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1
Mário Cunha FCUP
Textos dedicados a docência exclusivamente
para circulação interna dos alunos das
licenciaturas da FCUP.
INSTALAÇÃO DAS CULTURAS III
Mário Cunha FCUP
AGRICULTURA GERAL I
Sementeiras, (trans)plantações
Mário Cunha FCUP
Sementeiras e (trans)plantações
TÓPICOS
• Época e Momento de sementeira e plantação
• Profundidade
• Densidade e geometria de sementeira e plantação
• Tipos de sementeira
• população potencial vs população produtiva
2
Mário Cunha FCUP
ÉPOCA DE SEMENTEIRA
A decisão da época de sementeira é determinado sobretudo por factores ambientais
dos quais se destaca:
- Exigências térmicas: para a germinação, para o desenvolvimento da cultura,
ocorrência de geadas, necessidades de vernalização e temperaturas muito
elevadas.
- Fotoperiodo: para as espécies/variedades não indiferentes.
No clima mediterrâneo existem duas época principais para a realização da
sementeira das culturas anuais:
1. Outono-Inverno: para as culturas com desenvolvimento durante o inverno-
primavera e colheita em finais da primavera ou principio do verão.
- Inclui espécies que podem germinar com temperaturas superiores a 0ºC e têm
um zero vegetativo entre 0 e 5ºC. Estas plantas suportam o frio invernal sem
sofrer danos com eventuais geadas. Exemplo: cereais, gramíneas, muitas
proteaginosas, e leguminosas forrageiras e pratenses. Em algumas regiões com
invernos muitos rigorosos ou em situações em que não foi possível semear no
outono, pode-se esperar e fazer a sementeira no final do inverno (ex. trigos e
cevadas de primavera; necessidade de seleccionar variedades pouco exigentes
em frio). Esta estratégia também pode ser utilizada para permitir uma melhor
aproveitamento de água (ex. grão de bico, lentilha, linho)
Primavera-Verão vs Outono Inverno
Mário Cunha FCUP
ÉPOCA DE SEMENTEIRA
2. Primavera-Verão:
para o desenvolvimento da cultura durante o Verão e colheita no final do verão ou
no outono. semeiam-se as espécies pouco tolerantes ao frio e com valores de zero
vegetativo mais elevado:
Cereais: milho, arroz
Leguminosas grão: soja, feijão verde, amendoim
Algodão, Tabaco
Hortícolas: tomate, pimento, melancia
Primavera-Verão vs Outono Inverno
A época de sementeira refere-se a um período muito longo dentro do qual é
possível realizar a sementeira. O momento de sementeira define uma sementeira
precoce e ou tardia dentro da época de sementeira .
A decisão do momento de sementeira é feito em função de: condições climática
(stress térmico e stress hídrico), água no solo suficiente para o processo de
germinação, razões tecnológicas e/ou económicas. Nos slides seguintes
apresentamos as razões que auxiliam a tomada de decisão relativamente ao
momento da sementeira.
MOMENTO DE SEMENTEIRA
3
Mário Cunha FCUP
MOMENTO DE SEMENTEIRA
Estabelecimento da cultura antes dos períodos de Stress:
Stress térmico: baixas temp (sementeiras Out*.); elevada temp (Prim*.)
Stress hídrico: sementeiras Primaveril falta de água (C.mediterrâneos)
SEMENTEIRA OUTONAL: regiões Mediterrâneas
Precoce: antes das primeiras chuvas (≈Setembro):
- > probabilidade de sucesso da instalação sobretudo em solos argilosos
- germin. e estabelecimento mais rápidos (>T): i) cultura já estabelecida no Inverno;
<riscos geadas, ii) maior produção (Ciclos + longos; + cortes forragens).
- capacidade de competição com as infestantes (germinação simultânea)
- leguminosas: favorece a inoculação Rhizobium (> temperatura)
-temperatura pode ser excessiva para algumas gramíneas (Azevém)
Tardia: após as primeiras chuvas
- controlo mais eficaz das infestantes (“falsa sementeira”)
- menores riscos de seca após a germinação da semente
- menor aproveitamento da época de crescimento
- solo muito húmido
- riscos de erosão
Decisão: precoce vs tardia1
1- refere-se ao momento (tardio/precoce) da sementeira dentro da época (Primaveril ou Outonal)
*sementeira outonal (Out) e Primaveril (Prim.)
antes do afilhamento
após o afilhamento
.- Riscos de quebra de rizoma
- Morte da planta
Quebra do Rizoma devido ao frio
afilhamento
Época vs Data de sementeira
Mário Cunha FCUP
MOMENTO DE SEMENTEIRA
Em locais com riscos de geadas, escolher da época (momento) e profundidade de
sementeira que evite riscos de danos no rizoma devido ao frio.
.
- Planta não morre, mesmo que
ocorra a quebra do rizoma
4
Mário Cunha FCUP
SEMENTEIRA PRIMAVERIL
Precoce:
• situações de solo bem drenado e com aquecimento rápido no inicio de
Primavera
• permite seleccionar ciclos + longos
• evitar condições meteo desfavoráveis na colheita (sazão, acama);
• melhor aproveitamento da água (da chuva e/ou do solo)
• melhor controlo de infestantes
• mercado (produtos precoces => > preço)
•Riscos de baixa temperaturas do solo para a germinação
•Riscos de geadas
Tardia:
• para evitar acidentes climáticos (granizo, geadas…)
• quando existe dificuldades de trabalhar o solo húmido (solos argilosos e
mal drenados)
• Risco de não completar a maturação
MOMENTO DE SEMENTEIRA
Decisão: precoce vs tardia
ÉPOCA DE PLANTAÇÃO
Plantações na Primaveras
- Se existirem riscos de geadas
- Precipitações muito irregulares:
•Disponibilidade de rega
•Maior sucesso para a raiz protegida
Plantações no Outono/Inverno:
- Sem riscos de geadas
- Após as primeiras chuvas (Set/Out)
- Solo com temperatura >10ºC
- Frondosas => após a queda da folha
Durante o repouso vegetativo (Outono até inicio da Primavera)
Raíz nua
Mário Cunha FCUP
Arbóreo/arbustivas
5
ÉPOCA DE PLANTAÇÃO
Clima mediterrânico
Primaveras muito irregulares:
•Maior sucesso para a raiz protegida
Plantações no Outono/Inverno:
-Após as primeiras chuvas (Set/Out)
-Solo quente (temp >10ºC)
Estado do tempo:
-Evitar dias muito quentes e com elevada irradiância
-Dias nublados, sem temperaturas elevadas, e chuvas intermitentes
Plantação meados
de Setembro
Enraizamento
meados de
Novembro
Durante o repouso vegetativo (Outono até inicio da Primavera)
Arbóreo/arbustivas
MOMENTO DE PLANTAÇÃO
Solo
- Solo friável
Estado do tempo:
-Dias nublados, sem temperaturas elevadas, e chuvas intermitentes
-Evitar dias:
• muito quentes
•com elevada irradiância
•com ventos fortes
Após eleger a época adequada só se deve realizar a plantação
quando o estado do tempo e solo reúnam condições favoráveis.
