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Introdução a Química Medicinal
1
INTRODUÇÃO A QUÍMICA
MEDICINAL
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gustavo.silveira@iq.ufrgs.br
Sala 209 – Bloco K
Farmacodinâmica - RECEPTORES
2
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Introdução a Química Medicinal
2
Cell
Membrane
Cell
Receptor
Messenger
message
Induced fit
Cell
Receptor
Messenger
Message
Cell
Messenger
Receptor
Mecanismo
Estrutura e função de receptores
De modo semelhante ao visto para catálise enzimática, receptores
respondem a forças intermoleculares causadas pela aproximação de
hormônios e neurotransmissores (mensageiros químicos).
A grande diferença para catálise é que não ocorre modificação no mensageiro.
Hormônios e neurotransmissores são regenerados após deixarem o sítio
ligante.
3
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Introdução a Química Medicinal
3
Processo Completo da Interação
Receptor/Mensageiro
M
M
E
R
• Interações ligantes devem ser fortes o suficiente para manter o mensageiro por
tempo suficiente para a tradução de sinal ocorrer
• Interações precisam ser fortes o suficiente para permitirem a partida do
mensageiro
• Portanto, isto implica num balanço fino
• Planejamento de moléculas capazes de promover fortes interações ligantes sem
promover a tradução de sinal resultam em fármacos capazes apenas de bloquear o
sítio ligante: antagonistas
R
M
E
R
Tradução de sinal: produz um efeito
biológico
4
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Introdução a Química Medicinal
4
M
M
E
R
• Agonistas são fármacos planejados para mimetizar o mensageiro natural.
• Agonistas ligam-se e saem rapidamente do sítio ligante – número de interações
ligantes é importante.
• Antagonistas são fármacos planejados para bloquear o mensageiro natural.
• Antagonistas tendem a ter mais interações ligantes ou interações mais fortes de
modo a resultar em um preenchimento induzido leve a uma diferente conformação do
receptor que faz que o este não seja ativado.
R
M
E
R
Agonistas vs Antagonistas
Tradução de sinal: produz um efeito
biológico
5
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Introdução a Química Medicinal
5
Processo de Interação Receptor/Mensageiro
Estereoquímica e atividade biológica: modelo de três pontos de Easson-
Stedman.
Quiralidade definida do fármaco possui grande importância para que ocorram
três interações. Enantiômero liga-se através de apenas um ponto no sítio ligante
não sendo suficiente para promover o preenchimento induzido e gerar o
resultado biológico.
6
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Introdução a Química Medicinal
6
Agonistas
Agonistas são moléculas que ligam-se em três pontos do sítio ligante
deformado o receptor de modo semelhante ao que é feito pelo mensageiro
natural.
7
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Introdução a Química Medicinal
7
Agonistas
Fármacos promíscuos: moléculas interagem com mais de um receptor levando a
diferentes resultados biológicos.
