SlideShare uma empresa Scribd logo
Junqueira Freire
Junqueira Freire (1832 - 1855)
Luís José Junqueira Freire nasceu em Salvador no
dia 31 de dezembro de 1832. Levado pelo forte
desejo de se dedicar a vida religiosa, ingressa no
Mosteiro de São Bento, em 1850, com apenas 18
anos e em 1852 já lecionava.
Em 1853 abandona o mosteiro e recolhe-se em
casa onde escreve sua autobiografia "Inspirações
do Claustro" (1855).
Com séria doença cardíaca, que lhe debilitava,
morreu cedo, como muitos poetas de sua geração.
Doente, não se recupera e morre no dia 24 de
junho de 1855, com apenas 22 anos.
Junqueira Freire (1832 - 1855)
Monge beneditino, sacerdote e poeta, é
conhecido por seus versos em que a tensão
da vida religiosa está presente. Faleceu
jovem, aos vinte e três anos e deixou uma
obra poética permeada pelo sofrimento em
decorrência da saúde debilitada e da vida
clerical, que impunha severas restrições ao
espírito do jovem sacerdote. Foi escolhido
patrono da Academia Brasileira de Letras,
ocupando a cadeira de número vinte e cinco
por indicação de Franklin Távora.
Sua obra é conhecida pela tensão
presente nos versos, que oscilam
entre a vida espiritual, a religiosa e o
mundo material. Junqueira Freire
também é produto do seu tempo,
revelando interesse em aspectos
então contemporâneos, como a
postura republicana e antimonárquica,
fruto de sua desilusão com a vida
religiosa. A busca pela liberdade viria
apenas com a morte. Sua obra mais
famosa é Inspirações do claustro
(1855) cujo poema mais famoso é
Louco.
Louco (Hora de Delírio)
Não, não é louco. O espírito somente
É que quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor que vós, pensa mais
livre,
Aproxima-se mais à essência etérea.
Achou pequeno o cérebro que o tinha:
Suas idéias não cabiam nele;
Seu corpo é que lutou contra sua
alma,
E nessa luta foi vencido aquele,
Foi uma repulsão de dois contrários:
Foi um duelo, na verdade, insano:
Foi um choque de agentes poderosos:
Foi o divino a combater com o
humano.
Agora está mais livre. Algum atilho
Soltou-se-lhe o nó da inteligência;
Quebrou-se o anel dessa prisão de
carne,
Entrou agora em sua própria essência
Agora é mais espírito que corpo:
Agora é mais um ente lá de cima;
É mais, é mais que um homem vão de
barro:
É um anjo de Deus, que Deus anima.
Agora, sim — o espírito mais livre
Pode subir às regiões supernas:
Pode, ao descer, anunciar aos homens
As palavras de Deus, também eternas.
E vós, almas terrenas, que a matéria
Os sufocou ou reduziu a pouco,
Não lhe entendeis, por isso, as frases
santas.
E zombando o chamais, portanto: -
um louco!
Não, não é louco. O espírito somente
É que quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor que vós, pensa mais
livre.
Aproxima-se mais à essência etérea.
Junqueira Freire
Outras Obras
• Desespero na solidão
• O remorso do inocente
• Teus olhos
• O arranco da morte
• Martírio
• Tratado de eloquência nacional
• Ambrósio
• Louco
• Morte

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
jairanselmo
 
Mario de andrade
Mario de andradeMario de andrade
Mario de andrade
Anne Kelly Pendeloski
 
Ultrarromantismo
UltrarromantismoUltrarromantismo
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro
Junior Onildo
 
Modernismo fases
Modernismo fasesModernismo fases
Modernismo fases
Miquéias Vitorino
 
Clara dos Anjos - 3ª B - 2011
Clara dos Anjos - 3ª B - 2011Clara dos Anjos - 3ª B - 2011
Clara dos Anjos - 3ª B - 2011
Daniel Leitão
 
O negro na literatura brasileira
O negro na literatura brasileiraO negro na literatura brasileira
O negro na literatura brasileira
ma.no.el.ne.ves
 
Segunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no BrasilSegunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no Brasil
eeadolpho
 