Mário Cunha FCUP
Arbóreo/arbustivas
6
Mário Cunha FCUP
PROFUNDIDADE DE SEMENTEIRA
- Aumento da profundidade
• disponibilidade de água, temperatura e O2
• alargamento do período sementeira emergência.
- Diminuição da profundidade
• Riscos: desidratação; arrastamento; fauna.
A PROFUNDIDADE DE SEMENTEIRA DEPENDE:
- Tamanho da semente
• Sementes pequenas => ↓profundidade.
(reservas para expansão do hipocótilo até à superfície)
- Condições ambientais (edafo-climáticas)
- profundidades
• Solos de textura pesada
• Sementeiras outonais: riscos de desidratação;
encurtamento do rizoma => resistência às geadas
- ↑profundidades
• Solos de textura ligeira
• Sementeiras Primavera-Verão tardias
REGRA
Mário Cunha FCUP
PROFUNDIDADE DE SEMENTEIRA/Plantação
dimensão Espécies Profundidade
(cm)
Muito
pequenas*
Forragens: trevo (branco, morango), agrotis, “poas”
Hortícolas: Aipo, salsa, alface, cebola, cenoura, alho
porro
<1
Pequenas* Forragens: Trevo violeta, luzerna, azevém, festuca
Hortícolas: couves, espinafre, pimento, tomate
1 a 3 (<3)
Médias
Forragens: trevo sub., luzerna, azevém, , tremoço.
Industriais : bet., linho, gir., alg., colza, cânhamo.
Cereais: trigo, cevada, centeio; triticale e arroz
Hortícolas: pepino, melão
(2)3 a 5 (< 8)
Grandes Favas, feijões ervilhas milho, sorgo, grão-de-bico
Hortícolas: melancia, abóbora
(3)5 a 8 (<15)
Tubérculos
Bolbos
Bolbos
Bolbos
Bolbos
Batata
Gladiolos
Tulipa
Cebola
Lilium
8 a 12
5 a 15
5 a 15
5 a 10
8 a 15
* rolos geralmente suficientes para o enterramento; fazer rega
7
Mário Cunha FCUP
Sementeiras e (trans)plantações
• Densidade de sementeira/plantação
• Geometria de sementeira/plantação
• População potencial vs população produtiva
Mário Cunha FCUP
QUANTIDADE E DISPOSIÇÃO NO TERRENO
Compasso ou geometria de sementeira/plantação
Disposição espacial das sementes/plantas segundo uma determinada geometria. Esta geometria refere-se
à distância entre sementes (ou plantas) situadas na mesma linha (distância na linha) ou em duas linhas
contíguas (distância da entre-linha) ou em ambas (sementeiras “monogrão” ou “de precisão”). Nas
sementeiras/plantações “em linhas” apenas se garante a equi-distância entre linhas contíguas. Quando
não existe uma rectangularidade de sementeira a sementeira designa-se “a lanço”.
Enquanto que na sementeira/plantação de precisão a dose è estabelecida em nº de
sementes(plantas)/ha(ou m2) nas sementeiras “em linhas” ou “a lanço” considera-se a k(g)/ha(m2).
Dose ou densidade de sementeira/plantação
é a quantidade semente/plantas por unidade de área utilizado na instalação da cultura para se obter uma
população objectivo em determinada fase do ciclo cultural.
O calculo da dose de sementeira deve prever as falhas de material vegetal que possam ocorrer ao longo
do ciclo cultural e que para além das características da semente deve ter em consideração as praticas
culturais (rega, preparação do solo, infestantes…) e condições edafo-climáticas do local.
Nas plantações com maiores espaçamentos (vinhas/pomares) as eventuais falhas de plantas que
ocorram devem ser colmatadas através da plantação de uma nova planta, operação que se designa
retancha.
Dose e geometria de sementeira/plantação
O desempenho de uma cultura para além da dose depende do modo como se distribuem as
sementes/plantas no terreno (geometria).
Estes dois parâmetros devem ser seleccionados de modo a obter uma população de plantas
em determinada fase do ciclo cultural (geralmente a colheita) que permita optimizar os
objectivos definidos para a cultura (produção, qualidade, custos, estéticos). Estes objectivos
podem ser conseguidos pelo melhor aproveitamento dos recursos (luz, água, nutrientes),
económico (mecanização) ou estético. Em algumas culturas pode-se ser utilizada uma dose
mais elevada numa dada época do ciclo sendo posteriormente submetida a monda ou
desbaste. Trata-se de situações especificas sendo a operação da monda uma operação muito
cara.
8
DENSIDADE DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÃO
- Densidade x geometria
- Povoamento óptimo é função de:
• Tipo de cultura (altura, plasticidade (afilhamento)….
• Fertilidade do solo
• Sistema de cultura (factores tecnológicos):
• Destino da cultura/variedades
• ex girassol ornamental vs arvense; milho silagem/grão
• Variedades ↓ porte ⇒	 densidade (ex tomate fresco vs conserva)
• Ciclo cultural (ciclo curto => ↓densidade)
• Rega vs n/rega
• Tipo de sementeira (ex. “a lanço” vs “em linha”)
• Exigências de mecanização
• …
Mário Cunha FCUP
Espécie pl.m-2
Trigo 150 a 250
Cevada 150 a 230
Centeio 140 a 250
Aveia 130 a 250
Arroz 300 a 500
Milho 7 a 12
Sorgo (forragem) 80 a 140
Sorgo (grão) 10 a 13
Triticale 180 a 220
Leguminosas
Luzerna 400 a 500
Tremoço (branco) 30 a 60
Tremoço (amarelo) 130 a 250
Trevos 500 a 900
Vicias 200 a 300
Soja 15 a 60
Feijão (grão) 8 a 25
Grão-de-bico 25 a 45
Favas 15 a 50
Lentilhas 100 a 150
Espécie pl.m-2
Algodão 50 a 100
Cartamo 25 a 50
Colza 50 a 180
Girassol 6 a 12
Linho 100 a 400
Beterraba 6 a 9
Cenoura 50
Alface 12
Salsa 20
Coentros 20
Espinafre 35
Nabo 35
Rabanete 300
POPULAÇÃO PRODUTIVA
Intervalos dos valores mais frequentes. Valores
diferentes do intervalo podem ocorrer:
condições ambientais e de sistema de cultura
(Villalobos et al, 2002)
9
SEMENTEIRA/PLANTAÇÃO
Conceito
- Dose de sementeira/plantação:
•Quantidade de semente por unidade de área
•Unidades utilizadas
Grandes densidades (trigo, trevos)
o Sementeira a lanço ou linhas
o Dose => kg/ha (Ex. trigo 100 a 200 kg/ha)
Pequenas densidades (milho, soja) e arbóreo arbustivas (vinha, pomares)
o Sementeira monogrão ou plantação com geometria definida
o Dose => nº sementes/ha ou plantas/ha
(Ex. milho 70 a 120 x 103 sementes/ha; Vinha 2000 a 5000 pl/ha)
- População produtiva
•Nº de plantas que atinge a maturação
•Previsão das falhas
•A dose de sementeira deve ser calculada de forma a incluir a previsão das
falhas.