8
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Introdução a Química Medicinal
8
Planejamento de Agonistas
E
Agonista
R E
Agonista
R
Tradução do sinal
Agonista
R
Inducedfit
• O agonista deve possuir grupos ligantes corretos
• Estes grupos ligantes precisam estar corretamente posicionados para interagir
com as regiões ligantes complementares
• O fármaco precisa estar na conformação correta para preencher o sítio ligante
9
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9
Exemplo hipotético de um mensageiro e receptor
van der Waals
binding region
H-bond
binding region
Ionic binding region
Grupos ligantes
Neurotransmissor
O
O2C
H
Sítio ligante
Receptor
NH2Me
OH
H
Planejamento de Agonistas
Observe os três pontos para ligação
10
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10
O
NH2Me
H
H
O
O
2
C
H
Binding site
Receptor
O
NH2Me
H
H
O
O
2
C
H
Binding site
Receptor
Preenchimento
induzido
Preenchimento induzido permite
criar interações ligantes mais fortes
Examplo hipotético de um mensageiro e receptor
Planejamento de Agonistas
Ligação iônica (terceiro ponto)
está muito distante
11
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11
Neutrotransmissor
hipotético
HO
NH2Me
H
• Identificar interações ligantes importantes em mensageiros naturais
• Agonistas são planejados a fim de conter grupos funcionais capazes de
promover as mesmas interações
• Geralmente promovem o mesmo número de interações ligantes
Grupos ligantes corretos
H-bonding
group
van der Waals
-bonding
group
Ionic
binding
group
H2N
NH2Me
H
NHMe
HO HO
NH2Me
H
H
H
Me
Possíveis agonistas contendo grupos ligantes similares
Planejamento de Agonistas
12
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12
O
O
2
C
H
Bindingsite
Receptor
O
O
2
C
H
Bindingsite
Receptor
H
CH2Me
H
EStrutura II apresenta 2 dos 3 grupos
ligante necessários – baixa atividade
H
NH2Me
H
I
H
CH2Me
H
II
H
NH2Me
H
Estrutura I apresenta um grupo ligante
fraco – atividade desprezível
Grupos ligantes corretos
Planejamento de Agonistas
13
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Introdução a Química Medicinal
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• Grupos ligantes precisam estar posicionados de uma forma a permitir que eles
interajam com reagiões complementares ao mesmo tempo
• Neste examplo, existem três grupos ligantes, mas apenas dois grupos podem fazer
ligações simultâneas,
• Assim, a atividade desta molécula será baixa
H
N H
2
M e
O H
H
O
O 2 C
H
Bindingsite
Apenas 2 interações
H
N H2M e
H
OH
Sem interação
Grupos ligantes corretos
Planejamento de Agonistas
14
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14
• Um dos enantiômeros de um fármaco quiral geralmente liga-se mais
efetivamente do que o outro
• Enantiômeros geralmente apresentam diferentes propriedades biológicas
O
O
2
C
H
Bindingsite
3 interações
O
NH2Me
H
H
O
O
2
C
H
Bindingsite
2 interações
OH
NH2Me
H
O
NH2Me
H
H
O
MeH2N
H
H
Espelho
Enantiômeros de
uma molécula
quiral
Grupos ligantes corretos
Planejamento de Agonistas
15
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15
O
N
H 2
H
H
Me
CH 3
• Agonistas precisam apresentar o tamanho e formatos corretos para preencher o
sítio ligante
• Grupos que impedem o acesso ao sítio ligante são chamados de bloqueadores
estéricos
Sem encaixe
O
O 2 C
H
Binding site
Tamanho e formato
CH 3
Bloqueador estérico
Me
Bloqueador
estérico
Planejamento de Agonistas
16
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Introdução a Química Medicinal
16
Antagonistas
Antagonistas possuiem grande afinidade pelo sítio ligante, promovendo a
formação de um complexo ligante+sítio ligante muito estável. Porém, a ligação
não leva a modificação na proteína a fim de disparar o efeito biológico.
17
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Introdução a Química Medicinal
17
17
Antagonistas
Antagonismo
18
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18
Antagonistas Reversíveis
• Antagonistas ligam-se reversivelmente ao sítio ligante
• Ligações intermoleculares estão envolvidas na ligação ao sítio ligante
• Antagonista liga-se ao sítio ligante resultando um preenchimento induzido
diferente do que seria esperado para a ligação ao mensageiro. Como
consequência, o receptor assume um formato desativado
• O antagonista não sofre qualquer reação
• Nível de antagonismo depende da força que o antagonista se liga e de sua
concentração
• Molécula mensageira é impedida de chegar ao sítio ligante
• Aumento da concentração do mensageiro reverte o antagonismo
An
E
R
M
An
R
19
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Introdução a Química Medicinal
19
Planejamento de Antagonistas
• Antagonistas ligam-se ao sítio ligante, mas falham ao produzir o preenchimento
induzido correto. Como resultado, o receptor não é ativado
• Mensageiro normal é impedido de ligar-se
O N
H
H
Me
H
H
O
O
2
C
H
Sítio ligante
Preenchimento perfeito
(Não altera o formato)
20
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20
Antagonistas podem formar interações ligantes com regiões de ligação no sítio
ligante que não são utilizados pelo mensageiro natural
OH
O
2
C
Receptor binding site
Extra binding regions
Planejamento de Antagonistas
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21
O
O
Asp
-
HO
Antagonistas podem formar interações ligantes com regiões ligantes extras
próximas ao sítio ligante utilizado pelo mensageiro natural.
