SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 67
FITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DO
NUTRICIONISTA
Brasília-DF.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.............................................................................................................................5
ORGANIZAÇÃODOCADERNODE ESTUDOS E PESQUISA ............................................................6
INTRODUÇÃO................................................................................................................................8
UNIDADE ANAMNESEE AVALIAÇÃONUTRICIONAL...................................................................11
CAPÍTULO1 - ANAMNESE............................................................................................................11
CAPÍTULO2 - AVALIAÇÃODESINAISESINTOMASX FITOTERÁPICOS........................................14
CAPÍTULO3 - AVALIAÇÃOBIOQUÍMICA .....................................................................................17
UNIDADE IIPRESCRIÇÃODE FITOTERÁPICOSNA PRÁTICA CLÍNICA DONUTRICIONISTA...........31
CAPÍTULO1 PRINCÍPIOSATIVOSDASPLANTASMEDICINAISMECANISMOE IMPORTÂNCIA NO
ASPECTOCLÍNICO ......................................................................................................................31
CAPÍTULO2 PLANTASMEDICINAISE FITOTERÁPICOSCONFORMEA LEGISLAÇÃO....................39
CAPÍTULO 3 ELABORAÇÃODA FORMULAÇÃOFITOTERÁPICA ...................................................44
UNIDADE IIITOXICIDADEE INTERAÇÕES ....................................................................................54
CAPÍTULO1 TOXICIDADEDE FITOTERÁPICOSE PLANTAS MEDICINAIS.......................................54
CAPÍTULO2 PLANTASMEDICINAIS,APLICAÇÃOTERAPÊUTICA,CONTRAINDICAÇÃOEPOSSÍVEIS
INTERAÇÕES................................................................................................................................57
CAPÍTULO3 INTERAÇÕESENTRE FITOTERÁPICOSENUTRIENTES..............................................99
UNIDADE IV CASOSCLÍNICOSEMFITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DONUTRICIONISTA.....113
CAPÍTULOÚNICO CASOSCLÍNICOS..........................................................................................113
PARA (NÃO) FINALIZAR..........................................................................................................118
REFERÊNCIAS..........................................................................................................................119
INTRODUÇÃO
A utilizaçãode plantascomomedicamentospelohomemé tãoantigaquantoa história
da humanidade. Desde a pré-história o homem procurou aproveitar os princípios ativos
existentes nos vegetais, embora de modo totalmente empírico ou intuitivo, baseado no
método de tentativa e erro. Uma gama enorme de espécies vegetais foi incorporada a
medicina tradicional devido ao uso experimental das espécies. Até o século XIX, os recursos
terapêuticoseramconstituídospredominantemente por plantas e extratos vegetais, ou seja,
as plantas medicinais e seus extratos constituíam a maioria dos medicamentos que, naquela
época, pouco se diferenciavam dos remédios utilizados na medicina popular (SCHENKEL;
GOSMAN; PETROVICK, 1999).
A referênciamaisantigaque se temconhecimentodouso das plantas data de mais de
sessentamil anos.Asprimeirasdescobertasforamfeitasporestudos arqueológicos em ruínas
do Irã. Tambémna China, em 3.000 a.C., já existiam farmacopéias que compilavam as ervas e
as suas indicações terapêuticas. A utilização das plantas medicinais faz parte da história da
humanidade,tendogrande importânciatantonoque se refere aosaspectos medicinais, como
culturais (REZENDE; COCCO, 2002). No Brasil, a utilização de plantas medicinais teve origem,
inicialmente, na cultura dos diversos povos indígenas que habitavam o país, posteriormente
com a colonização, foram introduzidas outras espécies trazidas pelos europeus e pelos
africanos e provenientes de outros países sulamericanos.
Com base nestes conhecimentos acumulados pela medicina popular, foram
desenvolvidos,atravésdapesquisacientífica, muitos e valiosos medicamentos para a cura de
diversas doenças da humanidade (SIMÕES et al., 1998). Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS, 2011) planta medicinal é “todo e qualquer vegetal que possui, em um ou mais
órgãos,substânciasque podemserutilizadascomfinsterapêuticos ou que sejam precursores
de fármacos semissintéticos” (VEIGA JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). Segundo a Portaria 971,
de 03/05/2006, do Ministério da Saúde (MS), a Fitoterapia é uma terapêutica caracterizada
pelousode plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de
substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
O Conselho Brasileiro de Fitoterapia (COMBRAFITO) define “a fitoterapia como a
utilização de plantas medicinais ou bioativas, ocidentais e/ou orientais, in natura ou secas,
plantadas de forma tradicional, orgânica e/ou biodinâmica, apresentadas como drogas
vegetais ou drogas derivadas 5 vegetais, nas suas diferentes formas farmacêuticas, sem a
utilização de substâncias ativas isoladas e preparadas de acordo com experiências populares
tradicionais ou métodos modernos científicos (PANIZZA, 2010). Segundo estudos realizados
pela Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 85% das pessoas do mundo utilizam
plantas medicinais para tratar da saúde, 80% da população dos países em desenvolvimento
dependem da Medicina Tradicional e/ou Complementar na atenção primária a saúde, e 85%
da Medicina Tradicional envolve o uso de extratos de plantas (SOLER, 2000).
A ampliação do uso de medicamentos fitoterápicos na prática clínica deve-se ao
potencial efeitocurativoemlongoprazo,àfácil disponibilidade e ao mecanismo de ação mais
natural, com menos efeitos colaterais (DEL PRETE et al., 2012). A comprovação da ação
terapêutica também favorece essa dinâmica. Além disso, registra-se a insatisfação da
populaçãoperante osistemade saúde oficial e tambémanecessidade de poder controlar seu
próprio corpo e recuperar sua saúde, assumindo as práticas de saúde para si ou para sua
família (LEITE, 2000; TOMAZZONI; NEGRELLI; CENTA, 2006).
No Brasil, em consonância com as recomendações da OMS, foi aprovada, em 2006, a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), no Sistema Único de
Saúde (SUS) sendo instituída pela Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 971, de 03 de maio
de 2006 (BRASIL, 2006). Essa portaria tem como objetivo ampliar as opções terapêuticas aos
usuários do SUS, com garantia de acesso a plantas medicinais, a fitoterápicos e a serviços
relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da
integralidade da atenção à saúde (RODRIGUES; SANTOS; AMARAL, 2006).
Neste contexto, o uso de práticas terapêuticas alternativas tem aumentado entre os
profissionais da área de saúde, incluindo os nutricionistas. Em 2002, o Conselho Federal de
Nutricionistas criou um grupo de trabalhos e promoveu um seminário com a Associação
Brasileira de Nutrição (ASBRAN) e Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica (SBNC), para
debaterouso da acupuntura,Homeopatia,Fitoterapia,TerapiaFloral,Oligoterapiae Iridologia
pelos nutricionistas. O principal resultado foi a Resolução CFN nº. 402 de 2007, que
regulamentaaprescriçãofitoterápicapelonutricionista de plantas in natura frescas, ou como
droga vegetal nas suas formas farmacêuticas. A Fitoterapia é uma importante ferramenta
coadjuvante no tratamento nutricional e sua aplicação prática requer conhecimentos
bioquímicos e fisiológicos levando-se em consideração que as plantas medicinais além de
apresentaremdiversosefeitosbenéficosasaúde tambémpodemacarretarefeitoscolateraise
interações com alimentos e medicamentos.
Nesse sentindo, para a obtenção de resultados positivos na prática clínica, é de
fundamental importância que o nutricionista possua profundos conhecimentos sobre
fitoterápicos, incluído mecanismos de ação, metabolismo e interações e, para tanto, é
fundamental o conhecimento da história da Fitoterapia.
Objetivos Analisar,refletire formar sólido conhecimento a respeito da utilização de
plantas medicinais e fitoterápicos na prática clínica.  Apresentar os principais fitoterápicos
utilizados tradicionalmente nas mais variadas desordens orgânicas.  Compreender os
mecanismos,posologia,indicaçõese contraindicações do uso de fitoterapia na prática clínica.
7 UNIDADE I – ANAMNESE E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL CAPÍTULO 1 Anamnese A anamnese é
uma ferramentade fundamental importânciaparaavaliartodososprocessosque determinam
e influenciamoquadroatual dopaciente.Pontosimportantesaseremabordados(PASCHOAL,
2008):  Indicação/ Motivo da consulta;  Medicamentos (alopático e/ou fitoterápico),
Suplementos;  Rotina diária (sono, disposição, horários, vida social);  Atividade Física
(modalidade, freqüência, duração, horário e dias da semana);  Hábitos gastrointestinais
(número de evacuações, características das fezes, presença de flatulências, arrotos,
desconfortos abdominais, disgestão...);  Antecedentes pessoais e familiares;  Ingestão de
líquidoscomas refeições; Hábitosalimentares(preferências,aversões,classificaçãodafome,
compulsão, mastigação);  Exame físico e Questionário de Sinais e Sintomas nos últimos 2
meses;  Inquérito alimentar/ Recordatório alimentar habitual Objetivos da Anamnese –
Investigar (PASCHOAL, 2008)  Hábitos alimentares e condição nutricional (desequilíbrios
nutricionais);  Digestão, absorção e integridade da barreira intestinal (alterações
gastrintestinais);  Estresse oxidativo e metabolismo energético;  Regulação hormonal e de
neurotransmissores (disfunções neuroendócrinas);  Suporte imunológico e processo
inflamatório (disfunção imunológica e inflamação);  Integridade estrutural do indivíduo
(desequilíbrios estruturais);  Destoxificação e biotransformação hepática (problemas
destoxificação);  Equilíbrio psicológico e espiritual (interação corpo e mente) Modelo de
protocolo de anamnese nutricional 8 DADOS PESSOAIS Data: ____/___/___ Data Nascimento:
___/___/___ Idade:_____________
Nome:____________________________________________________________sexo:_______
______
Endereço:_____________________________________________________________________
_____
Cidade:_____________________Telefone:________________Naturalidade:_______________
______ Estado Civil:________________________ nº de filhos:_____________________
Ocupação:_________________________ Religião: _______________________________
Motivo da Consulta: ( ) Espontâneo ( ) Médico ( ) Familiar ( ) Companheiro ( ) Estético Tipo
sanguíneo:( ) A ( ) B ( ) AB ( ) O Sono:( ) Normal ( ) IrregularHábitointestinal:( ) Preso ( ) Solto
( ) Normal ( )Alterna Preso e Solto ( ) Sensação de não ter eliminado totalmente as fezes.
IngestãoHídrica: ( ) Menos de 1 litro ( ) 1 a 2 litros ( ) Mais de 2 litros Tabagista: ( ) Não ( ) Sim.
Quantos cigarros/dia? ________________________________________ Etilista: ( ) Não ( ) Sim.
Qual a quantidade? __________ Atividade física: ( ) Não ( ) Sim . Modalidade
Esportiva:______________________________ Qual atividade e quantas vezes na semana? :
______________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____ Você apresenta disposição física? Manhã ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Tarde ( ) boa ( )
regular ( ) ruim Noite ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Concentração para atividades intelectuais:
Manhã ( ) boa ( ) regular( ) ruimTarde ( ) boa ( ) regular( ) ruimNoite ( ) boa( ) regular ( ) ruim
Memória: Para fatores recentes ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Para fatores antigos: ( ) boa ( )
regular( ) ruim Você apresenta?( ) Colesterol alto( ) Triglicéridesalto ( ) DM( ) Pressão alta ( )
Hipoglicemia ( ) Hipotireoidismo ( ) Outros _____________________________________
HISTÓRIA CLÍNICA Patologias pessoais associadas (doenças mais freqüentes que teve e/ou
tem)
_____________________________________________________________________________
_____
_____________________________________________________________________________
_____ Cirurgias:
_____________________________________________________________________________
_____
_____________________________________________________________________________
_____ Uso de Medicamento:
_____________________________________________________________________________
_____
_____________________________________________________________________________
_____ 9 Antecedentes médicos familiares (alterações de saúde em pais e avós)
_____________________________________________________________________________
_____
_____________________________________________________________________________
_____ Perfil Emocional: ( ) Ansiedade ( ) Depressão ( ) Compulsão Alimentar ( ) Sem Queixa
Alteração de peso nos últimos 3 meses: ( ) Sim ( ) Não.
Quantos?____________________________ Tratamento para Obesidade: ( ) Dietas ( )
Medicamentos ( ) Exercícios ( Outros______________ Histórico de peso (relate às suas
alterações de peso durante a vida)
_____________________________________________________________________________
_____
_____________________________________________________________________________
_____ Recordatório Habitual Refeição (horário) Alimento Quantidade Refeição (horário)
Alimento Quantidade Café da manhã ( : ) Café da Tarde ( : ) Lanche ( : ) Jantar ( : ) Almoço ( : )
Ceia ( : ) Avaliação Antropométrica Data Altura (m) Peso (kg) C A (cm) C C (cm) C Q (cm) IMC
(kg/m2) Percentil 10 CAPÍTULO 2 Avaliação de Sinais e Sintomas X Fitoterapia A Fitoterapia é
uma importante ferramenta coadjuvante no tratamento nutricional para prevenir, tratar
sintomas e disfunções orgânicas. Os fitoterápicos associados aos alimentos de forma
individualizada são complementares e apresentam ação sinérgica no tratamento nutricional.
No presente capítulo serão apresentadas as principais plantas utilizadas no tratamento de
diversos sintomas. As dosagens idéias, bem como formas de adminitração são mencionadas
emoutro capítulodessamesmaapostilae emoutras disciplinasdocursode pós-graduaçãoem
Fitoterapia. Sinais/sintomas Plantas Utilizadas Constipação intestinal Alfa, Camomila, Erva-
cidreira, Cardamomo, Carqueja, Hortelã, Pysillium, Spirulina, Zimbro, Sene, Cascara sagrada,
Ruibarbo, Aloe vera, Malva, Linho, Tanchagem, Tamarindo, Plantago ovata, Funcho Diarréia
Angelica,Bardana,Boldo-do-Chile,Camomila,Dente-deleão,Funcho,Ginseng,Fucus,Cajueiro,
GoiabeiraDisbiose Camomila,Dente de Leão,Própolis,PsylliumSíndromedoIntestinoIrritável
(SII) Hortelã, Coentro, Erva-de-São-João, Psyllium, Alcachofra Colite Malva Flatulência Aipo
(Apium graceolis), Angelica, Alfavaca, Lavanda, Camomila, Coentro, Cominho, Cardamomo,
Hortelã, Salvia, Funcho, Anis-estrelado, Erva-doce, gengibre, poejo, Melissa, Alecrim, noz-
moscada Hemorróida Hamamelis Cólicas abdominais Angélica, Camomila, Funcho, Anis-
estrelado, Endro, Ervadoce, Alfacema, Beladona, Hortelã Dispepsia Alcachofra, Curcuma,
Hortelã, Alcaçuz, Alecrim, Alfavaca, Bardana, Carqueja, Boldo-do-Chile, Dente-de-leão.
Gastrite/úlcera Alcaçuz, Alecrim, Alfavaca, Aloe vera, Bardana, Bosvelia, Camomila,
Cardamomo, Chá verde, Cominho, Cravo-daIndia, Espinheira santa, Funcho, Garcinia,
Gengibre,Guaçatonga,Hortelã,Mil folhas,Melão-de-São-Caetano, Zedoária, Unha-de-gato H.
pilory Guaçatonga, Cravo-da-India, Curcuma, Chá-verde, Aloe vera, Calêndula, própolis*
Parasitoses intestinais Alho, Hortelã, Chá verde, Cúrcuma, Abóbora (semente e óleo da
semente). Azia Náuseas/vômito Gengibre, Angelica, Alfavaca, Beladona, Boldo, Camomila,
Carqueja, Hortelã 11 Doenças biliares Alcachofra, Alecrim, Alho, Boldo, Buchinha-do-norte,
Dentede-leao, Fumaria, Genciana, Gervão, Hortelã, Jurubeba, Limoeiro, Losna, Macela-da-
terra, Picão, Quassia, Quebrapedra, Ruibarbo, Samambaia, Serralha-branca Aftas Agrião,
Cajueiro,Cháverde,GoiabeiraDesordens bucais Cranberry, cacau, chá verde, alecrim, malva,
Guaco, Alfavaca,erva-doce,própolis*e probióticos*Laringite Sabugueiro Soluço Endro Cistite
Agrião, Alfafa, Alface, Alho, Uva-ursi, Hibisco Herpes Sálvia, Carqueja, Guaçatonga, Melissa
Halitose Zedoária(Curcumazedoaria),Alfavaca,Erva-doce,Funcho,MalvaSalivação(aumenta)
Funcho Anorexia Alfafa, Boldo-do-Chile, Alecrim, Angelica, Carqueja, Espinheira-santa,
Eupatorio, Fucus, Jenipapeiro, Losna, Mastruco, Valeriana. Retenção hídrica Aipo, Alfafa,
Bardana (raiz),Boragem,Cardamomo,Cabelode milho,Carqueja,Cavalinha, Coentro, Caroba,
Dente-deLeão, Gymnema sylvestre, Aperiente Alecrim, Alfafa, Anis-estrelado, Canela,
Cardamomo, Cardo-santo, Carqueja, Cominho, Dente-de-leão, Espinheirasanta, Eupatorio,
Gengibre,Losna,Mil folhas,Pimentapreta,PoejoObesidade Aipo,Alcachofra, Borragem, Chá-
verde, Garcínia, Gymnema, Guaraná, Spirulina, Dislipidemia Alcachofra, Alho, Carqueja, Chá
verde, Chorella, Crataegus, Erva-mate, Garcinia, Ginkgo biloba, Melissa, Oliveira, Capsicum,
Psylium,Tomilho,Enxaqueca/cefaléiaAlecrim, Angélica,Gengibre,Salgueiro, Gripe/ Resfriado
Alcaçuz, Alho, Alfavaca, Barbosa, Eucalipto, Gengibre, Guaco, Hortelã pimenta, Lavanda,
Limão,Sabugueiro,SalgueiroRouquidãoAlcaçuz,Alho,Angélica, Guaco Tosse Agrião, Alcaçuz,
Alfavaca, Alho, Anis, Bardiana, Eucalipto, Funcho, Hortelã-pimenta, Guaco, Lavanda, Poejo,
Poligala, Sabugueiro Expectorante Alcaçuz, Agrião, Alecrim, Angélica, Boragem, Eucalipto,
Gengibre,Guaco,Sabugueiro,Alho,Erva-doce Rinite alérgicaAlcaçuz,Alho,Babosa,Camomila,
Eucalipto,Gengibre,HortelãpimentaSinusite Lavanda, AlhoFebreAlho, Calêndula, Gengibre,
Salgueiro, Limão Faringite Angélica Fadiga/Estresse Ginseng coreano, Ginseng siberiano,
Alcaçuz, Ashwagandha, Rhodiola Gota Sabugueiro, Angelica, Borragem 12 Ácido úrico
Salsaparilha, dente-de-leão Psoríase Lavanda Eczemas Lavanda, Valeriana Doença
neurodegenerativaCháverde,Valeriana,Ginkgo,Sálvia Anemia Agrião, Aipo Hipotireoidismo
FucusHipertensãoCardamomo,Chorella,Crataegus,Oliveira,Hortelã,Setesangrias, Carqueja,
Rubim, Abacateiro, Umbaúba Baixa Imunidade Chorela, Curcuma, Equinácea, Gengibre,
Sabugueiro, Guaco, mel, própolis, Má-circulação Alho, Castanha-da-Índia, Varizes Alho,
Hamamelis Menopausa Pimenta dos monges, Yam mexicano, Red clover, Angelica, Amora,
Salvia, Black cohosh, Soja, Mucuna, Alcaçuz, Hortelã, Linhaça, Tribulus, Passiflora edulis,
Prímula, Borragem, Pimenta preta TPM Gengibre, Curcuma, Angelica, Prímula, Borragem,
Pimenta dos monges, Yam mexicano, Funcho, Camomila Hipoglicemiante Alho, Carqueja,
Alcachofra, Chá verde, Garcinia, Hibisco, Estévia, Pata-de-Vaca, Gymnema, Canela Diabetes
Aipo,Alcachofra,Bardana,Camomila, Canela, Chorella, Curcuma, Estévia, Garcinia, Garra-do-
diabo,Gymnema,Patade-vaca,Psillium,Sabugueiro,Doenças hepáticas Angelica, Alcachofra,
Alecrim, Alho, Carqueja, Chapeu-decouro, Coentro, Dente-de-leao, Gervão, Hortelã, Juca,
Jurubeba, Losna, Macela-da-terra, Mastruco, Mulungu, Picão, Quebra-pedra, Ruibarbo,
Serralha-branca. Dores musculares/articulares Erva baleira, Cúrcuma, Zedoaria, Bosvelia,
Garra-do-diabo, Unha-de-gato, Alho, Equinacea, Gengibre, Sucupira Cicatrização Aloe vera,
Calêndula, Aipo Litíase renal Alcachofra Inchaço Aipo, bardana, Boragem, Cardamomo,
Carqueja,Cavalinha, Coentro, Dente-de-leão, Gymnema Destoxificante Chá verde, Chorella,
Gengibre, manjericão, Cardo mariano, dente-de-leão, Spirulina, Salsaparrilha Depurativo
Agrião, Angelica sinensis, Dente-de-leão Ansiedade/apreensão Angelica sinensis, Canela,
Capim-limão, Crataegus oxycantha, Nervosismo/irritabilidade Angelica, Camomila, Canela,
Capim-limão, Cardamomo Melhorar concentração/aprendizado Guaraná, Ashwagandha,
Rhodiola, Erva-mate Inquietação Lavanda, Passiflora incarnata, Valeriana Insônia Lavanda,
Camomila, Capim-limão, Hortelã, Melissa, Lupulo, Mulungu, Passiflora incarnata, Kava-kava,
Valeriana Depressão Sálvia, Erva de São João Candidíase Alho, Tomilho, Orégano, Cravo-da-
Índia, Melaleuca, própolis* Aumentar produção do leite (galactogogos) Alfafa, Erva-doce,
Funcho,Cardo-leiteiro,Feno-grego,Algodoeiro,Melissa, Pimenta dos monges, Aveia Micoses
Alho,Tomilho,Orégano,Cravo-da-Índia,MelaleucaQuedade cabeloCavalinha, Alecrim Caspa
Alho Fonte: Adaptada de Paulino N., 2013. 13 .CAPÍTULO 3 Avaliação Bioquímica Avaliação
bioquímicaé aquelaque deve serfeita com paciente apresentando queixas recorrentes, sem
diagnóstico aparente, com exames ainda na faixa de referência (SOARES, 2013). Segundo
Soares (2013) a avaliação bioquímica nutricional funcional é aquela que avalia a participação
dos nutrientesnafunçãodasorganelas,células, tecidose órgãos,e deve ser feita com exames
ainda na faixa de referência. Segundo Waitzberg (1990), o interesse pelos métodos
laboratoriaiscomoauxiliaresnaavaliaçãonutricional surge na medida em que se evidenciam
alteraçõesbioquímicasprecoces,anterioresàslesõescelularesouorgânicas.Assim, avaliações
laboratoriais permitem detectar possíveis deficiências nutricionais antes que apareçam os
sinaisclínicos e também confirmar o diagnóstico de má nutrição específica.  Estados clínicos
fisiológicosde ingestãoinadequada; Adaptaçãoaos baixosníveisde ingestãocomdiminuição
da excreção de nutrientes e metabólitos;  Aparecimento de alterações bioquímicas ou
hematológicas,que revelam a deterioração das funções celulares, ou depósito de nutrientes
com sinais clínicos inespecíficos;  Manifestação clínica da deficiência nutricional específica
para este nutriente.Análise de massa proteica somática, integridade de proteínas viscerais e
plasmáticas, competência imunológica, concentração de nutrientes, concentração de
metabólitos e fluidos. A partir de plasma, glóbulos vermelhos e brancos, urina e
ocasionalmente biópsia de tecidos como fígado, ossos, cabelos e unhas. Objetivos da
solicitação de exames.  Detectar deficiência subclínica ou marginal e desequilíbrios
individuais;  Confirmar, ou basear o suporte nutricional, antropométrico ou outros
marcadoresdo estadonutricional; Avaliaroestadohidroeletrolítico; Confirmardeficiências
nutritivas;  Monitorar a adequação da terapia nutricional.  Avaliar integridade e/ou função
de órgãos (funçãohepática;renal) Fígado14 É o principal local de metabolismodoscompostos
ativos,em função do seu amplo sistema microssomal. O sistema de catálise do metabolismo
oxidativo é dependente do citocromo P450 e atua sobre uma ampla gama de substância
endógenas poluentes ambientes e carcinógenos. Modificações na atividade desse sistema
podem alterar a resposta metabólica frente a essas substâncias. Avaliar integridade e/ou
funçãohepáticaé de sumaimportância, poisofígado é o órgão responsável por quase 60% do
processo de destoxificação do organismo, sendo seguido pelo intestino (20%) (MARQUES,
2014). Outras estruturascelularestambémrealizamesse processo,comooprocessoo sistema
respiratório, o coração, músculo esquelético, cérebro e rins. Vale lembrar que o grande
objetivodadestoxificaçãoé eliminarsubstânciasestranhas que são potencialmente lesivas. É
um processo de vias metabólicas e as reações químicas que ocorrem em fases distintas,
porém,consecutivas,que temcomogrande objetivo converter um xenobiótico não-polar em
um compostosolúvel emáguaque sejapossível de eliminação(FERREIRA,2011).Detoxificação
hepática O conceito de detoxificação tem sido muito estudado devido ao problema de
toxicidade nos alimentos, no ar, na água. As toxinas causam danos ao organismo de maneira
cumulativa e podem alterar o processo metabólico normal. As fontes comuns de metais
tóxicos, além das fontes industriais, incluem chumbo das soldas das latas, canos de cobre,
utensílios de cozinha, mercúrio das amálgamas, peixes contaminados, tintas a óleo e
cosméticos, materiais de limpeza (formaldeído, tolueno, benzeno), medicamentos, álcool,
pesticidas, herbicidas, aditivos alimentares, microrganismos, contaminantes / poluentes,
inseticidas, drogas. O corpo humano tem um potencial enorme para desintoxicar compostos
estranhos através de vários mecanismos fisiológicos. A detoxificação ocorre em todas as
células de todos os tecidos, principalmente: pulmões, epitélio, rins, trato digestivo (20%),
fígado (60-65%), cérebro, células imunológicas, adrenais e placenta. As principais vias de
eliminação das toxinas são: urina, fezes, suor. O fígado exerce papel fundamental neste
processo,neutralizandoastoxinasproduzidasinternamente e aquelas provenientes do meio
ambiente. Esse processo ocorre em duas fases, chamadas fase I e fase II. 15 As vias de
detoxificação hepática As células hepáticas evoluíram ao longo de milhões de anos para
possuirem mecanismos para decompor substâncias tóxicas. Drogas, produtos químicos
artificiais,pesticidase hormôniossãometabolizadosporviasenzimáticasdentrodascélulasdo
fígado.Muitos dosprodutosquímicostóxicosque entramnocorpo são solúveisem lipídeos, o
que significaque elesse dissolvemapenasemsoluçõesoleosas,e nãoemágua, o que dificulta
a excreção pelo organismo. Produtos químicos solúveis em lipídeos possuem uma elevada
afinidade pelotecidoadiposoe membranascelulares.As toxinas podem ser armazenadas por
anos,sendoliberadasdurante períodosde estresse,exercíciooujejum.Durante o lançamento
destastoxinas,sintomascomodoresde cabeça, memória fraca, dores de estômago, náuseas,
fadiga, tontura e palpitações podem ocorrer. A defesa primária do organismo contra a
intoxicaçãometabólicaé realizadapelofígado.Ofígado possui dois mecanismos destinados a
converterosprodutosquímicossolúveisemlipídeosemprodutos químicos solúveis em água,
de modo que elespossam,então, ser facilmente excretados do organismo através de fluidos
aquosos, tais como a bile e a urina. Basicamente, existem duas vias importantes para a
desintoxicaçãodentrodas células do fígado, que são chamados a Fase I (oxidação/redução) e
Fase II (conjugação/hidrólise) viasde desintoxicação.Resumidamente, as reações de oxidação
transformamo fármacoem metabólitos mais hidrofílicos pela adição ou exposição de grupos
funcionais polares, como grupos hidroxila (-OH), tiol (-SH) ou amina (- NH2). As reações de
conjugação(fase II) modificamoscompostos atravésdaligação de grupos hidrofílicos, como o
ácido glicurônico, criando conjugados mais polares. As reações de conjugação ocorrem
independentemente dasreaçõesde oxidação/reduçãoe asenzimasenvolvidasnas reações de
oxidação/redução e de conjugação/ hidrólise freqüentemente competem pelos substratos.
Fase I de desintoxicaçãoAsreaçõesde oxidaçãoenvolvemenzimas associadas às membranas,
que são expressasnoretículoendoplasmáticodoshepatócitos.Asenzimasque catalisamessas
reaçõesde fase I são tipicamente oxidases.Essasenzimassão,emsuamaioria,hemoproteínas
monooxigenasesdaclasse docitocromoP450. AsenzimasP450 sãotambém conhecidas como
oxidases de função mista microssômicas. Em seu conjunto, as reações mediadas pelo P450
respondem por mais de 95% das biotransformações oxidativas. Outras vias também podem
oxidarmoléculaslipofílicas.Umexemplo pertinente de uma via oxidativa não-P450 é a via da
álcool desidrogenase, que oxida os álcoois a seus derivados aldeído como parte do processo
global de excreção. Outra enzima não-P450 importante é a monoamina oxidase (MAO). Essa
enzima é responsável pela oxidação de compostos endógenos que contêm amina, como as
catecolaminas e a tiramina, e de alguns xenobióticos, incluindo fitofármacos. 16 De maneira
simplificada, esta via converte um produto químico tóxico em um produto químico menos
nocivo. Isto é conseguido através de diferentes reações químicas (por exemplo, oxidação,
redução e hidrólise), e, durante este processo ocorre a produção de radicais livres que, em
excesso, podem danificar as células do fígado. Antioxidantes (tais como vitamina C e E e
carotenóides naturais) reduzem os danos causados por esses radicais livres. Se os
antioxidantes estão escassos e a exposição a uma toxina é elevada, os produtos químicos
tóxicos tornam-se muito mais perigoso. Alguns podem ser convertidos em substâncias
potencialmente cancerígenas.Quantidadesexcessivasde produtosquímicostóxicos,taiscomo
pesticidas, podem prejudicar o sistema enzimático P-450, sobrecarregando esta via, o que
resulta em produção de elevados níveis de radicais livres. Substâncias que podem causar
hiperatividade dasenzimasP-450:Cafeína,dioxina,álcool, ácido sgraxos saturadas, pesticidas
organofosforados,pinturafumaça,sulfonamidas,gazesde escapador,barbitúricos. Substratos
do sistema enzimático P-450: teofilina, cafeína, fenacetina, lidocaína, eritromicina,
ciclosporina,cetoconazol,testosterona,estradiol,cortisona,alprenolol,bopindolol,carvedilol,
metoprolol, propranolol, amitriptilina, desipramina, nortriptilina, codeína, etilmorfina,
ibuprofeno, naproxeno, S-varfarina, diazepam, imipramina, omeprazol, álcool. Fase II de
desintoxicação As reações de conjugação e de hidrólise proporcionam um segundo conjunto
de mecanismosdestinadosamodificar os compostos para sua excreção. Os substratos dessas
reações são acoplados a metabólitos endógenos (por exemplo, ácido glicurônico e seus
derivados,ácidosulfúrico, ácido acético, aminoácidos e o tripeptídio glutationa) por enzimas
de transferência,emreaçõesque freqüentemente envolvem intermediários de alta energia.
Isto faz com que a toxina ou o fármaco tornese solúvel em água, e possa ser excretado do
organismoatravésde fluidos aquosos, tais como a bile ou a urina. Xenobióticos individuais e
metabólitos geralmente seguem uma ou duas vias distintas. Para que a fase II ocorra de
maneira eficiente, as células do fígado requerem aminoácidos que contém enxofre como a
taurinae a cisteína.Glicina,glutamina,colina e inositol são também necessários para a fase II
de desintoxicação. Ovos, vegetais crucíferos (por exemplo, brócolis, repolho, couve de
Bruxelas, couve-flor), alho cru, cebola, alho-poró são boas fontes naturais de compostos de
enxofre. Assim, estes alimentos pode ser considerados como agentes de limpeza. a)
Conjugaçãocom ácidoglicurônico.Substratosde glucuronidação:hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos, hormônios esteróides, algumas nitrosaminas, aminas heterocíclicas, algumas
toxinasfúngicas,e aminasaromáticas.Ele tambémremove oestrogênio e o T4 (hormônios da
tireóide), que são produzidos naturalmente pelo organismo. O acúmulo de toxinas no
organismopode resultaremsintomasde disfunçãocerebral e desequilíbrioshormonais, como
infertilidade, dores nas mamas, distúrbios menstruais, exaustão da glândula adrenal e
menopausa precoce. Muitos destes produtos 17 químicos (ex. pesticidas, produtos
petroquímicos) são cancerígenos e têm sido implicados no aumento da incidência de muitos
cânceres. b) Conjugação com sulfato. Os produtos da conjugação com sulfatos são sais de
sulfatos ácidos (SO3) ou de sulfamatos (NHSO3). Substratos das vias de sulfatação:
neurotransmissores, hormônios esteróides, certos medicamentos como o paracetamol, e
muitosxenobióticose compostosfenólicos.c) Conjugaçãocomaminoácidos.A reaçãoconsiste
na formaçãode uma ligaçãopeptídicaentre o grupo amino de um aminoácido, geralmente, a
glicina,e o grupocarboniladoxenobiótico.Substratosdaviaglicina:salicilatos e benzoato são
desintoxicadosprincipalmente via reação de glicinação. O benzoato está presente em muitas
substâncias alimentares e é largamente utilizado como um conservante de alimentos. d)
Conjugação com glutationa. A reação é catalisada pela enzima glutationa-S-transferase A
glutationa é o antioxidante e protetor hepático mais poderoso do organismo. As reservas de
glutationa podem se esgotar quando grandes quantidades de toxinas e/ ou drogas passam
pelofígado,bemcomopelafome ou jejum. A abordagem clínica da eliminação de compostos
acumulados geralmente envolve três etapas: (1) prevenção (2) eficácia dos mecanismos