Mário Cunha FCUP
TIPOS DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÕES
a lanço
monogrão ou
precisão
a golpes
em faixas
em linhas
Hexágono
Mário Cunha FCUP
2
10
hexágono
Na sementeira/plantação em hexágono cada planta está rodeada por seis vizinhas equidistantes.
Este sementeira é apropriada para plantas com canopia circular em trono do seu eixo, como é o
caso da beterraba,
Este tipo de geometria é difícil de executar mecanicamente e dificulta os trabalhos posteriores
(colheita, controlo de infestantes), sem que se verifiquem acréscimos significativos de produção.
Por este motivos, este tipo de sementeira não é muito utilizada, sendo preferível a sementeira
em linhas. A sua utilização já pode ser utilizada em plantações com maiores espaçamentos (caso
da alface/couves…
Também designada horto francês
Mário Cunha FCUP
Exemplos sementeiras,
- “a lanço” e “em linhas”: forragens, pastagens, cereais, tremocilha, relvados
- “monogrão”: milho, sorgo, girassol, ervilha, soja, algodão
- “a golpes”: arroz, semeados em seco
- “em faixas”: cenoura e várias hortícolas.
Exemplos (trans)plantações,
As plantações de arboreo/arbustivas também seguem uma geometria idêntica às
sementeiras. Por exemplo a sementeira de vinhas e pomares aproxima-se do modelo
monogrão. No caso de arvores com copa muito larga (ex citrinos) a plantação pode ser do
tipo a planta e/ou em alguns casos do tipo hexagonal. No caso de espécies como a
framboesa, com grande capacidade de afilhamento a plantação aproxima-se do tipo “em
linhas”.
TIPOS DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÕES
Mário Cunha FCUP
Densidade óptima
A Densidade óptima refere a população produtiva que submetida a um dado sistema de cultura
permite utilizar de forma eficiente os recursos e fatores disponíveis para atingir determinado
objectivo previamente estabelecido.
A densidade óptima de uma cultura está influenciada por muitos factores incluindo:
- Os níveis dos diferentes recursos e factores disponíveis
- Decisões tecnológicas ao nível do sistema de cultura: destino da cultura, duração do ciclo
vegetativo, mecanização, tipo de sementeira….
Recurso vs factores: Ambos interferem na ecofisiologia, mas os recursos são consumidos no processo
produtivo (ex. água, nutrientes), enquanto que os factores não são consumidos (ex. temperatura,
radicação…).
Todavia, no caso de culturas instaladas com uma geometria bem definida (pomares, vinhas, milho
soja…), a densidade óptima para além do número de plantas por unidade de área depende da
geometria da sua disposição sobre o terreno. Neste caso, através da geometria de sementeira é
possível atenuar alguns dos inconvenientes atribuídos às elevadas densidades: dificuldade de
mecanização e melhor aproveitamento dos recursos como por exemplo a radiação.
Exemplos
O milho tradicionalmente é semeado em linhas pareadas
equidistantes (ex 70-75 x 14). Todavia podemos recorrer a
sementeiras com linhas pareadas para aumentar a
densidade de sementeira e, consequentemente também a
produção, sem riscos de excessiva competição pela
radiação. Os primeiros resultados apontam para um
aumento consistente da produção. Necessidade de
investigar a operacionalidade, custos e a qualidade.
11
Mário Cunha FCUP
Densidade óptima
A variação da densidade de plantas num cultura determina a ocorrência de numerosos processo
de interferência entre as plantas individualmente e que se manifesta em dois níveis: competição
intra-especifica (1) e competição por recursos (2).
1. É importante a plasticidade morfológica para ocupar quantidades variáveis de espaço. A
ramificação (incluindo o afilhamento das gramíneas), é um elemento básico da plasticidade (ver
figura). O risco de mortalidade que cresce com a densidade de plantas actua como um
mecanismo regulador de retroalimentação negativa sobre o tamanho da população (autodesbaste)
ou dimensão dos individuos (morfologia ex. estiolamento).
2. O ambiente que corresponde a uma planta altera-se em função da densidade através dos
seguintes aspectos:
2.1. Intensidade de radiação e qualidade da luz recebida em diferentes níveis da canopia
2.2. Disponibilidade de água
2.3. disponibilidade de nutrientes
2.1. Radiação: Com o aumento da densidade de plantas verifica-se:
• um aumento da radiação interceptada sendo menor a radiação que chega ao solo para
evaporar água. Todavia, a disponibilidade de água e nutrientes para cada individuo diminui, o
que pode limitar a sua capacidade de crescimento.
• A qualidade da luz modifica-se nomeadamente na relação vermelho (V; 670 nm) e do IV
próximo (IV; 760 nm). Em média a relação V/IR da radiação solar é de 1.15. Atendendo a que a
radiação V absorvido pelos pigmentos, a luz transmitida ou reflectida pela vegetação em
situações de elevada densidade no interior da canópia a relação R/IV pode apresentar valores
muito baixos (0, 1 a 0,5). Esta baixa relação R/IV é detectada pelos fitocromos e, em algumas
espécies, pode provocar alterações morfológicas, tais como: aumento do crescimento em
altura, redução da formação de ramificações laterais caules.
• Outra importância reside no caso de especies arboreo/arbustivas na menor diferenciação dos
gomos que recebem menor quantidade de luz de que resulta numa menor produção.