Extra hydrophobic
binding region
Hydrophobic
binding region
Ionic binding
region
H-bond
binding region
Hypothetical
neurotransmitter
NH2Me
HO
H
Planejamento de Antagonistas
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22
Hydrophobic
region
O
O
Asp
-
HO
Preenchimento induzido resultante da ligação do mensageiro normal.
NH2Me
HO
H
Hydrophobic
region
O
O
Asp
HO
-
NH2Me
HO
H
Preenchimento
induzido
Planejamento de Antagonistas
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23
Hydrophobic
region
O
O
Asp
HO
Hydrophobic
region
HO
Initial binding
-
Preenchimento induzido resultante de uma interação extra com o sítio ligante
NHMe
HO
H
Hydrophobic
region
O
O
Asp
HO
Differentinduced fit
-
NHMe
HO
H
Planejamento de Antagonistas
24
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24
Agonistas e antagonistas - Ação em Receptores
Afinidade x atividade intrínseca
Veremos ainda outras classes de agonistas e antagonistas
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25
Acão do receptor de estrogênio
Oestradiol
H12
Oestrogen
receptor
Sitio ligante
AF-2
regions
Dimerisation &
exposure of
AF-2 regions
Coativador
Nuclear
transcription
factor
Coativador
DNA
Transcription
Planejamento de um antagonista para o receptor
de estrogênio
Estradiol liga-se ao sítio ligante fazendo que a porção conhecida como H12 do
receptor dobre-se agindo como uma tampa que ajuda a “prender” ainda mais o
estradiol ao sítio ligante. Este processo é ainda acompanhado de dimerização e
exposição da região AF-2 da proteína dimerizada.
O co-ativador é então ligado à região AF-2 para dar início a etapa de transcrição.
26
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26
O
Me OH
H
H H
H
H
H2O
His 524
Glu353
Arg394
Hydrophic skeleton
Oestradiol
• Fenol e álcool do estradiol são importantes grupos ligantes
• Sítio ligante é espaçoso e hidrofóbico
• Fenol do estradiol está posicionado em uma fenda estreina no sítio ligante e
orienta o resto da molécula
• Age como agonista
Interações ligantes para o estradiol
Planejamento de um antagonista para o receptor
de estrogênio
27
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27
Interações ligantes para o raloxifeno
OH
S
O
O
Raloxifene
Asp351
His 524
O
Glu353
Arg394
N
H
H
Side
chain
Raloxifeno é um antagonista (agente antineoplásico)
Grupos fenólicos mimetizam o fenol e álcool do estradiol
Interação com Asp-351 é importante para atividade antagonista
Cadeia lateral evita que a hélice H12 do receptor dobre-se e funcione como uma
tampa que possa prender o estradiol. Além disso, a região ligante AF-2 não é
revelada
Co-ativador não consegue ligar-se impossibilitando o proceso de transcrição
Planejamento de um antagonista para o receptor
de estrogênio
28
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28
Agente antineoplásico
CH2CH3
O
Me2N
Tamoxifeno – antagonista do receptor de estrogênio
Planejamento de um antagonista para o receptor
de estrogênio
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29
Exercício: Tamoxifeno age como antagonista do receptor de estrogênio. Sugira
como tamoxifeno liga-se ao receptor.
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30
Exercício: O metabólito do tamoxifeno abaixo é um agonista do receptor de
estrogênio. Sugira uma explicação para este fato.
