipamentos
e recursos que
sustentam a ação educativa e formativa do
professor.
Promove :
estratégias
que aproximam a criança, o jovem do
livro, criando-lhe a necessidade de ler e
escrever, favorecendo a sua participação
ativa, reflexiva, crítica
experiências
de leitura estimulantes, emotivas e
satisfatórias
planificação
e avaliação de estratégias que
fortalecem o crescimento de crianças e jovens
enquanto leitores
Atenua as desigualdades no acesso ao livro ou
41. “Estamos seguros que se é a escola inteira que educa, (...) a
biblioteca deve servir para reforçar esta unidade leitora.
A
leitura poderia ser o grande sistema circulatório que manteria
vivo o organismo educativo”.
Marina, José António. A magia de leer”.Barcelona: Plaza Janés, 2005