3. COLETA DE LCR PARA DIAGNÓSTICO DE
MENINGITE BACTERIANA
MATERIAL : LCR obtido por punção lombar espinhal ;
PROCEDIMENTO :
Após desinfetar a pele lombar, o paciente deita de lado, com o
tronco dobrado para frente, a fim de separar as apófises espinhais
das vértebras lombares;
Sob anestesia local, introduz-se uma agulha no canal espinhal,
entre a terceira e a quarta vértebras..
4. COLETA E TRANSPORTE DE LCR E SANGUE PARA
DIAGNÓSTICO DE MENINGITE BACTERIANA
M a teria l E xame V olum e M eio de c ultura C ons erva ç ã o a té
c línic o entreg a no
la bora tó rio
LC R Q uim ioc itoló g 1 - 2 ml 1 tubo de vodro ¬entreg a im edia ta
ic o + es téril
B a c terioló g ic ¬a té 3 hora s ,
o m a nter em
tem pera tura
a m biente
¬po r m a is de 3
hora s ,
m a nter a 4 °C
C ultura 0,5 - 1,0 m l 1 tubo de a g a r ¬s em ea r
c hoc ola te im edia ta m ente -
a té 3 hora s , m a nter
a 36 °C (nunc a
refrig era r)
L á tex 0,5 m l 1 tubo de vidro ¬m a nter a 4 °C
es téril ¬viá vel
a té 5 dia s a 4 °C
S a ng ue H em oc ultura 10 - 20 % fra s c os de ¬s em ea r
hem oc ultura (T B S im edia ta m ente
ou B H I c om S P S ) ¬m a nter a 36 °C
9. MENINGITE BACTERIANA
INTRODUÇÃO
Meningite bacteriana é uma infecção grave das membranas que envolvem o
sistema nervoso central, causada por diferentes agentes, destacando-se:
Neisseria meningitidis;
Haemophyllus influenzae tipo b(Hib);
Streptococcus pneumoniae;
10. INTRODUÇÃO
A maioria dos casos ocorre em crianças com menos de 6 anos
de idade;
A taxa de mortalidade varia com a idade do paciente e com o
microrganismo envolvido;
sintomas como febre alta, dor de cabeça, rigidez na nuca,
náusea, vômito e sintomas neurológicos são observados;
A doença tem evolução rápida, levando à morte ou deixando
graves seqüelas irreversíveis, como retardo mental e surdez;
O diagnóstico laboratorial fundamental para caracterizar o tipo
de meningite e seu agente etiológico.
11. INTRODUÇÃO
Grande número das meningites notificadas, são
classificadas como “Meningites Bacterianas Não
Especificadas”( MBNE) ficando o diagnóstico baseado
na sintomatologia e outros parâmetros clínicos
Critério Diagnóstico : Clínico ou Quimiocitológico;
Desafio: Entender o número elevado de MBNE;
Quais os fatores que contribuem para a alta ocorrência?
13. Meningite Meningocócica
Neisseria meningitidis
Patógeno estritamente humano
Portador assintomático:
prevalência: 5%–10%
<1% dos portadores se tornam
Sintomáticos;
Transmissão:
Secreção respiratória
Contato direto
Período de incubação : 2–10 dias Coloração Gram
Neisseria meningitidis é a única bactéria capaz
de provocar surtos e epidemias de meningite
14. Neisseria Meningitidis
Componentes da Membrana Celular
Membrana citoplasmática
Espaco periplásmico
Membrana citoplasmática Membrana externa
Lipooligossacáride
Pili
Cápsula polissacarídica
(sorogrupo)
Proteínas de membrana externa
(sorotipo/sorosubtipo)
Fosfolípede
15. Neisseria meningitidis
Classificação
Sorogrupo
12 sorogrupos baseados no polissacáride
capsular
5 sorogrupos - A, B, C, W135, e Y- causam
maioria da doença;
Sorotipo e sorosubtipo
Baseado nas proteínas de membrana externa
incluindo as proteínas de classe 2 e 3 (porB) e
proteínas de classe 1(porA);
Imunotipo
Baseado no lipooligossacáride
16. Meningite Meningocócica
Diagnóstico laboratorial
Amostras: Sangue (hemocultura), líquor com suspeita de
meningite, são enviadas ao LACEN para a realização da
Cultura ,Contra-Imunoeletroforese e PCR
Exame Físico do líquor
Aspecto – turvo
Exame citológico
Quantitativo – contagem total dos leucócitos
Cito-morfológico – contagem específica das células
Exame Bioquímico
Determinação da proteína total – aumentada
Determinação da glicose – diminuída
17. Meningite Meningocócica
Diagnóstico laboratorial
Esfregaço do Liquor corado pelo Gram: DGN –
associados a neutrófilos
18. Meningite Meningocócica
Diagnóstico laboratorial
Cultura:
Meio Agar chocolate em atm. de CO2 e umidade;
Fatores V(NAD) e X (hemina);
Colônias pequenas(1,5mm), mucóides, convexas,
brilhantes e translúcidas.