Plasticidade das plantas
a) O afilhamento permite-lhes alcançar o mesmo nº de espigas e rendimento final por
unidade de supeficie, num amplo intervalo de densidades de plantas.
b) Em plantas sem afilhamento (ex. milho) a plasticidade é baixa o intervalo de
densidade de população óptima localiza-se num intervalo estreito.
12
Mário Cunha FCUP
Densidade óptima
Mecanismos genéricos de competição entre as plantas
As respostas das culturas à competição originada pela elevada densidade são:
- Redução do crescimento expansivo (vigor) e do peso (por planta e/ou fruto). Reduz-se portanto
o índice de área foliar por planta e, consequentemente a radiação interceptada por planta.
- Redução do número de caules por planta (gramíneas com afilhamento).
- Aumento ou diminuição do índice de colheita . Para valores muito baixos de densidade a
biomassa produzida (ao nível de uma planta) é elevada. Todavia, pode ser relativamente
elevada em comparação com a capacidade biológica da produção de frutos ou sementes, o
que implica uma diminuição do IC. Noutros casos (ex. milho) uma densidade muito elevada
conduz a uma grande % de plantas estéreis que não produzem sementes. Ex. milho grão em
sementeira monogrão e milharada (milho semeado “a lanço”).
- Redução do número de grãos por planta e/ou peso unitário dos grãos
- Alteração da repartição de MS entre órgãos da planta: aumento de MS nos caules e redução
nas folhas. Em geral ocorre um aumento da altura (competição pela luz) e uma redução do
diâmetro dos caules, que diminui a sua resistência mecânica com riscos de acama.
- Aceleração da senescência folear (geralmente as folhas basais) em resposta ao baixo nível de
radiação. Esta senescência precoce das folhas, para além dos efeitos na produtividade
fotossintética da canópia, são fonte importante de doenças e podem diminuir a qualidade da
produção.
- Alterações da qualidade do produto colhido e diminuição do tamanho dos produtos colhidos:
grão, frutos, tubérculos e bolbos. Pode ser uma desvantagem (ex. frutos secos e frutos fescos)
ou vantagem (ex. couve flor para mercados especificos).
DENSIDADE OPTIMA
Mário Cunha FCUP
Depende: da cultura/recursos disponíveis/ decisões tecnológicas
- ↓aproveitamento dos recursos:
♦água, nutrientes, radiação;
- Infestantes
- ↑heterogeneidade das plantas
- Menor produvidade
- Microclima desfavorável
♦ doenças
♦↓prd fotossintetica
♦ ↑senescência folhas basais
- Estiolamento => acama
- Excessiva competição
♦elevada irregularidade
♦ ↓peso fruto ou planta
♦ ↓nº de caulas nas gramineas
♦ ↑mortalidade = autodesbate
- qualidade da produção?
13
Mário Cunha
Intensivo*
•>2000arv/ha;
•8000 a 10000 kg/ha; rega
OLIVAL Semi-intensivo
(250 a 300 arv/ha; 3500 a 5000 kg/ha; rega)
Tradicional:
•<150 arv/ha,
•<1000 a 1500 kg/ha Colheita mecânica: Vinha/Olival
* Por vezes designado super-intensivo
Densidade: Decisão tecnologica
DENSIDADE DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÃO
- Decisão tecnológica
• …
A densidade de plantação da
couve flor influencia a
dimensão da inflorescência.
Assim o produtor pode jogar
com a densidade de plantação
em função das preferências do
consumidor por inflorescêncas
grandes (>700 g) ou pequenas
<700g).
Couve flor plantada com elevada densidade
para obtenção de inflorescências pequenas
14
Mário Cunha FCUP
DENSIDADE DE SEMENTEIRA
Factores principais a considerar*:
1- EDÁFICOS
•fertilidade => densidades + elevadas
•regime hídrico => densidade + elevada
- regadio: beterraba: 90 a 100.000pl.ha-1; girassol: 60.000 pl.ha-1
- sequeiro: beterraba: 40 a 45.000pl.ha-1; girassol: 15 a 20.000 pl.ha-1
* Permitem escolher o melhor valor dentro intervalo de
variação do quadro anterior
2- FACTORES TECNOLÓGICOS
• ciclo: cultivares de ciclo mais curto => densidade
• porte: cultivares de porte + baixo => densidade
•utilização: produção de grão < forragem (milho)
Mário Cunha FCUP
Relação entre o rendimento e densidade de sementeira de varieades de
girassol com diferente duração do ciclo cultural
DENSIDADE DE SEMENTEIRA
Decisões tecnológicas
Duração do ciclo cultural*
*depende da cultivar
15
Mário Cunha FCUP
DENSIDADE DE SEMENTEIRA
Níveis de fertilidade
Relação entre o rendimento e densidade para distintos níveis de fertilidade
N1<N2<N3
Mário Cunha FCUP
DENSIDADE DE SEMENTEIRA
Quebras de população*:
(Valores indicativos)
População potencial (sementes)
População produtiva/”objectivo” (plantas); definido previamente
População nascida
Pop prd (plantas/m2))= Pop Potencial x VC x [(1-P1) x (1-P2)]
Valor cultural (VC) => VC (%) = GP x FG
Perdas entre germinação e emergência
P1 = 5 a 8%
Perdas entre emergência e colheita
P2 = 5 a 10%
Condições
culturais e
ambientais
*entre sementeira e colheita
População potencial vs População produtiva)
16
Mário Cunha FCUP
DENSIDADE DE SEMENTEIRA
De forma a maximizar a produção de milho a população produtiva (PP) deve
ser de 100.000pl.ha-1, considerando as características das sementes calcule:
a) Considerando os dados técnicos da semente e sementeira, qual deverá qual
deverá ser a densidade de sementeira.
- Dados técnicos da semente e sementeira
•FG = 90%; GP = 99%,
•P1 = 7%, P2 = 9%.
b) Sabendo que a distância entre linhas (EL) é de 65cm, calcule a distância na
linha (L) para uma população produtiva de 100000 pl ha-1.
a) Pop. Potencial (PP) = Pop prd/[(1-P1) x (1-P2) x VC]
PP = 100.000/[(1-0,07)(1-0,09)x0,89] = 132.766 sementes. ha-1
Densidade de sementeira/população produtiva/geometria de sementeira
b) Distância na linha (L)
1 planta ocupa ------- (Lx EL) m2
132766 plantas ------- 10000 m2
L = 11,6 cm
Mário Cunha FCUP
DENSIDADE DE SEMENTEIRA
Calcular a semente de trigo necessária para obter uma densidade de 200 plantas/m2
se a percentagem de plantas viáveis que emergem é de 80% e a semente tem uma
viabilidade de 0.95.
