2. A hanseníase é uma doença infecciosa crônica , causada por
uma bactéria, Mycobacterium leprae, também denominada
Bacilo de Hansen.
Se não diagnosticada e tratada precocemente pode ser
altamente incapacitante.
No Brasil ainda é considerada um grave problema de Saúde
Pública.
HANSENÍASE
3. Ocorre principalmente através
das vias aéreas superiores
Pessoa a pessoa
Contato próximo e prolongado
TRANSMISSÃO
4. Apenas 10% da população que entra em contato com um
indivíduo multibacilar, sem tratamento, pode desenvolver
a hanseníase, por isso a doença é considerada de baixa
patogenicidade.
Somente as formas multibacilares da doença são
contagiosas.
HANSENÍASE
6. Considera-se um caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou mais dos
seguintes sinais:
a) lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração de sensibilidade;
b) acometimento de nervo(s) periférico(s), com ou sem espessamento, associado
a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; e
c) baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico.
O DIAGNÓSTICO É ESSENCIALMENTE CLÍNICO
HANSENÍASE
OBS : A suspeição diagnóstica pode ser realizada por qualquer
profissional , mas cabe ao médico o diagnóstico da hanseníase
7. CLASSIFICAÇÃO DE MADRI: Baseada em aspectos clínicos da doença.
Dividida em:
CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL: Classificação simplificada, baseada no
número de lesões cutâneas :
paucibacilar (PB) - até 5 lesões ou
multibacilar (MB) - >5 lesões
Forma Indeterminada (HI) Forma Tuberculóide (HT) Forma Dimorfa (HD)
ou Borderline
Forma Virchowiana (HV)
9. Após o diagnóstico da hanseníase seguir
os seguintes passos:
1° passo: Realizar a notificação da doença;
2º passo: Solicitar baciloscopia do raspado dérmico;
3° passo: Solicitar exames complementares (HMG e hepatograma).
4° passo: Realizar avaliação neurológica simplificada e grau de
incapacidade ( 0, 1 ou 2 ), conforme Anexos E e F das Diretrizes para
vigilância,atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde
pública do MS 2016.
HANSENÍASE
10. Continuando...
5° passo: Se a unidade possui prontuário eletrônico preencher a aba
referente à hanseníase;
6° passo: Iniciar tratamento conforme classificação
( PQT paucibacilar ou PQT multibacilar), após o resultado dos exames .
7° passo: Solicitar a presença dos contatos domiciliares ( que moram
ou moraram com o paciente, dos últimos 5 anos) e contatos sociais
com convívio prolongado. Para vigilância dos contatos domiciliares
preencher o Formulário de contatos domiciliares (verso da ficha
SINAN ) e indicar a BCG nos casos indicados , conforme orientação
das Diretrizes para Vigilância,Atenção e Eliminação da Hanseníase
como Problema de Saúde Pública do MS 2016.
11. 8° passo: Preencher os boletins de acompanhamento e
entregar à CAP, para atualização dos dados , de 3/3 meses;
9° passo: Mensalmente relatar em planilha os saídos de
registro: alta, óbito, abandono, transferências.
Continuando...
12. 1° Passo :
NOTIFICAÇÃO HANSENÍASE
Todos os casos de
hanseníase devem ser
notificados.
Caso o paciente venha
transferido de outra unidade é
necessário nova notificação
do SINAN.
A ficha SINAN deverá ser
preenchida nos dois lados e
encaminhada para a CAP.
13. 2° PASSO : SOLICITAR BACILOSCOPIA DO
RASPADO DÉRMICO
O que é a baciloscopia?
Exame realizado com o objetivo de detectar bacilos no
raspado dérmico de quatro sítios (lóbulos da orelha D e E,
cotovelos D e E ( ou lesão). Resultado varia de 0 a 6+.
Baciloscopia negativa não exclui o diagnóstico.