Terceira geração romântica
Terceira geração românticaTerceira geração romântica
Terceira geração romântica
Viviane Gomes
 
segunda geração romântica
segunda geração românticasegunda geração romântica
segunda geração romântica
alinesantana1422
 
Literatura afro brasileira
Literatura afro brasileiraLiteratura afro brasileira
Literatura afro brasileira
angelamariagomes
 
João Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo NetoJoão Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo Neto
Cláudia Heloísa
 
Gonçalves Dias
Gonçalves DiasGonçalves Dias
Gonçalves Dias
Marina Canever Pagliosa
 
A geração de 45
A geração de 45A geração de 45
A geração de 45
Claudia Ribeiro
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
rosangelajoao
 
romantismo terceira geração
romantismo terceira geraçãoromantismo terceira geração
romantismo terceira geração
Gabriell Duarte
 
Mário de andrade
Mário de andradeMário de andrade
Mário de andrade
enricobertolini
 
Romantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasilRomantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasil
Josi Motta
 
Poesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaPoesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernista
Luciene Gomes
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo

Mais procurados (20)

Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
 
Mario de andrade
Mario de andradeMario de andrade
Mario de andrade
 
Ultrarromantismo
UltrarromantismoUltrarromantismo
Ultrarromantismo
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro
 
Modernismo fases
Modernismo fasesModernismo fases
Modernismo fases
 
Clara dos Anjos - 3ª B - 2011
Clara dos Anjos - 3ª B - 2011Clara dos Anjos - 3ª B - 2011
Clara dos Anjos - 3ª B - 2011
 
O negro na literatura brasileira
O negro na literatura brasileiraO negro na literatura brasileira
O negro na literatura brasileira
 
Segunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no BrasilSegunda fase do Modernismo no Brasil
Segunda fase do Modernismo no Brasil
 
Terceira geração romântica
Terceira geração românticaTerceira geração romântica
Terceira geração romântica
 
segunda geração romântica
segunda geração românticasegunda geração romântica
segunda geração romântica
 
Literatura afro brasileira
Literatura afro brasileiraLiteratura afro brasileira
Literatura afro brasileira
 
João Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo NetoJoão Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo Neto
 
Gonçalves Dias
Gonçalves DiasGonçalves Dias
Gonçalves Dias
 
A geração de 45
A geração de 45A geração de 45
A geração de 45
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
romantismo terceira geração
romantismo terceira geraçãoromantismo terceira geração
romantismo terceira geração
 
Mário de andrade
Mário de andradeMário de andrade
Mário de andrade
 
Romantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasilRomantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasil
 
Poesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaPoesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernista
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 

Semelhante a Junqueira freire

AULA UCPEL2.pptx
AULA UCPEL2.pptxAULA UCPEL2.pptx
AULA UCPEL2.pptx
PabloGabrielKdabra
 
Chnotícias3
Chnotícias3Chnotícias3
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- UltrarromantismoSlide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Richard Lincont
 
O umbral existe?
O umbral existe?O umbral existe?
O umbral existe?
Helio Cruz
 
Hermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o Espiritismo
Hermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o EspiritismoHermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o Espiritismo
Hermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o Espiritismo
Marcelo Cabral
 
Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"
Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"
Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"
Osvaldo Brascher
 
à Luz do consolador emmanuel swedenborg
à Luz do consolador   emmanuel swedenborgà Luz do consolador   emmanuel swedenborg
à Luz do consolador emmanuel swedenborg
Sergio Silva
 
Allan kardec revista espirita 1861
Allan kardec revista espirita 1861Allan kardec revista espirita 1861
Allan kardec revista espirita 1861
Henrique Vieira
 
No Limiar do Abismo
No Limiar do AbismoNo Limiar do Abismo
No Limiar do Abismo
Osvaldo Brascher
 
Nietzsche, vida e principais ideias
Nietzsche, vida e principais ideiasNietzsche, vida e principais ideias
Nietzsche, vida e principais ideias
GabrielFarias387861
 
PALESTRA VIVER VALE A PENA.pdf
PALESTRA VIVER VALE A PENA.pdfPALESTRA VIVER VALE A PENA.pdf
PALESTRA VIVER VALE A PENA.pdf
WennderTharso
 