endógenos de detoxificação (3) intervenções para facilitar a remoção de substâncias tóxicas
acumuladas.A desintoxicaçãoendógena de produtos metabólicos, bem como de substâncias
tóxicasexógenasé umafunçãofisiológicaprimária,que requer energia considerável. Quando
substâncias tóxicas são identificadas por processos fisiológicos, as vias de excreção são
mobilizadas para diminuir a toxicidade e para eliminar os compostos xenobióticos. As vias
específicas utilizadas para excretar substâncias específicas dependerão das propriedades
químicas do agente específico em questão. A capacidade de eliminação de compostos
indesejáveis depende completamente do estado fisiológico e bioquímico do indivíduo.
Qualquer fator que prejudique o pleno funcionamento bioquímico de desintoxicação, tais
como deficiências nutricionais, vão impedir a eliminação adequada de substâncias tóxicas.
Assim,é imperativoque osprofissionaisde saúde compreendamosfundamentos da fisiologia
e bioquímica de desintoxicação para garantir funcionamento dos órgãos de eliminação. A
remediação de uma desordem nutricional bioquímica é um componente fundamental no
tratamentodopaciente.Porexemplo, a glutationa é um componente de pré-requisito para a
desintoxicação celular, bem como um componente essencial na bioquímica de conjugação
hepática. Indivíduos sob exposição a xenobióticos muitas vezes apresentam diminuição das
reservas de glutationa, e, portanto, necessitam de reposição contínua. Também tem sido
observado que apesar da competência bioquímica, o organismo humano não é capaz de
excretaralgunsagentestóxicosquímicos de forma eficaz. Uma das principais razões para a 18
falha na eliminação de alguns compostos é a reabsorção via circulação entero-hepática ou
reabsorçãonos túbulosrenais.Consequentemente, alguns agentes tóxicos são conjugados e
levados dos tecidos para a corrente sanguínea para que haja excreção, mas são então
reabsorvidos pelo organismo. Além disso, alguns compostos retidos são depositados em
tecidos específicos, tais como ósseo, adiposo e muscular, onde irão se acumular e alterar o
funcionamento destes tecidos. Alguns compostos também permanecem no sangue,
frequentemente ligados às proteínas plasmáticas. Intervenções para aumentar a excreção de
compostosretidos podem ser inestimáveis para diminuir a morbidade associada ao acúmulo
de substâncias tóxicas. Por exemplo, a vitamina D (essencial na regulação da expressão
genética,e facilitaaabsorçãode cálcioa partir do intestino) pode potencializar a absorção de
elementostóxicostaiscomoochumbo,o cádmio,o alumínio,que por sua vez podem afetar o
metabolismo da vitamina D. A contaminação com mercúrio pode alterar a absorção
gastrointestinal de nutrientesresultandoemdeficiênciase,assim, impedira fisiologia normal.
Algunspoluentes orgânicos liberados do tecido adiposo durante a perda de peso, a restrição
calórica ou o exercício podem suprimir a função da tireóide. Os efeitos adversos da
bioacumulação de agente tóxicos pode, por exemplo, alterar a função imune, que pode por
sua vezlevaa doençasautoimunes.Segundopesquisasempíricas,váriasestratégiaspodemser
utilizadas para auxiliar a remoção eficaz de algumas substâncias tóxicas acumuladas. A
investigação científica sobre essas estratégias, no entanto, permanece em um estágio inicial
uma vezque o problemadabioacumulaçãotóxicaé umfenômenorecentementereconhecido
pela medicina clínica. Assim, pesquisa baseada em evidências suficientes para confirmar ou
refutar objetivamente a eficácia das variadas "estratégias de desintoxicação" é muitas vezes
inexistente.Dentre aspossíveisestratégiasdedesintoxicaçãoclínicadestacamosaalimentação
e a fitoterapia. As questões científicas são frequentemente muito mais passíveis de
investigaçãoemanimaise culturade células,e este corpode evidênciasconfirmou que alguns
alimentos e nutrientes são extremamente valiosos para facilitar a excreção e reduzir a
toxicidade dassubstâncias tóxicas. Embora não seja uma lista exaustiva, alguns suplementos
incluem a curcumina (DANIEL et al., 2004), alliums (OLA-MUDATHIR et al., 2008), flavonóides
de plantas como a quercetina (MILTON et al., 2010), selênio (MESSAOUDI et al., 2009),
produtos de algas Parachlorella (UCHIKAWA et al., 2011; 2010) e Chlorella (MORITA et al.,
2001; Takekoshi et al., 2005), ácidos orgânicos naturais (DOMINGO et al., 1988) e fibras
dietéticas (LIM et al., 2005), bem como antioxidantes (EYBL et al., 2006). Os mecanismos de
ação incluem a prevenção da absorção de substâncias tóxicas, facilitando a eliminação de
compostos tóxicos acumulados, o que dificulta a reabsorção entero-hepática de alguns
compostos, e diminui a toxicidade através de mecanismos de proteção. As fibras e outros
carboidratosinsolúveisconsumidosna dieta, por exemplo, parece atuar como uma esponja e
aumenta a remoção de agentes adversos, tais como as micotoxinas, diminui a reabsorção
entero-hepática e, portanto, aumenta a eliminação. Um exemplo é a Chlorella, uma alga do
mar, que recentemente chamouaatençãode muitaspesquisas por suas propriedades únicas,
facilitando a desintoxicação e impedindo a absorção de 19 compostos adverso, tais como o
mercúrio e o chumbo (UCHIKAWA et al., 2011; 2010; MORITA et al., 2001; TAKEKOSHI et al.,
2005). FitoterápicosDestoxificantese HepatoprotetoresA atividadedasenzimasenvolvidasno
processode detoxificaçãohepáticaé influenciadaporalguns fatores, como: genética, gênero,
idade, estado de saúde e nutricional, ingestão de xenobióticos. Desequilíbrios e disfunções
hepáticas ocorrem podem ser causadas ou agravadas pelo excesso de xenobióticos,
paralelamenteàfaltade substratopara metabolização.Existemdiversosativosde plantas que
agem como destoxificantes e como hepatoprotetores (MARQUES, 2014). Muitas plantas são
utilizadas popularmente para tais fins, mesmo sem comprovação científica que embase essa
conduta. A seguir serão destacadas algumas plantas medicinais que apresentam ação
detoxificante e/ou hepatoprotetora. Cardo mariano (Silybum marianum L.) O Silibium
marianum L. pertence à família Asteraceae e suas folhas, flores, raízes e frutos são utilizadas
em fitoterapia. Seu principal efeito é o hepatoprotetor e antioxidante, que está associado à
presença de flavonóides, como a Silimarina (TIEN et al., 2011; GALHARDI, 2009). O cardo
mariano tem sido utilizado como medicamento desde o século IV a.C para tratar náuseas,
mordidasde serpentes,problemasmenstruaise indutoresdalactação.Relatos encontradosna
literaturaindicamque no século XVI o cardo mariano passou a ser utilizada no tratamento de
doenças hepatobiliares, sendo hoje indicada para esse fim em todo o mundo (FERREIRA,
2011). Estudos científicos revelaram que o Silibium marianum apresenta ação antioxidante,
antiperoxidação lipídica, antifibrótica, anti-inflamatória da membrana, além de estabilizar
mecanismos imunomoduladores de regeneração do fígado. Atualmente suas principais
aplicações referem-se ao tratamento da hepatite, cirrose e proteção hepática contra
substâncias tóxicas (LOGUERCIO; FESTI, 2011). Dentre os isômeros da silimarina estão a
silibina,que é ocompostomaisativoe o que apresentamaiorquantidade (60%-70%), seguida
da silicristina (20%), silidianina (10%) e a isosilibidina (5%) (PRADHAN; GIRISH, 2006). Os
mecanismos de ação da silimarina envolvem diferentes rotas bioquímicas, tais como
(WELUNGTON; ARVIS, 2001): 20  Estimulação da taxa sintética de RNA ribossomal (rRNA)
através da estimulação da transcrição da polimerase 1 e do rRNA, protegendo as membranas
celulares de danos induzidos por radicais e bloqueando a recaptação de toxinas, como a alfa
amantina;  Aumento dos níveis séricos de glutationa e de glutationa S-transferase;  A
silimarinapode facilitaraconjugaçãoda bilirrubina com o ácido glicurônico (reação de fase II)
ou ainda inibir a enzima gama-glucuronidase frente a toxinas patogênicas de bactérias
intestinais. Além disso, a silibina também é um potente inibidor da beta-glucuronidase
intestinal humana, bloqueando a liberação e reabsorção de xenobióticos livres e seus
metabólitosconjugadosde glicuronídeo(LOGUERCIO;FESTI, 2011). É importante destacar que
a silibina interage com algumas enzimas do grupo enzimático P450, o que pode interferir no
metabolismo de determinados fármacos, dependendo da enzima necessária para a
metabolização deste. Portanto, é fundamental que o profissional prescritor verifique se o
fitoterápico e os outros fármacos utilizados concomitantemente pelo paciente fazem uso da
mesma via. A administração de silimarina em diferentes concentrações já foi testada em
diversosestudos científicos. Wu et al. (2008) administrou silimarina em doses diferentes em
ratos. A silimarina exerceu efeitos benéficos em estágios iniciais de danos hepáticos e
alteraçõesgordurosas,alémde reduzirahistopalotogia das células desse órgão, impedindo a
formação de carcinoma hepatocelular durante o estado pré-carcinogênico. A silimarina
tambémfoi capaz de bloquearaprogressãodo câncerapós a formação de nódulos,recuperou
a estrutura de hepatócitos e, de maneira dose-dependente, reduziu a formação de radicais
livres.Emoutroestudo,Bonifaz(2009) analisouoefeitodasilimarinasobre ovírusda hepatite
C e a expressão gênica de células de hepatoma humano. Os resultados sugerem que a
silimarinaexerceuumefeitobenéfico,porémenfatizaramque aindaé necessáriomaisestudos
prospectivos, randomizados e controlados para se comprovar esse benefício. Além disso,
outros pesquisadores mostraram os benefícios da silimarina como protetor contra a lesão
hepática grave após envenenamento pelo cogumelo Amanita phalloides e como agente
protetor contra a medicação utilizada no tratamento da tuberculose (SALHANICK et al., 2008;
BEDI et al., 2009). Usualmente o Silubum marianum L é prescrito na forma de extrato seco
padronizado (70%- 80%) em cápsula, com uma dosagem de 100mg-300mg, 3 vezes ao dia
(dosagempara adulto). A 21 prescrição da silimarina de forma isolada é restrita aos médicos.
Efeitos adversos são raros, porém doses acima de 1.500mg por dia podem exercer efeito
laxativo e aumentar a secreção de bile. Alcachofra (Cynara scolymus) Oriunda do
mediterrâneo,aCynarascolymuspertence à família Compositae e suas folhas, brácteas e raiz
são utilizadas mundialmente para fins medicinais. Em suas folhas as principais substâncias
químicasencontradassão osácidosfenólicos,flavonóides e sesquiterpenos, sendo a cinarina
(ácido monocafeioilquínico) o princípio ativo da planta (NOLDIN; CECHINEL, 2003). Diversos
estudos utilizando o extrato de alcachofra em diversas concentrações indicam que a infusão
das folhas secas dessa planta apresenta ação hepatoprotetora, antioxidante, colerética,
colagoga, antidespéptica, diurética, antibacteriana, redutora de colesterol e estimulante do
sistemahepatobiliar(PITTLERetal.,2003). Alémdisso,aAlcachofraé indicada contra náuseas,
indigestão e aterosclerose (HOLTMANN et al., 2003). Küçukgergin et al. (2010), em estudo
utilizandoextratode folhade alcachofraemratosalimentados comumadieta rica em gordura
e colesterol, durante um mês, demonstrou que Após o tratamento observou-se que houve
diminuiçãodos níveis séricos de colesterol e triglicérides, porém não no fígado, mas ocorreu
redução significativa da disfunção hepática e níveis de malondialdeído cardíaco, além de
aumentar a vitamina E no fígado e a atividade da glutationa peroxidase. Mehmetçik et al.
(2008), em um modelo de estresse oxidativo induzido em ratos por tetracloreto de carbono
(CCI4), avaliou a capacidade hepatoprotetora do extrato de folha de alcachofra. Os ratos
tratados como extratode Alcachofraapresentaramreduções significantes nas atividades das
transaminasesplasmáticas,melhoriadasalteraçõeshistopatológicasnofígado,diminuiçãodos
níveisde malondialdeídoe dienoconjugadoe aumentona atividade da glutationa peroxidase
e glutationa redutase. Os resultados sugerem que a administração in vivo de extrato de
alcachofra pode ser útil para a prevenção de hepatotoxicidade induzida pelo estresse
oxidativo. Outro grupo de pesquisadores estudou os efeitos de um extrato feito da parte
comestível daalcachofra.O extratofoi capazde protegeroshepatócitosdoestresse oxidativo,
além de evitar a diminuição de glutationa e o aumento de malondialdeído e ainda induzir a
apoptose de células cancerígenas (MICCADEI et al., 2008). É importante ressaltar que a
AgênciaNacional de VigilânciaSanitária(ANVISA) adverte que o uso da Cynara scolymus deve
ser feito com cautela em pacientes com doenças da vesícula biliar, hepatite grave, falência
hepática e câncer no fígado. 22 Alho (Allium sativum) O Allium sativum é um fitoterápico
pertencente à família Liliaceae e seus bulbos são utilizados com finalidades medicinais e
culináriasdesde aantiguidadeA alicina é o principal composto bioativo encontrado no alho e
exerce açãoantiviral,antifúngicae antibiótica,seguidodaaliinaque exerce efeitohipotensore
hipoglicemiante.Oalhotambémcontémselênioagindocomoantioxidante. Iciek et al. (2011),
em modelo de ratos, mostraram que os componentes ativos do alho reduzem as espécies
reativas de oxigênio e malonialdeído, com aumento na glutationa S-transferase, sugerindo
uma ação hepatoprotetora,pelainduçãode enzimasde fase II. O extrato de alho pode alterar
as enzimas citocromo P450 no fígado, sendo essas responsáveis pela metabolização de
compostos químicos exógenos, como medicamentos. Estudos mostraram que a ingestão de
um suplementode alhoempóreduziuasconcentrações sanguíneas de Saquinavir e Ritonavir
(medicamentosutilizadosnotratamentoantirretroviral de pacientes portadores do vírus HIV)
e esse efeito foi atribuído à estimulação das isoenzimas P450 e toxicidade gastrointestinal
grave. Por outro lado, estudos realizados com os compostos ativos dialui sulfeto e dialil
disulfeto, derivados do alho, não apresentaram estímulo das isoenzimas P450 e nem
toxicidade gastrointestinal grave (GALLICANO et al., 2003). Cox et al. (2006), em estudo que
avalioua influênciadasuplementaçãode alho sobre a farmacocinética do docetaxel, fármaco
utilizadonotratamentode câncer,revelouque,apesarde algunsestudosteremmostradoque
a alicinapode interferirnaatividade daenzimaCYP3A4,oalhonão afetousignificativamente a
disposiçãode docetaxel. A ANVISA adverte que o alho na forma de fitoterápico não deve ser
utilizado por indivíduos menores de três anos e pessoas com gastrite e úlcera gástrica,
hipotensão,hipoglicemia,hemorragiae empessoasque fazemusode anticoagulantes.Dente-
de-leão (Taraxactun officinale) O Taraxacum officinale pertence à família Asteraceae e seu
rizoma,flores,inflorescência,sementessãomuitoutilizadasnamedicinapopular.Osprincipais
efeitos relatados são para o tratamento da dispepsia, azia, distúrbios no baço e fígado
(hepatite), anorexia, inflamações, câncer de mama e útero. O dente-de-leão é rico em
terpenóides e princípios amargos (principal-mente taraxacin e taraxacerin), além de conter:
compostos esteróides, incluindo beta-amirina, taraxasterol e etaraxero 23 que estão
relacionados com a bile; um terpeno antialérgico (desacetylmatricarina); polissacarídeos
(principalmentefructosanose inulina)e pequenasquantidadesde pectina, resina, mucilagem
e flavonóides. São encontrados em toda a planta os ácidos hidroxicinâmicos, chicórico,
monocafeiltartáricoe clorogênicoe a cumarinanas folhas.Alémdisso, o Taraxactun officinale
tambémé fonte de clorofilae umavariedade de vitaminas e minerais, tais como: β-caroteno,
vitaminas C e D, vitaminas do complexo B, colina, silício, ferro, sódio, magnésio, potássio,
zinco, cobre, manganês e fósforo. Choi et al. (2010), em estudo realizado com coelhos
alimentadoscomumadietahipercolesterolêmica, demonstraram que o uso da folha e raiz de
Taraxacum officinale aumentaatividadedaglutationa,daglutationaperoxidase e asuperóxido
dismutase.Poroutrolado,a atividade daenzimaglutationa S-transferase diminuiu com o uso
da raiz, bem como da catalase. No que diz respeito à peroxidação lipídica no fígado, o
tratamento com a raiz do dente de leão resultou em redução significativa no nível de TBARS
(umprodutoda peroxidaçãolipídica), mas o mesmo não ocorreu com a folha. Outros estudos
confirmam o efeito do dente-de-leão sobre o aumento da atividade da glutationa, com
consequente diminuiçãodaperoxidaçãolipídicahepática(PARKetal.,2010). O efeitoprotetor
do extratode raizde dente-de-leãofoi testadoemlesõeshepáticasinduzidasporálcool invivo
e invitro.Em célulashepáticastratadascometanol 39% na presençadoextratoaquosode raiz
de dente-de-leão (TOH) nenhum dano foi observado, enquanto que o extrato alcoólico de
dente-de-leão(TOE) não apresentou atividade hepatoprotetora potente. No mesmo estudo,
os camundongosque receberamTOH(lg/kgde pesocorporal/dia)apresentaram uma redução
significativade transaminaseshepáticase aumento das atividades antioxidantes das enzimas
catalase, glutationa S-transferase, glutationa, glutationa peroxidase e glutationa redutase,
além de apresentarem melhora nos níveis de malondialdeído. Os autores concluíram a
administração de TOH protegeu contra a hepatotoxicidade induzida pelo etanol. Esses
resultadossugeremque oextratoaquosode dente-de-leão tem ação hepatoprotetora contra
a toxicidade induzida pelo álcool, elevando o potencial antioxidante e diminuindo a
peroxidação lipídica (YOU et al., 2010). Por outro lado, outros estudos em linhagem de
hepatoma humano Hep G2, relatam evidências de citotoxicidade e produção de citocinas
(fatorde necrose tumoral (TNF) -alfa e interleucina (IL)-1 alfa) em comparação aos controles.
Além disso, a apoptose de células Hep G2 foi fortemente induzida, pelo aumento da
quantidade de TNF-α e IL-lα (KOO et al., 2004). Contraindicações: De acordo com a ANVISA o
uso desse fitoterápicodeve serevitadonapresença de obstruçãodosductosbiliarese dotrato
intestinal. 24 Boldo-do-Chile (Peumus boldus) O Peumus boldus pertence à família
Moniiniaceae e tem sua origem nas regiões montanhosas do Chile, por isso é conhecido no
Brasil como boldo ou boldo-do-Chile. Em suas folhas encontramos alcalóides pertencentes à
classe dos benzoquinolínicos (0,4%-0,5%), sendo a boldina o principal deles (cerca de 12%-
19%), alémde taninos,óleoessencial, flavonóides e glicolipídicos (SCHWANZ et al., 2008). Os
principais efeitos relacionados ao boldo são: estimulante de secreções gástricas,
antidispéptico,colerético,colagogo,antiespasmódico,tratamentode cálculosbiliares,cistite e
colelitíase acompanhada de dor e diurético (SCHWANZ et al., 2008). Estudos revelam que a
boldina apresenta baixa toxicidade, não exerce efeito sobre a atividade do citocromo P450,
mas simpromove forte inibiçãodaperoxidaçãodosmicrossomasde fígadohumano, a boldina
por serconsideradaumvaliosoantioxidante,agente hepatoprotetor(KRINGSTEIN etal., 1995),
e anti-inflamatório agudo (LANHERS et al., 1991). Apesar dos efeitos benéficos em alguns
casos, mediante outros resultados obtidos na literatura a respeito da toxicidade do extrato
hidroalcoólico de folha seca de boldo, sugere-se moderação e cuidado na administração de
boldo, principalmente quanto ao uso prolongado e também durante o primeiro trimestre da
gravidez, principalmente pela falta de conhecimento de mecanismos (ALMEIDA et al., 2000).
Em acordo com essesestudosaANVISA orientaque usodesse fitoterápico deve ser cauteloso
e monitorado,principalmente em pessoas com doença hepática aguda ou severa, colecistite
séptica,espasmosdointestinoe íleo e câncer no fígado. E contraindicada para indivíduos que
apresentem obstrução das vias biliares, doenças severas no fígado e gestantes. Resveratrol
(Vitisvinífera) Oresveratrol,sendoumcompostolipofílico exógeno, pode cruzar a membrana
plasmática,sersubmetidoaometabolismocelulare,possivelmente,interagir com enzimas da
fase I. O resveratrol inibiu in vitro o CYP450, que é um recombinante humano. Além disso,
tambéminibiuaatividade do CYP450 de ratos e dos microssomos hepáticos humanos. Ainda,
reduziuainsurreiçãode lesõespré- neoplásicasemculturade células da glândula mamária de
ratos e diminuiuaincidência de formação de tumor em ratos tratados com 7,12-dimetilbenz-
α-antraceno (DMBA), utilizado como um iniciador de tumor em combinação com o éster de
forbol e usado como promotor de tumor. Uma vez que o DMBA requer a sua bioativação por
enzimasde fase ICYP1A1, CY1A2 e CYP1B1, a atividade antitumoraldoresveratrol invivoinclui
a prevenção da fase de iniciação da carcinogênese, inibindo as enzimas da 25 fase I. O
resveratrol mostrou poder discriminativo entre isoenzimas CYP: inibiu diretamente as
atividades da CYP1A1 e CYP1B1, ao mesmo tempo em que inibiu, indiretamente, a CYP1A2.
Sugerese que ainibiçãoindireta do CYP se deva a um composto derivado do metabolismo do
resveratrol na presença de NADPH (CHANG; CHEN; LEE, 2001) Além de inibir a atividade do
CYP, o resveratrol também pode bloquear a ativação do promotor da CYP1A1 e a transcrição
de genes em células de hepatomas humanos. Além disso, o resveratrol diminui o efeito
carcinogênico do aril-hidrocarboneto. Aril-hidrocarbonetos são carcinógenos que atuam por
receptores nucleares para promover a transcrição de CYP para a conversão enzimática de
xenobióticos em elementos carcinógenos. O resveratrol, sem se ligar a receptores, atua na
interação com a região promotora do gene CYP1A1 (CIOLINO; YEH, 1999). O resveratrol
mostrou induzir enzimas da fase II, como a UDP-glicoruniltransferase e NADPHquinona
oxidoredutase,na epiderme de rato (SZAEFER; CICHOCKI; BRAUZE, 2004). Outras Plantas com
ação destoxificante e hepatoprotetora:  Carqueja (Baccharis trimera)  Mil folhas (Achillea
millefoliumL.) Chá verde (Cameliasinensis)  Groselha-negra (Ribes nigrum)  Salsaparrilha
(Smilax spp.) Solicitação de Exames Laboratoriais O Conselho Federal de Nutricionistas,
considerando que a Dietética e a Dietoterapia, ramos da ciência da Nutrição, cujo objetivo é
preservar,promovere recuperarasaúde atravésda aplicaçãode métodose técnicas próprios,
integramocurrículo específicodaformaçãodo nutricionista;e Considerandoque aatuação do
nutricionista na área de Nutrição Clínica abrange o atendimento ao cliente-paciente na
internação,ambulatório,consultório e domicílio, resolve: Art. 1º. Compete ao nutricionista a
solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução
nutricional docliente-paciente.Art.2º.O nutricionista,aosolicitarexames laboratoriais, deve
avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de
sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. 26 Modelo de
solicitação Quadro 1 – Exemplo de solicitação de exames Dra. Maria da Silva Solicito ao Sr (a)
XXXXXXXXXXXXXXXXX que realize os seguintes exames laboratoriais: Hemograma completo
Perfil lipídico (CT, frações e Triglicerídeos) Ferro sérico; ferritina sérica; transferrina Glicemia
de jejum;insulinade jejum Proteínas totais e frações TGO; TGP e Gama GT Ácido úrio, uréia e
creatinina séricos TSH; T4 e T3 Livres e T3 reverso PCR ultrassensível Homocisteína sérico
Ácido metil malônico sérico Ceruloplasmina sérico 25-hidroxi Vitamina D Dosagem das
Vitaminas:A, C, E, B6, Ácido fólico e B12 Cálcio total; Cálcio iônico; Magnésio sérico; Potássio
sérico; Fósforo sérico; Sódio sérico; Selênio sérico; Zinco sérico; Cromo sérico; Cobre sérico;
Manganês sérico. Cortisol sérico (8h e 16h) Data: Assinatura: CRN: End: 27 UNIDADE II –
PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA CAPÍTULO 1
Princípios Ativos das Plantas Medicinais, Mecanismo e Importância no Aspecto Clínico O
metabolismo das plantas é dividido em primário e secundário. Admite-se porém, que não
existe uma divisão exata entre esses dois tipos de metabolismo. Os lipídeos, as proteína, os
carboidratos e os ácidos nucléicos que são comuns aos seres vivos e essenciais para
manutençãodacélula,sãooriginadosnometabolismo primário, e as substâncias originadas a
partir de rotas biossintéticas diversas e que são restritas a determinados grupos de
organismos, são produtos do metabolismo secundário (KALLUF, 2015). As plantas medicinais
têm como principal característica a presença de princípios ativos, sejam eles constituídos de
uma única substância existente na planta, ou de um conjunto de substâncias que atuam
sinergicamente,chamadasde complexofitoterápicoque podem interagir com o organismo do
indivíduo para promoção da saúde (LORENZI; MATOS, 2002). Várias espécies já tiveram seus
princípiosativosisolados,e dentre inúmerosdestes,cita-seapenasalgunsatítulode exemplo:
os óleosessenciaiscamazuleno,presente nasfloresdacamomila(Matricariachamomilla) e da
mil-folhas (Achillea millefolium), e o safrol, na canelasassafrás (Ocotea odorífera); os
alcaloides, morfina, na papoula (Papaver somniferum), atropina, na beladona (Atropa
belladona) e pilocarpina,nojaborandi (Pilocarpusjaborandi); o tanino, composto polifenólico
presente nasfolhasdobarbatimão(Stryphnodendronbarbatimao),docarvalho(Quercussp) e
da hamamelis (Hamamelis virginiana); as saponinas, na agave (Agave sp), na salsaparrilha
(Smilax sp) e na iuca (Yucca sp) (CORREA JÚNIOR et al., 1994). 28 Essas substâncias podem ser
empregadas tanto dentro da própria planta na forma de preparações caseiras, como chás,
tinturase pós, ou na forma de composto puro isolado da planta e transformado em cápsulas,
comprimidos e pomadas, pela indústria farmacêutica (LORENZI; MATOS, 2002). Os vegetais
sintetizam e armazenam os princípios ativos durante o seu desenvolvimento, porém nem
todosos metabólitossintetizadostêmvalormedicinal (WAGNER: BLADT, 2001; KALLUF, 2008).
Os princípios ativos são substâncias quimicamente caracterizadas, provenientes do
metabolismo secundário, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou
parcialmente,pelosefeitosterapêuticosdovegetal.Emtodasasespéciesháao mesmotempo
princípios ativos e substâncias inertes, sendo estas últimas responsáveis por determinar a
eficácia da erva medicinal, acelerando ou retardando a absorção dos princípios ativos pelo
organismo. Os fitocomplexos são encontrados em concentrações diferenciadas no vegetal,
preferencialmente em folhas, flores e raízes e às vezes em sementes, frutos e cascas
(WAGNER; BLADT, 2001; KALLUF, 2008). O entendimento dos princípios ativos é necessário
para que estes sejam empregados em larga escala como opção terapêutica na prevenção de
doenças. Assim, pesquisas com metodologia confiável são indispensáveis para que se
conheçamcom exatidãoosbenefícios,semoferecerriscosde toxicidade e efeitosindesejáveis
(WAGNER; BLADT; KALLUF, 2008). Os princípios bioativos vegetais que mais se destacam são:
glicosídios,flavonoides, saponinas, óleos essenciais, salicilatos, ácidos orgânicos, alcaloides,
mucilagens,taninose antraquinonas(WAGNER; BLADT, 2001; KALLUF, 2008). Princípios Ativos
Vegetais e suas Ações Princípios Ativos Propriedades Alcalóides Atuam no sistema nervoso
central (calmante, sedativo, estimulante, anestésico, analgésicos). Alguns podem ser
cancerígenos e outros antitumorais. Ex: Cafeína do café e guaraná, teobromina do cacau,
pilocarpinadojaborandi.MucilagensCicatrizante, anti-inflamatório, laxativo, expectorante e
antiespasmódico.Ex:babosa,tanchagem, psyllium. Flavonóides Fortalece os vasos capilares;
efeitoanti-inflamatório,antiesclerótico,antidematoso,dilatadorde coronárias,espasmolítico,
anti-hepatotóxico, colerético e antimicrobiano. Ex: rutina, quercetina, chá verde (Camellia
sinensis)TaninosPorviainterna,exercemefeito antidiarreico e antisséptico; por via externa,
impermeabilizamascamadasmaisexpostasdapele e mucosas, protegendo assim as camadas
subjacentes. Podem provocar irritação gástrica em grandes doses. Em pequenas doses,
protege o trato gastrointestinal. Ex: barbatimão; Vítis vinífera... Óleos Essenciais Efeitos:
bactericida,antivirótico,cicatrizante,analgésico,relaxante, expectorante e antiespasmódico.
Ex: mentol nashortelãs,timol notomilho,eugenol nocravo-da-índiaÁcidosOrgânicos (Ácidos
tartárico,málico,cítrico e o silícico) Asplantasdasfamíliasdasborraginácias,dasequisetáceas
e das gramíneas absorvem grande quantidade de sais orgânicos do solo, principalmente o
silícico, armazenando-o nas membranas das células ou no seu protoplasma. Ex: Ruibarbo,
azedinhaCompostosFenólicos Os compostos fenólicos são aqueles que originam os taninos.
Ex: Ácido caféico, Vanilina, Ácido clorogênico. 29 Compostos Inorgânicos Têm propriedades
diuréticas, auxiliam na formação do tecido conjuntivo. Ex: Sais de cálcio, silício e potássio.
Cumarina Possui ação antisséptica, pigmentante, vasodilatadora, anti-inflamatória. Ex:
Dicumarol,Xantonas.GlicosídeosCardiotônicosOscardiotônicospossuem alta especificidade
no músculocardíaco; temefeitoacumulativo;riscode intoxicação; aumenta o débito cardíaco
e diminuem a frequência cardiáca. Ex: Digitalispurpúrea L. (digoxina) e digitalislanata L.
(digitoxina).GomasSãopolissacarídeossolúveisouinsolúveis.Podemserusadascomolaxante
e mucoprotetor. Antroquinonas ou derivados Antracênicos São usados como purgativos,
estimulam os movimentos peristálticos, aumentam a motilidade intestinal, diminuem a
absorção de água e eletrólitos pois bloqueiam a bomba de sódio na região intestinal. O uso
prolongado e contínuo é contra-indicado. Medicamentos contendo estes ativos devem ser
evitados por crianças e gestantes. Ex: Sene e Cascara sagrada Saponinas ou Saponosídeos
Emulsionamoóleonaágua e possuemumefeitohemolítico.Asplantasque contemsaponinas
são utilizadastambémporsuaação mucolítica,diuréticasuave e depurativa: Ex: Ginseng, Ilex
paraguariensis,PrímulaCompostosSulfuradosMetabólitosvegetaisderivadosde aminoácidos
sulfuradoscomação antibacteriana,antiviral,antifúngico,anti-inflamatório, hipoglicemiante,
antioxidante, imunomodulador. Glucoquininas Princípios ativos que atuam sobre a glicemia.
Lignanas ou Neolignanas Possuem ação anti-inflamatória, antifúngica, hepatoprotetora,
relaxante muscular e antialérgica. Ex: Linhaça dourada e marrom. Substâncias Amargas Estão
presentes nos óleos essenciais, nos glicosídeos, nas saponinas e nos alcalóides. Estimulam a
secreção gástrica e possuem ação tônica geral. Fonte: Adaptado de MARTINS (1995)
CompostosAtivosTerpenosConstituemamaiorclasse de componentes químicos das plantas,
havendo mais de 30.000 substâncias descritas. Alguns terpenos, como o esqualeno e os
carotenos, fazem parte do metabolismo primário das plantas e são encontrados em todas as
espécies.Noentanto,amaiorparte dos terpenos constitui o metabolismo secundário, o qual
estáenvolvidonaadaptaçãodasplantasao seunichoecológico. A via transdérmica é uma das
principaisviasde absorçãodosterpenosé.Poreste motivo,sãomuitoutilizados na fabricação
de cosméticos e pela indústria farmacêutica, pela qual são utilizados como promotores de
penetração de medicamentos (SAPRA et al., 2008). A via inalatória é outra rota de
administraçãomuitocomumdosterpenos.Porissosãomuitoutilizadoscomo base para óleos
essenciais e perfumes (SAPRA et al., 2008). Outra via de administração é a oral. Kohlert et al.
(2000) concluíram que estes compostos são geralmente eliminados com uma meia-vida de
aproximadamente 1hora,demonstrandohaverum baixo risco de acúmulo desses compostos
no organismo (MARQUES, 2011). 30 Propriedades benéficas dos terpenos  Ação
antiagregaçãoplaquetária(Exemplos:Isopreno,Prenol, Ácido Isovalérico, Pubescenoides A e
B)  Bactericida, fungicida, antiparasitário, acaricida, alívio de azia e refluxo, anticancerígeno
(Exemplos: Geraniol, Limonemo, Terpineol, Timol, Mentol, Alfa E Beta-Pinemo);  Anti-
inflamatório, antialérgico, antifúngico, anticancerígeno (Exemplos: Farneseno, Farnesol,
Ferutinina,Tenuferidina, Ferolina);  Anti-inflamatório, antiviral (anti-HIV), hepatoprotetor,
destoxificante, analgésico, imunomodulador (Exemplos: Cafesol, Kahweol, Cembrene,
Taxadiene,Forskolin);  Antimicrobiano e indutor de apoptose (Exemplo: Geranilfarnesol); 
Precursor de esteróides, anticancerígeno, anti-inflamatório e antiviral (anti-HIV) (Exemplos:
Esqualeno e saponinas);  Antioxidantes, antiproliferativos e anti-inflamatórios (Exemplos:
Licopeno, ɣ, α e β-caroteno). Saponinas: Seu nome provém da propriedade de formarem
espuma quando agitadas em água. As saponinas são um grupo particular de heterosídeos
derivadosdostriterpenostetracíclicos,derivadas do metabolismo secundário das plantas, ou
seja,sãosubstânciasproduzidascomoparte doseusistemade defesa.Oteor de saponinas do
ginseng(Panax ginseng), por exemplo, é diretamente proporcional à sua idade, sendo que o
pico é atingido por volta dos seis anos (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas
das saponinas:  Antimicrobiana/antifúngica;  Anti-inflamatória;  Anticancerígena; 
Aumentodapermeabilidade nasmembranascelulares; Antioxidante;  Anticonvulsivante; 
Imunoestimulante;  Analgésica;  Hiperglicêmica;  Antiviral;  Hipocolesterolêmica 31
TaninosPrincípiosativosvegetaispertencentesaogrupode compostos fenólicos, que por sua
vez, são originários do metabolismo secundário das plantas. Os taninos apresentam uma
tendência a formar complexos com proteínas faz com que sejam os principais limitantes do
valornutricional em leguminosas, pois reduzem a digestibilidade das proteínas das mesmas.
Adicionalmente,podeminibirenzimas (complexos com proteínas enzimáticas) e interferir na
absorção de alguns minerais e vitaminas (DESHPANDE, 1992). Os taninos apresentam baixa
absorção pela pele e pelo trato gastrointestinal, seus efeitos farmacológicos são elucidados
segundoseusefeitoslocaisnestesórgãos.Porém, essa característica é benéfica, uma vez que
se absorvidos em grandes quantidades, os taninos podem apresentar toxicidade (MARQUES,
2011). Principaispropriedades benéficas dos taninos:  Antioxidante " Os taninos, por serem
componentes fenólicos, possuem a capacidade de doar íons de hidrogênio às moléculas de
radicaislivres,impedindoaperoxidaçãolipídicae inibindoasenzimas envolvidas na produção
desses radicais, tais como fosfolipase A2, ciclo-oxigenase e lipoxigenase;  Atividade
hemostática e cicatrizante " Graças à capacidade em se complexar com estruturas protéicas,
os taninos podem precipitar proteínas do plasma, além de ativar os fatores de coagulação
sanguínea.O efeitocicatrizanteestárelacionadocoma propriedade adstringente atribuídaaos
taninos, pois agem formando uma película protetora na região lesionada.  Atividade
bactericidae fungicida"Sua capacidade de formarcomplexoscomproteínas,exercendoefeito
inibitório sobre enzimas bacterianas e fúngicas, podendo, ainda, formar complexos com os
substratos destas enzimas;  Outras propriedades benéficas dos taninos são, ação antiviral,
antidiarréica, redução da oxidação da lipoproteína LDL. Flavonóides Presentes em frutas,
legumes, raízes, talos, flores, folhas, cascas de árvores, vinho, nozes, sementes, ervas e
especiarias, os flavonóides representam o maior grupo da família dos compostos fenólicos,
sendo uma classe de metabólitos secundários amplamente encontrados no reino vegetal
(MARQUES, 2011). 32 Os flavonóides são divididos em quatro grupos principais:  Flavonas.
Componentes: apigenina, chrisina, kaempferol, luteolina, miricetina, rutina, sibelina e
quercetina.  Flavononas. Componentes: fisetina, hesperetina, narigina, naringerina e
taxifolina.  Catequinas. Componentes: catequina, epicatequina e epigalicatequina galate. 
Antocianinas. Componentes: canidina, delfinidina, mavidina, pelargonidina, peonidina e
petunidina. Principais propriedades benéficas dos flavonóides:  Ação antioxidante; 
Cardioprotetora;  Anticarcinogênica;  Anti-inflamatória;  Antiviral;  Hepatoprotetora
AlcalóidesOsalcalóidessãocompostosnitrogenadosde reação básica, geralmente com sabor
amargo, presentes em diversas partes do vegetal e geralmente combinados com ácidos
orgânicos ou taninos. Os alcalóides podem ser absorvidos através do trato gastrintestinal, a
partir de todas as membranas e mucosas e são pouco absorvidos pela pele integra. Após a
absorção a maioria dos alcalóides é metabolizada no fígado (MARQUES, 2011). Principais
propriedades benéficas dos alcalóides:  Atividade antioxidante;  Anti-inflamatória; 
AntimaláricaAntraquinonasNasplantas,asantraquinonasnormalmente apresentam-se como
substâncias cristalinas de coloração amarela, laranja ou vermelha, e estão presentes em
fungos, liquens e em plantas superiores. Os glicosídeos antraquinônicos, quando ingeridos,
atingem o cólon, no qual sofrem a ação da microbiota intestinal, sendo hidrolisados e
convertidos em agliconas. As agliconas são as moléculas ativas das antraquinonas, sendo
facilmente absorvidas pelo organismo. O principal efeito das antraquinonas no organismo
humanoé o laxativo(MARQUES,2011). Exemplos:RhammuspurshianaDC. (Cáscara-sagrada),
Cassia angustifólia e Cassia acutifólia (Espécies de sene). Ácidos orgânicos As raízes liberam
muitosácidosorgânicos, que sãode extremaimportância,tanto, por atuação de forma direta,
favorecendoabiodisponibilidade de nutrientes para as plantas processo de quelação e troca
de ligantes,quantoporformaindireta,peloestímulo da atividade microbiana. O ácido cítrico,
por exemplo,é consideradoumdoscomponentesmaisimportantesenvolvidos nos processos
de liberação de fósforo, potássio, zinco e complexação de alumínio (MARQUES, 2011).
Principais propriedades benéficas dos ácidos orgânicos: Auxiliam na diminuição do risco de
doenças crônicas por seu papel antioxidante, atuando na redução do estresse oxidativo e na
inibição da oxidação de macromoléculas. Malato e o citrato exercem efeitos alcalinizantes
após o metabolismo,comumpotencial de prevenirbaixograude acidose metabólicainerente
ao consumo de dieta ocidental. Ácido cítrico e tartárico aumentam a salivação e possuem
atividade bacteriostática,oque contribui paramanterosdentesemmelhorescondições,além
de possuírem ação diurética e laxante suave. Por sua vez, o ácido málico da maçã tem ação
adstringente e obstipante, o qual e útil em casos de colite ou diarréia. Porém, nem todos os
ácidos orgânicos são benéficos. O ácido oxálico pode precipitar na urina quando em contato
com o cálcioe colaborarna formação de cálculos(MARQUES,2011). FarmacologiadasPlantas:
A eficáciaterapêuticadosfitoterápicosdependemmuitodaabsorçãodos princípios ativos das
plantas, o que envolve a farmacocinética e farmacodinâmica. Farmacocinética Seria o que o
organismo faz com a planta, desde a biotransformação dos metabólitos ativos até a sua
excreção.Inclui as reações de oxidação, redução e hidrolise dos compostos e conjugação dos
gruposfuncionaiscomomoléculasendógenas.Ofígadoé o principal local de metabolismo dos
compostos ativos, em função do seu amplo sistema microssomal. O sistema de catálise do
metabolismo oxidativo é dependente do citocromo P450 e atua sobre uma ampla gama de
substânciaendógenaspoluentesambientes e carcinógenos. Modificações na atividade desse
sistema podem alterar a resposta metabólica frente a essas substâncias (HOLLMAN; KATAN,
1999; BLUMENTHAL; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000; HEIM; TAGLIAFERRO; BOBILYA, 2002).
34 Farmacodinâmica Traduz o que as plantas e seus compostos bioativos fazem com o
organismo: o mecanismo de ação, o espectro de atividades e as reações adiversas. São
interações que regulam o conhecimento molecular do princípio ativo e do seu receptor. O
resultadodessainteraçãoproduzoefeitoterapêuticocujarespostaé variável dependendo de
vários fatores individuais dos farmacocinéticos. Dentro dos fatores individuais, ingestão
inadequadaouinsuficiente dosnutrientes essenciais, ou seja, a deficiência nutricional, pode
afetar a absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos compostos bioativos. O
conceitode biodisponibilidade dosprincípiosativos das plantas, no sentido restrito, depende
da extensão e velocidade da farmacocinética o que interfere diretamente na resposta
terapêutica (HOLLMAN; KATAN, 1999; BLUMENTHAL; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000; HEIM;
TAGLIAFERRO; BOBILYA, 2002). CAPÍTULO 2 Plantas Medicinais e Fitoterápicos conforme a
Legislação O Nutricionista A Resolução do CFN nº 556 de 11 de abril de 2015 altera as
Resoluções nº 416, de 2008, e nº 525, de 2013, e acrescenta disposições à regulamentação da
prática da Fitoterapiaparao nutricionistacomocomplemento da prescrição dietética. Art. 2º.
O art. 3º da Resolução CFN nº 525, de 25 de junho de 2013, publicada no Diário Oficial da
União, Seção 1, Edição de 28 de junho de 2013, página 141, passa a vigorar com as seguintes
alterações: "Art. 3º - O exercício das competências do nutricionista para a prática da
Fitoterapiacomocomplementodaprescriçãodietéticadeveráobservarque:I - a prescriçãode
plantas medicinais e chás medicinais é permitida a todos os nutricionistas, ainda que sem
títulode especialista;II - a prescriçãode medicamentosfitoterápicos,de produtos tradicionais
fitoterápicose de preparaçõesmagistrais de fitoterápicos, como complemento de prescrição
dietética, é permitida ao nutricionista desde que seja portador do título de especialista em
Fitoterapia, observado o disposto no § 4º deste artigo. ..... § 4º Para a outorga do título de
especialistaemFitoterapia,aAssociaçãoBrasileirade Nutrição(ASBRAN),atendido o disposto
no § 1º deste artigo, adotará regulamentação própria, a ser amplamente divulgada aos
interessados,prevendooscritériosque serãoutilizadosparaessa titulação. 35 ..... Art. 4º. Não
se aplicará o disposto no caput, inciso II e § 4º do art. 3º da Resolução nº 525, de 2013, com as
alterações dadas por esta Resolução, aos nutricionistas que, até a data de publicação desta
Resolução, estejam matriculados ou tenham obtido certificado de conclusão de cursos de
pósgraduação Lato Sensu, com ênfase na área de fitoterapia relacionada à nutrição. ...... Art.
5º. O prazo a que se refere o § 2º do art. 3º da Resolução 525, de 2013, será contado a partir
da data da publicação desta Resolução. Art. 6º. A ementa da Resolução 525, de 2013, passa a
vigorar com a seguinte redação: "Regulamenta a prática da Fitoterapia pelo nutricionista,
atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas
medicinaise chásmedicinais,medicamentosfitoterápicos,produtos tradicionais fitoterápicos
e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da prescrição dietética e dá
outras providências."De acordocom a legislaçãovigente aprescriçãode plantasmedicinaisou
drogas vegetais deverá ser legível, conter o nome do paciente, data da prescrição e
identificação completa do profissional prescritor (nome e número do CRN, assinatura,
carimbo,endereçoe forma de contato) e conter todas as seguintes especificações quanto ao
produto prescrito: I - nomenclatura botânica, sendo opcional incluir a indicação do nome
popular;II - parte utilizada;III - formade utilização e modo de preparo; IV - posologia e modo
de usar; V - tempo de uso. Formas farmacêuticas As formas farmacêuticas permitidas para o
uso peloprofissionalnutricionista são exclusivamente as de uso oral, tais como: I - infuso; II -
decocto;III - tintura;IV - alcoolatura; V - extrato Ervas secas: Produtos constituídos por partes
vegetais,inteiras, fragmentadas ou moídas, obtidos por processos tecnológicos adequados a
cada espécie,utilizadosexclusivamentenapreparação de bebidas alimentícias por infusão ou
decocção em água potável, não podendo ter finalidades farmacoterapêuticas (não podem
possuir alegação terapêutica no rótulo). 36 Droga vegetal: Planta ou suas partes, que
contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica e
usada após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada,
triturada ou pulverizada. Infusão: Preparação líquida, que consiste em verter água fervente
sobre a droga vegetal e,emseguida,tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo
determinado.Éindicadaparapartesde vegetaisde consistênciamenosrígidataiscomofolhas,
flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis. Ex: Carqueja (Baccharis
trimera), Guaçatonga (Casearia sylvestris), Erva baleeira (Cordia verbenacea), Erva cidreira
(Cymbopogoncitratus).Decocção:Consiste naebuliçãoda droga vegetal em água potável por
tempo determinado. É indicada para ervas de consistência rígida, que não liberam seus
componentesativosembaixastemperaturas,comocascas,raízes,rizomas,caules,sementese
folhas coriáceas (c/ cutículas espessas). Ex: Cajueiro (Anacardium occidentale), Bardana
(Arctium lappa), Hamamélis (Hamamelis virginiana), Mulungu (Erythrina mulungu). Não é
indicada para ervas com compostos voláteis ou com compostos que se degradam em altas
temperaturas.Maceração:É umaforma de preparoindicadapara ervasque não necessitamde
altastemperaturaspara liberaremseuscomponentes químicos ou podem ser degradadas em
água quente.Muito indicada para plantas que possuem compostos voláteis. Ex: Alho (Allium
sativum).Tintura:Preparaçãocomextraçãohidroalcoólicaapartir da plantaseca na proporção
de 20% Alcoolatura: Preparação com extração hidroalcoólica a partir da planta fresca na
proporçãode 50%. Extratos:Preparações líquidas, sólidas, semi sólidas obtidas pela extração
de drogas vegetaisfrescasousecas,pormeio líquido, seguida por evaporação total ou parcial
e ajuste do concentrado a padrão previamente estabelecido. Lista de Medicamentos
Fitoterápicosde Registro Simplificado. 37 A Instrução Normativa nº 2, de 13 de maio de 2014,
publicaa “Listade medicamentosfitoterápicos de registrosimplificado” e a “Lista de produtos
tradicionaisfitoterápicos de registro simplificado” revogou a Instrução Normativa nº 5, de 12
de dezembrode 2008, que determinavaapublicaçãoda“Lista de medicamentos fitoterápicos
de registrosimplificado”ecitaosmedicamentosfitoterápicosque sãoexclusivos de prescrição
médica”.Listade MedicamentosFitoterápicosde registrosimplificadocujavendanecessita de
prescrição médica. 1. Uva-ursi - Arctostaphylos uva-ursi Spreng. (cistite) 2. Cimicífuga -
Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. (climatério) 3 Equinácea - Echinacea purpúrea Moench
(infecções) 4 Ginkgo - Ginkgo biloba L. (distúrbios circulatórios) 5. Hipérico - Hypericum
perforatum L. (depressão) 6. Kava-kava - Piper methysticum Forst. F (ansiedade, insônia,
agitação) 7. Saw palmetto - Serenoa repens (Bartram) (hiperplasia benigna próstata) 8.
Tanaceto - Tanacetum parthenium Sch. Bip. (enxaqueca) 9. Valeriana - Valeriana officinalis
(insônia, ansiedade) A Resolução – RDC 10, de 9 de março de 2010 que dispõe sobre a
notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Foi revogada
junto com a instrução normativa nº 5 de 31 de março de 2010 para fins de registro, mas
continuavigente nareferênciaparaa prescrição. Sendo uma boa opção para consulta técnica,
pois traz em seu anexo I uma lista com 54 drogas vegetais para uso interno, 21 para uso
externo e 1 de uso inalatório com a respectiva alegação de propriedade, além de posologia
segura e modo de uso de cada espécie. Medidas de Referência Para a correta utilização das
drogas vegetais e fitoterápicos é importante conhecer as medidas de referência a seguir.
Colher de sopa 15 ml / 3 g Colher de sobremesa 10 ml / 2 g Colher de chá 5 ml / 1 g Colher de
café 2 ml / 0,5 Copo 250 ml Xícara de chá 150 ml 38 Xícara de café 50 ml Cálice* 30 ml Fonte:
Adaptadas da Resolução RDC nº 10 de 09.03.2010 – ANVISA * Geralmente são adotados 125
ml em alimentose 30 ml em medicamentosOutropontoimportante a ser observado é que as
doses sugeridas pela literatura de referência (Famacopéias e Comissões) nem sempre
contemplam todas as formas farmacêuticas disponíveis no mercado e não existem dados
suficientes para todas as plantas. A CONBRAFITO, com o intuito de orientar os profissionais
prescritores elaborou duas tabelas de equivalência para conversão de doses nas diferentes
formas farmacêuticas. Tabela de Equivalência – Flores, folhas e partes aéreas Infusão,
decocção,maceração Droga empó Extrato seco(3:1) Tintura vegetal (1:5) 2000mg ou 1 Colher
de sobremesa 2000mg 500mg 50gotas (2,5ml) Tabela de Equivalência - Raiz, cascas, caules,
sementes, frutos secos Infusão, decocção, maceração Droga em pó Extrato seco (3:1) Tintura
vegetal (1:5) 1000mg ou 1 Colher de sobremesa 1000mg 250ml 25gotas* (1ml) *20 gotas
correspondem aproximadamente 1ml. Fonte: Panizza, 2012. A RDC atual para medicamentos
fitoterápicos, o registro e a notificação de produtos tradicionais é a RDC nº 26, de 13 de maio
de 2014, que define as categorias de medicamento fitoterápico e produto tradicional
fitoterápico. Cada profissional deve estar atento as suas resoluções de âmbito e normativas
para prescrever plantas medicinais e fitoterápicos de forma ética e legal a fim de evitar
possíveis intercorrências provenientes da prescrição inadequada e incompatível com suas
atribuições (KALLUF, 2015). 39 CAPÍTULO 3 Elaboração da Formulação Fitoterápica Prescrição
em cada forma farmacêutica Estão presentes na composição de uma fórmula os princípios
ativos,coadjuvantestécnicos e veículo ou excipiente (FERREIRA; BRANDÃO, 2002; PASCHOAL
et al.,2009). Extratoseco: É a preparação sólidaobtida pela evaporação do solvente utilizado
na extração.Apresentam, nomínimo,95% de resíduoseco.Extrato secopadronizadoEsse tipo
de extrato apresenta teores definidos de seus principais constituintes químicos (substância
marcadora) bem como umidade, coregranulometria. Apresenta como vantagem a
reprodutibilidade dos lotes de fabricação e maior estabilidade. Ex: Centella asiática–
Padronizado em Asiaticosideo. Aesculus hippocastanum – Padronizado em Escina. Princípios
ativosSão responsáveis pela ação farmacológica, ou seja, a (s) substância (s) responsável (is)
total ou parcialmente, por efeitos terapêuticos (KALLUF, 2015). Coadjuvantes técnicos ou
adjuvantes farmacotécnicos: São substâncias em geral inertes cuja função é estabilizar a
fórmulaemnível químico,físicooumicrobiológico.Dependendodafórmulafarmacêutica e da
embalagem, não são necessários os coadjuvantes técnicos. Exemplos: Antioxidantes
(PASCHOAL et al., 2009). Veículo (líquido) ou Excipiente (sólido ou semi-sólido) É a parte da
fórmulana qual são misturados os princípios ativos. É utilizado para complementar o volume
necessário das formulações. Exemplo: Celulose microcristalina (PASCHOAL et al., 2009).
Formas farmacêuticas As formas farmacêuticas são as formas físicas de apresentação do
medicamento.Sãoclassificadasemsólidas,líquidas,semisólidase gasosas,são o resultado de
várias operações a que se 40 submetem as substâncias terapêuticas a fim de facilitar sua
posologiae administração,mascararoscaracteresorganolépticose assegurar a ação desejada
(PASCHOAL et al., 2009). Formas Sólidas Pastilhas e gomas São formas farmacêuticas sólidas
que se destinam a dissolver ou desintegrar lentamente na boca. Podem conter um ou mais
ativos de ação local ou sistêmica, veiculados geralmente em base flavorizada e edulcorada,
moldadaoucomprimida.A pastilhamedicamentosadissolve lentamente na boca, liberando o
fármaco para absorção através da mucosa oral, evitando em parte, a primeira passagem
hepática. Essas fórmulas farmacêuticas são indicadas principalmente para pacientes com
dificuldade de deglutição de formas sólidas. Devido à aparência e ao sabor agradável,
aumentam a adesão dos pacientes pediátrico ao tratamento (PASCHOAL et al., 2009). São
divididasemtrêstipos: Pastilhasduras,que sãomisturasde sacarose e outros açúcares e/ou
em estado amorfo;  Pastilhas soft que podem ser preparadas a base de PEG
(polietilenoglicol), chocolate, pasta de amendoim, óleo vegetal hidrogenado ou base de
açúcar-goma arábica;  Pastilhas mastigáveis (balas, gomas, gomas mastigáveis ou “jujubas”)
que são preparadas à base de gelatina glicerinada. Cápsulas São receptáculos obtidos por
moldagem, em geral, utilizadas para ingestão de fármacos em doses pré-estabelecidas. O
invólucrodacápsulaoferece relativaproteçãodosagentesexternos facilita a administração e
devidoasua alta solubilidade e digestibilidade noorganismo,liberarapidamente ofármaco de
seuinteriornoestômago.Atualmente ascápsulasgelatinosas,que sãoconstituídasde gelatina
de origem animal, são as mais utilizadas. Estas podem ser em consistência dura (cápsulas
gelatinosas duras) ou, se fabricadas incluindo maiores quantidades de glicerina, sorbitol,
polietilenoglicol, apresentam-se com consistência flexível e elástica (cápsulas gelatinosas
moles). As últimas, ao contrário das cápsulas duras podem acondicionar soluções oleosas,
suspensões e emulsões. As cápsulas podem ser opacas, para preservar a matéria prima da
oxidação e modificação de suas estruturas. Muitas vezes, são coloridas a partir de corantes
alimentares.Comovariaçãovegetal, existem as cápsulas de clorofila, que, além de serem de
origem vegetal, possuem vitaminas, minerais e clorofilina, que contribuem para a oferta de
antioxidantes.Ascápsulastransparentessãode origem animal e, como as cápsulas duras, são
formadas por gelatina. Sem corantes alimentares, não possuem coloração, deixando a
matéria-primamaisexpostaaomeioambiente(PASCHOAL et al., 2009). 41 Excipiente É muito
importante que as cápsulas fiquem completamente cheias, para que a substância ativa
encontre-se de modo uniforme em todas as cápsulas. Por esse motivo, os excipientes são
utilizadosparacompletarovolume de cápsulas.Éempregadoo q.s.p., sigla muito utilizada na
manipulação (mais na formulação de cápsulas, mas bastante empregada para saches) que
significa “quantidade suficientes para preencher”. Como excipiente deve ser usada uma
substância não absorvível, mas que não interfira na biodisponibilidade dos componentes da
fórmula (PASCHOAL et al., 2009). Principais tamanhos de cápsulas Número da cápsula
Capacidade (mg) 3 0 a 130 2 131 a 181 1 182 a 290 0 291 a 400 00 401 a 700 Pós (Sachês)
Formas farmacêuticas provenientes de drogas vegetais ou animais, assim como substâncias
químicas submetidas a um grau de divisão suficiente para lhes assegurar homogeneidade e
lhes facilitar a extração ou administração dos princípios ativos. Os pós podem ser
acondicionados a granel, em potes bem vedados, ou podem, também, ser acondicionados
subdivididosemdosesem saches aluminizados ou em papel impermeável (PASCHOAL et al.,
2009). Formas semissólidas Pomadas, Gel e Emulsão/cremes – Uso tópico Formas líquidas
Xaropes É a forma na qual se emprega 2/3 do peso da planta ou do fruto, em açúcar (64% de
sacarose,emmédia) oumel – recebendo o nome de melito, no último caso. Também podem
seradicionadostinturas,extratosfluidose extratosmolesabase de xarope,que podemconter
edulcorantes. No caso das plantas, coloca-se para ferver, não se permitindo temperatura
superior a 80ºC. Após solubilizado, filtra-se sobre gaze, conservando-se em frasco âmbar
(escuro). Existem xaropes específicos para pacientes diabéticos, que não levam açúcar na
formulação. Emulsões 42 São preparados semissólidos ou líquidos para uso interno ou
externo.Nousointerno,osextratos fluidos são mais bem utilizados que as tinturas, pois não
desestabilizamasemulsões. No caso tópico, os extratos fluidos são substituídos pelo extrato
glicólico (ALONSO, 1998; FERRO, 2006). Formas de apresentação mais comum para uso dos
fitoterápicos Formas de Apresentação dos Fitoterápicos Infusão Colocar água fervente na
planta e deixar em repouso por 10 a 15 minutos Decocção Usada para raízes, cascas e
sementes. Ferver em fogo baixo por 10 a 20 minutos. Deixar em repouso por 10 a 15 minutos
Maceração Preparação a frio. Deixar a planta amassada com água fria por 7 a 24h. Tintura
Maceração da erva com álcool ou vinho Extrato fluido São preparações obtidas a partir de
1000g de erva seca. Não sofre ação do calor Extrato Seco Pó homogêneo mais concentrado.
Boa padronização. Pó Droga vegetal moída. Muita variabilidade na biodisponibilidade do
princípioativo,commenor concentração.Xarope 2/3 do pesoda planta ou do fruto em açúcar
ou mel. Coloca-se para ferver não permitindo temperatura superior a 800 C. Após
solubilização, filtra-se sobre gaze, conservando em frasco âmbar. Contraindicados para
distúrbios do metabolismo de carboidratos Capsulas/Comprimidos Feitas com o pó, óleo ou
extrato seco Gotas Forma galênica para a utilização de tinturas, extratos fluidos ou óleos
essenciais.Relação terapêutica dose dependente. Fórmula Fitoterápica Relação quantitativa
de todos os componentes de um medicamento fitoterápico Fonte: Adaptada de Alonso J. R.,
1998 e Teske, M. 2001. O modo de preparo das drogas vegetais e a correta utilização das
diferentes formas de apresentação das plantas garantem uma melhor ação terapêutica das
drogas vegetais(ALONSO,1998; TESKE, 2001). Parte da Planta1 Colherde café 1 Colherde Chá
1 Colher de Sobremesa 1 Colher de Sopa *Folhas e Flores 800mg 1,5g 3g para cascas e raizes
6g Casca 1,5g Até 3g Até 6g Até 12g Pós 0,5 a 1g (colher rasa) 1 a 2g (colher rasa) 3 a 5g (colher
rasa) 5 a 10g (colher rasa) **Líquidos 2ml (colher rasa) ou 40 gotas 5ml (colher rasa) ou 100
gotas 10ml (colher rasa) ou 200 gotas 15ml (colher rasa) ou 300gotas Fonte: Adaptado de
Ferro, 2006. *Para folhas e flores de plantas in natura, a quantidade costuma ser o dobro em
comparação com folhase floressecas.**Naforma líquida,cada 1ml equivale a 20 gotas. 43 As
formulações magistrais trazem inúmeras possibilidades de formas de apresentação com os
fitoterápicossempre respeitandoaprescrição,otipo da planta, a conservação, o sinergismo e
a melhor relação custo-benefício. Como exemplo, hoje, além das apresentações mais
tradicionais citadas acima, temos as gomas de colágeno, balas, shakes, chocolates e sprays
com ativos fitoterápicos (KALLUF, 2015) Prescrição de fitoterápicos: Várias plantas →vários
alvos Imperador – representado pela planta de ação principal; Ministro – planta introduzida
para auxiliaraprincipal;Mensageiro –visatratar os sintomascoadjuvantes;Assistente – tem a
função de harmonizar a fórmula Modelos de Prescrições Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Infusão Fitoterápica Uso Oral: Melissa (Melissa officinalis L.) droga vegetal – Sumidades
floridas - 2 Col.Sobremesa (4g) Modo de Preparo: aquecer uma xícara de chá (150ml) de água
a uma temperaturaque nãohaja fervura,darpreferênciaapanelasde vidro.Colocara água na
xícara (cerâmicabranca ou vidro) coma dose da planta rasurada ou triturada. Deixar tampado
por 10 a 15min. Coar e beberaindamorno.Posologia:quantasxícaras,quantasvezes,quantos
dias. Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXXX Decocção Fitoterápica Uso Oral: Alcaçuz (Glycyrrhiza
glabra) droga vegetal - Raiz – 1,5 Colher de Sopa (4,5g) Modo de Preparo: Levar uma xícara de
chá (150ml) água com a dose da planta rasurada ou triturada ao fogo e deixar cozinhar em
panela tampada por 15 min, dar preferência a panelas de vidro. Coar e beber ainda morno.
Posologia: quantas xícaras, quantas vezes, quantos dias. 44 Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXXX
Maceração em Água Fria Uso Oral: Alho (Allium sativum) Bulbo - droga vegetal Modo de
Preparo: adicionar 1 colher de café (0,5g) da planta em 30ml (1 cálice) de água fria. Mexer
suavemente e tamparorecipiente. Deixar em repouso por 1 hora. Posologia: tomar 1 cálice 2
vezes ao dia antes das refeições Prescrição de Tinturas: Tintura Simples Dra. Maria da Silva
Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Tintura vegetal 20%
Guaçatonga (Casearia sylvestris) folha (dispepsia, halitose, gastrite) Mandar 90 ml Tomar 30
gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes das principais
refeições (almoço e jantar), durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Tintura
Composta Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso
oral: Tintura vegetal 20% Guaçatonga (Casearia sylvestris) folha............................25%
(dispepsia, halitose, gastrite) Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) folha.....................25%
(gastrite,dispepsia) Passiflora (Passiflora alata) folha....................................25% (ansiedade,
insônia, calmante suave) Camomila (Matricaria recutita) inflorescência...............25%
(ansiedade,calmante suave,antioxidante e antiinflamatória) Mandar 90ml 45 Tomar 30 gotas
(1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes das principais refeições
(almoço e jantar), durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Extrato seco –
CápsulasimplesDra.Maria da SilvaPaciente:XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional
Uso oral: Alho (Allium sativum) Bulbo – Extr. seco..............................500mg
(hipocolesterolêmico, antifúngico, bactericida) Excipiente (cápsula vegetal transparente) –
q.s.p. 1 dose Mandar 60 doses Tomar 1 dose duas vezes ao dia. Não Reaviar Data: Assinatura:
CRN: End:Associaçãode AtivosemCápsulasDra.Maria da SilvaPaciente:XXXXXXXXXXXXXXXX
RecomendaçãoNutricional Uso oral: Passiflora (Passiflora alata Curtis) Folha ou Flor– Extrato
seco....................200mg Melissa (Melissa officinalis L.) Sumidades floridas - Extr.
seco..........................................100mg(ansiedade,insônia,calmantesuave) Excipiente(cápsula
vegetal transparente) – q.s.p. 1 dose Mandar 30 doses Tomar 1 dose à noite 2h antes de
dormir. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: 46 Dra. Maria da Silva Paciente:
XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Griffonia simplicifolia – Semente -
Extr. seco..............................50mg Excipiente (pastilha sublingual) – q.s.p. 1 dose Mandar 30
pastilhas Usar 1 pastilha, em baixo da língua, às 16h. Durante 30 dias. Não Reaviar Data:
Assinatura: CRN: End: Prescrição de Goma Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recomendação Nutricional Uso oral: Faseolamina (Phaseolus vulgares) Semente –
Extr.seco..................................350mgPholia magra (Cordia ecalyculata Vell) Folha – Extr. seco
padronizado.........250mg Excipiente (goma de colágeno) – q.s.p. 1 unidade Mandar 30 gomas
(sabor a escolha do cliente) Usar 1 goma 2 vezes ao dia, 30 minutos antes das refeições
(almoço e jantar). Durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Spray Dra. Maria
da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Spray para reduzir a
vontade de comerdoce Extrato Fluidode Gymnemasilvestres- Folha.....................15% Solução
oral q.s.p. - 30ml Sabor (a escolha do cliente) Posologia: Administrar uma borrifada na boca
sempre que sentir necessidade. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: 47 Prescrição de
Sachê Dra. Maria da SilvaPaciente:XXXXXXXXXXXXXXRecomendaçãoNutricional Glucomanan
(AmorphophalluskonjakK.) Raiz –pó .................500mgGoma guar (Cyamopsistetragonolobus
L.) Semente – pó.........1000mg Psyllium (Plantago ovata) Semente – Extr.
seco.......................2000mg Excipiente (sache) – q.s.p. 1 dose (sabor a escolha do cliente)
Mandar 30 dosesPosologia:diluiroconteúdode 1 sache em umcopo de águaou suco e tomar
2 vezes ao dia 30 minutos antes das refeições (almoço e jantar) Não Reaviar Data: Assinatura
CRN: End: Obs: se preferir base efervescente, deverá colocar no final da formulação: Base
efervescente - qsp.1dose UNIDADE III – TOXICIDADEE INTERAÇÕESCAPÍTULO1 Toxicidade de
Fitoterápicos e Plantas Medicinais A utilização das plantas medicinais com finalidades
terapêuticas e profiláticas para várias doenças é uma das práticas médicas mais antigas
existentes.Oconhecimentoa respeito de seus usos vem sendo transmitido desde o início da
civilização até os dias de hoje (VEIGA JR et al., 2005; CARVALHO, 2011). Apesar das plantas
possuirem muitos usos terapêuticos que são conhecidos popularmente, o ser humano
desconhece ofatode que elaspodemapresentartoxicidade tanto para o homem quanto para
os animais(MARTINSet al., 2012; RODRIGUES; ALMEIDA; PIRES, 2010). O 48 desconhecimento
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista
Fitoterapia na prática clínica do nutricionista