15. AP UNIDADE DE SAÚDE
AP1.0 CMS Marcolino Candau, CMS Oswaldo Cruz e CMS Ernesto Zefferino Tibau
AP2.1 HM Rocha Maia
AP2.2 Policlínica Hélio Pellegrino, CMS Maria Augusta Estrella
AP3.1 Policlínica José Paranhos Fontenelle, CMS Maria Cristina Paumgarten, CMS José Breves, CMS
Necker Pinto
AP3.2 CMS MF Magarão, CMS Eduardo A. Vilhena
Policlínica Rodolfo Rocco
AP3.3 Pol. A. Amaral Peixoto, CMS Clementino Fraga, CMS Sylvio F. Brauner
AP4.0 CMS Jorge S. B. Mello
AP5.1 CMS Waldir Franco, Pol. Manoel Guilherme da Silveira; CMS Dr. Henrique Monat e CMS Dr. Eithel
P. O. Lima, CMS Prof. Masao Goto
AP5.2 CMS Belizário Penna, Pol Carlos A Nascimento, CF Antônio Gonçalves, CMS Manoel de Abreu,
CMS Alvimar de Carvalho, CMS Maia Bittencourt e CF Alkindar Soares; CMS Vila do Céu e CF Ana
Gonzaga
AP5.3 Policlínica Lincoln de Freitas Filho
OBS: Após coleta, enviar material ao laboratório de referência para leitura
LOCAIS ONDE REALIZAR A COLETA DO RASPADO
DÉRMICO
16. Laboratórios de referência AP
Pol. Hélio Pellegrino AP 1.0, 2.2 e 3.2
HM Rocha Maia AP 2.1
CF Felipe Cardoso e HM Loreto AP 3.1 e 3.3
HM Raphael P. Souza AP 4.0
Pol. Manoel Guilherme da Silveira AP 5.1
CMS Vila do Céu AP 5.2
Pol. Lincoln de Freitas Filho AP 5.3
Laboratórios de referência para realização da
leitura da baciloscopia
20. 4° PASSO : AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
SIMPLIFICADA E
GRAU DE INCAPACIDADE
A avaliação neurológica e o grau de incapacidade deverão
ser avaliados a cada 3 meses até a alta por cura;
ou ser realizada quando o paciente apresentar qualquer
queixa que indica acometimento de nervo periférico ( perda
de força, dormência, dor etc );
Preencher Anexos E e F das Diretrizes para
vigilância,atenção e eliminação da Hanseníase como
problema de saúde pública do MS 2016.
21. 5º PASSO: Se a unidade possui sistema
informatizado, preencher aba do prontuário
eletrônico / Hanseníase
22. 6° PASSO : TRATAMENTO
O tratamento da hanseníase é realizado com a poliquimioterapia
(PQT) padrão, preconizada pelo Ministério da Saúde /OMS.
Os medicamentos devem ser solicitados mensalmente, pelo
farmacêutico da Unidade de Saúde (US), ao NAF da CAP, através
de planilha, após notificação do paciente.
Esquemas: PQT paucibacilar ( Dapsona e Rifampicina) e PQT
multibacilar( Dapsona, rifampicina e clofazimina).
A apresentação dos medicamentos é confeccionada em blisters ,
que se dividem em duas partes:
-parte superior – dose supervisionada que deve ser administrada por
profissional de saúde a cada 28 dias e
-parte inferior será autoadministrada diariamente pelo paciente
25. CASO DE
HANSENÍASE
CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL
PB (≤5 lesões) MB (> 5 lesões)
-Iniciar PQT PB
-Notificação
-Avaliação do Grau de
incapacidade
- Iniciar PQT MB
- Notificação
- Avaliação do Grau de
Incapacidade
ALTA
6 doses ( 6 meses
até 9 meses)
12 doses (12 meses até
18 meses)
ALTA
Casos de baciloscopia positiva, considerar como
multibacilar independemente do número de lesões
FLUXOGRAMA HANSENÍASE
26.
27. Pode ocorrer urina avermelhada ou alaranjada, 24 a 48 h após ingestão
da Rifampicina
Existe diminuição da ação do anticoncepcional pela Rifampicina.
Ofertar ao paciente outros métodos opcionais.
Pode ocorrer cefaléia, intolerância gástrica,vômitos, anemia (Dapsona) .
Tratar com sintomáticos.
Pode ocorrer xerose (ressecamento cutâneo), alteração da coloração
da pele constipação (clofazimina). Podemos utilizar o creme de ureia
10% em mãos e pés e/ou óleo mineral no corpo.
O QUE ORIENTAR AOS PACIENTES QUANTO AOS
EFEITOS COLATERAIS DA PQT?
