2. DESENVOLVIMENTO DE CARREIRAS
Carreira é uma sucessão ou seqüência de cargos ocupados por uma pessoa ao longo de
sua vida profissional. A carreira pressupõe desenvolvimento profissional gradativo e cargos
crescentemente mais elevados e mais complexos. É um processo formalizado e seqüencial que
visa o encarreiramento dos funcionários que tem potencial para ocupar cargos mais elevados.
É alcançado quando as organizações conseguem integrar o processo com outros programas de
RH, avaliação de desempenho, T&D e planejamento de RH.
As principais ferramentas utilizadas pelas organizações para o desenvolvimento de
carreiras são :
Avaliação organizacional Auto avaliação
Centros de avaliação Descrição dos cargos
Testes psicológicos Manuais de carreira
Avaliação de desempenho Wokshops s/
Provisões de promoção COMPATIBILIDADE planejamento de
Planejamento de RH carreiras
Planejamento de sucessão
1. centros de avaliação : técnicas de seleção de talentos, entrevistas, exercícios
dirigidos e jogos de empresas. Estes centros ajudam nas forças e fraquezas dos
candidatos e na compreensão de suas habilidades, direcionando suas carreiras
2. testes psicológicos : servem para compreender melhor seus interesses
3. avaliação de desempenho: acompanha o desempenho nas atividades e desafios
profissionais
4. provisões de promoção : são julgamentos quanto ao avanço do potencial dos
empregados. Identificam pessoas potenciais e ajuda na melhoria do conhecimento
e experiências
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3. 5. planejamento de sucessão : preparo das pessoas para preender posições mais
complexas.
Além dessas ferramentas é necessária a orientação aos funcionários :
aconselhamento individual (entrevistas)
serviços de informação aos funcionários (divulgação de vagas)
inventários de habilidades (banco de dados das habilidades)
mapas de carreiras (organograma)
Carreira
É a mobilização ocupacional, o caminho a ser trilhado por um profissional, ou seja, é
um caminho estruturado e organizado no tempo e no espaço que pode ser
percorrido por alguém.
Carreira são as seqüências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante
a vida de uma pessoa.
O papel da pessoa na gestão da carreira
A empresa cada vez mais está preocupada em estimular as pessoas a planejar suas
carreiras. Dois motivos direcionam tal caminho:
A busca de posicionamento mais competitivo em seus mercados tem
conduzido as empresas à redefinição do perfil exigido de seus recursos
humanos;
estímulo para que as pessoas planejem suas carreiras, tornando-as mais
empreendedoras.
A ausência de um projeto profissional leva as pessoas a situações de riscos
Armadilhas profissionais trabalho que demanda pouco dos pontos fortes e
muito dos pontos fracos;
Falta de foco;
Alternativas restritas visão limitada das alternativas de desenvolvimento
profissional.
Estabelecimento de um projeto profissional
Manuais de autopreenchimento
Workshops de planejamento de carreira
Suporte de consultores especializados
Etapas para a construção de um projeto profissional
Autoconhecimento: o saber-se, o conhecer-se, o olhar-se
Conhecimento do mercado
Objetivos de carreira
Estratégias de carreira
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4. Plano de ação
Acompanhamento do plano
O papel da empresa na gestão de carreira Sistema de Administração de
Carreira
Princípios: o sistema deve ter princípios que representam os compromissos
acordados entre a empresa e as pessoas;
Estrutura de carreira: a estrutura de carreira define a sucessão de posições,
sua valorização e seus requisitos de acesso;
Instrumentos de gestão: estes dão suporte à relação contínua entre as
pessoas e a empresa;
Definição de papéis.
Efetividade da carreira da pessoa e da empresa
Plano de Carreira
Uma nova perspectiva de Carreira
Objetivo
Definição
Por que Carreira sem Fronteiras?
Metáfora da Carreira
Perfil do Professor
Doze passos para Aprendizagem Criativa
Definição de Carreira
De acordo com Martins (2001), etimologicamente, a palavra “carreira” origina-
se do latim via carraria, ou estrada para carros.
No Século XIX, passou-se a utilizar o termo para definir trajetória de vida
profissional.
Até recentemente, relacionada a estrutura organizacional ou ocupações.