a) O PMS de trigo pesam entre 33 a 45 g
b) Considerando um valor intermédio para o PMS de 39 g
c) obtemos
Densidade de sementeira/população produtiva/geometria de sementeira
Em peso:
Qs = (102,63) 103 kg/ha
a) Pop. Potencial (PP) = Pop prd/[(1-P1) x (1-P2) x VC]
PP = 2.000.000/[(1-0,05)(1-0,2)] = 2.631.579 sementes. ha-1

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Sementeiras e plantações: época, profundidade, densidade e geometria

  • 1. 1 Mário Cunha FCUP Textos dedicados a docência exclusivamente para circulação interna dos alunos das licenciaturas da FCUP. INSTALAÇÃO DAS CULTURAS III Mário Cunha FCUP AGRICULTURA GERAL I Sementeiras, (trans)plantações Mário Cunha FCUP Sementeiras e (trans)plantações TÓPICOS • Época e Momento de sementeira e plantação • Profundidade • Densidade e geometria de sementeira e plantação • Tipos de sementeira • população potencial vs população produtiva
  • 2. 2 Mário Cunha FCUP ÉPOCA DE SEMENTEIRA A decisão da época de sementeira é determinado sobretudo por factores ambientais dos quais se destaca: - Exigências térmicas: para a germinação, para o desenvolvimento da cultura, ocorrência de geadas, necessidades de vernalização e temperaturas muito elevadas. - Fotoperiodo: para as espécies/variedades não indiferentes. No clima mediterrâneo existem duas época principais para a realização da sementeira das culturas anuais: 1. Outono-Inverno: para as culturas com desenvolvimento durante o inverno- primavera e colheita em finais da primavera ou principio do verão. - Inclui espécies que podem germinar com temperaturas superiores a 0ºC e têm um zero vegetativo entre 0 e 5ºC. Estas plantas suportam o frio invernal sem sofrer danos com eventuais geadas. Exemplo: cereais, gramíneas, muitas proteaginosas, e leguminosas forrageiras e pratenses. Em algumas regiões com invernos muitos rigorosos ou em situações em que não foi possível semear no outono, pode-se esperar e fazer a sementeira no final do inverno (ex. trigos e cevadas de primavera; necessidade de seleccionar variedades pouco exigentes em frio). Esta estratégia também pode ser utilizada para permitir uma melhor aproveitamento de água (ex. grão de bico, lentilha, linho) Primavera-Verão vs Outono Inverno Mário Cunha FCUP ÉPOCA DE SEMENTEIRA 2. Primavera-Verão: para o desenvolvimento da cultura durante o Verão e colheita no final do verão ou no outono. semeiam-se as espécies pouco tolerantes ao frio e com valores de zero vegetativo mais elevado: Cereais: milho, arroz Leguminosas grão: soja, feijão verde, amendoim Algodão, Tabaco Hortícolas: tomate, pimento, melancia Primavera-Verão vs Outono Inverno A época de sementeira refere-se a um período muito longo dentro do qual é possível realizar a sementeira. O momento de sementeira define uma sementeira precoce e ou tardia dentro da época de sementeira . A decisão do momento de sementeira é feito em função de: condições climática (stress térmico e stress hídrico), água no solo suficiente para o processo de germinação, razões tecnológicas e/ou económicas. Nos slides seguintes apresentamos as razões que auxiliam a tomada de decisão relativamente ao momento da sementeira. MOMENTO DE SEMENTEIRA
  • 3. 3 Mário Cunha FCUP MOMENTO DE SEMENTEIRA Estabelecimento da cultura antes dos períodos de Stress: Stress térmico: baixas temp (sementeiras Out*.); elevada temp (Prim*.) Stress hídrico: sementeiras Primaveril falta de água (C.mediterrâneos) SEMENTEIRA OUTONAL: regiões Mediterrâneas Precoce: antes das primeiras chuvas (≈Setembro): - > probabilidade de sucesso da instalação sobretudo em solos argilosos - germin. e estabelecimento mais rápidos (>T): i) cultura já estabelecida no Inverno; <riscos geadas, ii) maior produção (Ciclos + longos; + cortes forragens). - capacidade de competição com as infestantes (germinação simultânea) - leguminosas: favorece a inoculação Rhizobium (> temperatura) -temperatura pode ser excessiva para algumas gramíneas (Azevém) Tardia: após as primeiras chuvas - controlo mais eficaz das infestantes (“falsa sementeira”) - menores riscos de seca após a germinação da semente - menor aproveitamento da época de crescimento - solo muito húmido - riscos de erosão Decisão: precoce vs tardia1 1- refere-se ao momento (tardio/precoce) da sementeira dentro da época (Primaveril ou Outonal) *sementeira outonal (Out) e Primaveril (Prim.) antes do afilhamento após o afilhamento .- Riscos de quebra de rizoma - Morte da planta Quebra do Rizoma devido ao frio afilhamento Época vs Data de sementeira Mário Cunha FCUP MOMENTO DE SEMENTEIRA Em locais com riscos de geadas, escolher da época (momento) e profundidade de sementeira que evite riscos de danos no rizoma devido ao frio. . - Planta não morre, mesmo que ocorra a quebra do rizoma
  • 4. 4 Mário Cunha FCUP SEMENTEIRA PRIMAVERIL Precoce: • situações de solo bem drenado e com aquecimento rápido no inicio de Primavera • permite seleccionar ciclos + longos • evitar condições meteo desfavoráveis na colheita (sazão, acama); • melhor aproveitamento da água (da chuva e/ou do solo) • melhor controlo de infestantes • mercado (produtos precoces => > preço) •Riscos de baixa temperaturas do solo para a germinação •Riscos de geadas Tardia: • para evitar acidentes climáticos (granizo, geadas…) • quando existe dificuldades de trabalhar o solo húmido (solos argilosos e mal drenados) • Risco de não completar a maturação MOMENTO DE SEMENTEIRA Decisão: precoce vs tardia ÉPOCA DE PLANTAÇÃO Plantações na Primaveras - Se existirem riscos de geadas - Precipitações muito irregulares: •Disponibilidade de rega •Maior sucesso para a raiz protegida Plantações no Outono/Inverno: - Sem riscos de geadas - Após as primeiras chuvas (Set/Out) - Solo com temperatura >10ºC - Frondosas => após a queda da folha Durante o repouso vegetativo (Outono até inicio da Primavera) Raíz nua Mário Cunha FCUP Arbóreo/arbustivas