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Introdução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicasIntrodução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicascomunidadedepraticas
 
10 atendente de farmácia (dispensação de farmacia)
10   atendente de farmácia (dispensação de farmacia)10   atendente de farmácia (dispensação de farmacia)
10 atendente de farmácia (dispensação de farmacia)Elizeu Ferro
 
Plantas medicinais-1-convertido (1)
Plantas medicinais-1-convertido (1)Plantas medicinais-1-convertido (1)
Plantas medicinais-1-convertido (1)cleberkanofre1
 
introdução à farmacologia
 introdução à farmacologia introdução à farmacologia
introdução à farmacologiaJaqueline Almeida
 
07 atendente de farmácia (descrição de medicamentos)
07   atendente de farmácia (descrição de medicamentos)07   atendente de farmácia (descrição de medicamentos)
07 atendente de farmácia (descrição de medicamentos)Elizeu Ferro
 
Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt apemfc
 
Atendente de Farmácia - Classificação dos Fármacos
Atendente de Farmácia - Classificação dos FármacosAtendente de Farmácia - Classificação dos Fármacos
Atendente de Farmácia - Classificação dos FármacosLuis Antonio Cezar Junior
 
Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2
Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2 Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2
Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2 Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Introducao a farmacologia
Introducao a farmacologiaIntroducao a farmacologia
Introducao a farmacologiaRegia Taline
 
Aula 06 farmacologia - prof. clara mota
Aula 06   farmacologia - prof. clara motaAula 06   farmacologia - prof. clara mota
Aula 06 farmacologia - prof. clara motaClara Mota Brum
 
FARMACODINAMICA.pdf
FARMACODINAMICA.pdfFARMACODINAMICA.pdf
FARMACODINAMICA.pdfCASA
 
C1 e4 ppt_introducao_a_farmacologia
C1 e4 ppt_introducao_a_farmacologiaC1 e4 ppt_introducao_a_farmacologia
C1 e4 ppt_introducao_a_farmacologiasedis-suporte
 
PES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas Farmacêuticas
PES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas FarmacêuticasPES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas Farmacêuticas
PES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas FarmacêuticasFarmacêutico Digital
 
NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011
NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011
NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011Farmacêutico Digital
 
Grupos farmacológicos.pptx
Grupos farmacológicos.pptxGrupos farmacológicos.pptx
Grupos farmacológicos.pptxAloisio Amaral
 

Mais procurados (20)

Introdução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicasIntrodução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicas
 
Medicamentos
MedicamentosMedicamentos
Medicamentos
 
10 atendente de farmácia (dispensação de farmacia)
10   atendente de farmácia (dispensação de farmacia)10   atendente de farmácia (dispensação de farmacia)
10 atendente de farmácia (dispensação de farmacia)
 
Farmacobotânica parte1
Farmacobotânica parte1Farmacobotânica parte1
Farmacobotânica parte1
 
Plantas medicinais-1-convertido (1)
Plantas medicinais-1-convertido (1)Plantas medicinais-1-convertido (1)
Plantas medicinais-1-convertido (1)
 
introdução à farmacologia
 introdução à farmacologia introdução à farmacologia
introdução à farmacologia
 
07 atendente de farmácia (descrição de medicamentos)
07   atendente de farmácia (descrição de medicamentos)07   atendente de farmácia (descrição de medicamentos)
07 atendente de farmácia (descrição de medicamentos)
 
Farmacologia aula-1
Farmacologia aula-1Farmacologia aula-1
Farmacologia aula-1
 
Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt
 
Atendente de Farmácia - Classificação dos Fármacos
Atendente de Farmácia - Classificação dos FármacosAtendente de Farmácia - Classificação dos Fármacos
Atendente de Farmácia - Classificação dos Fármacos
 
Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2
Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2 Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2
Uso Racional de Medicamentos, contribuições. Volume 2
 
Introducao a farmacologia
Introducao a farmacologiaIntroducao a farmacologia
Introducao a farmacologia
 
Aula 06 farmacologia - prof. clara mota
Aula 06   farmacologia - prof. clara motaAula 06   farmacologia - prof. clara mota
Aula 06 farmacologia - prof. clara mota
 
FARMACODINAMICA.pdf
FARMACODINAMICA.pdfFARMACODINAMICA.pdf
FARMACODINAMICA.pdf
 
C1 e4 ppt_introducao_a_farmacologia
C1 e4 ppt_introducao_a_farmacologiaC1 e4 ppt_introducao_a_farmacologia
C1 e4 ppt_introducao_a_farmacologia
 
Introdução à farmacologia
Introdução à farmacologiaIntrodução à farmacologia
Introdução à farmacologia
 
Classe de medicamentos
Classe de medicamentosClasse de medicamentos
Classe de medicamentos
 
PES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas Farmacêuticas
PES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas FarmacêuticasPES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas Farmacêuticas
PES 2.0 Dispensação de Medicamentos e Formas Farmacêuticas
 
NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011
NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011
NOTA TÉCNICA SOBRE A RDC Nº 20/2011
 
Grupos farmacológicos.pptx
Grupos farmacológicos.pptxGrupos farmacológicos.pptx
Grupos farmacológicos.pptx
 

Destaque

Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014
Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014
Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014Leandro Medeiros
 
Apostila de fitoterapia prof. rogério versolatto
Apostila de fitoterapia prof. rogério versolattoApostila de fitoterapia prof. rogério versolatto
Apostila de fitoterapia prof. rogério versolattoAugusto Santana
 
Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...
Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...
Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...Innap Naturopatia
 
Formulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileiraFormulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileiravisacamacan
 
Livro fitoterapia ana paula pujol
 Livro fitoterapia ana paula pujol Livro fitoterapia ana paula pujol
Livro fitoterapia ana paula pujolCarolina Vaz
 
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntíficoFitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntíficoTCC_FARMACIA_FEF
 
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntíficoFitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntíficoGiovanni Oliveira
 
Fitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação SaudávelFitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação SaudávelDouglas Carrara
 
Manual de Ervas Para os Ciclos Femininos
Manual de Ervas Para os Ciclos FemininosManual de Ervas Para os Ciclos Femininos
Manual de Ervas Para os Ciclos FemininosSimone Melchiori
 
Sueli M. F. Marques.Dra
Sueli M. F. Marques.DraSueli M. F. Marques.Dra
Sueli M. F. Marques.DraSueli Marques
 
Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04
Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04
Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04tsunamidaiquiri
 

Destaque (20)

Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014
Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014
Prescrição de fitoterápicos_Nutricionistas_Bahianut_2014
 
Nutricosmetica
NutricosmeticaNutricosmetica
Nutricosmetica
 
Apostila de fitoterapia prof. rogério versolatto
Apostila de fitoterapia prof. rogério versolattoApostila de fitoterapia prof. rogério versolatto
Apostila de fitoterapia prof. rogério versolatto
 
Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...
Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...
Fito modos de preparo , indicação e contra indicação, NATUROPATIA, TERAPIAS N...
 
Formulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileiraFormulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulário de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
 
Livro fitoterapia ana paula pujol
 Livro fitoterapia ana paula pujol Livro fitoterapia ana paula pujol
Livro fitoterapia ana paula pujol
 
Plantas medicinais e fitoterápicos no sistema respiratório 2014
Plantas medicinais e fitoterápicos no sistema respiratório 2014Plantas medicinais e fitoterápicos no sistema respiratório 2014
Plantas medicinais e fitoterápicos no sistema respiratório 2014
 
Fitoterapia brasileira na estética
Fitoterapia brasileira na estéticaFitoterapia brasileira na estética
Fitoterapia brasileira na estética
 
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntíficoFitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
 
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntíficoFitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico
 
Fitoterapia tratamento
Fitoterapia tratamentoFitoterapia tratamento
Fitoterapia tratamento
 
A cura através das ervas
A cura através das ervasA cura através das ervas
A cura através das ervas
 
Fitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação SaudávelFitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação Saudável
 
Manual de Ervas Para os Ciclos Femininos
Manual de Ervas Para os Ciclos FemininosManual de Ervas Para os Ciclos Femininos
Manual de Ervas Para os Ciclos Femininos
 
A cura com Ervas de Vida
A cura com Ervas de Vida A cura com Ervas de Vida
A cura com Ervas de Vida
 
Horoscopo das árvores
Horoscopo das árvoresHoroscopo das árvores
Horoscopo das árvores
 
Sueli M. F. Marques.Dra
Sueli M. F. Marques.DraSueli M. F. Marques.Dra
Sueli M. F. Marques.Dra
 
Aromáticas
AromáticasAromáticas
Aromáticas
 
Sal de ervas[1]
Sal de ervas[1]Sal de ervas[1]
Sal de ervas[1]
 
Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04
Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04
Receitas AlimentaçãO Escolar Lanche Gostoso 04
 

Semelhante a Fitoterapia na prática clínica do nutricionista

Revista Ciência Saudável
Revista Ciência SaudávelRevista Ciência Saudável
Revista Ciência SaudávelLeandro Ceolin
 
Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017
Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017
Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017sedis-suporte
 
C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)
C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)
C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)sedis-suporte
 
Aula praticas integrativas
Aula praticas integrativasAula praticas integrativas
Aula praticas integrativasjoice mendonça
 
A fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúdeA fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúdeNayara Dávilla
 
Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no sus
Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no susAnálise sobre a fitoterapia como prática integrativa no sus
Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no susNayara Dávilla
 
657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosas
657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosas657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosas
657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosasNemésio Carlos Silva
 
Com rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasil
Com rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasilCom rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasil
Com rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasilExpedito Junio da Silva Sousa
 
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileiraFormulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileiraAdriana Mendes Drica
 
Formulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileiraFormulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileiraCencap
 
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileiraFormulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileiraPaulo Almeida
 
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...AbenaNacional
 
0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Rose0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Roselaiscarlini
 
Terapias Complementares
Terapias ComplementaresTerapias Complementares
Terapias ComplementaresRodrigo Abreu
 
Release Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria PaschoalRelease Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria Paschoalforumdealimetacao
 
681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricao
681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricao681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricao
681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricaoNemésio Carlos Silva
 
Programa multidisciplinar de atenção farmacêutica
Programa multidisciplinar de atenção farmacêuticaPrograma multidisciplinar de atenção farmacêutica
Programa multidisciplinar de atenção farmacêuticaFernando Amaral de Calais
 
Uso racional de medicamentos
Uso racional de medicamentosUso racional de medicamentos
Uso racional de medicamentosPedro Azevedo
 

Semelhante a Fitoterapia na prática clínica do nutricionista (20)

Revista Ciência Saudável
Revista Ciência SaudávelRevista Ciência Saudável
Revista Ciência Saudável
 
Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017
Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017
Ppt etapa 1 introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais_v14_10042017
 
C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)
C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)
C1 e1 ppt_introducao_ao_estudo_de_plantas_medicinais (3)
 
Aula praticas integrativas
Aula praticas integrativasAula praticas integrativas
Aula praticas integrativas
 
A fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúdeA fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúde
 
Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no sus
Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no susAnálise sobre a fitoterapia como prática integrativa no sus
Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no sus
 
657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosas
657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosas657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosas
657 -programas-de-fitoterapia-na-atencao--primaria existem-experiencias-exitosas
 
Com rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasil
Com rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasilCom rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasil
Com rcio e_controle_de_qualidade_de_plantas_medicinais_no_brasil
 
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileiraFormulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
 
Formulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileiraFormulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
Formulario de fitoterapicos da farmacopeia brasileira
 
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileiraFormulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
Formulario de fitoterapicos_da_farmacopeia_brasileira
 
óTica profissional
óTica profissionalóTica profissional
óTica profissional
 
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...
 
0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Rose0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Rose
 
Terapias Complementares
Terapias ComplementaresTerapias Complementares
Terapias Complementares
 
Artigo bioterra v18_n1_03
Artigo bioterra v18_n1_03Artigo bioterra v18_n1_03
Artigo bioterra v18_n1_03
 
Release Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria PaschoalRelease Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria Paschoal
 
681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricao
681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricao681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricao
681 --avaliacao-dos-indicadores-de-prescricao
 
Programa multidisciplinar de atenção farmacêutica
Programa multidisciplinar de atenção farmacêuticaPrograma multidisciplinar de atenção farmacêutica
Programa multidisciplinar de atenção farmacêutica
 
Uso racional de medicamentos
Uso racional de medicamentosUso racional de medicamentos
Uso racional de medicamentos
 