Leon Denis o problema do ser, do destino e da dor
Leon Denis   o problema do ser, do destino e da dorLeon Denis   o problema do ser, do destino e da dor
Leon Denis o problema do ser, do destino e da dor
Serginho Lopes Ator
 
Na Próxima Dimensão
Na Próxima DimensãoNa Próxima Dimensão
Na Próxima Dimensão
Osvaldo Brascher
 
Edição n. 33 do CH Notícias - Março / 2018
Edição n. 33 do CH Notícias - Março /  2018Edição n. 33 do CH Notícias - Março /  2018
Edição n. 33 do CH Notícias - Março / 2018
CH Notícias - Casa dos Humildes - Recife
 
26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz
26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz
26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz
Lar Irmã Zarabatana
 
Kierkegaard Soren
Kierkegaard SorenKierkegaard Soren
22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS
22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS
22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS
Lar Irmã Zarabatana
 
Revista espírita 1861
Revista espírita   1861Revista espírita   1861
Revista espírita 1861
anaccc2013
 
Revista espírita 1861
Revista espírita   1861Revista espírita   1861
Revista espírita 1861
anaccc2013
 
O missionário lionês
O missionário lionêsO missionário lionês
O missionário lionês
Helio Cruz
 

Semelhante a Junqueira freire (20)

AULA UCPEL2.pptx
AULA UCPEL2.pptxAULA UCPEL2.pptx
AULA UCPEL2.pptx
 
Chnotícias3
Chnotícias3Chnotícias3
Chnotícias3
 
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- UltrarromantismoSlide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
 
O umbral existe?
O umbral existe?O umbral existe?
O umbral existe?
 
Hermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o Espiritismo
Hermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o EspiritismoHermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o Espiritismo
Hermínio C. Miranda - Importância da sua obra para o Espiritismo
 
Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"
Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"
Análise do livro "Fala, Dr. Inácio!"
 
à Luz do consolador emmanuel swedenborg
à Luz do consolador   emmanuel swedenborgà Luz do consolador   emmanuel swedenborg
à Luz do consolador emmanuel swedenborg
 
Allan kardec revista espirita 1861
Allan kardec revista espirita 1861Allan kardec revista espirita 1861
Allan kardec revista espirita 1861
 
No Limiar do Abismo
No Limiar do AbismoNo Limiar do Abismo
No Limiar do Abismo
 
Nietzsche, vida e principais ideias
Nietzsche, vida e principais ideiasNietzsche, vida e principais ideias
Nietzsche, vida e principais ideias
 
PALESTRA VIVER VALE A PENA.pdf
PALESTRA VIVER VALE A PENA.pdfPALESTRA VIVER VALE A PENA.pdf
PALESTRA VIVER VALE A PENA.pdf
 
Leon Denis o problema do ser, do destino e da dor
Leon Denis   o problema do ser, do destino e da dorLeon Denis   o problema do ser, do destino e da dor
Leon Denis o problema do ser, do destino e da dor
 
Na Próxima Dimensão
Na Próxima DimensãoNa Próxima Dimensão
Na Próxima Dimensão
 
Edição n. 33 do CH Notícias - Março / 2018
Edição n. 33 do CH Notícias - Março /  2018Edição n. 33 do CH Notícias - Março /  2018
Edição n. 33 do CH Notícias - Março / 2018
 
26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz
26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz
26/03/2014 Cap 6 Livro Missionários da Luz
 
Kierkegaard Soren
Kierkegaard SorenKierkegaard Soren
Kierkegaard Soren
 
22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS
22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS
22/11/2013 A ALMA DOS ANIMAIS
 
Revista espírita 1861
Revista espírita   1861Revista espírita   1861
Revista espírita 1861
 
Revista espírita 1861
Revista espírita   1861Revista espírita   1861
Revista espírita 1861
 
O missionário lionês
O missionário lionêsO missionário lionês
O missionário lionês
 