29. Compreende a realização do exame dermatoneurológico dos contatos e orientação
sobre a transmissão e sinais e sintomas da hanseníase e aplicação de BCG nos casos
indicados.
Condutas:
Sem lesões de
hanseníase
Com
hanseníase
Lesão suspeita
de hanseníase
Avaliação da
cicatriz BCG
Iniciar
tratamento
Avaliação do
médico ESF ou
especialista
Crianças <1 ano de idade
com uma cicatriz de BCG
não necessitam da 2ª dose
Crianças >1 ano de idade
esquema igual ao adulto.
7º PASSO VIGILÂNCIA DE
CONTATOS
Diretrizes para vigilância,atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde
pública do MS 2016.
30. CONSIDERAÇÕES:
TODOS os contatos intradomiciliares deverão ser avaliados .
Os contatos sociais deverão ser avaliados quando houver convívio
próximo e prolongado.
Nesses casos, deverão ser montadas estratégias para não
vincular a doença ao indivíduo, evitando discriminação e possíveis
penalidades.
Poderá ser feita, por exemplo, ação coletiva.
7º PASSO VIGILÂNCIA DE
CONTATOS
Diretrizes para vigilância,atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde
pública do MS 2016.
31. 8° PASSO: PREENCHER OS
BOLETINS DE ACOMPANHAMENTO
Anexo V , PORTARIA 3.125, Ministério da Saúde 2010.
• O ANEXO DEVERÁ SER EMITIDO PELO BANCO DE DADOS SINAN
MENSALMENTE PELAS CAPs E ENVIADO ÀS UNIDADES PARA
ATUALIZAÇÃO.
• O ANEXO DEVERÁ SER DEVOLVIDO À CAP, APÓS PREENCHIMENTO.
32. 9º PASSO : REGISTRO DAS
SAÍDAS
MENSALMENTE RELATAR EM PLANILHA OS CASOS
SAÍDOS DE REGISTRO (SE HOUVER): ALTA, ÓBITO,
ABANDONO, TRANSFERÊNCIAS.
ENVIAR PARA CAP.
34. São reações inflamatórias que podem acometer o paciente antes,
durante ou após o tratamento com a poliquimioterapia (PQT)
padrão, representando uma urgência.
Pode ser desencadeada por: infecções, stress físico ou emocional,
cirurgias, traumas, vacinação, gestação...
Pacientes com reação devem ser encaminhados para referência da área.
35. Podem ser de 2 tipos :
1) Tipo 1 ou reação reversa
ocorre inflamação súbita das lesões pré existentes e/ou
surgimento de novas lesões.
2) Tipo 2 -
a manifestação mais comum é o eritema nodoso hansênico.
Pode haver:
aparecimento súbito de nódulos (caroços) vermelhos e doloridos;
piora do quadro geral com febre, mal estar, feridas e
adenomegalias; dor e vermelhidão nos olhos;
diminuição súbita da acuidade visual; edema de mãos, pernas, pés
e face.
36. É uma inflamação aguda do nervo periférico que pode
evoluir com sequelas se não for detectada
precocemente.
Pode ocorrer na reação do tipo 1, tipo 2 ou se apresentar
isoladamente
37. QUANDO SUSPEITAR?
Paciente apresentando dor aguda, principalmente em nervos
de face, mãos e/ou pés;
Piora da sensibilidade de mãos e pés;
Perda súbita da força muscular ou surgimento de paralisias
em face, mãos e pés
O QUE FAZER?
Encaminhar o paciente para referência da área:
Dermatologista e Terapeuta Ocupacional.
38. Com Terapeutas Ocupacionais
CAP Unidades de Saúde
1.0 CMS Ernesto Zeferino Tibau Jr
2.1 CMS Píndaro de Carvalho Rodrigues
2.2 Centro Municipal de Reabilitação Oscar Clark
3.1 Pol. José Paranhos Fontenelle; CMS Mª Cristina R. Paugartten;
Pol. Newton Alves Cardoso
3.2 Centro Municipal de Reabilitação do Engenho de Dentro
3.3 CMS Alberto Borgerth; CMS Augusto Amaral Peixoto;
CMS Clementino Fraga
4.0 CMS Newton Bethlen
5.1 CMS Waldyr Franco; Pol. Manoel G. Silveira Filho
5.2 CMS Belizário Penna; CMS Mário Rodrigues Cid ; CMS Mário Vitor de Assis
Pacheco
5.3 Pol. Lincoln de Freitas Filho
REFERÊNCIAS EM PREVENÇÃO DE
INCAPACIDADES
39. O diagnóstico da hanseníase , na maioria dos casos é clínico,
mas em algumas situações é necessário a realização de biópsia
para fechar o diagnóstico, que deve preferencialmente, ser
indicada pela referência.