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Antagonistas Irreversíveis
• Antagonistas ligam-se irreversivelmente ao sítio ligante
• Preenchimento induzido que resulte em diferentes geometrias da proteína
fazem com que o receptor fique inativado
• Ligação covalente é formada entre o fármaco e o receptor.
• Mensageiro é impedido de entrar no sítio ligante
• Aumento na concentração de mensageiro não reverte antagonismo
• Frequentemente utilizado para marcar receptores
X
OH OH
X
O
Covalent Bond
Irreversible antagonism
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32
1
Nu
Nu
Receptor
Propylbenzilylcholine mustard
Cl
Cl
Agonist
binding site
Antagonist
binding site
Cl
Cl
HO
O
O
N
Cl
Cl
Nu
Nu
Receptor
2
Irreversible
binding
Antagonistas Irreversíveis
A identificação de receptores específicos presentes nos tecidos pode ser feita
colocando-se um forte eletrófilo dentro de um forte antagonista de um
determinado receptor. Essa estratégia foi utilizado para identificação do receptor
colinérgico muscarínico utilizando-se a mostarda de propenilbenzilconina.
Exemplo
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33
Agentes que intensificam a atividade do receptor através da ligação a um sítio
ligante alostérico ao invés de se ligarem ao sítio onde a molécula mensageira liga-
se
Exemple 2:
Me
H
N
CF3
Cinacalcet
• Modulador alostérico da proteína-G conhecida como receptor sensível a cálcio
• Prescrito a pacientes com doenças renais crônicas que estão geralmente sob
diálise. Utilizado também para tratar problemas relactionados a tireóide
Moduladores Alostéricos
Exemplo 1:
Benzodiazepínicos ligam-se ao sítio alostérico do receptores de GABAA
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34
Moduladores Alostéricos
Benzodiazepínicos: grupo de fármacos ansiolíticos utilizados como sedativos,
hipnóticos, relaxantes musculares, para amnésia anterógrada e atividade
anticonvulsionante.
35
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35
36
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36
triazolam diazepam clonazepam
Moduladores Alostéricos
Exemplos de fármacos benzodiazepínicos:
37
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37
Antagonistas Alostéricos
• Antagonistas ligam-se reversivelmente ao sítio ligante alostérico
• Ligação intermolecular entre o antagonista e o sítio ligante é formado
• Preenchimento induzido altera o formado do receptor
• Sítio ligante é distorcido e não mais reconhecido pelo mensageiro
• Aumento da concentração do mensageiro não reverte a ação antagonista
ACTIVE SITE
(open)
ENZYME
Receptor
Allosteric
binding site
Binding site
(open)
ENZYME
Receptor
Induced
fit
Binding site
unrecognisable
Antagonist
38
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38
Antagonistas por efeito guarda chuva
• Antagonista liga-se reversivelmente a uma sítio ligante vizinho ao sítio ligante do
mensageiro natural
• Ligações intermoleculares são formadas entre o antagonista e o seu sítio ligante
• Antagonista sobre o sítio ligante do mensageiro natural
• Mensageiro é impedido de entrar no sítio ligante
Antagonista
Sítio ligante do
antagonista
Sítio ligante do
mensageiro
mensageiro
Receptor Receptor
39
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39
Agonistas Parciais
Agentes que agem como agonistas, mas produzem um efeito fraco
Partial
agonist Slightshift
Partial opening
of an ion channel
Receptor
O
O 2C
H
1
NHMe
O
H
H H
Receptor
O
O 2C
2
NHMe
O
H
H
Explicações possíveis
• Agente liga-se, mas não produz o preenchimento ideal para maximizar o efeito
esperado
• Agente liga-se ao sítio ligante de duas diferentes formas, uma onde o agente
age como agonista e outra como antagonista
• Agente liga-se como agonista a um subtipo de receptor e antagonista a outro
subtipo
40
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40
Agonistas Inversos
Propriedades compartilhadas com antagonistas
• Ligam-se aos sítios ligantes do receptor com diferentes preenchimentos
induzidos comparados ao do mensageiro normal
• Receptor não é ativado
• Mensageiro normal é impedido de entrar e ligar-se ao sítio ligante
Propriedades não compartilhadas com antagonistas
• Bloqueiam qualquer atividade inerente relativa ao receptor (ex. Receptor
de GABA)
• Atividade inerente = nível de atividade presente na ausência do
mensageiro químico
• Receptores estão em equilíbrio entre as formas ativas e inativas
41
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41
Resumo dos tipos de agonistas e antagonistas
Mesmo sem ser ativivado pelo agonista, o
receptor possui uma atividade mínima.