Fitoterapia na prática clínica do nutricionista

  • 1. FITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA Brasília-DF.
  • 2. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.............................................................................................................................5 ORGANIZAÇÃODOCADERNODE ESTUDOS E PESQUISA ............................................................6 INTRODUÇÃO................................................................................................................................8 UNIDADE ANAMNESEE AVALIAÇÃONUTRICIONAL...................................................................11 CAPÍTULO1 - ANAMNESE............................................................................................................11 CAPÍTULO2 - AVALIAÇÃODESINAISESINTOMASX FITOTERÁPICOS........................................14 CAPÍTULO3 - AVALIAÇÃOBIOQUÍMICA .....................................................................................17 UNIDADE IIPRESCRIÇÃODE FITOTERÁPICOSNA PRÁTICA CLÍNICA DONUTRICIONISTA...........31 CAPÍTULO1 PRINCÍPIOSATIVOSDASPLANTASMEDICINAISMECANISMOE IMPORTÂNCIA NO ASPECTOCLÍNICO ......................................................................................................................31 CAPÍTULO2 PLANTASMEDICINAISE FITOTERÁPICOSCONFORMEA LEGISLAÇÃO....................39 CAPÍTULO 3 ELABORAÇÃODA FORMULAÇÃOFITOTERÁPICA ...................................................44 UNIDADE IIITOXICIDADEE INTERAÇÕES ....................................................................................54 CAPÍTULO1 TOXICIDADEDE FITOTERÁPICOSE PLANTAS MEDICINAIS.......................................54 CAPÍTULO2 PLANTASMEDICINAIS,APLICAÇÃOTERAPÊUTICA,CONTRAINDICAÇÃOEPOSSÍVEIS INTERAÇÕES................................................................................................................................57 CAPÍTULO3 INTERAÇÕESENTRE FITOTERÁPICOSENUTRIENTES..............................................99 UNIDADE IV CASOSCLÍNICOSEMFITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DONUTRICIONISTA.....113 CAPÍTULOÚNICO CASOSCLÍNICOS..........................................................................................113 PARA (NÃO) FINALIZAR..........................................................................................................118 REFERÊNCIAS..........................................................................................................................119
  • 3. INTRODUÇÃO A utilizaçãode plantascomomedicamentospelohomemé tãoantigaquantoa história da humanidade. Desde a pré-história o homem procurou aproveitar os princípios ativos existentes nos vegetais, embora de modo totalmente empírico ou intuitivo, baseado no método de tentativa e erro. Uma gama enorme de espécies vegetais foi incorporada a medicina tradicional devido ao uso experimental das espécies. Até o século XIX, os recursos terapêuticoseramconstituídospredominantemente por plantas e extratos vegetais, ou seja, as plantas medicinais e seus extratos constituíam a maioria dos medicamentos que, naquela época, pouco se diferenciavam dos remédios utilizados na medicina popular (SCHENKEL; GOSMAN; PETROVICK, 1999). A referênciamaisantigaque se temconhecimentodouso das plantas data de mais de sessentamil anos.Asprimeirasdescobertasforamfeitasporestudos arqueológicos em ruínas do Irã. Tambémna China, em 3.000 a.C., já existiam farmacopéias que compilavam as ervas e as suas indicações terapêuticas. A utilização das plantas medicinais faz parte da história da humanidade,tendogrande importânciatantonoque se refere aosaspectos medicinais, como culturais (REZENDE; COCCO, 2002). No Brasil, a utilização de plantas medicinais teve origem, inicialmente, na cultura dos diversos povos indígenas que habitavam o país, posteriormente com a colonização, foram introduzidas outras espécies trazidas pelos europeus e pelos africanos e provenientes de outros países sulamericanos. Com base nestes conhecimentos acumulados pela medicina popular, foram desenvolvidos,atravésdapesquisacientífica, muitos e valiosos medicamentos para a cura de diversas doenças da humanidade (SIMÕES et al., 1998). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011) planta medicinal é “todo e qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos,substânciasque podemserutilizadascomfinsterapêuticos ou que sejam precursores de fármacos semissintéticos” (VEIGA JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). Segundo a Portaria 971, de 03/05/2006, do Ministério da Saúde (MS), a Fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelousode plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal. O Conselho Brasileiro de Fitoterapia (COMBRAFITO) define “a fitoterapia como a utilização de plantas medicinais ou bioativas, ocidentais e/ou orientais, in natura ou secas, plantadas de forma tradicional, orgânica e/ou biodinâmica, apresentadas como drogas vegetais ou drogas derivadas 5 vegetais, nas suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas e preparadas de acordo com experiências populares tradicionais ou métodos modernos científicos (PANIZZA, 2010). Segundo estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 85% das pessoas do mundo utilizam plantas medicinais para tratar da saúde, 80% da população dos países em desenvolvimento dependem da Medicina Tradicional e/ou Complementar na atenção primária a saúde, e 85% da Medicina Tradicional envolve o uso de extratos de plantas (SOLER, 2000). A ampliação do uso de medicamentos fitoterápicos na prática clínica deve-se ao potencial efeitocurativoemlongoprazo,àfácil disponibilidade e ao mecanismo de ação mais
  • 4. natural, com menos efeitos colaterais (DEL PRETE et al., 2012). A comprovação da ação terapêutica também favorece essa dinâmica. Além disso, registra-se a insatisfação da populaçãoperante osistemade saúde oficial e tambémanecessidade de poder controlar seu próprio corpo e recuperar sua saúde, assumindo as práticas de saúde para si ou para sua família (LEITE, 2000; TOMAZZONI; NEGRELLI; CENTA, 2006). No Brasil, em consonância com as recomendações da OMS, foi aprovada, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), no Sistema Único de Saúde (SUS) sendo instituída pela Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 971, de 03 de maio de 2006 (BRASIL, 2006). Essa portaria tem como objetivo ampliar as opções terapêuticas aos usuários do SUS, com garantia de acesso a plantas medicinais, a fitoterápicos e a serviços relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde (RODRIGUES; SANTOS; AMARAL, 2006). Neste contexto, o uso de práticas terapêuticas alternativas tem aumentado entre os profissionais da área de saúde, incluindo os nutricionistas. Em 2002, o Conselho Federal de Nutricionistas criou um grupo de trabalhos e promoveu um seminário com a Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) e Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica (SBNC), para debaterouso da acupuntura,Homeopatia,Fitoterapia,TerapiaFloral,Oligoterapiae Iridologia pelos nutricionistas. O principal resultado foi a Resolução CFN nº. 402 de 2007, que regulamentaaprescriçãofitoterápicapelonutricionista de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas formas farmacêuticas. A Fitoterapia é uma importante ferramenta coadjuvante no tratamento nutricional e sua aplicação prática requer conhecimentos bioquímicos e fisiológicos levando-se em consideração que as plantas medicinais além de apresentaremdiversosefeitosbenéficosasaúde tambémpodemacarretarefeitoscolateraise interações com alimentos e medicamentos. Nesse sentindo, para a obtenção de resultados positivos na prática clínica, é de fundamental importância que o nutricionista possua profundos conhecimentos sobre fitoterápicos, incluído mecanismos de ação, metabolismo e interações e, para tanto, é fundamental o conhecimento da história da Fitoterapia. Objetivos Analisar,refletire formar sólido conhecimento a respeito da utilização de plantas medicinais e fitoterápicos na prática clínica.  Apresentar os principais fitoterápicos utilizados tradicionalmente nas mais variadas desordens orgânicas.  Compreender os mecanismos,posologia,indicaçõese contraindicações do uso de fitoterapia na prática clínica. 7 UNIDADE I – ANAMNESE E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL CAPÍTULO 1 Anamnese A anamnese é uma ferramentade fundamental importânciaparaavaliartodososprocessosque determinam e influenciamoquadroatual dopaciente.Pontosimportantesaseremabordados(PASCHOAL, 2008):  Indicação/ Motivo da consulta;  Medicamentos (alopático e/ou fitoterápico), Suplementos;  Rotina diária (sono, disposição, horários, vida social);  Atividade Física (modalidade, freqüência, duração, horário e dias da semana);  Hábitos gastrointestinais (número de evacuações, características das fezes, presença de flatulências, arrotos, desconfortos abdominais, disgestão...);  Antecedentes pessoais e familiares;  Ingestão de líquidoscomas refeições; Hábitosalimentares(preferências,aversões,classificaçãodafome, compulsão, mastigação);  Exame físico e Questionário de Sinais e Sintomas nos últimos 2
  • 5. meses;  Inquérito alimentar/ Recordatório alimentar habitual Objetivos da Anamnese – Investigar (PASCHOAL, 2008)  Hábitos alimentares e condição nutricional (desequilíbrios nutricionais);  Digestão, absorção e integridade da barreira intestinal (alterações gastrintestinais);  Estresse oxidativo e metabolismo energético;  Regulação hormonal e de neurotransmissores (disfunções neuroendócrinas);  Suporte imunológico e processo inflamatório (disfunção imunológica e inflamação);  Integridade estrutural do indivíduo (desequilíbrios estruturais);  Destoxificação e biotransformação hepática (problemas destoxificação);  Equilíbrio psicológico e espiritual (interação corpo e mente) Modelo de protocolo de anamnese nutricional 8 DADOS PESSOAIS Data: ____/___/___ Data Nascimento: ___/___/___ Idade:_____________ Nome:____________________________________________________________sexo:_______ ______ Endereço:_____________________________________________________________________ _____ Cidade:_____________________Telefone:________________Naturalidade:_______________ ______ Estado Civil:________________________ nº de filhos:_____________________ Ocupação:_________________________ Religião: _______________________________ Motivo da Consulta: ( ) Espontâneo ( ) Médico ( ) Familiar ( ) Companheiro ( ) Estético Tipo sanguíneo:( ) A ( ) B ( ) AB ( ) O Sono:( ) Normal ( ) IrregularHábitointestinal:( ) Preso ( ) Solto ( ) Normal ( )Alterna Preso e Solto ( ) Sensação de não ter eliminado totalmente as fezes. IngestãoHídrica: ( ) Menos de 1 litro ( ) 1 a 2 litros ( ) Mais de 2 litros Tabagista: ( ) Não ( ) Sim. Quantos cigarros/dia? ________________________________________ Etilista: ( ) Não ( ) Sim. Qual a quantidade? __________ Atividade física: ( ) Não ( ) Sim . Modalidade Esportiva:______________________________ Qual atividade e quantas vezes na semana? : ______________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____ Você apresenta disposição física? Manhã ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Tarde ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Noite ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Concentração para atividades intelectuais: Manhã ( ) boa ( ) regular( ) ruimTarde ( ) boa ( ) regular( ) ruimNoite ( ) boa( ) regular ( ) ruim Memória: Para fatores recentes ( ) boa ( ) regular ( ) ruim Para fatores antigos: ( ) boa ( ) regular( ) ruim Você apresenta?( ) Colesterol alto( ) Triglicéridesalto ( ) DM( ) Pressão alta ( ) Hipoglicemia ( ) Hipotireoidismo ( ) Outros _____________________________________ HISTÓRIA CLÍNICA Patologias pessoais associadas (doenças mais freqüentes que teve e/ou tem) _____________________________________________________________________________ _____ _____________________________________________________________________________ _____ Cirurgias: _____________________________________________________________________________ _____ _____________________________________________________________________________ _____ Uso de Medicamento: _____________________________________________________________________________ _____ _____________________________________________________________________________
  • 6. _____ 9 Antecedentes médicos familiares (alterações de saúde em pais e avós) _____________________________________________________________________________ _____ _____________________________________________________________________________ _____ Perfil Emocional: ( ) Ansiedade ( ) Depressão ( ) Compulsão Alimentar ( ) Sem Queixa Alteração de peso nos últimos 3 meses: ( ) Sim ( ) Não. Quantos?____________________________ Tratamento para Obesidade: ( ) Dietas ( ) Medicamentos ( ) Exercícios ( Outros______________ Histórico de peso (relate às suas alterações de peso durante a vida) _____________________________________________________________________________ _____ _____________________________________________________________________________ _____ Recordatório Habitual Refeição (horário) Alimento Quantidade Refeição (horário) Alimento Quantidade Café da manhã ( : ) Café da Tarde ( : ) Lanche ( : ) Jantar ( : ) Almoço ( : ) Ceia ( : ) Avaliação Antropométrica Data Altura (m) Peso (kg) C A (cm) C C (cm) C Q (cm) IMC (kg/m2) Percentil 10 CAPÍTULO 2 Avaliação de Sinais e Sintomas X Fitoterapia A Fitoterapia é uma importante ferramenta coadjuvante no tratamento nutricional para prevenir, tratar sintomas e disfunções orgânicas. Os fitoterápicos associados aos alimentos de forma individualizada são complementares e apresentam ação sinérgica no tratamento nutricional. No presente capítulo serão apresentadas as principais plantas utilizadas no tratamento de diversos sintomas. As dosagens idéias, bem como formas de adminitração são mencionadas emoutro capítulodessamesmaapostilae emoutras disciplinasdocursode pós-graduaçãoem Fitoterapia. Sinais/sintomas Plantas Utilizadas Constipação intestinal Alfa, Camomila, Erva- cidreira, Cardamomo, Carqueja, Hortelã, Pysillium, Spirulina, Zimbro, Sene, Cascara sagrada, Ruibarbo, Aloe vera, Malva, Linho, Tanchagem, Tamarindo, Plantago ovata, Funcho Diarréia Angelica,Bardana,Boldo-do-Chile,Camomila,Dente-deleão,Funcho,Ginseng,Fucus,Cajueiro, GoiabeiraDisbiose Camomila,Dente de Leão,Própolis,PsylliumSíndromedoIntestinoIrritável (SII) Hortelã, Coentro, Erva-de-São-João, Psyllium, Alcachofra Colite Malva Flatulência Aipo (Apium graceolis), Angelica, Alfavaca, Lavanda, Camomila, Coentro, Cominho, Cardamomo, Hortelã, Salvia, Funcho, Anis-estrelado, Erva-doce, gengibre, poejo, Melissa, Alecrim, noz- moscada Hemorróida Hamamelis Cólicas abdominais Angélica, Camomila, Funcho, Anis- estrelado, Endro, Ervadoce, Alfacema, Beladona, Hortelã Dispepsia Alcachofra, Curcuma, Hortelã, Alcaçuz, Alecrim, Alfavaca, Bardana, Carqueja, Boldo-do-Chile, Dente-de-leão. Gastrite/úlcera Alcaçuz, Alecrim, Alfavaca, Aloe vera, Bardana, Bosvelia, Camomila, Cardamomo, Chá verde, Cominho, Cravo-daIndia, Espinheira santa, Funcho, Garcinia, Gengibre,Guaçatonga,Hortelã,Mil folhas,Melão-de-São-Caetano, Zedoária, Unha-de-gato H. pilory Guaçatonga, Cravo-da-India, Curcuma, Chá-verde, Aloe vera, Calêndula, própolis* Parasitoses intestinais Alho, Hortelã, Chá verde, Cúrcuma, Abóbora (semente e óleo da semente). Azia Náuseas/vômito Gengibre, Angelica, Alfavaca, Beladona, Boldo, Camomila, Carqueja, Hortelã 11 Doenças biliares Alcachofra, Alecrim, Alho, Boldo, Buchinha-do-norte, Dentede-leao, Fumaria, Genciana, Gervão, Hortelã, Jurubeba, Limoeiro, Losna, Macela-da- terra, Picão, Quassia, Quebrapedra, Ruibarbo, Samambaia, Serralha-branca Aftas Agrião, Cajueiro,Cháverde,GoiabeiraDesordens bucais Cranberry, cacau, chá verde, alecrim, malva, Guaco, Alfavaca,erva-doce,própolis*e probióticos*Laringite Sabugueiro Soluço Endro Cistite Agrião, Alfafa, Alface, Alho, Uva-ursi, Hibisco Herpes Sálvia, Carqueja, Guaçatonga, Melissa
  • 7. Halitose Zedoária(Curcumazedoaria),Alfavaca,Erva-doce,Funcho,MalvaSalivação(aumenta) Funcho Anorexia Alfafa, Boldo-do-Chile, Alecrim, Angelica, Carqueja, Espinheira-santa, Eupatorio, Fucus, Jenipapeiro, Losna, Mastruco, Valeriana. Retenção hídrica Aipo, Alfafa, Bardana (raiz),Boragem,Cardamomo,Cabelode milho,Carqueja,Cavalinha, Coentro, Caroba, Dente-deLeão, Gymnema sylvestre, Aperiente Alecrim, Alfafa, Anis-estrelado, Canela, Cardamomo, Cardo-santo, Carqueja, Cominho, Dente-de-leão, Espinheirasanta, Eupatorio, Gengibre,Losna,Mil folhas,Pimentapreta,PoejoObesidade Aipo,Alcachofra, Borragem, Chá- verde, Garcínia, Gymnema, Guaraná, Spirulina, Dislipidemia Alcachofra, Alho, Carqueja, Chá verde, Chorella, Crataegus, Erva-mate, Garcinia, Ginkgo biloba, Melissa, Oliveira, Capsicum, Psylium,Tomilho,Enxaqueca/cefaléiaAlecrim, Angélica,Gengibre,Salgueiro, Gripe/ Resfriado Alcaçuz, Alho, Alfavaca, Barbosa, Eucalipto, Gengibre, Guaco, Hortelã pimenta, Lavanda, Limão,Sabugueiro,SalgueiroRouquidãoAlcaçuz,Alho,Angélica, Guaco Tosse Agrião, Alcaçuz, Alfavaca, Alho, Anis, Bardiana, Eucalipto, Funcho, Hortelã-pimenta, Guaco, Lavanda, Poejo, Poligala, Sabugueiro Expectorante Alcaçuz, Agrião, Alecrim, Angélica, Boragem, Eucalipto, Gengibre,Guaco,Sabugueiro,Alho,Erva-doce Rinite alérgicaAlcaçuz,Alho,Babosa,Camomila, Eucalipto,Gengibre,HortelãpimentaSinusite Lavanda, AlhoFebreAlho, Calêndula, Gengibre, Salgueiro, Limão Faringite Angélica Fadiga/Estresse Ginseng coreano, Ginseng siberiano, Alcaçuz, Ashwagandha, Rhodiola Gota Sabugueiro, Angelica, Borragem 12 Ácido úrico Salsaparilha, dente-de-leão Psoríase Lavanda Eczemas Lavanda, Valeriana Doença neurodegenerativaCháverde,Valeriana,Ginkgo,Sálvia Anemia Agrião, Aipo Hipotireoidismo FucusHipertensãoCardamomo,Chorella,Crataegus,Oliveira,Hortelã,Setesangrias, Carqueja, Rubim, Abacateiro, Umbaúba Baixa Imunidade Chorela, Curcuma, Equinácea, Gengibre, Sabugueiro, Guaco, mel, própolis, Má-circulação Alho, Castanha-da-Índia, Varizes Alho, Hamamelis Menopausa Pimenta dos monges, Yam mexicano, Red clover, Angelica, Amora, Salvia, Black cohosh, Soja, Mucuna, Alcaçuz, Hortelã, Linhaça, Tribulus, Passiflora edulis, Prímula, Borragem, Pimenta preta TPM Gengibre, Curcuma, Angelica, Prímula, Borragem, Pimenta dos monges, Yam mexicano, Funcho, Camomila Hipoglicemiante Alho, Carqueja, Alcachofra, Chá verde, Garcinia, Hibisco, Estévia, Pata-de-Vaca, Gymnema, Canela Diabetes Aipo,Alcachofra,Bardana,Camomila, Canela, Chorella, Curcuma, Estévia, Garcinia, Garra-do- diabo,Gymnema,Patade-vaca,Psillium,Sabugueiro,Doenças hepáticas Angelica, Alcachofra, Alecrim, Alho, Carqueja, Chapeu-decouro, Coentro, Dente-de-leao, Gervão, Hortelã, Juca, Jurubeba, Losna, Macela-da-terra, Mastruco, Mulungu, Picão, Quebra-pedra, Ruibarbo, Serralha-branca. Dores musculares/articulares Erva baleira, Cúrcuma, Zedoaria, Bosvelia, Garra-do-diabo, Unha-de-gato, Alho, Equinacea, Gengibre, Sucupira Cicatrização Aloe vera, Calêndula, Aipo Litíase renal Alcachofra Inchaço Aipo, bardana, Boragem, Cardamomo, Carqueja,Cavalinha, Coentro, Dente-de-leão, Gymnema Destoxificante Chá verde, Chorella, Gengibre, manjericão, Cardo mariano, dente-de-leão, Spirulina, Salsaparrilha Depurativo Agrião, Angelica sinensis, Dente-de-leão Ansiedade/apreensão Angelica sinensis, Canela, Capim-limão, Crataegus oxycantha, Nervosismo/irritabilidade Angelica, Camomila, Canela, Capim-limão, Cardamomo Melhorar concentração/aprendizado Guaraná, Ashwagandha, Rhodiola, Erva-mate Inquietação Lavanda, Passiflora incarnata, Valeriana Insônia Lavanda, Camomila, Capim-limão, Hortelã, Melissa, Lupulo, Mulungu, Passiflora incarnata, Kava-kava, Valeriana Depressão Sálvia, Erva de São João Candidíase Alho, Tomilho, Orégano, Cravo-da- Índia, Melaleuca, própolis* Aumentar produção do leite (galactogogos) Alfafa, Erva-doce, Funcho,Cardo-leiteiro,Feno-grego,Algodoeiro,Melissa, Pimenta dos monges, Aveia Micoses
  • 8. Alho,Tomilho,Orégano,Cravo-da-Índia,MelaleucaQuedade cabeloCavalinha, Alecrim Caspa Alho Fonte: Adaptada de Paulino N., 2013. 13 .CAPÍTULO 3 Avaliação Bioquímica Avaliação bioquímicaé aquelaque deve serfeita com paciente apresentando queixas recorrentes, sem diagnóstico aparente, com exames ainda na faixa de referência (SOARES, 2013). Segundo Soares (2013) a avaliação bioquímica nutricional funcional é aquela que avalia a participação dos nutrientesnafunçãodasorganelas,células, tecidose órgãos,e deve ser feita com exames ainda na faixa de referência. Segundo Waitzberg (1990), o interesse pelos métodos laboratoriaiscomoauxiliaresnaavaliaçãonutricional surge na medida em que se evidenciam alteraçõesbioquímicasprecoces,anterioresàslesõescelularesouorgânicas.Assim, avaliações laboratoriais permitem detectar possíveis deficiências nutricionais antes que apareçam os sinaisclínicos e também confirmar o diagnóstico de má nutrição específica.  Estados clínicos fisiológicosde ingestãoinadequada; Adaptaçãoaos baixosníveisde ingestãocomdiminuição da excreção de nutrientes e metabólitos;  Aparecimento de alterações bioquímicas ou hematológicas,que revelam a deterioração das funções celulares, ou depósito de nutrientes com sinais clínicos inespecíficos;  Manifestação clínica da deficiência nutricional específica para este nutriente.Análise de massa proteica somática, integridade de proteínas viscerais e plasmáticas, competência imunológica, concentração de nutrientes, concentração de metabólitos e fluidos. A partir de plasma, glóbulos vermelhos e brancos, urina e ocasionalmente biópsia de tecidos como fígado, ossos, cabelos e unhas. Objetivos da solicitação de exames.  Detectar deficiência subclínica ou marginal e desequilíbrios individuais;  Confirmar, ou basear o suporte nutricional, antropométrico ou outros marcadoresdo estadonutricional; Avaliaroestadohidroeletrolítico; Confirmardeficiências nutritivas;  Monitorar a adequação da terapia nutricional.  Avaliar integridade e/ou função de órgãos (funçãohepática;renal) Fígado14 É o principal local de metabolismodoscompostos ativos,em função do seu amplo sistema microssomal. O sistema de catálise do metabolismo oxidativo é dependente do citocromo P450 e atua sobre uma ampla gama de substância endógenas poluentes ambientes e carcinógenos. Modificações na atividade desse sistema podem alterar a resposta metabólica frente a essas substâncias. Avaliar integridade e/ou funçãohepáticaé de sumaimportância, poisofígado é o órgão responsável por quase 60% do processo de destoxificação do organismo, sendo seguido pelo intestino (20%) (MARQUES, 2014). Outras estruturascelularestambémrealizamesse processo,comooprocessoo sistema respiratório, o coração, músculo esquelético, cérebro e rins. Vale lembrar que o grande objetivodadestoxificaçãoé eliminarsubstânciasestranhas que são potencialmente lesivas. É um processo de vias metabólicas e as reações químicas que ocorrem em fases distintas, porém,consecutivas,que temcomogrande objetivo converter um xenobiótico não-polar em um compostosolúvel emáguaque sejapossível de eliminação(FERREIRA,2011).Detoxificação hepática O conceito de detoxificação tem sido muito estudado devido ao problema de toxicidade nos alimentos, no ar, na água. As toxinas causam danos ao organismo de maneira cumulativa e podem alterar o processo metabólico normal. As fontes comuns de metais tóxicos, além das fontes industriais, incluem chumbo das soldas das latas, canos de cobre, utensílios de cozinha, mercúrio das amálgamas, peixes contaminados, tintas a óleo e cosméticos, materiais de limpeza (formaldeído, tolueno, benzeno), medicamentos, álcool, pesticidas, herbicidas, aditivos alimentares, microrganismos, contaminantes / poluentes, inseticidas, drogas. O corpo humano tem um potencial enorme para desintoxicar compostos estranhos através de vários mecanismos fisiológicos. A detoxificação ocorre em todas as
  • 9. células de todos os tecidos, principalmente: pulmões, epitélio, rins, trato digestivo (20%), fígado (60-65%), cérebro, células imunológicas, adrenais e placenta. As principais vias de eliminação das toxinas são: urina, fezes, suor. O fígado exerce papel fundamental neste processo,neutralizandoastoxinasproduzidasinternamente e aquelas provenientes do meio ambiente. Esse processo ocorre em duas fases, chamadas fase I e fase II. 15 As vias de detoxificação hepática As células hepáticas evoluíram ao longo de milhões de anos para possuirem mecanismos para decompor substâncias tóxicas. Drogas, produtos químicos artificiais,pesticidase hormôniossãometabolizadosporviasenzimáticasdentrodascélulasdo fígado.Muitos dosprodutosquímicostóxicosque entramnocorpo são solúveisem lipídeos, o que significaque elesse dissolvemapenasemsoluçõesoleosas,e nãoemágua, o que dificulta a excreção pelo organismo. Produtos químicos solúveis em lipídeos possuem uma elevada afinidade pelotecidoadiposoe membranascelulares.As toxinas podem ser armazenadas por anos,sendoliberadasdurante períodosde estresse,exercíciooujejum.Durante o lançamento destastoxinas,sintomascomodoresde cabeça, memória fraca, dores de estômago, náuseas, fadiga, tontura e palpitações podem ocorrer. A defesa primária do organismo contra a intoxicaçãometabólicaé realizadapelofígado.Ofígado possui dois mecanismos destinados a converterosprodutosquímicossolúveisemlipídeosemprodutos químicos solúveis em água, de modo que elespossam,então, ser facilmente excretados do organismo através de fluidos aquosos, tais como a bile e a urina. Basicamente, existem duas vias importantes para a desintoxicaçãodentrodas células do fígado, que são chamados a Fase I (oxidação/redução) e Fase II (conjugação/hidrólise) viasde desintoxicação.Resumidamente, as reações de oxidação transformamo fármacoem metabólitos mais hidrofílicos pela adição ou exposição de grupos funcionais polares, como grupos hidroxila (-OH), tiol (-SH) ou amina (- NH2). As reações de conjugação(fase II) modificamoscompostos atravésdaligação de grupos hidrofílicos, como o ácido glicurônico, criando conjugados mais polares. As reações de conjugação ocorrem independentemente dasreaçõesde oxidação/reduçãoe asenzimasenvolvidasnas reações de oxidação/redução e de conjugação/ hidrólise freqüentemente competem pelos substratos. Fase I de desintoxicaçãoAsreaçõesde oxidaçãoenvolvemenzimas associadas às membranas, que são expressasnoretículoendoplasmáticodoshepatócitos.Asenzimasque catalisamessas reaçõesde fase I são tipicamente oxidases.Essasenzimassão,emsuamaioria,hemoproteínas monooxigenasesdaclasse docitocromoP450. AsenzimasP450 sãotambém conhecidas como oxidases de função mista microssômicas. Em seu conjunto, as reações mediadas pelo P450 respondem por mais de 95% das biotransformações oxidativas. Outras vias também podem oxidarmoléculaslipofílicas.Umexemplo pertinente de uma via oxidativa não-P450 é a via da álcool desidrogenase, que oxida os álcoois a seus derivados aldeído como parte do processo global de excreção. Outra enzima não-P450 importante é a monoamina oxidase (MAO). Essa enzima é responsável pela oxidação de compostos endógenos que contêm amina, como as catecolaminas e a tiramina, e de alguns xenobióticos, incluindo fitofármacos. 16 De maneira simplificada, esta via converte um produto químico tóxico em um produto químico menos nocivo. Isto é conseguido através de diferentes reações químicas (por exemplo, oxidação, redução e hidrólise), e, durante este processo ocorre a produção de radicais livres que, em excesso, podem danificar as células do fígado. Antioxidantes (tais como vitamina C e E e carotenóides naturais) reduzem os danos causados por esses radicais livres. Se os antioxidantes estão escassos e a exposição a uma toxina é elevada, os produtos químicos tóxicos tornam-se muito mais perigoso. Alguns podem ser convertidos em substâncias
  • 10. potencialmente cancerígenas.Quantidadesexcessivasde produtosquímicostóxicos,taiscomo pesticidas, podem prejudicar o sistema enzimático P-450, sobrecarregando esta via, o que resulta em produção de elevados níveis de radicais livres. Substâncias que podem causar hiperatividade dasenzimasP-450:Cafeína,dioxina,álcool, ácido sgraxos saturadas, pesticidas organofosforados,pinturafumaça,sulfonamidas,gazesde escapador,barbitúricos. Substratos do sistema enzimático P-450: teofilina, cafeína, fenacetina, lidocaína, eritromicina, ciclosporina,cetoconazol,testosterona,estradiol,cortisona,alprenolol,bopindolol,carvedilol, metoprolol, propranolol, amitriptilina, desipramina, nortriptilina, codeína, etilmorfina, ibuprofeno, naproxeno, S-varfarina, diazepam, imipramina, omeprazol, álcool. Fase II de desintoxicação As reações de conjugação e de hidrólise proporcionam um segundo conjunto de mecanismosdestinadosamodificar os compostos para sua excreção. Os substratos dessas reações são acoplados a metabólitos endógenos (por exemplo, ácido glicurônico e seus derivados,ácidosulfúrico, ácido acético, aminoácidos e o tripeptídio glutationa) por enzimas de transferência,emreaçõesque freqüentemente envolvem intermediários de alta energia. Isto faz com que a toxina ou o fármaco tornese solúvel em água, e possa ser excretado do organismoatravésde fluidos aquosos, tais como a bile ou a urina. Xenobióticos individuais e metabólitos geralmente seguem uma ou duas vias distintas. Para que a fase II ocorra de maneira eficiente, as células do fígado requerem aminoácidos que contém enxofre como a taurinae a cisteína.Glicina,glutamina,colina e inositol são também necessários para a fase II de desintoxicação. Ovos, vegetais crucíferos (por exemplo, brócolis, repolho, couve de Bruxelas, couve-flor), alho cru, cebola, alho-poró são boas fontes naturais de compostos de enxofre. Assim, estes alimentos pode ser considerados como agentes de limpeza. a) Conjugaçãocom ácidoglicurônico.Substratosde glucuronidação:hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, hormônios esteróides, algumas nitrosaminas, aminas heterocíclicas, algumas toxinasfúngicas,e aminasaromáticas.Ele tambémremove oestrogênio e o T4 (hormônios da tireóide), que são produzidos naturalmente pelo organismo. O acúmulo de toxinas no organismopode resultaremsintomasde disfunçãocerebral e desequilíbrioshormonais, como infertilidade, dores nas mamas, distúrbios menstruais, exaustão da glândula adrenal e menopausa precoce. Muitos destes produtos 17 químicos (ex. pesticidas, produtos petroquímicos) são cancerígenos e têm sido implicados no aumento da incidência de muitos cânceres. b) Conjugação com sulfato. Os produtos da conjugação com sulfatos são sais de sulfatos ácidos (SO3) ou de sulfamatos (NHSO3). Substratos das vias de sulfatação: neurotransmissores, hormônios esteróides, certos medicamentos como o paracetamol, e muitosxenobióticose compostosfenólicos.c) Conjugaçãocomaminoácidos.A reaçãoconsiste na formaçãode uma ligaçãopeptídicaentre o grupo amino de um aminoácido, geralmente, a glicina,e o grupocarboniladoxenobiótico.Substratosdaviaglicina:salicilatos e benzoato são desintoxicadosprincipalmente via reação de glicinação. O benzoato está presente em muitas substâncias alimentares e é largamente utilizado como um conservante de alimentos. d) Conjugação com glutationa. A reação é catalisada pela enzima glutationa-S-transferase A glutationa é o antioxidante e protetor hepático mais poderoso do organismo. As reservas de glutationa podem se esgotar quando grandes quantidades de toxinas e/ ou drogas passam pelofígado,bemcomopelafome ou jejum. A abordagem clínica da eliminação de compostos acumulados geralmente envolve três etapas: (1) prevenção (2) eficácia dos mecanismos endógenos de detoxificação (3) intervenções para facilitar a remoção de substâncias tóxicas acumuladas.A desintoxicaçãoendógena de produtos metabólicos, bem como de substâncias
