3. Transmissão
A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium
leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma
de aerossol durante o ato de falar, espirrar, tossir ou beijar. Quase sempre
ocorre entre contatos domiciliares, geralmente indivíduos que dormem
num mesmo quarto.
A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela
saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação,
excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se
desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que
crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em
crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região).
Noventa por cento (90%) da população exposta à bactéria tem resistência
ao bacilo de Hansen (M. leprae), causador da lepra e conseguem controlar
a infecção sem sintomas. As formas contagiantes são a
lepromatosa/virchowiana/multibacilar e a limítrofe/boderline. Após 15
dias de tratamento os portadores já não transmitem mais a lepra.[1]
4. Mão de indivíduo infectado com lepra limítrofe/boderline.
Essa bactéria, assim como o da tuberculose, é bastante lento para se
reproduzir a ponto de causar sintomas, de modo que o tempo de
incubação após a infecção é de 2 a 7 anos.
Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é
a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar
entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir
para diminuição da sensação de dor no local.
A lepra indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria
dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor,
podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade
à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha
(anidrose). A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer
estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para
lepra tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição
genética particular de cada paciente. A lepra pode adotar também vários
cursos intermediários entre estes dois tipos de lepra, sendo então
denominada lepra dimorfa.
5. ]
Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde.
As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento.
Rosto com engrossamentos típicos de lepra lepromatosa.
No mundo existem muitos leprosários para o abrigo e a cura dos doentes de Hanseníase. A Igreja administra no mundo
547 leprosários, segundo dados do último Anuário Estatístico da Igreja. Eles são assim divididos: na África 198, na
América 56 (total), na Ásia 285, na Europa 5 e na Oceania 3. As nações com o maior número de leprosários são: na África:
República Democrática do Congo (32), Madagascar (29), África do Sul (23); na América do Norte: Estados Unidos (1); na
América central: México (8); na América central-Antilhas: República Dominicana (3); na América do Sul: Brasil (17), Peru
(6), Equador e Colômbia (4); na Ásia: Índia (220), Coreia (15); na Oceania: Papua Nova-Guiné (3). (Agência Fides
26/01/2013).
Hoje em dia, a lepra é tratada com antibióticos, e esforços de Saúde Pública são dirigidos ao diagnóstico precoce e
tratamento dos doentes, à ajuda com próteses aos pacientes curados e que sofreram mutilações e à prevenção voltada
principalmente para evitar a disseminação. O tratamento é eminentemente ambulatorial.
Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento
comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde
1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa
associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com
a gravidade da doença.
Quando as lesões já estão constituídas, o tratamento se baseia, além da poliquimioterapia, em próteses, em intervenções
ortopédicas, em calçados especiais, etc. Além disso, uma grande contribuição à prevenção e ao tratamento das
incapacidades causadas pela lepra é a fisioterapia.
Em 1987 o médico Venezuelano Jacinto Convit foi reconhecido com o prémio Príncipe De Asturias pelo descobrimento
de uma vacina curativa da lepra[5] . O descobrimento também obteve reconhecimento pela fundação Nobel que decidiu
nominá-lo para o prémio de Medicina do ano 1988[6] .