Cultura em meio Agar chocolate
20. Meningite Meningocócica
Diagnóstico laboratorial
Identificação:
Teste de aglutinação em látex: Detecção de antígenos antígenos
capsulares no líquor;
Prova + Prova -
Teste sorológico para determinação do sorogrupo: utilizando anti-soros
aglutinantes específicos;
Contra Imuno Eletroforese (CIE) – pesquisa de antígenos
bacterianos no liquor: o liquor é submetido a um campo
elétrico juntamente com anti-soros específicos –
para determinação do sorogrupo. CIE
21. Meningite Pneumocócica
Agente etiológico: Streptococcus pneumoniae;
Gênero: Streptococcus;
Espécie : Streptococcus pneumoniae;
Morfologia e Fisiologia:
Diplococos gram positivos;
Possui mais de 80 sorotipos;
A cápsula antifagocítica é o seu fator de virulência
O tipo 3 é o mais virulento.
Microbiota transitória da nasofaringe;
Transmissao: Respiratória.
22. Meningite Pneumocócica
Diagnóstico laboratorial
Esfregaço de liquor corado pelo Gram
DGP associado a Neutrófilos
23. Meningite Pneumocócica
Diagnóstico laboratorial
CULTURA
Meio Agar-sangue em atmosfera de CO2 e
umidade;
Colônias alfa-hemolíticas
24. Meningite Pneumocócica
Diagnóstico laboratorial
1967 - foram reportadas na Austrália as primeiras
cepas de S.pneumoniae Penicilina – Resistente;
1974, nos Estados Unidos;
1992 - Hungria, 69 % dos isolados de S.pneumoniae
eram resistentes a Penicilina;
No Brasil, há relatos de surgimento de cepas
resistentes a Penicilina partir de 1993;
27% dos pneumococo atualmente apresenta
resistência intermediária e alta à Penicilina,
25. Meningite Pneumocócica
Diagnóstico laboratorial
LACEN - CE (2003 a 2007) foram isolados10
casos de S.pneumoniae resistentes a Penicilina:
2003 – 2 isolados;
2004 – 3 isolados;
2006 – 5 isolados.
26. Meningite Pneumocócica
X Mortalidade
2006 - 4 pacientes com diagnóstico de
S.pneumoniae por cultura foram a óbito:
Meningite Pneumocócica
02 amostras - Hospital São José;
e Mortalidade
02 amostras - SVO
28. Meningite por Haemophilus
Diagnóstico Laboratorial
ESFREGAÇO CORADO PELO GRAM:
Bacilos Gram negativos pleomórficos;
Prova do satelitismo;
Necessidade de fatores de crescimento V e X;
Soro aglutinação em lâmina com soro
polivalente.
29. Meningite por Haemophilus
Diagnóstico Laboratorial
ESFREGAÇO CORADO PELO GRAM:
Bacilos Gram negativos pleomórficos;
Prova do satelitismo;
Necessidade de fatores de crescimento V e X;
Soro aglutinação em lâmina com soro
polivalente.
30. ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO
LACEN, 2004
N.meningitides B 33
Outros 30
N.meningitides B
N.meningitides C
H.influenzae
N.meningitides C 2 S.pneumoniae
Outros
S.pneumoniae 20
H.influenzae 3
453 amostras, 88 (19,4%) tiveram seu agente etiológico
identificado;
Dentre as meningites meningocócicas, a incidência maior foi do
sorogrupo B.
31. ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO
LACEN, 2005
ISOLADOS DE CULTURA DE LCR EM 2005
N.meningitides B N.meningitides B
Outros 17
20 N.meningitides C
S.pneumoniae
N.meningitides C 3 Outros
S.pneumoniae 13
465 amostras, 50 (11%) tiveram seu agente etiológico identificado;
A partir deste ano não foi mais isolado H.influenzae.
32. ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO
LACEN, 2006
ISOLADOS DE CULTURA DE LCR EM 2006
N.m eningitides B
15 N.meningitides B
Outros 30 N.meningitides C
N.m eningitides C 3
S.pneumoniae
Outros
S.pneum oniae 20
599 amostras, 68 tiveram seu agente etiológico identificado;
O Streptococcus pneumoniae foi mais predominante que as
meningites meningocócicas.
33. ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO
LACEN, 2007
614 amostras, 39 (6,4%) tiveram seu
agente etiológico Identificado;
O Streptococcus pneumoniae foi mais
predominante que as meningites
meningocócicas
34. ISOLADOS DE CULTURAS DE LCR NO
LACEN, 2008
Foram analisadas 816 amostras de LCR,
54 (6,6%), tiveram seu agente etiológico
identificado;
O S.pneumoniae, 14 (29%) foi mais isolado
que N.meningitidis B, 11(20%);
Foram isoladas, 4(7,9%) de N.meningitides
C.
35. CONCLUSÃO
Os dados representam apenas os casos com diagnóstico laboratorial
com a identificação do agente etiológico;
Não representa a totalidade dos casos ocorridos dura o ano;
Representa um subconjunto de um conjunto maior de dados que devem
ser levantados, para se CONHECER E ANALISAR o perfil epidemiológico,
a evolução e as tendências das MB no Ceará;
Diante da gravidade e alto índice de mortalidade, as MB representam um
grave problema de saúde pública;
É fundamental a participação dos profissionais de saúde na
NOTIFICAÇÃO DOS CASOS, NO DIAGNÓSTICO PRECOCE, e
TRATAMENTO;
O APOIO LABORATORIAL é muito importante para esclarecer o ag.
etiológico, para o desenvolvimento de ações de saúde, que permitam
reduzir a disseminação, a morbidade e mortalidade da doença..
36. Equipe do LACEN-CE
Iracema Patrício
Lucia Portela
Maria do Carmo Maciel
Maria do Carmo Vidal
Núbia Salviano
Rozzelê Ângelo
iracemapatricio@lacen.ce.gov.br