O material deve ser encaminhado em formol a 10%, em frasco de
boca larga, acompanhado do formulário de solicitação de exame
histopatológico para a referência da CAP.
Solicitar no pedido de exame histopatológico, coloração para
BAAR.
Quando indicar biópsia de pele na
Hanseníase?
40. REFERÊNCIAS PARA
HISTOPATOLÓGICO
CAP REFERÊNCIA LABORATÓRIO
CONTRATADO
1.0 ********** AFIP
2.1 H M JESUS DASA
2.2 H M JESUS DASA
3.1 H FEDERAL
BONSUCESSO
AFIP
3.2 ********** AFIP
3.3 ********** AFIP
4.0 H M LOURENÇO
JORGE
DASA
5.1 H M JESUS DASA
5.2 H M JESUS DASA
5.3 H M JESUS DASA
41. Casos notificados em <15 anos:
além da notificação SINAN,
deve ser preenchido o
Protocolo de Investigação
Diagnóstica de Casos em
Menores de 15 anos (Anexo
C) das Diretrizes para
vigilância,atenção e eliminação da
Hanseníase como problema de
saúde pública do MS 2016.
HANSENÍASE EM
MENORES DE 15 ANOS
42. Casos notificados como recidiva:
ATENÇÃO:
Além da notificação, deve ser preenchida a Ficha de
Investigação de Suspeita de recidiva (Anexo D) , das
Diretrizes para vigilância,atenção e eliminação da
Hanseníase como problema de saúde pública do MS 2016.
Casos de Recidiva
43. DOSE SUPERVISIONADA
28/28 dias
1a 2a 3a 4a 5a 6a ALTA
Blister PB X X X X X X X
Baciloscopia X
Avaliação neurológica simplificada e do grau de
Incapacidade
X X X
Notificação SINAN X Informar dados no Boletim
de Acompanhamento de
Casos
Informar
alta por
cura
Hemograma X
U CR TGO TGP FA X
EAS / EPF X
Regularidade: 6 cartelas em até 9 meses
Resumo para acompanhamento
dos casos paucibacilares
44. DOSE SUPERVISIONADA
28/28 dias
1a 2a 3a 4a 5a 6a 7a 8a 9a 10a 11a 12a A LTA
Blister MB X X X X X X X X X X X X X
Baciloscopia X
Avaliação neurológica
simplificada e do Grau de
Incapacidade
X X X X X
Notificação SINAN X
Informar dados no Boletim de
Acompanhamento de Casos
Informar
alta por
cura
Hemograma X
U CR TGO TGP FA ƍGT X
EAS, EPF X
CRITÉRIO DE REGULARIDADE: 12 DOSES EM ATÉ 18 MESES
Esquema simplificado para acompanhamento
dos casos multibacilares
45. PORTARIA GM/MS 3.125 de 7 de outubro de 2010 -
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/talidomida/legis/portaria_n_3125_hanseniase_2010.pdf
Cadernos de Atenção Básica N 21 – Vigilância em Saúde -
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_vigilancia_saude.pdf
Guia de procedimentos técnicos: baciloscopia em hanseníase
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_procedimentos_tecnicos_corticosteroides_hanseniase.pdf
Manual de Prevenção de Incapacidades
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_prevencao_incapacidades.pdf
Orientações para uso: corticosteroides em hanseníase
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_para_corticosteroides_hanseniase.pdf
Bibliografia
46. Equipe
Coordenadora de Doenças Transmissíveis:
Patrícia Durovni – pdurovni@gmail.com
Gerente da Dermatologia Sanitária
Cristiane Saad – cristianesaad.sms@gmail.com
Técnicas do Programa de Dermatologia Sanitária
Maria Edilene Lopes
Maria Cristina Dias
Mariana França
Rachel Tardin
Contato: 3971-1796/1639/1665
dermatologiario.rj@gmail.com