O indivíduo iniciava uma dessas carreiras (estradas pré-existentes), sabendo,
de antemão, o que esperar do percurso.
Carreira no passado:
Como linear e vertical;
Os trabalhadores possuíam maior estabilidade no emprego
Oportunidades para o profissional tanto do sexo masculino
Principais causas do declínio da carreira tradicional:
penetração crescente das mulheres no mercado de trabalho;
elevação dos graus de instrução;
afirmação dos direitos dos indivíduos;
globalização da economia, competitividade e turbulência ambiental;
necessidade de mudança nas organizações e flexibilização do trabalho.
Fatores como os avanços na tecnologia e a maior diversidade da força de
trabalho.
Como a Carreira é vista:
Oportunidades para o profissional tanto do sexo masculino e do sexo
feminino;
Pertencente a grupos sociais variados;
A progressão na carreira é descontínua;
Mais horizontal do que vertical;
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5. Maior instabilidade.
Tendências:
De acordo com Baruch (2004), a geração atual testemunha o
desaparecimento de limites em várias faces da vida, e as implicações sobre
as carreiras são que elas se tornam multidirecionais.
Em uma perspectiva considerada moderna, por esse autor, a carreira é vista
como um processo de desenvolvimento do empregado por meio de uma
trajetória de experiência e empregos em uma ou mais organizações
(BARUCH e ROSENSTEIN, 1992).
Transição no “sistema de carreira linear” para um “sistema multidirecional de
carreira”.
No contexto da globalização com as incertezas e ambigüidades do ambiente
provocaram mudanças na carreira e nas relações de trabalho.
A carreira aparece como autogerenciamento, deixou de ser a ascensão,
tornando-se mais independente dos contratos formais;
As relações de trabalho ganham mais autonomia decorrente da
imprevisibilidade e flexibilidade; autocontrole, estruturas em equipes
interdependentes e o vínculo empregatício deixaram de ser o foco de atenção
para as empresa e trabalhadores.
Transição I:
Do passado
Hierarquia altamente estruturada rígida ou linear, conhecido como a
escalada na hierarquia organizacional significando promoção.
Para o futuro
Organizações sem fronteiras de onde emergiram as carreiras sem
fronteiras, flexíveis, sem regras definidas para atingir o sucesso.
O sucesso passou a ser relativo, pode ser entendido como satisfação interior,
equilíbrio na vida, autonomia e liberdade além de outras medidas de
percepção pessoal.
Transição II:
Carreira linear comparado a escalada de uma montanha.
No planalto estão aqueles considerados fracassados.
Carreira linear é comparada a existência de uma simples direção para a
promoção e a rigidez do sistema.
Carreira multidirecional leva em consideração a visão completa do cenário.
No cume está a elite onde todos aspiram chegar.
Você pode escolher a montanha uma colina ou vagar pelas planícies.
Você dirige sua própria carreira criando uma nova trajetória quando e onde se
sentir correto.
Seleciona qualquer direção que queira seguir e se sente capacitado em
alcançar desenvolvimento pessoal.
Você define o seu sucesso.
Transição III:
A carreira numa perspectiva tradicional, pode ser vista como um ajustamento
do indivíduo a uma ocupação escolhida ou à imagem que dela possui e esse
processo de ajustamento implica critérios dos quais nasce a noção de
hierarquia ou de seqüência de papéis com maiores responsabilidades dentro
de uma ocupação. (LANDAU e HAMMER, 1986; BASTOS, 1997).
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6. Histórico
Mudança na carreira: a terminologia
Carreiras tornaram-se mais abertas e diversas e menos estruturadas e
controladas pelos empregadores.
“carreiras inteligentes” - “empregabilidade” mais do que “emprego seguro”.
Por que Carreiras sem Fronteiras?
Novos padrões de produção e consumo;
Aumento do setor de serviços.
Contínuo progresso tecnológico. Estes aumentos pedem novas tendências,
novos caminhos e mesmo reestruturação do mercado de trabalho como um
todo.
Crescimento de profissionais altamente qualificados.
Diversidades adicionais com implicações para opções de carreira.
Antes a contratação e trajetórias de carreiras eram restritas a um grupo
somente (por exemplo, altas posições de gerenciamento eram preenchidas
por homens brancos). Agora estão abertas para muitos.