  • 5. 5 ÉPOCA DE PLANTAÇÃO Clima mediterrânico Primaveras muito irregulares: •Maior sucesso para a raiz protegida Plantações no Outono/Inverno: -Após as primeiras chuvas (Set/Out) -Solo quente (temp >10ºC) Estado do tempo: -Evitar dias muito quentes e com elevada irradiância -Dias nublados, sem temperaturas elevadas, e chuvas intermitentes Plantação meados de Setembro Enraizamento meados de Novembro Durante o repouso vegetativo (Outono até inicio da Primavera) Arbóreo/arbustivas MOMENTO DE PLANTAÇÃO Solo - Solo friável Estado do tempo: -Dias nublados, sem temperaturas elevadas, e chuvas intermitentes -Evitar dias: • muito quentes •com elevada irradiância •com ventos fortes Após eleger a época adequada só se deve realizar a plantação quando o estado do tempo e solo reúnam condições favoráveis. Mário Cunha FCUP Arbóreo/arbustivas
  • 6. 6 Mário Cunha FCUP PROFUNDIDADE DE SEMENTEIRA - Aumento da profundidade • disponibilidade de água, temperatura e O2 • alargamento do período sementeira emergência. - Diminuição da profundidade • Riscos: desidratação; arrastamento; fauna. A PROFUNDIDADE DE SEMENTEIRA DEPENDE: - Tamanho da semente • Sementes pequenas => ↓profundidade. (reservas para expansão do hipocótilo até à superfície) - Condições ambientais (edafo-climáticas) - profundidades • Solos de textura pesada • Sementeiras outonais: riscos de desidratação; encurtamento do rizoma => resistência às geadas - ↑profundidades • Solos de textura ligeira • Sementeiras Primavera-Verão tardias REGRA Mário Cunha FCUP PROFUNDIDADE DE SEMENTEIRA/Plantação dimensão Espécies Profundidade (cm) Muito pequenas* Forragens: trevo (branco, morango), agrotis, “poas” Hortícolas: Aipo, salsa, alface, cebola, cenoura, alho porro <1 Pequenas* Forragens: Trevo violeta, luzerna, azevém, festuca Hortícolas: couves, espinafre, pimento, tomate 1 a 3 (<3) Médias Forragens: trevo sub., luzerna, azevém, , tremoço. Industriais : bet., linho, gir., alg., colza, cânhamo. Cereais: trigo, cevada, centeio; triticale e arroz Hortícolas: pepino, melão (2)3 a 5 (< 8) Grandes Favas, feijões ervilhas milho, sorgo, grão-de-bico Hortícolas: melancia, abóbora (3)5 a 8 (<15) Tubérculos Bolbos Bolbos Bolbos Bolbos Batata Gladiolos Tulipa Cebola Lilium 8 a 12 5 a 15 5 a 15 5 a 10 8 a 15 * rolos geralmente suficientes para o enterramento; fazer rega
  • 7. 7 Mário Cunha FCUP Sementeiras e (trans)plantações • Densidade de sementeira/plantação • Geometria de sementeira/plantação • População potencial vs população produtiva Mário Cunha FCUP QUANTIDADE E DISPOSIÇÃO NO TERRENO Compasso ou geometria de sementeira/plantação Disposição espacial das sementes/plantas segundo uma determinada geometria. Esta geometria refere-se à distância entre sementes (ou plantas) situadas na mesma linha (distância na linha) ou em duas linhas contíguas (distância da entre-linha) ou em ambas (sementeiras “monogrão” ou “de precisão”). Nas sementeiras/plantações “em linhas” apenas se garante a equi-distância entre linhas contíguas. Quando não existe uma rectangularidade de sementeira a sementeira designa-se “a lanço”. Enquanto que na sementeira/plantação de precisão a dose è estabelecida em nº de sementes(plantas)/ha(ou m2) nas sementeiras “em linhas” ou “a lanço” considera-se a k(g)/ha(m2). Dose ou densidade de sementeira/plantação é a quantidade semente/plantas por unidade de área utilizado na instalação da cultura para se obter uma população objectivo em determinada fase do ciclo cultural. O calculo da dose de sementeira deve prever as falhas de material vegetal que possam ocorrer ao longo do ciclo cultural e que para além das características da semente deve ter em consideração as praticas culturais (rega, preparação do solo, infestantes…) e condições edafo-climáticas do local. Nas plantações com maiores espaçamentos (vinhas/pomares) as eventuais falhas de plantas que ocorram devem ser colmatadas através da plantação de uma nova planta, operação que se designa retancha. Dose e geometria de sementeira/plantação O desempenho de uma cultura para além da dose depende do modo como se distribuem as sementes/plantas no terreno (geometria). Estes dois parâmetros devem ser seleccionados de modo a obter uma população de plantas em determinada fase do ciclo cultural (geralmente a colheita) que permita optimizar os objectivos definidos para a cultura (produção, qualidade, custos, estéticos). Estes objectivos podem ser conseguidos pelo melhor aproveitamento dos recursos (luz, água, nutrientes), económico (mecanização) ou estético. Em algumas culturas pode-se ser utilizada uma dose mais elevada numa dada época do ciclo sendo posteriormente submetida a monda ou desbaste. Trata-se de situações especificas sendo a operação da monda uma operação muito cara.