Agonista liga-se ao receptor deslocando o
equilíbrio para o lado da conformação
ativada da proteína.
Antagonista pode possuir alguma
semelhança com o agonista, mas
geralmente promove mais ligações ao sítio
ligante.
Agonista inverso liga-se a outro local na
proteína modificando o sítio ligante e
desativando completamente o receptor.
Agonista parcial liga-se a mais de um local
da proteína, desativando-a (ligando-se fora
do sítio ligante) e ativando-a (ligando-se no
sítio ligante).
42
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42
Resumo dos tipos de agonistas e antagonistas
O gráfico mostra as respostas decorrentes de cada tipo de interação entre
ligantes e receptores.
43
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43
Exercício: analise o gráfico abaixo e aponte quais curvas representam o perfil
de um agonista total, de um agonista parcial, de um antagonista e de um
agonista inverso, justificando sua resposta.
44
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44
Dessensibilização e Sensibilização
• Receptores tornam-se dessensibilizados devido a longa exposição à agonistas
• Acredita-se que a ligação prologanda do agonista ao receptor leve a fosforilação
do receptor
• Como consequência, receptores fosforilados alteram o formato da proteína
desativando-a. Receptores fosforilados alteram o formato do receptor
desativando-o
• Quando o agonista parte, ocorre a desfosforilação
Receptor
O O2C
1
H Canal iônio
(fechado)
Agonista
NH3
Receptor
O
H
Agonist
NH3
O2C
Receptor
O
H
Agonist
P
O2C
NH3
Dessensibilização
Preenchimento induzidoaltera o
formato da proteína e abre o canal
iônico
Fosforilação alterao formato da
proteínafechandoo canaliônico
levandoa dessensibilização
45
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45
Receptor
O
H
Agonist
NH3
O2C
• Receptores dessensibilizam após longa exposição à agonistas
• Ligação prolongada ao agonista leva a fosforilação do receptor
• Fosforilação do receptor leva a modificações no formato do receptor
inativando-o
• Defosforilação ocorre quando o agonista deixa o sítio ligante
Preenchimento induzido altera
o formato da proteína e abre o
canal iônico
Dessensibilização
Dessensibilização e Sensibilização
Receptor
O
H
Agonist
P
O2C
NH3
Fosforilação altera o formato da
proteína fechando o canal iônico
levando a dessensibilização
46
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46
• Receptores tornam-se sensibilizados após longa exposição de antagonistas
• Células sintetizam receptores extras para compensar os receptores bloqueados
• Células tornam-se mais sensíveis ao mensageiro natural
• Pode resultar no aumento de tolerância ou dependência química
• Aumento das doses do antagonista é necessário para atingir-se o mesmo efeito
(tolerância)
• Células são super sensibilizadas frente ao neurotransmissor natural
• Retirada do antagonista leva a efeitos adversos comuns em dependentes
químicos
• Leva a dependência
Sensibilização
Dessensibilização e Sensibilização
47
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47
Antagonist
Neurotransmitter
Normal response
Receptor
synthesis
No response
Response
Stop
antagonist
Excess response No response
Increase
antagonist
Tolerance
Receptor
synthesis
Sensitization
Dependence
No response
No response
Sensibilização
Dessensibilização e Sensibilização
48
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Receptores Colinérgicos: receptores do tipo TM e classificados de acordo com
sua farmacologia, ou de acordo com suas afinidades relativas ou sensibilidades
frente a diferentes moléculas. Embora todos sejam ativados pela acetil colina,
são divididos em nicotínicos e muscarínicos.
