O documento resume as principais infecções oportunistas na aids, incluindo suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. O documento discute infecções como candidíase, pneumocistose, tuberculose, histoplasmose e várias infecções do sistema nervoso central. O documento também aborda quimioprofilaxias primárias para prevenir infecções como Pneumocystis jirovecii e Toxoplasma gondii.
Atualizacoes Aprendizados e Perspectivas Pandemia Covid
Hiv aids infeccoes oportunistas 2020
1. Infecções Oportunistas na Aids
Atualização 2020
Alexandre Naime Barbosa MD, PhD
Professor Doutor - Infectologia
Educação Médica Continuada
Nov/2020 - On-Line - Brasil
2. Vínculos e Conflitos de Interesse (CFM e ANVISA)
Vínculos:
- UNESP/Medicina: Professor Doutor MD PhD, Chefe do Departamento de Infectologia
- HC FMB Botucatu: Chefe da Infectologia e Infectologista Público e Privado
- SAE Infectologia Botucatu: Diretor Clínico e Responsável por HIV, VHB, VHC e HTLV
- Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI): Especialista e Membro Titular
- Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI): Comitê Científico de Terapia do HIV
- SBI: Membro da Comissão do Título de Especialista
- Ministério da Saúde - Médico de Referência em Genotipagem do HIV
- HC FMB Botucatu: Coordenador do Grupo Técnico Médico da COVID-19
Sem Potenciais Conflitos de Interesse nessa Apresentação
3. Declaração de Conteúdo e de Uso da Apresentação
O material que se segue faz parte do projeto didático do
Prof. Dr. Alexandre Naime Barbosa
Objetivos
1. Ensino: Treinamento de Estudantes e Profissionais da Área de Saúde;
2. Extensão: Facilitar o Contato da População em Geral com Conceitos Científicos;
3. Científico: Fomentar a Discussão Científica e Compartilhar Material Didático.
Autoria e Cessão
1. Conteúdo: Os dados contidos estão referenciados, em respeito ao autor original;
2. Uso: Está permitido o uso do material, desde que citada a fonte;
3. Contato: fale com o autor e conheça o seu projeto didático em:
15. HIV/Aids: Infecções Oportunistas nos Dias de Hoje
Apesar da disponibilidade de TARV, as IOs continuam a causar considerável morbidade e
mortalidade
Razões principais:
1. Pessoas infectadas pelo HIV que desconhecem sua infecção. Muitos apresentam a IO como
indicadora inicial de sua doença: testagem precoce e universal
2. Pessoas que sabem que são infectadas por HIV, mas não tomam TARV devido a problemas
psicossociais ou econômicos;
3. Pessoas que estão em TARV, mas não atingem um nível virológico e resposta imunológica,
• baixa adesão
• farmacocinética desfavorável
• fatores biológicos inexplicáveis.
18. HIV/Aids: Candidíase Oroesofageana
Diagnóstico:
Presuntivo: disfagia + candidíase oral
Definitivo: Endoscopia com biópsia ou citologia de material de superfície mucosa
Tratamento:
Fluconazol VO ou EV
Oral:
150-200 mg – 5 a 7 dias
Esofageana:
400 mg/dia- 3 dias ou
400 mg primeiro dia e depois 200 mg/dia por 10-14 dias
Alternativos: itraconazol ou posaconazol ou voriconazol
ou caspofungina
19. HIV/Aids: Pneumocistose
Agente etiológico: Pneumocystis jirovecii. (fungo que infecta humanos)
A primo-infecção ocorre em geral na infância e cerca de 2/3 das saudáveis
entre 2 e 4 anos têm anticorpos contra P jurovecii.
A doença ocorre ou por nova aquisição ou por reativação.
É a infecção pulmonar mais comum em PVHIV com TCD4 <200/mm3.
Os sintomas mais comuns são:
dispneia progressiva (95%);
febre (>80%);
tosse seca e progressiva(95%);
desconforto torácico;
perda de peso;
calafrios;
hemoptise (raro).
20. HIV/Aids: Pneumocistose
Diagnóstico
O DHL está elevado (>220 U/l) em cerca de 90% dos casos
Diag. Definitivo: Identificação do P. jirovecci no material colhido por meio de
colorações.
Giemsa, Diff-Quick e Wrigt, detectam tanto as formas císticas
quando as tróficas, mas não coram a parede do cisto. Metanaminaprata de
Grocott-Gomori ,Gram-Weigert, violeta de cresil e azul de toluidina coram a
parede do cisto.
PCR para PCP é um método sensível e específico,
mas não pode distinguir de forma confiável a colonização da doença
Diagnóstico Final: Achados Clínicos + Alterações Laboratoriais + Imagem
Compatível = Diagnóstico Presuntivo e Tratamento Empírico
21. HIV/Aids: Pneumocistose
O tratamento dependerá da gravidade da doença:
PNEUMONIA LEVE A MODERADA - PaO2 ≥70 mmHG:
Esquema preferencial:
SMX-TMP, com 15-20mg de TMP/kg/dia e 75-100 mg de SMX / kg/diaV.O.a cada seis ou oito
horas, por 21 dias.
Esquema alternativo:
Clindamicina 300mg V.O.a cada seis horas + primaquina 15-30mg oral uma vez ao dia, por 21
dias (verificar se há para deficiência de G6PD).