Novas alternativas para os acordos de trabalho como telecomunicações
(trabalho em casa) e trabalho virtual.
MODELOS DE CARREIRA
Modelo tradicional Modelo moderno
Um homem pertencente aos Um homem e/ou uma mulher pertencente
grupos socialmente dominantes aos grupos sociais variados
progressão linear vertical progressão descontínua horizontal e
vertical
estabilidade instabilidade
Fonte: CHANLAT, 1995
Metáfora de Carreira
(do casamento para uma ligação condicional)
No passado a demissão se parecia a um divórcio, com toda a dor e
sofrimento que envolvia e também o estigma que seguia.
Hoje, as relações de trabalho tornaram-se uma ligação mais condicional.
A única maneira de formar casais também mudou para um conjunto de
opções mais flexível, nem todas elas significando um forte compromisso de
união de vida longa.
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7. ESTUDO DE CASO:
WALL STREET: Poder e Cobiça, com Michael Douglas, Martins Sheen
Conceitos-chave: planejamento de carreira
O enredo deste filme está focalizado em uma corretora de valores onde Bud Fox,
um de seus executivos de contas, resolve se tornar um profissional bem-sucedido. A
empresa adota um planejamento de carreira hierarquizado: corretor de ações,
executivo de contas, gerente de fundos, supervisor, sócio sênior e diretor. Bud como
todo mundo recém-admitido, assume o primeiro cargo na hierarquia, ou seja, a
função de corretor de contas. Sua escalada pelas diferentes posições do plano de
carreira irá depender do processo de avaliação de desempenho conduzido pelo seu
superior hierárquico. O processo de avaliação prevê o preenchimento de uma ficha
de avaliação pelo chefe de Bud, e como todo procedimento de avaliação, possui um
componente subjetivo, pois depende significativamente da vontade e estado
psicológico do avaliador.
Nessa empresa a avaliação de desempenho é conduzida de forma desumana,
prevalecendo apenas o cumprimento ou não das metas (quotas de vendas)
estipuladas peara o período. No caso de não-cumprimento desses objetivos, o
funcionário é simplesmente desligado e substituído por outro. Para o cargo mais
baixo na hierarquia, o candidato é recrutado externamente, enquanto o
preenchimento de outros cargos é feito por meio de recrutamento interno, na forma
de promoção.
Em uma empresa com uma sadia política de recursos humanos, o resultado da
avaliação de desempenho pode ser de três tipos. Quando a avaliação é favorável, o
funcionário pode ser promovido ou ter um adicional financeiro em seus salário. No
caso de ser desfavorável, o funcionário pode ser designado para um programa de
treinamento para adquirir a capacitação necessária à função. E na terceira situação,
o funcionário pode ser transferido para outro cargo, mais compatível com suas
atuais habilidades e competências.
A corretora de valores pertence ao setor de instituições financeiras. O filme
mostra os efeitos da globalização dos mercados de capitais. Bud tem uma certa
admiração profissional pelo megainvestidor Gordon, que se impressiona com o
desempenho do corretor e aos poucos o transforma em seu assessor de confiança.
Ensina-lhe todas as nuances do mercado de capitais. Bud se deixa levar pela
ambição e esquece as normas de conduta ética e de responsabilidade social,
preocupando-se apenas em fazer fortuna.
De maneira anti-ética, Bud obtém informações privilegiadas que o fazem
conquistar o megainvestidor como nova conta da corretora, e com isso, consegue
uma promoção. Bud convence Gekko a investir e assumir o controle acionário da
Blue Star, uma empresa aérea. Após incorporar a companhia aérea, Gekko resolve
se desfazer de seus ativos, desmobilizando os equipamentos/aviões para vender a
empresa em partes e provocando com isso, a demissão de todos os funcionários. É
o inicio de uma escalada de processos de aquisição de controle acionário de
empresas deficitárias. Essas transformações financeiras, visando apenas o lucro,
provocam demissões e liquidações de empresas. Gekko, o financista, é seguidor da
filosofia de negócios e estratégia empresarial.
O filme é uma lição de recursos humanos em termos do que “não devem ser”
planejamento de carreira, avaliação de desempenho e estratégias de cargo e
salários. Mostra, ainda, os bastidores do poder e o aspecto predatório do processo
de aquisição, fusão, cisão e incorporação de empresas.
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