  • 11. tóxicasexógenasé umafunçãofisiológicaprimária,que requer energia considerável. Quando substâncias tóxicas são identificadas por processos fisiológicos, as vias de excreção são mobilizadas para diminuir a toxicidade e para eliminar os compostos xenobióticos. As vias específicas utilizadas para excretar substâncias específicas dependerão das propriedades químicas do agente específico em questão. A capacidade de eliminação de compostos indesejáveis depende completamente do estado fisiológico e bioquímico do indivíduo. Qualquer fator que prejudique o pleno funcionamento bioquímico de desintoxicação, tais como deficiências nutricionais, vão impedir a eliminação adequada de substâncias tóxicas. Assim,é imperativoque osprofissionaisde saúde compreendamosfundamentos da fisiologia e bioquímica de desintoxicação para garantir funcionamento dos órgãos de eliminação. A remediação de uma desordem nutricional bioquímica é um componente fundamental no tratamentodopaciente.Porexemplo, a glutationa é um componente de pré-requisito para a desintoxicação celular, bem como um componente essencial na bioquímica de conjugação hepática. Indivíduos sob exposição a xenobióticos muitas vezes apresentam diminuição das reservas de glutationa, e, portanto, necessitam de reposição contínua. Também tem sido observado que apesar da competência bioquímica, o organismo humano não é capaz de excretaralgunsagentestóxicosquímicos de forma eficaz. Uma das principais razões para a 18 falha na eliminação de alguns compostos é a reabsorção via circulação entero-hepática ou reabsorçãonos túbulosrenais.Consequentemente, alguns agentes tóxicos são conjugados e levados dos tecidos para a corrente sanguínea para que haja excreção, mas são então reabsorvidos pelo organismo. Além disso, alguns compostos retidos são depositados em tecidos específicos, tais como ósseo, adiposo e muscular, onde irão se acumular e alterar o funcionamento destes tecidos. Alguns compostos também permanecem no sangue, frequentemente ligados às proteínas plasmáticas. Intervenções para aumentar a excreção de compostosretidos podem ser inestimáveis para diminuir a morbidade associada ao acúmulo de substâncias tóxicas. Por exemplo, a vitamina D (essencial na regulação da expressão genética,e facilitaaabsorçãode cálcioa partir do intestino) pode potencializar a absorção de elementostóxicostaiscomoochumbo,o cádmio,o alumínio,que por sua vez podem afetar o metabolismo da vitamina D. A contaminação com mercúrio pode alterar a absorção gastrointestinal de nutrientesresultandoemdeficiênciase,assim, impedira fisiologia normal. Algunspoluentes orgânicos liberados do tecido adiposo durante a perda de peso, a restrição calórica ou o exercício podem suprimir a função da tireóide. Os efeitos adversos da bioacumulação de agente tóxicos pode, por exemplo, alterar a função imune, que pode por sua vezlevaa doençasautoimunes.Segundopesquisasempíricas,váriasestratégiaspodemser utilizadas para auxiliar a remoção eficaz de algumas substâncias tóxicas acumuladas. A investigação científica sobre essas estratégias, no entanto, permanece em um estágio inicial uma vezque o problemadabioacumulaçãotóxicaé umfenômenorecentementereconhecido pela medicina clínica. Assim, pesquisa baseada em evidências suficientes para confirmar ou refutar objetivamente a eficácia das variadas "estratégias de desintoxicação" é muitas vezes inexistente.Dentre aspossíveisestratégiasdedesintoxicaçãoclínicadestacamosaalimentação e a fitoterapia. As questões científicas são frequentemente muito mais passíveis de investigaçãoemanimaise culturade células,e este corpode evidênciasconfirmou que alguns alimentos e nutrientes são extremamente valiosos para facilitar a excreção e reduzir a toxicidade dassubstâncias tóxicas. Embora não seja uma lista exaustiva, alguns suplementos incluem a curcumina (DANIEL et al., 2004), alliums (OLA-MUDATHIR et al., 2008), flavonóides
  • 12. de plantas como a quercetina (MILTON et al., 2010), selênio (MESSAOUDI et al., 2009), produtos de algas Parachlorella (UCHIKAWA et al., 2011; 2010) e Chlorella (MORITA et al., 2001; Takekoshi et al., 2005), ácidos orgânicos naturais (DOMINGO et al., 1988) e fibras dietéticas (LIM et al., 2005), bem como antioxidantes (EYBL et al., 2006). Os mecanismos de ação incluem a prevenção da absorção de substâncias tóxicas, facilitando a eliminação de compostos tóxicos acumulados, o que dificulta a reabsorção entero-hepática de alguns compostos, e diminui a toxicidade através de mecanismos de proteção. As fibras e outros carboidratosinsolúveisconsumidosna dieta, por exemplo, parece atuar como uma esponja e aumenta a remoção de agentes adversos, tais como as micotoxinas, diminui a reabsorção entero-hepática e, portanto, aumenta a eliminação. Um exemplo é a Chlorella, uma alga do mar, que recentemente chamouaatençãode muitaspesquisas por suas propriedades únicas, facilitando a desintoxicação e impedindo a absorção de 19 compostos adverso, tais como o mercúrio e o chumbo (UCHIKAWA et al., 2011; 2010; MORITA et al., 2001; TAKEKOSHI et al., 2005). FitoterápicosDestoxificantese HepatoprotetoresA atividadedasenzimasenvolvidasno processode detoxificaçãohepáticaé influenciadaporalguns fatores, como: genética, gênero, idade, estado de saúde e nutricional, ingestão de xenobióticos. Desequilíbrios e disfunções hepáticas ocorrem podem ser causadas ou agravadas pelo excesso de xenobióticos, paralelamenteàfaltade substratopara metabolização.Existemdiversosativosde plantas que agem como destoxificantes e como hepatoprotetores (MARQUES, 2014). Muitas plantas são utilizadas popularmente para tais fins, mesmo sem comprovação científica que embase essa conduta. A seguir serão destacadas algumas plantas medicinais que apresentam ação detoxificante e/ou hepatoprotetora. Cardo mariano (Silybum marianum L.) O Silibium marianum L. pertence à família Asteraceae e suas folhas, flores, raízes e frutos são utilizadas em fitoterapia. Seu principal efeito é o hepatoprotetor e antioxidante, que está associado à presença de flavonóides, como a Silimarina (TIEN et al., 2011; GALHARDI, 2009). O cardo mariano tem sido utilizado como medicamento desde o século IV a.C para tratar náuseas, mordidasde serpentes,problemasmenstruaise indutoresdalactação.Relatos encontradosna literaturaindicamque no século XVI o cardo mariano passou a ser utilizada no tratamento de doenças hepatobiliares, sendo hoje indicada para esse fim em todo o mundo (FERREIRA, 2011). Estudos científicos revelaram que o Silibium marianum apresenta ação antioxidante, antiperoxidação lipídica, antifibrótica, anti-inflamatória da membrana, além de estabilizar mecanismos imunomoduladores de regeneração do fígado. Atualmente suas principais aplicações referem-se ao tratamento da hepatite, cirrose e proteção hepática contra substâncias tóxicas (LOGUERCIO; FESTI, 2011). Dentre os isômeros da silimarina estão a silibina,que é ocompostomaisativoe o que apresentamaiorquantidade (60%-70%), seguida da silicristina (20%), silidianina (10%) e a isosilibidina (5%) (PRADHAN; GIRISH, 2006). Os mecanismos de ação da silimarina envolvem diferentes rotas bioquímicas, tais como (WELUNGTON; ARVIS, 2001): 20  Estimulação da taxa sintética de RNA ribossomal (rRNA) através da estimulação da transcrição da polimerase 1 e do rRNA, protegendo as membranas celulares de danos induzidos por radicais e bloqueando a recaptação de toxinas, como a alfa amantina;  Aumento dos níveis séricos de glutationa e de glutationa S-transferase;  A silimarinapode facilitaraconjugaçãoda bilirrubina com o ácido glicurônico (reação de fase II) ou ainda inibir a enzima gama-glucuronidase frente a toxinas patogênicas de bactérias intestinais. Além disso, a silibina também é um potente inibidor da beta-glucuronidase intestinal humana, bloqueando a liberação e reabsorção de xenobióticos livres e seus
  • 13. metabólitosconjugadosde glicuronídeo(LOGUERCIO;FESTI, 2011). É importante destacar que a silibina interage com algumas enzimas do grupo enzimático P450, o que pode interferir no metabolismo de determinados fármacos, dependendo da enzima necessária para a metabolização deste. Portanto, é fundamental que o profissional prescritor verifique se o fitoterápico e os outros fármacos utilizados concomitantemente pelo paciente fazem uso da mesma via. A administração de silimarina em diferentes concentrações já foi testada em diversosestudos científicos. Wu et al. (2008) administrou silimarina em doses diferentes em ratos. A silimarina exerceu efeitos benéficos em estágios iniciais de danos hepáticos e alteraçõesgordurosas,alémde reduzirahistopalotogia das células desse órgão, impedindo a formação de carcinoma hepatocelular durante o estado pré-carcinogênico. A silimarina tambémfoi capaz de bloquearaprogressãodo câncerapós a formação de nódulos,recuperou a estrutura de hepatócitos e, de maneira dose-dependente, reduziu a formação de radicais livres.Emoutroestudo,Bonifaz(2009) analisouoefeitodasilimarinasobre ovírusda hepatite C e a expressão gênica de células de hepatoma humano. Os resultados sugerem que a silimarinaexerceuumefeitobenéfico,porémenfatizaramque aindaé necessáriomaisestudos prospectivos, randomizados e controlados para se comprovar esse benefício. Além disso, outros pesquisadores mostraram os benefícios da silimarina como protetor contra a lesão hepática grave após envenenamento pelo cogumelo Amanita phalloides e como agente protetor contra a medicação utilizada no tratamento da tuberculose (SALHANICK et al., 2008; BEDI et al., 2009). Usualmente o Silubum marianum L é prescrito na forma de extrato seco padronizado (70%- 80%) em cápsula, com uma dosagem de 100mg-300mg, 3 vezes ao dia (dosagempara adulto). A 21 prescrição da silimarina de forma isolada é restrita aos médicos. Efeitos adversos são raros, porém doses acima de 1.500mg por dia podem exercer efeito laxativo e aumentar a secreção de bile. Alcachofra (Cynara scolymus) Oriunda do mediterrâneo,aCynarascolymuspertence à família Compositae e suas folhas, brácteas e raiz são utilizadas mundialmente para fins medicinais. Em suas folhas as principais substâncias químicasencontradassão osácidosfenólicos,flavonóides e sesquiterpenos, sendo a cinarina (ácido monocafeioilquínico) o princípio ativo da planta (NOLDIN; CECHINEL, 2003). Diversos estudos utilizando o extrato de alcachofra em diversas concentrações indicam que a infusão das folhas secas dessa planta apresenta ação hepatoprotetora, antioxidante, colerética, colagoga, antidespéptica, diurética, antibacteriana, redutora de colesterol e estimulante do sistemahepatobiliar(PITTLERetal.,2003). Alémdisso,aAlcachofraé indicada contra náuseas, indigestão e aterosclerose (HOLTMANN et al., 2003). Küçukgergin et al. (2010), em estudo utilizandoextratode folhade alcachofraemratosalimentados comumadieta rica em gordura e colesterol, durante um mês, demonstrou que Após o tratamento observou-se que houve diminuiçãodos níveis séricos de colesterol e triglicérides, porém não no fígado, mas ocorreu redução significativa da disfunção hepática e níveis de malondialdeído cardíaco, além de aumentar a vitamina E no fígado e a atividade da glutationa peroxidase. Mehmetçik et al. (2008), em um modelo de estresse oxidativo induzido em ratos por tetracloreto de carbono (CCI4), avaliou a capacidade hepatoprotetora do extrato de folha de alcachofra. Os ratos tratados como extratode Alcachofraapresentaramreduções significantes nas atividades das transaminasesplasmáticas,melhoriadasalteraçõeshistopatológicasnofígado,diminuiçãodos níveisde malondialdeídoe dienoconjugadoe aumentona atividade da glutationa peroxidase e glutationa redutase. Os resultados sugerem que a administração in vivo de extrato de alcachofra pode ser útil para a prevenção de hepatotoxicidade induzida pelo estresse
  • 14. oxidativo. Outro grupo de pesquisadores estudou os efeitos de um extrato feito da parte comestível daalcachofra.O extratofoi capazde protegeroshepatócitosdoestresse oxidativo, além de evitar a diminuição de glutationa e o aumento de malondialdeído e ainda induzir a apoptose de células cancerígenas (MICCADEI et al., 2008). É importante ressaltar que a AgênciaNacional de VigilânciaSanitária(ANVISA) adverte que o uso da Cynara scolymus deve ser feito com cautela em pacientes com doenças da vesícula biliar, hepatite grave, falência hepática e câncer no fígado. 22 Alho (Allium sativum) O Allium sativum é um fitoterápico pertencente à família Liliaceae e seus bulbos são utilizados com finalidades medicinais e culináriasdesde aantiguidadeA alicina é o principal composto bioativo encontrado no alho e exerce açãoantiviral,antifúngicae antibiótica,seguidodaaliinaque exerce efeitohipotensore hipoglicemiante.Oalhotambémcontémselênioagindocomoantioxidante. Iciek et al. (2011), em modelo de ratos, mostraram que os componentes ativos do alho reduzem as espécies reativas de oxigênio e malonialdeído, com aumento na glutationa S-transferase, sugerindo uma ação hepatoprotetora,pelainduçãode enzimasde fase II. O extrato de alho pode alterar as enzimas citocromo P450 no fígado, sendo essas responsáveis pela metabolização de compostos químicos exógenos, como medicamentos. Estudos mostraram que a ingestão de um suplementode alhoempóreduziuasconcentrações sanguíneas de Saquinavir e Ritonavir (medicamentosutilizadosnotratamentoantirretroviral de pacientes portadores do vírus HIV) e esse efeito foi atribuído à estimulação das isoenzimas P450 e toxicidade gastrointestinal grave. Por outro lado, estudos realizados com os compostos ativos dialui sulfeto e dialil disulfeto, derivados do alho, não apresentaram estímulo das isoenzimas P450 e nem toxicidade gastrointestinal grave (GALLICANO et al., 2003). Cox et al. (2006), em estudo que avalioua influênciadasuplementaçãode alho sobre a farmacocinética do docetaxel, fármaco utilizadonotratamentode câncer,revelouque,apesarde algunsestudosteremmostradoque a alicinapode interferirnaatividade daenzimaCYP3A4,oalhonão afetousignificativamente a disposiçãode docetaxel. A ANVISA adverte que o alho na forma de fitoterápico não deve ser utilizado por indivíduos menores de três anos e pessoas com gastrite e úlcera gástrica, hipotensão,hipoglicemia,hemorragiae empessoasque fazemusode anticoagulantes.Dente- de-leão (Taraxactun officinale) O Taraxacum officinale pertence à família Asteraceae e seu rizoma,flores,inflorescência,sementessãomuitoutilizadasnamedicinapopular.Osprincipais efeitos relatados são para o tratamento da dispepsia, azia, distúrbios no baço e fígado (hepatite), anorexia, inflamações, câncer de mama e útero. O dente-de-leão é rico em terpenóides e princípios amargos (principal-mente taraxacin e taraxacerin), além de conter: compostos esteróides, incluindo beta-amirina, taraxasterol e etaraxero 23 que estão relacionados com a bile; um terpeno antialérgico (desacetylmatricarina); polissacarídeos (principalmentefructosanose inulina)e pequenasquantidadesde pectina, resina, mucilagem e flavonóides. São encontrados em toda a planta os ácidos hidroxicinâmicos, chicórico, monocafeiltartáricoe clorogênicoe a cumarinanas folhas.Alémdisso, o Taraxactun officinale tambémé fonte de clorofilae umavariedade de vitaminas e minerais, tais como: β-caroteno, vitaminas C e D, vitaminas do complexo B, colina, silício, ferro, sódio, magnésio, potássio, zinco, cobre, manganês e fósforo. Choi et al. (2010), em estudo realizado com coelhos alimentadoscomumadietahipercolesterolêmica, demonstraram que o uso da folha e raiz de Taraxacum officinale aumentaatividadedaglutationa,daglutationaperoxidase e asuperóxido dismutase.Poroutrolado,a atividade daenzimaglutationa S-transferase diminuiu com o uso da raiz, bem como da catalase. No que diz respeito à peroxidação lipídica no fígado, o
  • 15. tratamento com a raiz do dente de leão resultou em redução significativa no nível de TBARS (umprodutoda peroxidaçãolipídica), mas o mesmo não ocorreu com a folha. Outros estudos confirmam o efeito do dente-de-leão sobre o aumento da atividade da glutationa, com consequente diminuiçãodaperoxidaçãolipídicahepática(PARKetal.,2010). O efeitoprotetor do extratode raizde dente-de-leãofoi testadoemlesõeshepáticasinduzidasporálcool invivo e invitro.Em célulashepáticastratadascometanol 39% na presençadoextratoaquosode raiz de dente-de-leão (TOH) nenhum dano foi observado, enquanto que o extrato alcoólico de dente-de-leão(TOE) não apresentou atividade hepatoprotetora potente. No mesmo estudo, os camundongosque receberamTOH(lg/kgde pesocorporal/dia)apresentaram uma redução significativade transaminaseshepáticase aumento das atividades antioxidantes das enzimas catalase, glutationa S-transferase, glutationa, glutationa peroxidase e glutationa redutase, além de apresentarem melhora nos níveis de malondialdeído. Os autores concluíram a administração de TOH protegeu contra a hepatotoxicidade induzida pelo etanol. Esses resultadossugeremque oextratoaquosode dente-de-leão tem ação hepatoprotetora contra a toxicidade induzida pelo álcool, elevando o potencial antioxidante e diminuindo a peroxidação lipídica (YOU et al., 2010). Por outro lado, outros estudos em linhagem de hepatoma humano Hep G2, relatam evidências de citotoxicidade e produção de citocinas (fatorde necrose tumoral (TNF) -alfa e interleucina (IL)-1 alfa) em comparação aos controles. Além disso, a apoptose de células Hep G2 foi fortemente induzida, pelo aumento da quantidade de TNF-α e IL-lα (KOO et al., 2004). Contraindicações: De acordo com a ANVISA o uso desse fitoterápicodeve serevitadonapresença de obstruçãodosductosbiliarese dotrato intestinal. 24 Boldo-do-Chile (Peumus boldus) O Peumus boldus pertence à família Moniiniaceae e tem sua origem nas regiões montanhosas do Chile, por isso é conhecido no Brasil como boldo ou boldo-do-Chile. Em suas folhas encontramos alcalóides pertencentes à classe dos benzoquinolínicos (0,4%-0,5%), sendo a boldina o principal deles (cerca de 12%- 19%), alémde taninos,óleoessencial, flavonóides e glicolipídicos (SCHWANZ et al., 2008). Os principais efeitos relacionados ao boldo são: estimulante de secreções gástricas, antidispéptico,colerético,colagogo,antiespasmódico,tratamentode cálculosbiliares,cistite e colelitíase acompanhada de dor e diurético (SCHWANZ et al., 2008). Estudos revelam que a boldina apresenta baixa toxicidade, não exerce efeito sobre a atividade do citocromo P450, mas simpromove forte inibiçãodaperoxidaçãodosmicrossomasde fígadohumano, a boldina por serconsideradaumvaliosoantioxidante,agente hepatoprotetor(KRINGSTEIN etal., 1995), e anti-inflamatório agudo (LANHERS et al., 1991). Apesar dos efeitos benéficos em alguns casos, mediante outros resultados obtidos na literatura a respeito da toxicidade do extrato hidroalcoólico de folha seca de boldo, sugere-se moderação e cuidado na administração de boldo, principalmente quanto ao uso prolongado e também durante o primeiro trimestre da gravidez, principalmente pela falta de conhecimento de mecanismos (ALMEIDA et al., 2000). Em acordo com essesestudosaANVISA orientaque usodesse fitoterápico deve ser cauteloso e monitorado,principalmente em pessoas com doença hepática aguda ou severa, colecistite séptica,espasmosdointestinoe íleo e câncer no fígado. E contraindicada para indivíduos que apresentem obstrução das vias biliares, doenças severas no fígado e gestantes. Resveratrol (Vitisvinífera) Oresveratrol,sendoumcompostolipofílico exógeno, pode cruzar a membrana plasmática,sersubmetidoaometabolismocelulare,possivelmente,interagir com enzimas da fase I. O resveratrol inibiu in vitro o CYP450, que é um recombinante humano. Além disso, tambéminibiuaatividade do CYP450 de ratos e dos microssomos hepáticos humanos. Ainda,
  • 16. reduziuainsurreiçãode lesõespré- neoplásicasemculturade células da glândula mamária de ratos e diminuiuaincidência de formação de tumor em ratos tratados com 7,12-dimetilbenz- α-antraceno (DMBA), utilizado como um iniciador de tumor em combinação com o éster de forbol e usado como promotor de tumor. Uma vez que o DMBA requer a sua bioativação por enzimasde fase ICYP1A1, CY1A2 e CYP1B1, a atividade antitumoraldoresveratrol invivoinclui a prevenção da fase de iniciação da carcinogênese, inibindo as enzimas da 25 fase I. O resveratrol mostrou poder discriminativo entre isoenzimas CYP: inibiu diretamente as atividades da CYP1A1 e CYP1B1, ao mesmo tempo em que inibiu, indiretamente, a CYP1A2. Sugerese que ainibiçãoindireta do CYP se deva a um composto derivado do metabolismo do resveratrol na presença de NADPH (CHANG; CHEN; LEE, 2001) Além de inibir a atividade do CYP, o resveratrol também pode bloquear a ativação do promotor da CYP1A1 e a transcrição de genes em células de hepatomas humanos. Além disso, o resveratrol diminui o efeito carcinogênico do aril-hidrocarboneto. Aril-hidrocarbonetos são carcinógenos que atuam por receptores nucleares para promover a transcrição de CYP para a conversão enzimática de xenobióticos em elementos carcinógenos. O resveratrol, sem se ligar a receptores, atua na interação com a região promotora do gene CYP1A1 (CIOLINO; YEH, 1999). O resveratrol mostrou induzir enzimas da fase II, como a UDP-glicoruniltransferase e NADPHquinona oxidoredutase,na epiderme de rato (SZAEFER; CICHOCKI; BRAUZE, 2004). Outras Plantas com ação destoxificante e hepatoprotetora:  Carqueja (Baccharis trimera)  Mil folhas (Achillea millefoliumL.) Chá verde (Cameliasinensis)  Groselha-negra (Ribes nigrum)  Salsaparrilha (Smilax spp.) Solicitação de Exames Laboratoriais O Conselho Federal de Nutricionistas, considerando que a Dietética e a Dietoterapia, ramos da ciência da Nutrição, cujo objetivo é preservar,promovere recuperarasaúde atravésda aplicaçãode métodose técnicas próprios, integramocurrículo específicodaformaçãodo nutricionista;e Considerandoque aatuação do nutricionista na área de Nutrição Clínica abrange o atendimento ao cliente-paciente na internação,ambulatório,consultório e domicílio, resolve: Art. 1º. Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional docliente-paciente.Art.2º.O nutricionista,aosolicitarexames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. 26 Modelo de solicitação Quadro 1 – Exemplo de solicitação de exames Dra. Maria da Silva Solicito ao Sr (a) XXXXXXXXXXXXXXXXX que realize os seguintes exames laboratoriais: Hemograma completo Perfil lipídico (CT, frações e Triglicerídeos) Ferro sérico; ferritina sérica; transferrina Glicemia de jejum;insulinade jejum Proteínas totais e frações TGO; TGP e Gama GT Ácido úrio, uréia e creatinina séricos TSH; T4 e T3 Livres e T3 reverso PCR ultrassensível Homocisteína sérico Ácido metil malônico sérico Ceruloplasmina sérico 25-hidroxi Vitamina D Dosagem das Vitaminas:A, C, E, B6, Ácido fólico e B12 Cálcio total; Cálcio iônico; Magnésio sérico; Potássio sérico; Fósforo sérico; Sódio sérico; Selênio sérico; Zinco sérico; Cromo sérico; Cobre sérico; Manganês sérico. Cortisol sérico (8h e 16h) Data: Assinatura: CRN: End: 27 UNIDADE II – PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS NA PRÁTICA CLÍNICA DO NUTRICIONISTA CAPÍTULO 1 Princípios Ativos das Plantas Medicinais, Mecanismo e Importância no Aspecto Clínico O metabolismo das plantas é dividido em primário e secundário. Admite-se porém, que não existe uma divisão exata entre esses dois tipos de metabolismo. Os lipídeos, as proteína, os carboidratos e os ácidos nucléicos que são comuns aos seres vivos e essenciais para manutençãodacélula,sãooriginadosnometabolismo primário, e as substâncias originadas a
  • 17. partir de rotas biossintéticas diversas e que são restritas a determinados grupos de organismos, são produtos do metabolismo secundário (KALLUF, 2015). As plantas medicinais têm como principal característica a presença de princípios ativos, sejam eles constituídos de uma única substância existente na planta, ou de um conjunto de substâncias que atuam sinergicamente,chamadasde complexofitoterápicoque podem interagir com o organismo do indivíduo para promoção da saúde (LORENZI; MATOS, 2002). Várias espécies já tiveram seus princípiosativosisolados,e dentre inúmerosdestes,cita-seapenasalgunsatítulode exemplo: os óleosessenciaiscamazuleno,presente nasfloresdacamomila(Matricariachamomilla) e da mil-folhas (Achillea millefolium), e o safrol, na canelasassafrás (Ocotea odorífera); os alcaloides, morfina, na papoula (Papaver somniferum), atropina, na beladona (Atropa belladona) e pilocarpina,nojaborandi (Pilocarpusjaborandi); o tanino, composto polifenólico presente nasfolhasdobarbatimão(Stryphnodendronbarbatimao),docarvalho(Quercussp) e da hamamelis (Hamamelis virginiana); as saponinas, na agave (Agave sp), na salsaparrilha (Smilax sp) e na iuca (Yucca sp) (CORREA JÚNIOR et al., 1994). 28 Essas substâncias podem ser empregadas tanto dentro da própria planta na forma de preparações caseiras, como chás, tinturase pós, ou na forma de composto puro isolado da planta e transformado em cápsulas, comprimidos e pomadas, pela indústria farmacêutica (LORENZI; MATOS, 2002). Os vegetais sintetizam e armazenam os princípios ativos durante o seu desenvolvimento, porém nem todosos metabólitossintetizadostêmvalormedicinal (WAGNER: BLADT, 2001; KALLUF, 2008). Os princípios ativos são substâncias quimicamente caracterizadas, provenientes do metabolismo secundário, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente,pelosefeitosterapêuticosdovegetal.Emtodasasespéciesháao mesmotempo princípios ativos e substâncias inertes, sendo estas últimas responsáveis por determinar a eficácia da erva medicinal, acelerando ou retardando a absorção dos princípios ativos pelo organismo. Os fitocomplexos são encontrados em concentrações diferenciadas no vegetal, preferencialmente em folhas, flores e raízes e às vezes em sementes, frutos e cascas (WAGNER; BLADT, 2001; KALLUF, 2008). O entendimento dos princípios ativos é necessário para que estes sejam empregados em larga escala como opção terapêutica na prevenção de doenças. Assim, pesquisas com metodologia confiável são indispensáveis para que se conheçamcom exatidãoosbenefícios,semoferecerriscosde toxicidade e efeitosindesejáveis (WAGNER; BLADT; KALLUF, 2008). Os princípios bioativos vegetais que mais se destacam são: glicosídios,flavonoides, saponinas, óleos essenciais, salicilatos, ácidos orgânicos, alcaloides, mucilagens,taninose antraquinonas(WAGNER; BLADT, 2001; KALLUF, 2008). Princípios Ativos Vegetais e suas Ações Princípios Ativos Propriedades Alcalóides Atuam no sistema nervoso central (calmante, sedativo, estimulante, anestésico, analgésicos). Alguns podem ser cancerígenos e outros antitumorais. Ex: Cafeína do café e guaraná, teobromina do cacau, pilocarpinadojaborandi.MucilagensCicatrizante, anti-inflamatório, laxativo, expectorante e antiespasmódico.Ex:babosa,tanchagem, psyllium. Flavonóides Fortalece os vasos capilares; efeitoanti-inflamatório,antiesclerótico,antidematoso,dilatadorde coronárias,espasmolítico, anti-hepatotóxico, colerético e antimicrobiano. Ex: rutina, quercetina, chá verde (Camellia sinensis)TaninosPorviainterna,exercemefeito antidiarreico e antisséptico; por via externa, impermeabilizamascamadasmaisexpostasdapele e mucosas, protegendo assim as camadas subjacentes. Podem provocar irritação gástrica em grandes doses. Em pequenas doses, protege o trato gastrointestinal. Ex: barbatimão; Vítis vinífera... Óleos Essenciais Efeitos: bactericida,antivirótico,cicatrizante,analgésico,relaxante, expectorante e antiespasmódico.
  • 18. Ex: mentol nashortelãs,timol notomilho,eugenol nocravo-da-índiaÁcidosOrgânicos (Ácidos tartárico,málico,cítrico e o silícico) Asplantasdasfamíliasdasborraginácias,dasequisetáceas e das gramíneas absorvem grande quantidade de sais orgânicos do solo, principalmente o silícico, armazenando-o nas membranas das células ou no seu protoplasma. Ex: Ruibarbo, azedinhaCompostosFenólicos Os compostos fenólicos são aqueles que originam os taninos. Ex: Ácido caféico, Vanilina, Ácido clorogênico. 29 Compostos Inorgânicos Têm propriedades diuréticas, auxiliam na formação do tecido conjuntivo. Ex: Sais de cálcio, silício e potássio. Cumarina Possui ação antisséptica, pigmentante, vasodilatadora, anti-inflamatória. Ex: Dicumarol,Xantonas.GlicosídeosCardiotônicosOscardiotônicospossuem alta especificidade no músculocardíaco; temefeitoacumulativo;riscode intoxicação; aumenta o débito cardíaco e diminuem a frequência cardiáca. Ex: Digitalispurpúrea L. (digoxina) e digitalislanata L. (digitoxina).GomasSãopolissacarídeossolúveisouinsolúveis.Podemserusadascomolaxante e mucoprotetor. Antroquinonas ou derivados Antracênicos São usados como purgativos, estimulam os movimentos peristálticos, aumentam a motilidade intestinal, diminuem a absorção de água e eletrólitos pois bloqueiam a bomba de sódio na região intestinal. O uso prolongado e contínuo é contra-indicado. Medicamentos contendo estes ativos devem ser evitados por crianças e gestantes. Ex: Sene e Cascara sagrada Saponinas ou Saponosídeos Emulsionamoóleonaágua e possuemumefeitohemolítico.Asplantasque contemsaponinas são utilizadastambémporsuaação mucolítica,diuréticasuave e depurativa: Ex: Ginseng, Ilex paraguariensis,PrímulaCompostosSulfuradosMetabólitosvegetaisderivadosde aminoácidos sulfuradoscomação antibacteriana,antiviral,antifúngico,anti-inflamatório, hipoglicemiante, antioxidante, imunomodulador. Glucoquininas Princípios ativos que atuam sobre a glicemia. Lignanas ou Neolignanas Possuem ação anti-inflamatória, antifúngica, hepatoprotetora, relaxante muscular e antialérgica. Ex: Linhaça dourada e marrom. Substâncias Amargas Estão presentes nos óleos essenciais, nos glicosídeos, nas saponinas e nos alcalóides. Estimulam a secreção gástrica e possuem ação tônica geral. Fonte: Adaptado de MARTINS (1995) CompostosAtivosTerpenosConstituemamaiorclasse de componentes químicos das plantas, havendo mais de 30.000 substâncias descritas. Alguns terpenos, como o esqualeno e os carotenos, fazem parte do metabolismo primário das plantas e são encontrados em todas as espécies.Noentanto,amaiorparte dos terpenos constitui o metabolismo secundário, o qual estáenvolvidonaadaptaçãodasplantasao seunichoecológico. A via transdérmica é uma das principaisviasde absorçãodosterpenosé.Poreste motivo,sãomuitoutilizados na fabricação de cosméticos e pela indústria farmacêutica, pela qual são utilizados como promotores de penetração de medicamentos (SAPRA et al., 2008). A via inalatória é outra rota de administraçãomuitocomumdosterpenos.Porissosãomuitoutilizadoscomo base para óleos essenciais e perfumes (SAPRA et al., 2008). Outra via de administração é a oral. Kohlert et al. (2000) concluíram que estes compostos são geralmente eliminados com uma meia-vida de aproximadamente 1hora,demonstrandohaverum baixo risco de acúmulo desses compostos no organismo (MARQUES, 2011). 30 Propriedades benéficas dos terpenos  Ação antiagregaçãoplaquetária(Exemplos:Isopreno,Prenol, Ácido Isovalérico, Pubescenoides A e B)  Bactericida, fungicida, antiparasitário, acaricida, alívio de azia e refluxo, anticancerígeno (Exemplos: Geraniol, Limonemo, Terpineol, Timol, Mentol, Alfa E Beta-Pinemo);  Anti- inflamatório, antialérgico, antifúngico, anticancerígeno (Exemplos: Farneseno, Farnesol, Ferutinina,Tenuferidina, Ferolina);  Anti-inflamatório, antiviral (anti-HIV), hepatoprotetor, destoxificante, analgésico, imunomodulador (Exemplos: Cafesol, Kahweol, Cembrene,