Dapsona 100 mg/dia (verificar se há para deficiência de G6PD) + Trimetoprima 3 a 5 mg/kg/dia
(não disponível no nosso meio).
Atovaquone 750 mgV.O 12/12 horas com alimentação (não disponível no nosso meio).
22. HIV/Aids: Pneumocistose
Tratamento
PNEUMONIA MODERADA A GRAVE - PaO2< 70 mm HG:
Esquema preferencial
SMX-TMP (5mg/kg de TMP e 25 mg/kg/dia SMX) E.V. a cada seis ou oito horas. O tempo total de
tratamento é de 21 dias
Esquemas alternativos:
Clindamicina 600mg EV a cada seis ou oito horas + primaquina 15-30mg VO uma vez ao dia (verificar
se há para deficiência de G6PD).
Pentamidina1 x 4 mg/kg/dia EV (infundida em 60 min). É possível reduzir a dose para 3 mg/kg/dia EV
em caso de toxicidade.
TERAPIA ADJUNTIVA COR CORTICOSTERÓIDE
Se PaO2<70 ou gradiente de O2 alvéolo/capilar>35 mmHg
Iniciar prednisona, preferencialmente, 15 a 30 min antes do TMP/SMX.
23. HIV/Aids: Tuberculose
• O risco estimado de desenvolver tuberculose (TB) é 16 a 27 vezes maior em pessoas
vivendo com HIV do que entre aqueles sem infecção pelo por este vírus.
• A TB é a principal causa de óbito entre PVHIV no mundo.
• O Brasil ocupa o 20° lugar na lista dos países com a maior incidência de tuberculose
no mundo da OMS, com 84000 casos registrados em 2015 .
• Todas as pessoas com tuberculose devem ser testadas para HIV.
• Devemos suspeitar de TB pulmonar em qualquer paciente infectado pelo HIV com
sintomas respiratórios, em especial se relata perda de peso, suores noturno e febre.
24. HIV/Aids: Tuberculose
• Em caso de admissão hospitalar- área onde seja possível precaução respiratória.
• Fazer BAAR o mais rápido possível.
• Se Teste Rápido Molecular para TB (GeneXpert) está disponível deve ser feito como
o primeiro teste para todos os pacientes infectados pelo HIV e suspeita de TB
pulmonar e qualquer paciente em quem a TB é resistente aos medicamentos.
• Esfregaço de escarro negativo para BAAR representa 30-60% de todos os casos de
TB pulmonar em áreas de alta prevalência de TB/HIV
• O TRM-TB apresenta sensibilidade de 69% em pacientes com baciloscopia negativa
e 97% em pacientes com baciloscopia positiva .
25. HIV/Aids: Tuberculose
Até 40% dos pacientes com TB/HIV poderão ter formas extrapulmonares associadas
Decisão Terapêutica da TB: Aspectos clínicos + Exames de Imagem + Laboratorais
Em pacientes com CD4+ < 50 céls/ mm³ ou com sinais de imunodeficiência
avançada: iniciar tratamento para TB e em 2 semanas, iniciar TARV.
Nos demais pacientes: Iniciar tratamento para TB e na 8ª semana, iniciar TARV.
A TARV deverá seguir as normas do PCDT vigente.
26. HIV/Aids: Histoplasmose
Rx normal ou geralmente com infiltrado intersticial ou reticulonodular, com ou sem
adenomegalia mediastinal.
História epidemiológica é um dado importante.
Pancitopenia e LDH muito elevado (>800UI/l)
Pesquisa de fungos em creme leucocitário e mielograma
27. HIV/Aids: Infecções Oportunistas em SNC
Comprometimento do SNC na aids:
diretamente relacionados à infecção pelo HIV e a alteração inflamatória → complexo
demência da aids,
Encefalite,
neoplasias,
relacionado a infeções oportunistas (IO).
Os sintomas neurológicos comuns:
incluindo cefaléia, convulsão, estado mental alterado ou déficits neurológicos focais
As condições que mais comumente afetam o SNC do paciente infectado pelo HIV são a
meningite criptocócica, a toxoplasmose, a tuberculose e o linfoma.
A meningite bacteriana deve estar no diferencial e, a menos que seja feito um diagnóstico
alternativo definitivo, é razoável iniciar o tratamento empírico enquanto aguarda
resultados adicionais.
Sífilis deve estar sempre dentro das possibilidades diagnósticas.
48. HIV/Aids: Quimioprofilaxias Primárias
QUIMIOPROFILAXIAS:
Se a suspeita é de aids, início imediato de quimioprofiaxia para:
Pneumocystis jirovecii e Toxoplasma gondii com:
• Sulfametoxazol/Trimetoprim
CD4+ ≤200 800/160 mg -3x semana
CD4+ ≤100 800/160 mg - 1x/dia.
Complexo Mycobacterium avium
Não é mais recomendada pelo DHHS (Estudo HOPS)
Tuberculose
Tratar tuberculose latente em PVHIV com CD4 < 350, sem evidência de doença (Isoniazida)
49. Obrigado pela Atenção!
SAE de Infectologia UNESP HC UNESP Botucatu Faculdade de Medicina UNESP
@dr.alexandre.naime.barbosa @drbarbosa
Alexandre Naime BarbosaDr. Alexandre Naime Barbosa