  • 8. 8 DENSIDADE DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÃO - Densidade x geometria - Povoamento óptimo é função de: • Tipo de cultura (altura, plasticidade (afilhamento)…. • Fertilidade do solo • Sistema de cultura (factores tecnológicos): • Destino da cultura/variedades • ex girassol ornamental vs arvense; milho silagem/grão • Variedades ↓ porte ⇒ densidade (ex tomate fresco vs conserva) • Ciclo cultural (ciclo curto => ↓densidade) • Rega vs n/rega • Tipo de sementeira (ex. “a lanço” vs “em linha”) • Exigências de mecanização • … Mário Cunha FCUP Espécie pl.m-2 Trigo 150 a 250 Cevada 150 a 230 Centeio 140 a 250 Aveia 130 a 250 Arroz 300 a 500 Milho 7 a 12 Sorgo (forragem) 80 a 140 Sorgo (grão) 10 a 13 Triticale 180 a 220 Leguminosas Luzerna 400 a 500 Tremoço (branco) 30 a 60 Tremoço (amarelo) 130 a 250 Trevos 500 a 900 Vicias 200 a 300 Soja 15 a 60 Feijão (grão) 8 a 25 Grão-de-bico 25 a 45 Favas 15 a 50 Lentilhas 100 a 150 Espécie pl.m-2 Algodão 50 a 100 Cartamo 25 a 50 Colza 50 a 180 Girassol 6 a 12 Linho 100 a 400 Beterraba 6 a 9 Cenoura 50 Alface 12 Salsa 20 Coentros 20 Espinafre 35 Nabo 35 Rabanete 300 POPULAÇÃO PRODUTIVA Intervalos dos valores mais frequentes. Valores diferentes do intervalo podem ocorrer: condições ambientais e de sistema de cultura (Villalobos et al, 2002)
  • 9. 9 SEMENTEIRA/PLANTAÇÃO Conceito - Dose de sementeira/plantação: •Quantidade de semente por unidade de área •Unidades utilizadas Grandes densidades (trigo, trevos) o Sementeira a lanço ou linhas o Dose => kg/ha (Ex. trigo 100 a 200 kg/ha) Pequenas densidades (milho, soja) e arbóreo arbustivas (vinha, pomares) o Sementeira monogrão ou plantação com geometria definida o Dose => nº sementes/ha ou plantas/ha (Ex. milho 70 a 120 x 103 sementes/ha; Vinha 2000 a 5000 pl/ha) - População produtiva •Nº de plantas que atinge a maturação •Previsão das falhas •A dose de sementeira deve ser calculada de forma a incluir a previsão das falhas. Mário Cunha FCUP TIPOS DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÕES a lanço monogrão ou precisão a golpes em faixas em linhas Hexágono Mário Cunha FCUP 2
  • 10. 10 hexágono Na sementeira/plantação em hexágono cada planta está rodeada por seis vizinhas equidistantes. Este sementeira é apropriada para plantas com canopia circular em trono do seu eixo, como é o caso da beterraba, Este tipo de geometria é difícil de executar mecanicamente e dificulta os trabalhos posteriores (colheita, controlo de infestantes), sem que se verifiquem acréscimos significativos de produção. Por este motivos, este tipo de sementeira não é muito utilizada, sendo preferível a sementeira em linhas. A sua utilização já pode ser utilizada em plantações com maiores espaçamentos (caso da alface/couves… Também designada horto francês Mário Cunha FCUP Exemplos sementeiras, - “a lanço” e “em linhas”: forragens, pastagens, cereais, tremocilha, relvados - “monogrão”: milho, sorgo, girassol, ervilha, soja, algodão - “a golpes”: arroz, semeados em seco - “em faixas”: cenoura e várias hortícolas. Exemplos (trans)plantações, As plantações de arboreo/arbustivas também seguem uma geometria idêntica às sementeiras. Por exemplo a sementeira de vinhas e pomares aproxima-se do modelo monogrão. No caso de arvores com copa muito larga (ex citrinos) a plantação pode ser do tipo a planta e/ou em alguns casos do tipo hexagonal. No caso de espécies como a framboesa, com grande capacidade de afilhamento a plantação aproxima-se do tipo “em linhas”. TIPOS DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÕES Mário Cunha FCUP Densidade óptima A Densidade óptima refere a população produtiva que submetida a um dado sistema de cultura permite utilizar de forma eficiente os recursos e fatores disponíveis para atingir determinado objectivo previamente estabelecido. A densidade óptima de uma cultura está influenciada por muitos factores incluindo: - Os níveis dos diferentes recursos e factores disponíveis - Decisões tecnológicas ao nível do sistema de cultura: destino da cultura, duração do ciclo vegetativo, mecanização, tipo de sementeira…. Recurso vs factores: Ambos interferem na ecofisiologia, mas os recursos são consumidos no processo produtivo (ex. água, nutrientes), enquanto que os factores não são consumidos (ex. temperatura, radicação…). Todavia, no caso de culturas instaladas com uma geometria bem definida (pomares, vinhas, milho soja…), a densidade óptima para além do número de plantas por unidade de área depende da geometria da sua disposição sobre o terreno. Neste caso, através da geometria de sementeira é possível atenuar alguns dos inconvenientes atribuídos às elevadas densidades: dificuldade de mecanização e melhor aproveitamento dos recursos como por exemplo a radiação. Exemplos O milho tradicionalmente é semeado em linhas pareadas equidistantes (ex 70-75 x 14). Todavia podemos recorrer a sementeiras com linhas pareadas para aumentar a densidade de sementeira e, consequentemente também a produção, sem riscos de excessiva competição pela radiação. Os primeiros resultados apontam para um aumento consistente da produção. Necessidade de investigar a operacionalidade, custos e a qualidade.
  • 11. 11 Mário Cunha FCUP Densidade óptima A variação da densidade de plantas num cultura determina a ocorrência de numerosos processo de interferência entre as plantas individualmente e que se manifesta em dois níveis: competição intra-especifica (1) e competição por recursos (2). 1. É importante a plasticidade morfológica para ocupar quantidades variáveis de espaço. A ramificação (incluindo o afilhamento das gramíneas), é um elemento básico da plasticidade (ver figura). O risco de mortalidade que cresce com a densidade de plantas actua como um mecanismo regulador de retroalimentação negativa sobre o tamanho da população (autodesbaste) ou dimensão dos individuos (morfologia ex. estiolamento). 2. O ambiente que corresponde a uma planta altera-se em função da densidade através dos seguintes aspectos: 2.1. Intensidade de radiação e qualidade da luz recebida em diferentes níveis da canopia 2.2. Disponibilidade de água 2.3. disponibilidade de nutrientes 2.1. Radiação: Com o aumento da densidade de plantas verifica-se: • um aumento da radiação interceptada sendo menor a radiação que chega ao solo para evaporar água. Todavia, a disponibilidade de água e nutrientes para cada individuo diminui, o que pode limitar a sua capacidade de crescimento. • A qualidade da luz modifica-se nomeadamente na relação vermelho (V; 670 nm) e do IV próximo (IV; 760 nm). Em média a relação V/IR da radiação solar é de 1.15. Atendendo a que a radiação V absorvido pelos pigmentos, a luz transmitida ou reflectida pela vegetação em situações de elevada densidade no interior da canópia a relação R/IV pode apresentar valores muito baixos (0, 1 a 0,5). Esta baixa relação R/IV é detectada pelos fitocromos e, em algumas espécies, pode provocar alterações morfológicas, tais como: aumento do crescimento em altura, redução da formação de ramificações laterais caules. • Outra importância reside no caso de especies arboreo/arbustivas na menor diferenciação dos gomos que recebem menor quantidade de luz de que resulta numa menor produção. Plasticidade das plantas a) O afilhamento permite-lhes alcançar o mesmo nº de espigas e rendimento final por unidade de supeficie, num amplo intervalo de densidades de plantas. b) Em plantas sem afilhamento (ex. milho) a plasticidade é baixa o intervalo de densidade de população óptima localiza-se num intervalo estreito.