Último

1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
LeticiaRochaCupaiol
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
TomasSousa7
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
livrosjovert
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua PortuguesaD20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
eaiprofpolly
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
MessiasMarianoG
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
AurelianoFerreirades2
 
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdfUFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
Manuais Formação
 
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vidakarl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
KleginaldoPaz2
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
HisrelBlog
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
soaresdesouzaamanda8
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
AmiltonAparecido1
 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptxAVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AntonioVieira539017
 
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
GÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptxGÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptx
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
Marlene Cunhada
 
slides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentarslides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentar
JoeteCarvalho
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
DECIOMAURINARAMOS
 

Último (20)

1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua PortuguesaD20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
D20 - Descritores SAEB de Língua Portuguesa
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
 
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdfUFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
 
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vidakarl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
karl marx biografia resumida com suas obras e história de vida
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptxAVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
 
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
GÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptxGÊNERO      TEXTUAL     -     POEMA.pptx
GÊNERO TEXTUAL - POEMA.pptx
 
slides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentarslides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentar
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
 

Junqueira freire

  • 2. Junqueira Freire (1832 - 1855) Luís José Junqueira Freire nasceu em Salvador no dia 31 de dezembro de 1832. Levado pelo forte desejo de se dedicar a vida religiosa, ingressa no Mosteiro de São Bento, em 1850, com apenas 18 anos e em 1852 já lecionava. Em 1853 abandona o mosteiro e recolhe-se em casa onde escreve sua autobiografia "Inspirações do Claustro" (1855). Com séria doença cardíaca, que lhe debilitava, morreu cedo, como muitos poetas de sua geração. Doente, não se recupera e morre no dia 24 de junho de 1855, com apenas 22 anos.
  • 3. Junqueira Freire (1832 - 1855) Monge beneditino, sacerdote e poeta, é conhecido por seus versos em que a tensão da vida religiosa está presente. Faleceu jovem, aos vinte e três anos e deixou uma obra poética permeada pelo sofrimento em decorrência da saúde debilitada e da vida clerical, que impunha severas restrições ao espírito do jovem sacerdote. Foi escolhido patrono da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número vinte e cinco por indicação de Franklin Távora.
  • 4. Sua obra é conhecida pela tensão presente nos versos, que oscilam entre a vida espiritual, a religiosa e o mundo material. Junqueira Freire também é produto do seu tempo, revelando interesse em aspectos então contemporâneos, como a postura republicana e antimonárquica, fruto de sua desilusão com a vida religiosa. A busca pela liberdade viria apenas com a morte. Sua obra mais famosa é Inspirações do claustro (1855) cujo poema mais famoso é Louco.
  • 5. Louco (Hora de Delírio) Não, não é louco. O espírito somente É que quebrou-lhe um elo da matéria. Pensa melhor que vós, pensa mais livre, Aproxima-se mais à essência etérea. Achou pequeno o cérebro que o tinha: Suas idéias não cabiam nele; Seu corpo é que lutou contra sua alma, E nessa luta foi vencido aquele, Foi uma repulsão de dois contrários: Foi um duelo, na verdade, insano: Foi um choque de agentes poderosos: Foi o divino a combater com o humano. Agora está mais livre. Algum atilho Soltou-se-lhe o nó da inteligência; Quebrou-se o anel dessa prisão de carne, Entrou agora em sua própria essência Agora é mais espírito que corpo: Agora é mais um ente lá de cima; É mais, é mais que um homem vão de barro: É um anjo de Deus, que Deus anima. Agora, sim — o espírito mais livre Pode subir às regiões supernas: Pode, ao descer, anunciar aos homens As palavras de Deus, também eternas. E vós, almas terrenas, que a matéria Os sufocou ou reduziu a pouco, Não lhe entendeis, por isso, as frases santas. E zombando o chamais, portanto: - um louco! Não, não é louco. O espírito somente É que quebrou-lhe um elo da matéria. Pensa melhor que vós, pensa mais livre. Aproxima-se mais à essência etérea. Junqueira Freire
  • 6. Outras Obras • Desespero na solidão • O remorso do inocente • Teus olhos • O arranco da morte • Martírio • Tratado de eloquência nacional • Ambrósio • Louco • Morte