  • 19. Taxadiene,Forskolin);  Antimicrobiano e indutor de apoptose (Exemplo: Geranilfarnesol);  Precursor de esteróides, anticancerígeno, anti-inflamatório e antiviral (anti-HIV) (Exemplos: Esqualeno e saponinas);  Antioxidantes, antiproliferativos e anti-inflamatórios (Exemplos: Licopeno, ɣ, α e β-caroteno). Saponinas: Seu nome provém da propriedade de formarem espuma quando agitadas em água. As saponinas são um grupo particular de heterosídeos derivadosdostriterpenostetracíclicos,derivadas do metabolismo secundário das plantas, ou seja,sãosubstânciasproduzidascomoparte doseusistemade defesa.Oteor de saponinas do ginseng(Panax ginseng), por exemplo, é diretamente proporcional à sua idade, sendo que o pico é atingido por volta dos seis anos (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas das saponinas:  Antimicrobiana/antifúngica;  Anti-inflamatória;  Anticancerígena;  Aumentodapermeabilidade nasmembranascelulares; Antioxidante;  Anticonvulsivante;  Imunoestimulante;  Analgésica;  Hiperglicêmica;  Antiviral;  Hipocolesterolêmica 31 TaninosPrincípiosativosvegetaispertencentesaogrupode compostos fenólicos, que por sua vez, são originários do metabolismo secundário das plantas. Os taninos apresentam uma tendência a formar complexos com proteínas faz com que sejam os principais limitantes do valornutricional em leguminosas, pois reduzem a digestibilidade das proteínas das mesmas. Adicionalmente,podeminibirenzimas (complexos com proteínas enzimáticas) e interferir na absorção de alguns minerais e vitaminas (DESHPANDE, 1992). Os taninos apresentam baixa absorção pela pele e pelo trato gastrointestinal, seus efeitos farmacológicos são elucidados segundoseusefeitoslocaisnestesórgãos.Porém, essa característica é benéfica, uma vez que se absorvidos em grandes quantidades, os taninos podem apresentar toxicidade (MARQUES, 2011). Principaispropriedades benéficas dos taninos:  Antioxidante " Os taninos, por serem componentes fenólicos, possuem a capacidade de doar íons de hidrogênio às moléculas de radicaislivres,impedindoaperoxidaçãolipídicae inibindoasenzimas envolvidas na produção desses radicais, tais como fosfolipase A2, ciclo-oxigenase e lipoxigenase;  Atividade hemostática e cicatrizante " Graças à capacidade em se complexar com estruturas protéicas, os taninos podem precipitar proteínas do plasma, além de ativar os fatores de coagulação sanguínea.O efeitocicatrizanteestárelacionadocoma propriedade adstringente atribuídaaos taninos, pois agem formando uma película protetora na região lesionada.  Atividade bactericidae fungicida"Sua capacidade de formarcomplexoscomproteínas,exercendoefeito inibitório sobre enzimas bacterianas e fúngicas, podendo, ainda, formar complexos com os substratos destas enzimas;  Outras propriedades benéficas dos taninos são, ação antiviral, antidiarréica, redução da oxidação da lipoproteína LDL. Flavonóides Presentes em frutas, legumes, raízes, talos, flores, folhas, cascas de árvores, vinho, nozes, sementes, ervas e especiarias, os flavonóides representam o maior grupo da família dos compostos fenólicos, sendo uma classe de metabólitos secundários amplamente encontrados no reino vegetal (MARQUES, 2011). 32 Os flavonóides são divididos em quatro grupos principais:  Flavonas. Componentes: apigenina, chrisina, kaempferol, luteolina, miricetina, rutina, sibelina e quercetina.  Flavononas. Componentes: fisetina, hesperetina, narigina, naringerina e taxifolina.  Catequinas. Componentes: catequina, epicatequina e epigalicatequina galate.  Antocianinas. Componentes: canidina, delfinidina, mavidina, pelargonidina, peonidina e petunidina. Principais propriedades benéficas dos flavonóides:  Ação antioxidante;  Cardioprotetora;  Anticarcinogênica;  Anti-inflamatória;  Antiviral;  Hepatoprotetora AlcalóidesOsalcalóidessãocompostosnitrogenadosde reação básica, geralmente com sabor
  • 20. amargo, presentes em diversas partes do vegetal e geralmente combinados com ácidos orgânicos ou taninos. Os alcalóides podem ser absorvidos através do trato gastrintestinal, a partir de todas as membranas e mucosas e são pouco absorvidos pela pele integra. Após a absorção a maioria dos alcalóides é metabolizada no fígado (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas dos alcalóides:  Atividade antioxidante;  Anti-inflamatória;  AntimaláricaAntraquinonasNasplantas,asantraquinonasnormalmente apresentam-se como substâncias cristalinas de coloração amarela, laranja ou vermelha, e estão presentes em fungos, liquens e em plantas superiores. Os glicosídeos antraquinônicos, quando ingeridos, atingem o cólon, no qual sofrem a ação da microbiota intestinal, sendo hidrolisados e convertidos em agliconas. As agliconas são as moléculas ativas das antraquinonas, sendo facilmente absorvidas pelo organismo. O principal efeito das antraquinonas no organismo humanoé o laxativo(MARQUES,2011). Exemplos:RhammuspurshianaDC. (Cáscara-sagrada), Cassia angustifólia e Cassia acutifólia (Espécies de sene). Ácidos orgânicos As raízes liberam muitosácidosorgânicos, que sãode extremaimportância,tanto, por atuação de forma direta, favorecendoabiodisponibilidade de nutrientes para as plantas processo de quelação e troca de ligantes,quantoporformaindireta,peloestímulo da atividade microbiana. O ácido cítrico, por exemplo,é consideradoumdoscomponentesmaisimportantesenvolvidos nos processos de liberação de fósforo, potássio, zinco e complexação de alumínio (MARQUES, 2011). Principais propriedades benéficas dos ácidos orgânicos: Auxiliam na diminuição do risco de doenças crônicas por seu papel antioxidante, atuando na redução do estresse oxidativo e na inibição da oxidação de macromoléculas. Malato e o citrato exercem efeitos alcalinizantes após o metabolismo,comumpotencial de prevenirbaixograude acidose metabólicainerente ao consumo de dieta ocidental. Ácido cítrico e tartárico aumentam a salivação e possuem atividade bacteriostática,oque contribui paramanterosdentesemmelhorescondições,além de possuírem ação diurética e laxante suave. Por sua vez, o ácido málico da maçã tem ação adstringente e obstipante, o qual e útil em casos de colite ou diarréia. Porém, nem todos os ácidos orgânicos são benéficos. O ácido oxálico pode precipitar na urina quando em contato com o cálcioe colaborarna formação de cálculos(MARQUES,2011). FarmacologiadasPlantas: A eficáciaterapêuticadosfitoterápicosdependemmuitodaabsorçãodos princípios ativos das plantas, o que envolve a farmacocinética e farmacodinâmica. Farmacocinética Seria o que o organismo faz com a planta, desde a biotransformação dos metabólitos ativos até a sua excreção.Inclui as reações de oxidação, redução e hidrolise dos compostos e conjugação dos gruposfuncionaiscomomoléculasendógenas.Ofígadoé o principal local de metabolismo dos compostos ativos, em função do seu amplo sistema microssomal. O sistema de catálise do metabolismo oxidativo é dependente do citocromo P450 e atua sobre uma ampla gama de substânciaendógenaspoluentesambientes e carcinógenos. Modificações na atividade desse sistema podem alterar a resposta metabólica frente a essas substâncias (HOLLMAN; KATAN, 1999; BLUMENTHAL; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000; HEIM; TAGLIAFERRO; BOBILYA, 2002). 34 Farmacodinâmica Traduz o que as plantas e seus compostos bioativos fazem com o organismo: o mecanismo de ação, o espectro de atividades e as reações adiversas. São interações que regulam o conhecimento molecular do princípio ativo e do seu receptor. O resultadodessainteraçãoproduzoefeitoterapêuticocujarespostaé variável dependendo de vários fatores individuais dos farmacocinéticos. Dentro dos fatores individuais, ingestão inadequadaouinsuficiente dosnutrientes essenciais, ou seja, a deficiência nutricional, pode afetar a absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos compostos bioativos. O
  • 21. conceitode biodisponibilidade dosprincípiosativos das plantas, no sentido restrito, depende da extensão e velocidade da farmacocinética o que interfere diretamente na resposta terapêutica (HOLLMAN; KATAN, 1999; BLUMENTHAL; GOLDBERG; BRINCKMANN, 2000; HEIM; TAGLIAFERRO; BOBILYA, 2002). CAPÍTULO 2 Plantas Medicinais e Fitoterápicos conforme a Legislação O Nutricionista A Resolução do CFN nº 556 de 11 de abril de 2015 altera as Resoluções nº 416, de 2008, e nº 525, de 2013, e acrescenta disposições à regulamentação da prática da Fitoterapiaparao nutricionistacomocomplemento da prescrição dietética. Art. 2º. O art. 3º da Resolução CFN nº 525, de 25 de junho de 2013, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, Edição de 28 de junho de 2013, página 141, passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 3º - O exercício das competências do nutricionista para a prática da Fitoterapiacomocomplementodaprescriçãodietéticadeveráobservarque:I - a prescriçãode plantas medicinais e chás medicinais é permitida a todos os nutricionistas, ainda que sem títulode especialista;II - a prescriçãode medicamentosfitoterápicos,de produtos tradicionais fitoterápicose de preparaçõesmagistrais de fitoterápicos, como complemento de prescrição dietética, é permitida ao nutricionista desde que seja portador do título de especialista em Fitoterapia, observado o disposto no § 4º deste artigo. ..... § 4º Para a outorga do título de especialistaemFitoterapia,aAssociaçãoBrasileirade Nutrição(ASBRAN),atendido o disposto no § 1º deste artigo, adotará regulamentação própria, a ser amplamente divulgada aos interessados,prevendooscritériosque serãoutilizadosparaessa titulação. 35 ..... Art. 4º. Não se aplicará o disposto no caput, inciso II e § 4º do art. 3º da Resolução nº 525, de 2013, com as alterações dadas por esta Resolução, aos nutricionistas que, até a data de publicação desta Resolução, estejam matriculados ou tenham obtido certificado de conclusão de cursos de pósgraduação Lato Sensu, com ênfase na área de fitoterapia relacionada à nutrição. ...... Art. 5º. O prazo a que se refere o § 2º do art. 3º da Resolução 525, de 2013, será contado a partir da data da publicação desta Resolução. Art. 6º. A ementa da Resolução 525, de 2013, passa a vigorar com a seguinte redação: "Regulamenta a prática da Fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinaise chásmedicinais,medicamentosfitoterápicos,produtos tradicionais fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da prescrição dietética e dá outras providências."De acordocom a legislaçãovigente aprescriçãode plantasmedicinaisou drogas vegetais deverá ser legível, conter o nome do paciente, data da prescrição e identificação completa do profissional prescritor (nome e número do CRN, assinatura, carimbo,endereçoe forma de contato) e conter todas as seguintes especificações quanto ao produto prescrito: I - nomenclatura botânica, sendo opcional incluir a indicação do nome popular;II - parte utilizada;III - formade utilização e modo de preparo; IV - posologia e modo de usar; V - tempo de uso. Formas farmacêuticas As formas farmacêuticas permitidas para o uso peloprofissionalnutricionista são exclusivamente as de uso oral, tais como: I - infuso; II - decocto;III - tintura;IV - alcoolatura; V - extrato Ervas secas: Produtos constituídos por partes vegetais,inteiras, fragmentadas ou moídas, obtidos por processos tecnológicos adequados a cada espécie,utilizadosexclusivamentenapreparação de bebidas alimentícias por infusão ou decocção em água potável, não podendo ter finalidades farmacoterapêuticas (não podem possuir alegação terapêutica no rótulo). 36 Droga vegetal: Planta ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica e usada após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. Infusão: Preparação líquida, que consiste em verter água fervente
  • 22. sobre a droga vegetal e,emseguida,tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo determinado.Éindicadaparapartesde vegetaisde consistênciamenosrígidataiscomofolhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis. Ex: Carqueja (Baccharis trimera), Guaçatonga (Casearia sylvestris), Erva baleeira (Cordia verbenacea), Erva cidreira (Cymbopogoncitratus).Decocção:Consiste naebuliçãoda droga vegetal em água potável por tempo determinado. É indicada para ervas de consistência rígida, que não liberam seus componentesativosembaixastemperaturas,comocascas,raízes,rizomas,caules,sementese folhas coriáceas (c/ cutículas espessas). Ex: Cajueiro (Anacardium occidentale), Bardana (Arctium lappa), Hamamélis (Hamamelis virginiana), Mulungu (Erythrina mulungu). Não é indicada para ervas com compostos voláteis ou com compostos que se degradam em altas temperaturas.Maceração:É umaforma de preparoindicadapara ervasque não necessitamde altastemperaturaspara liberaremseuscomponentes químicos ou podem ser degradadas em água quente.Muito indicada para plantas que possuem compostos voláteis. Ex: Alho (Allium sativum).Tintura:Preparaçãocomextraçãohidroalcoólicaapartir da plantaseca na proporção de 20% Alcoolatura: Preparação com extração hidroalcoólica a partir da planta fresca na proporçãode 50%. Extratos:Preparações líquidas, sólidas, semi sólidas obtidas pela extração de drogas vegetaisfrescasousecas,pormeio líquido, seguida por evaporação total ou parcial e ajuste do concentrado a padrão previamente estabelecido. Lista de Medicamentos Fitoterápicosde Registro Simplificado. 37 A Instrução Normativa nº 2, de 13 de maio de 2014, publicaa “Listade medicamentosfitoterápicos de registrosimplificado” e a “Lista de produtos tradicionaisfitoterápicos de registro simplificado” revogou a Instrução Normativa nº 5, de 12 de dezembrode 2008, que determinavaapublicaçãoda“Lista de medicamentos fitoterápicos de registrosimplificado”ecitaosmedicamentosfitoterápicosque sãoexclusivos de prescrição médica”.Listade MedicamentosFitoterápicosde registrosimplificadocujavendanecessita de prescrição médica. 1. Uva-ursi - Arctostaphylos uva-ursi Spreng. (cistite) 2. Cimicífuga - Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. (climatério) 3 Equinácea - Echinacea purpúrea Moench (infecções) 4 Ginkgo - Ginkgo biloba L. (distúrbios circulatórios) 5. Hipérico - Hypericum perforatum L. (depressão) 6. Kava-kava - Piper methysticum Forst. F (ansiedade, insônia, agitação) 7. Saw palmetto - Serenoa repens (Bartram) (hiperplasia benigna próstata) 8. Tanaceto - Tanacetum parthenium Sch. Bip. (enxaqueca) 9. Valeriana - Valeriana officinalis (insônia, ansiedade) A Resolução – RDC 10, de 9 de março de 2010 que dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Foi revogada junto com a instrução normativa nº 5 de 31 de março de 2010 para fins de registro, mas continuavigente nareferênciaparaa prescrição. Sendo uma boa opção para consulta técnica, pois traz em seu anexo I uma lista com 54 drogas vegetais para uso interno, 21 para uso externo e 1 de uso inalatório com a respectiva alegação de propriedade, além de posologia segura e modo de uso de cada espécie. Medidas de Referência Para a correta utilização das drogas vegetais e fitoterápicos é importante conhecer as medidas de referência a seguir. Colher de sopa 15 ml / 3 g Colher de sobremesa 10 ml / 2 g Colher de chá 5 ml / 1 g Colher de café 2 ml / 0,5 Copo 250 ml Xícara de chá 150 ml 38 Xícara de café 50 ml Cálice* 30 ml Fonte: Adaptadas da Resolução RDC nº 10 de 09.03.2010 – ANVISA * Geralmente são adotados 125 ml em alimentose 30 ml em medicamentosOutropontoimportante a ser observado é que as doses sugeridas pela literatura de referência (Famacopéias e Comissões) nem sempre contemplam todas as formas farmacêuticas disponíveis no mercado e não existem dados suficientes para todas as plantas. A CONBRAFITO, com o intuito de orientar os profissionais
  • 23. prescritores elaborou duas tabelas de equivalência para conversão de doses nas diferentes formas farmacêuticas. Tabela de Equivalência – Flores, folhas e partes aéreas Infusão, decocção,maceração Droga empó Extrato seco(3:1) Tintura vegetal (1:5) 2000mg ou 1 Colher de sobremesa 2000mg 500mg 50gotas (2,5ml) Tabela de Equivalência - Raiz, cascas, caules, sementes, frutos secos Infusão, decocção, maceração Droga em pó Extrato seco (3:1) Tintura vegetal (1:5) 1000mg ou 1 Colher de sobremesa 1000mg 250ml 25gotas* (1ml) *20 gotas correspondem aproximadamente 1ml. Fonte: Panizza, 2012. A RDC atual para medicamentos fitoterápicos, o registro e a notificação de produtos tradicionais é a RDC nº 26, de 13 de maio de 2014, que define as categorias de medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico. Cada profissional deve estar atento as suas resoluções de âmbito e normativas para prescrever plantas medicinais e fitoterápicos de forma ética e legal a fim de evitar possíveis intercorrências provenientes da prescrição inadequada e incompatível com suas atribuições (KALLUF, 2015). 39 CAPÍTULO 3 Elaboração da Formulação Fitoterápica Prescrição em cada forma farmacêutica Estão presentes na composição de uma fórmula os princípios ativos,coadjuvantestécnicos e veículo ou excipiente (FERREIRA; BRANDÃO, 2002; PASCHOAL et al.,2009). Extratoseco: É a preparação sólidaobtida pela evaporação do solvente utilizado na extração.Apresentam, nomínimo,95% de resíduoseco.Extrato secopadronizadoEsse tipo de extrato apresenta teores definidos de seus principais constituintes químicos (substância marcadora) bem como umidade, coregranulometria. Apresenta como vantagem a reprodutibilidade dos lotes de fabricação e maior estabilidade. Ex: Centella asiática– Padronizado em Asiaticosideo. Aesculus hippocastanum – Padronizado em Escina. Princípios ativosSão responsáveis pela ação farmacológica, ou seja, a (s) substância (s) responsável (is) total ou parcialmente, por efeitos terapêuticos (KALLUF, 2015). Coadjuvantes técnicos ou adjuvantes farmacotécnicos: São substâncias em geral inertes cuja função é estabilizar a fórmulaemnível químico,físicooumicrobiológico.Dependendodafórmulafarmacêutica e da embalagem, não são necessários os coadjuvantes técnicos. Exemplos: Antioxidantes (PASCHOAL et al., 2009). Veículo (líquido) ou Excipiente (sólido ou semi-sólido) É a parte da fórmulana qual são misturados os princípios ativos. É utilizado para complementar o volume necessário das formulações. Exemplo: Celulose microcristalina (PASCHOAL et al., 2009). Formas farmacêuticas As formas farmacêuticas são as formas físicas de apresentação do medicamento.Sãoclassificadasemsólidas,líquidas,semisólidase gasosas,são o resultado de várias operações a que se 40 submetem as substâncias terapêuticas a fim de facilitar sua posologiae administração,mascararoscaracteresorganolépticose assegurar a ação desejada (PASCHOAL et al., 2009). Formas Sólidas Pastilhas e gomas São formas farmacêuticas sólidas que se destinam a dissolver ou desintegrar lentamente na boca. Podem conter um ou mais ativos de ação local ou sistêmica, veiculados geralmente em base flavorizada e edulcorada, moldadaoucomprimida.A pastilhamedicamentosadissolve lentamente na boca, liberando o fármaco para absorção através da mucosa oral, evitando em parte, a primeira passagem hepática. Essas fórmulas farmacêuticas são indicadas principalmente para pacientes com dificuldade de deglutição de formas sólidas. Devido à aparência e ao sabor agradável, aumentam a adesão dos pacientes pediátrico ao tratamento (PASCHOAL et al., 2009). São divididasemtrêstipos: Pastilhasduras,que sãomisturasde sacarose e outros açúcares e/ou em estado amorfo;  Pastilhas soft que podem ser preparadas a base de PEG (polietilenoglicol), chocolate, pasta de amendoim, óleo vegetal hidrogenado ou base de açúcar-goma arábica;  Pastilhas mastigáveis (balas, gomas, gomas mastigáveis ou “jujubas”)
  • 24. que são preparadas à base de gelatina glicerinada. Cápsulas São receptáculos obtidos por moldagem, em geral, utilizadas para ingestão de fármacos em doses pré-estabelecidas. O invólucrodacápsulaoferece relativaproteçãodosagentesexternos facilita a administração e devidoasua alta solubilidade e digestibilidade noorganismo,liberarapidamente ofármaco de seuinteriornoestômago.Atualmente ascápsulasgelatinosas,que sãoconstituídasde gelatina de origem animal, são as mais utilizadas. Estas podem ser em consistência dura (cápsulas gelatinosas duras) ou, se fabricadas incluindo maiores quantidades de glicerina, sorbitol, polietilenoglicol, apresentam-se com consistência flexível e elástica (cápsulas gelatinosas moles). As últimas, ao contrário das cápsulas duras podem acondicionar soluções oleosas, suspensões e emulsões. As cápsulas podem ser opacas, para preservar a matéria prima da oxidação e modificação de suas estruturas. Muitas vezes, são coloridas a partir de corantes alimentares.Comovariaçãovegetal, existem as cápsulas de clorofila, que, além de serem de origem vegetal, possuem vitaminas, minerais e clorofilina, que contribuem para a oferta de antioxidantes.Ascápsulastransparentessãode origem animal e, como as cápsulas duras, são formadas por gelatina. Sem corantes alimentares, não possuem coloração, deixando a matéria-primamaisexpostaaomeioambiente(PASCHOAL et al., 2009). 41 Excipiente É muito importante que as cápsulas fiquem completamente cheias, para que a substância ativa encontre-se de modo uniforme em todas as cápsulas. Por esse motivo, os excipientes são utilizadosparacompletarovolume de cápsulas.Éempregadoo q.s.p., sigla muito utilizada na manipulação (mais na formulação de cápsulas, mas bastante empregada para saches) que significa “quantidade suficientes para preencher”. Como excipiente deve ser usada uma substância não absorvível, mas que não interfira na biodisponibilidade dos componentes da fórmula (PASCHOAL et al., 2009). Principais tamanhos de cápsulas Número da cápsula Capacidade (mg) 3 0 a 130 2 131 a 181 1 182 a 290 0 291 a 400 00 401 a 700 Pós (Sachês) Formas farmacêuticas provenientes de drogas vegetais ou animais, assim como substâncias químicas submetidas a um grau de divisão suficiente para lhes assegurar homogeneidade e lhes facilitar a extração ou administração dos princípios ativos. Os pós podem ser acondicionados a granel, em potes bem vedados, ou podem, também, ser acondicionados subdivididosemdosesem saches aluminizados ou em papel impermeável (PASCHOAL et al., 2009). Formas semissólidas Pomadas, Gel e Emulsão/cremes – Uso tópico Formas líquidas Xaropes É a forma na qual se emprega 2/3 do peso da planta ou do fruto, em açúcar (64% de sacarose,emmédia) oumel – recebendo o nome de melito, no último caso. Também podem seradicionadostinturas,extratosfluidose extratosmolesabase de xarope,que podemconter edulcorantes. No caso das plantas, coloca-se para ferver, não se permitindo temperatura superior a 80ºC. Após solubilizado, filtra-se sobre gaze, conservando-se em frasco âmbar (escuro). Existem xaropes específicos para pacientes diabéticos, que não levam açúcar na formulação. Emulsões 42 São preparados semissólidos ou líquidos para uso interno ou externo.Nousointerno,osextratos fluidos são mais bem utilizados que as tinturas, pois não desestabilizamasemulsões. No caso tópico, os extratos fluidos são substituídos pelo extrato glicólico (ALONSO, 1998; FERRO, 2006). Formas de apresentação mais comum para uso dos fitoterápicos Formas de Apresentação dos Fitoterápicos Infusão Colocar água fervente na planta e deixar em repouso por 10 a 15 minutos Decocção Usada para raízes, cascas e sementes. Ferver em fogo baixo por 10 a 20 minutos. Deixar em repouso por 10 a 15 minutos Maceração Preparação a frio. Deixar a planta amassada com água fria por 7 a 24h. Tintura Maceração da erva com álcool ou vinho Extrato fluido São preparações obtidas a partir de
  • 25. 1000g de erva seca. Não sofre ação do calor Extrato Seco Pó homogêneo mais concentrado. Boa padronização. Pó Droga vegetal moída. Muita variabilidade na biodisponibilidade do princípioativo,commenor concentração.Xarope 2/3 do pesoda planta ou do fruto em açúcar ou mel. Coloca-se para ferver não permitindo temperatura superior a 800 C. Após solubilização, filtra-se sobre gaze, conservando em frasco âmbar. Contraindicados para distúrbios do metabolismo de carboidratos Capsulas/Comprimidos Feitas com o pó, óleo ou extrato seco Gotas Forma galênica para a utilização de tinturas, extratos fluidos ou óleos essenciais.Relação terapêutica dose dependente. Fórmula Fitoterápica Relação quantitativa de todos os componentes de um medicamento fitoterápico Fonte: Adaptada de Alonso J. R., 1998 e Teske, M. 2001. O modo de preparo das drogas vegetais e a correta utilização das diferentes formas de apresentação das plantas garantem uma melhor ação terapêutica das drogas vegetais(ALONSO,1998; TESKE, 2001). Parte da Planta1 Colherde café 1 Colherde Chá 1 Colher de Sobremesa 1 Colher de Sopa *Folhas e Flores 800mg 1,5g 3g para cascas e raizes 6g Casca 1,5g Até 3g Até 6g Até 12g Pós 0,5 a 1g (colher rasa) 1 a 2g (colher rasa) 3 a 5g (colher rasa) 5 a 10g (colher rasa) **Líquidos 2ml (colher rasa) ou 40 gotas 5ml (colher rasa) ou 100 gotas 10ml (colher rasa) ou 200 gotas 15ml (colher rasa) ou 300gotas Fonte: Adaptado de Ferro, 2006. *Para folhas e flores de plantas in natura, a quantidade costuma ser o dobro em comparação com folhase floressecas.**Naforma líquida,cada 1ml equivale a 20 gotas. 43 As formulações magistrais trazem inúmeras possibilidades de formas de apresentação com os fitoterápicossempre respeitandoaprescrição,otipo da planta, a conservação, o sinergismo e a melhor relação custo-benefício. Como exemplo, hoje, além das apresentações mais tradicionais citadas acima, temos as gomas de colágeno, balas, shakes, chocolates e sprays com ativos fitoterápicos (KALLUF, 2015) Prescrição de fitoterápicos: Várias plantas →vários alvos Imperador – representado pela planta de ação principal; Ministro – planta introduzida para auxiliaraprincipal;Mensageiro –visatratar os sintomascoadjuvantes;Assistente – tem a função de harmonizar a fórmula Modelos de Prescrições Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Infusão Fitoterápica Uso Oral: Melissa (Melissa officinalis L.) droga vegetal – Sumidades floridas - 2 Col.Sobremesa (4g) Modo de Preparo: aquecer uma xícara de chá (150ml) de água a uma temperaturaque nãohaja fervura,darpreferênciaapanelasde vidro.Colocara água na xícara (cerâmicabranca ou vidro) coma dose da planta rasurada ou triturada. Deixar tampado por 10 a 15min. Coar e beberaindamorno.Posologia:quantasxícaras,quantasvezes,quantos dias. Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXXX Decocção Fitoterápica Uso Oral: Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) droga vegetal - Raiz – 1,5 Colher de Sopa (4,5g) Modo de Preparo: Levar uma xícara de chá (150ml) água com a dose da planta rasurada ou triturada ao fogo e deixar cozinhar em panela tampada por 15 min, dar preferência a panelas de vidro. Coar e beber ainda morno. Posologia: quantas xícaras, quantas vezes, quantos dias. 44 Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXXX Maceração em Água Fria Uso Oral: Alho (Allium sativum) Bulbo - droga vegetal Modo de Preparo: adicionar 1 colher de café (0,5g) da planta em 30ml (1 cálice) de água fria. Mexer suavemente e tamparorecipiente. Deixar em repouso por 1 hora. Posologia: tomar 1 cálice 2 vezes ao dia antes das refeições Prescrição de Tinturas: Tintura Simples Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Tintura vegetal 20% Guaçatonga (Casearia sylvestris) folha (dispepsia, halitose, gastrite) Mandar 90 ml Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes das principais refeições (almoço e jantar), durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Tintura Composta Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso
  • 26. oral: Tintura vegetal 20% Guaçatonga (Casearia sylvestris) folha............................25% (dispepsia, halitose, gastrite) Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) folha.....................25% (gastrite,dispepsia) Passiflora (Passiflora alata) folha....................................25% (ansiedade, insônia, calmante suave) Camomila (Matricaria recutita) inflorescência...............25% (ansiedade,calmante suave,antioxidante e antiinflamatória) Mandar 90ml 45 Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes das principais refeições (almoço e jantar), durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Extrato seco – CápsulasimplesDra.Maria da SilvaPaciente:XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Alho (Allium sativum) Bulbo – Extr. seco..............................500mg (hipocolesterolêmico, antifúngico, bactericida) Excipiente (cápsula vegetal transparente) – q.s.p. 1 dose Mandar 60 doses Tomar 1 dose duas vezes ao dia. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End:Associaçãode AtivosemCápsulasDra.Maria da SilvaPaciente:XXXXXXXXXXXXXXXX RecomendaçãoNutricional Uso oral: Passiflora (Passiflora alata Curtis) Folha ou Flor– Extrato seco....................200mg Melissa (Melissa officinalis L.) Sumidades floridas - Extr. seco..........................................100mg(ansiedade,insônia,calmantesuave) Excipiente(cápsula vegetal transparente) – q.s.p. 1 dose Mandar 30 doses Tomar 1 dose à noite 2h antes de dormir. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: 46 Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Griffonia simplicifolia – Semente - Extr. seco..............................50mg Excipiente (pastilha sublingual) – q.s.p. 1 dose Mandar 30 pastilhas Usar 1 pastilha, em baixo da língua, às 16h. Durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Prescrição de Goma Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Uso oral: Faseolamina (Phaseolus vulgares) Semente – Extr.seco..................................350mgPholia magra (Cordia ecalyculata Vell) Folha – Extr. seco padronizado.........250mg Excipiente (goma de colágeno) – q.s.p. 1 unidade Mandar 30 gomas (sabor a escolha do cliente) Usar 1 goma 2 vezes ao dia, 30 minutos antes das refeições (almoço e jantar). Durante 30 dias. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: Spray Dra. Maria da Silva Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX Recomendação Nutricional Spray para reduzir a vontade de comerdoce Extrato Fluidode Gymnemasilvestres- Folha.....................15% Solução oral q.s.p. - 30ml Sabor (a escolha do cliente) Posologia: Administrar uma borrifada na boca sempre que sentir necessidade. Não Reaviar Data: Assinatura: CRN: End: 47 Prescrição de Sachê Dra. Maria da SilvaPaciente:XXXXXXXXXXXXXXRecomendaçãoNutricional Glucomanan (AmorphophalluskonjakK.) Raiz –pó .................500mgGoma guar (Cyamopsistetragonolobus L.) Semente – pó.........1000mg Psyllium (Plantago ovata) Semente – Extr. seco.......................2000mg Excipiente (sache) – q.s.p. 1 dose (sabor a escolha do cliente) Mandar 30 dosesPosologia:diluiroconteúdode 1 sache em umcopo de águaou suco e tomar 2 vezes ao dia 30 minutos antes das refeições (almoço e jantar) Não Reaviar Data: Assinatura CRN: End: Obs: se preferir base efervescente, deverá colocar no final da formulação: Base efervescente - qsp.1dose UNIDADE III – TOXICIDADEE INTERAÇÕESCAPÍTULO1 Toxicidade de Fitoterápicos e Plantas Medicinais A utilização das plantas medicinais com finalidades terapêuticas e profiláticas para várias doenças é uma das práticas médicas mais antigas existentes.Oconhecimentoa respeito de seus usos vem sendo transmitido desde o início da civilização até os dias de hoje (VEIGA JR et al., 2005; CARVALHO, 2011). Apesar das plantas possuirem muitos usos terapêuticos que são conhecidos popularmente, o ser humano desconhece ofatode que elaspodemapresentartoxicidade tanto para o homem quanto para os animais(MARTINSet al., 2012; RODRIGUES; ALMEIDA; PIRES, 2010). O 48 desconhecimento