Nicotínicos nAChR, ionotrópicos – receptores que abrem diratamente o canal
iônico. Resposta muito rápida. Localização muscular NM ou neuronal NN.
Muscarínicos mAChR, metabotrópicos – efeito indireto (proteína G ativa canais
iônicos). Todos os receptores M1-M5 estão presentes no cérebro.
Ação em Receptores Colinérgicos
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Ação em Receptores Colinérgicos
50
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Receptores Nicotínicos
Tipo Muscular (NM)
» Localização: junção neuromuscular esquelética
» Função: transmissão neuromuscular
Tipo Neuronal (NN)
» Localização: gânglios autônomos, terminações nervosas
sensoriais e SNC
» Função: transmissão ganglionar
Ação em Receptores Colinérgicos
51
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Ação em Receptores Colinérgicos
Receptores Nicotínicos
Acetilconina liga-se a duas subunidades alfa do receptor.
52
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M1 M2 M3
Localização SNC: córtex,
hipocampo
Glândulas:
salivares, gástricas
Coração: átrios
Músc. Liso: TGI
SNC: ampla
distribuição
Glândulas:
salivares, gástricas
Músc. Liso: TGI,
olho
Vasos sanguíneos:
endotélio
Resposta celular  IP3. DAG
Despolarização
Excitação
 condutância K+
 inibição cAMP
 condutância Ca2+
 Condutância K+
 Estimulação IP3
 [Ca2+]
Resposta funcional Excitação SNC
Secreção gástrica
(memória e
aprendizado – ratos)
Inibição cardíaca
Inibição neural
Efeitos centrais:
tremor, hipotermia
(funções cognitivas)
Secreção gástrica,
salivar
Contração do
músculo liso no TGI
Acomodação ocular
Vasodilatação
Subtipos de receptores colinérgicos muscarínicos
Ação em Receptores Colinérgicos
Obs.: M4 e M5 presentes no CNS. Ainda necessitam de maiores estudos.
53
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Introdução a Química Medicinal
53
Ação em Receptores
Receptor muscarínico
54
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Introdução a Química Medicinal
54
55
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Introdução a Química Medicinal
55
Funcionamento do Receptor Colinérgico
56
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Introdução a Química Medicinal
56
acetilcolina metacolina
carbacol betanecol pilocarpina
Agonistas colinérgicos (exemplos)
Ação em Receptores Colinérgicos
57
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Introdução a Química Medicinal
57
Atropina
[(±)-hioscianina]
Antagonista competitivo
Intravenoso ou intramuscular
Bradicardia (< 60 batidas/min)
Escopolamina
Antagonista mACh M1
Ipratrópio – Atrovent
Inalação – Asma
Antagonista mACh
Amônia quaternária – não
atravessa BHE
Antagonistas colinérgicos (exemplos)
Ação em Receptores Colinérgicos
58
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Introdução a Química Medicinal
58
Orfenadrina - Norflex
Antagonista mACh
Tolterodina – Detrol Pfizer
Antagonista mACh M2 e M3
Incontinência urinária
Antagonistas colinérgicos (exemplos)
Ação em Receptores Colinérgicos
59
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Introdução a Química Medicinal
59
Me:  ativ.,
ativ. N > ativ. M
troca Me por Et:  atividade
troca 3Me por 3Et: antagonismo
ativ. N3º > N2º > N1º
tamanho:
não mais que 5 átomos
Me:  ativ. N
ativ. S > ativ. R
carga positiva:
importante
troca éster por
carbamato:
 estabilidade
Agonistas e antagonistas colinérgicos (exemplo)
Relação Estrutura e Atividade
Ação em Receptores Colinérgicos
60
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Introdução a Química Medicinal
60
Exercício: estrutura I é um agonista do receptor colinérgico mimetizando a ação
do ligante natural (mensageiro) acetil colina. Estrutura II não apresenta atividade,
bem como não liga-se ao receptor. Sugira uma explicação para este fato.