  • 12. 12 Mário Cunha FCUP Densidade óptima Mecanismos genéricos de competição entre as plantas As respostas das culturas à competição originada pela elevada densidade são: - Redução do crescimento expansivo (vigor) e do peso (por planta e/ou fruto). Reduz-se portanto o índice de área foliar por planta e, consequentemente a radiação interceptada por planta. - Redução do número de caules por planta (gramíneas com afilhamento). - Aumento ou diminuição do índice de colheita . Para valores muito baixos de densidade a biomassa produzida (ao nível de uma planta) é elevada. Todavia, pode ser relativamente elevada em comparação com a capacidade biológica da produção de frutos ou sementes, o que implica uma diminuição do IC. Noutros casos (ex. milho) uma densidade muito elevada conduz a uma grande % de plantas estéreis que não produzem sementes. Ex. milho grão em sementeira monogrão e milharada (milho semeado “a lanço”). - Redução do número de grãos por planta e/ou peso unitário dos grãos - Alteração da repartição de MS entre órgãos da planta: aumento de MS nos caules e redução nas folhas. Em geral ocorre um aumento da altura (competição pela luz) e uma redução do diâmetro dos caules, que diminui a sua resistência mecânica com riscos de acama. - Aceleração da senescência folear (geralmente as folhas basais) em resposta ao baixo nível de radiação. Esta senescência precoce das folhas, para além dos efeitos na produtividade fotossintética da canópia, são fonte importante de doenças e podem diminuir a qualidade da produção. - Alterações da qualidade do produto colhido e diminuição do tamanho dos produtos colhidos: grão, frutos, tubérculos e bolbos. Pode ser uma desvantagem (ex. frutos secos e frutos fescos) ou vantagem (ex. couve flor para mercados especificos). DENSIDADE OPTIMA Mário Cunha FCUP Depende: da cultura/recursos disponíveis/ decisões tecnológicas - ↓aproveitamento dos recursos: ♦água, nutrientes, radiação; - Infestantes - ↑heterogeneidade das plantas - Menor produvidade - Microclima desfavorável ♦ doenças ♦↓prd fotossintetica ♦ ↑senescência folhas basais - Estiolamento => acama - Excessiva competição ♦elevada irregularidade ♦ ↓peso fruto ou planta ♦ ↓nº de caulas nas gramineas ♦ ↑mortalidade = autodesbate - qualidade da produção?
  • 13. 13 Mário Cunha Intensivo* •>2000arv/ha; •8000 a 10000 kg/ha; rega OLIVAL Semi-intensivo (250 a 300 arv/ha; 3500 a 5000 kg/ha; rega) Tradicional: •<150 arv/ha, •<1000 a 1500 kg/ha Colheita mecânica: Vinha/Olival * Por vezes designado super-intensivo Densidade: Decisão tecnologica DENSIDADE DE SEMENTEIRA/PLANTAÇÃO - Decisão tecnológica • … A densidade de plantação da couve flor influencia a dimensão da inflorescência. Assim o produtor pode jogar com a densidade de plantação em função das preferências do consumidor por inflorescêncas grandes (>700 g) ou pequenas <700g). Couve flor plantada com elevada densidade para obtenção de inflorescências pequenas
  • 14. 14 Mário Cunha FCUP DENSIDADE DE SEMENTEIRA Factores principais a considerar*: 1- EDÁFICOS •fertilidade => densidades + elevadas •regime hídrico => densidade + elevada - regadio: beterraba: 90 a 100.000pl.ha-1; girassol: 60.000 pl.ha-1 - sequeiro: beterraba: 40 a 45.000pl.ha-1; girassol: 15 a 20.000 pl.ha-1 * Permitem escolher o melhor valor dentro intervalo de variação do quadro anterior 2- FACTORES TECNOLÓGICOS • ciclo: cultivares de ciclo mais curto => densidade • porte: cultivares de porte + baixo => densidade •utilização: produção de grão < forragem (milho) Mário Cunha FCUP Relação entre o rendimento e densidade de sementeira de varieades de girassol com diferente duração do ciclo cultural DENSIDADE DE SEMENTEIRA Decisões tecnológicas Duração do ciclo cultural* *depende da cultivar
  • 15. 15 Mário Cunha FCUP DENSIDADE DE SEMENTEIRA Níveis de fertilidade Relação entre o rendimento e densidade para distintos níveis de fertilidade N1<N2<N3 Mário Cunha FCUP DENSIDADE DE SEMENTEIRA Quebras de população*: (Valores indicativos) População potencial (sementes) População produtiva/”objectivo” (plantas); definido previamente População nascida Pop prd (plantas/m2))= Pop Potencial x VC x [(1-P1) x (1-P2)] Valor cultural (VC) => VC (%) = GP x FG Perdas entre germinação e emergência P1 = 5 a 8% Perdas entre emergência e colheita P2 = 5 a 10% Condições culturais e ambientais *entre sementeira e colheita População potencial vs População produtiva)
  • 16. 16 Mário Cunha FCUP DENSIDADE DE SEMENTEIRA De forma a maximizar a produção de milho a população produtiva (PP) deve ser de 100.000pl.ha-1, considerando as características das sementes calcule: a) Considerando os dados técnicos da semente e sementeira, qual deverá qual deverá ser a densidade de sementeira. - Dados técnicos da semente e sementeira •FG = 90%; GP = 99%, •P1 = 7%, P2 = 9%. b) Sabendo que a distância entre linhas (EL) é de 65cm, calcule a distância na linha (L) para uma população produtiva de 100000 pl ha-1. a) Pop. Potencial (PP) = Pop prd/[(1-P1) x (1-P2) x VC] PP = 100.000/[(1-0,07)(1-0,09)x0,89] = 132.766 sementes. ha-1 Densidade de sementeira/população produtiva/geometria de sementeira b) Distância na linha (L) 1 planta ocupa ------- (Lx EL) m2 132766 plantas ------- 10000 m2 L = 11,6 cm Mário Cunha FCUP DENSIDADE DE SEMENTEIRA Calcular a semente de trigo necessária para obter uma densidade de 200 plantas/m2 se a percentagem de plantas viáveis que emergem é de 80% e a semente tem uma viabilidade de 0.95. a) O PMS de trigo pesam entre 33 a 45 g b) Considerando um valor intermédio para o PMS de 39 g c) obtemos Densidade de sementeira/população produtiva/geometria de sementeira Em peso: Qs = (102,63) 103 kg/ha a) Pop. Potencial (PP) = Pop prd/[(1-P1) x (1-P2) x VC] PP = 2.000.000/[(1-0,05)(1-0,2)] = 2.631.579 sementes. ha-1