61
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Introdução a Química Medicinal
61
• Receptores H1
– Receptor acoplado à proteína G  ativação da fosfolipase C
– Musculatura lisa dos brônquios, intestino e útero –
constrição
• Receptores H2
– Receptor acoplado à proteína G  ativação da adenilato
ciclase
– Estômago – aumento da produção e secreção de ácido
pelas células parietais
• Receptores H3
– Sistema nervoso central
Ação em Receptores Histamínicos
62
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Introdução a Química Medicinal
62
clorfeniramina
(H1)
Loratadina – Schering Plough
Agonista inverso H1: alergias (rinite)
Cimetidina – Tagamet GSK
Antagonista H2: Tratamento de úlceras
Exemplos de fármacos anti-histamínicos
63
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Introdução a Química Medicinal
63
Ação de fármacos anti-histamínicos H1
64
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Introdução a Química Medicinal
64
Aspectos Quantitativos
Potência: refere-se a quantidade de fármaco necessária para atingir-se um
determinado efeito biológico. Menor quantidade do fármaco requerido, maior a
potência. É Possível uma droga ser potente, porém ter uma baixa eficácia.
Afinidade: refere-se a quão forte o fármaco liga-se ao receptor.
Eficácia: medida do máximo efeito biológico que o fármaco pode produzir como
resultado da ligação ao receptor. Alta afinidade não necessariamente quer dizer
alta eficácia. Antogonista pode ter alta afinidade e baixa eficácia.
65
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Introdução a Química Medicinal
65
Aspectos Quantitativos
Potência e eficácia
66
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Introdução a Química Medicinal
66
Aspectos Quantitativos
Antagonismo competitivo: Aumento [agonista] reverte o antagonismo
Antagonismo não-competitivo (lembrando): liga-se ou ao sítio alostérico ou ao
sítio ligante. Reduzem o efeito do resposta máxima. Aumento [agonista] não altera
o resultado.
67
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Introdução a Química Medicinal
67
Agonista parcial (lembrando): liga-se a mais de um local da proteína:
desativando-a (ligando-se fora do sítio ligante), mas também ativando-a
(ligando-se no sítio ligante).
Aspectos Quantitativos
68
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Introdução a Química Medicinal
68
Aspectos Quantitativos
Agonista inverso (lembrando): liga-se a outro local na proteína modificando o
sítio ligante e desativando completamente o receptor.
69
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Introdução a Química Medicinal
69
Índice terapêutico (IT): indica a segurança de uma droga. É medido pela razão
entre o efeito adverso em altas doses e a dose mínima para gerar o efeito
desejado.
Aspectos Quantitativos
IT é dado pela comparação entre a dose da droga que resulta em efeitos tóxicos
em 50% (LD50%) dos casos estudados e o máximo efeito terapêutico para 50%
(ED50%) dos casos estudados. IT elevado elevado significa que existe uma grande
margem de segurança.
IT = LD50%/ED50%
70
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Introdução a Química Medicinal
70
Exercício 1: por que é dito que certos fármacos possuem uma janela terapêutica
pequena. A janela terapêutica está relacionada a toxicidade do fármaco? Embase
sua resposta utilizando gráficos.
Exercício 2: considerando-se os gráficos abaixo, você esperaria que o fármaco
X, Y e Z apresentem eficácias distintas? Em termos de potência, você esperaria
diferenças significativas de dose entre X e Z?

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Introdução à Química Medicinal: Receptores e Planejamento de Agonistas e Antagonistas

  • 1. 1 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 1 INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL Prof. Gustavo Pozza Silveira gustavo.silveira@iq.ufrgs.br Sala 209 – Bloco K Farmacodinâmica - RECEPTORES
  • 2. 2 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 2 Cell Membrane Cell Receptor Messenger message Induced fit Cell Receptor Messenger Message Cell Messenger Receptor Mecanismo Estrutura e função de receptores De modo semelhante ao visto para catálise enzimática, receptores respondem a forças intermoleculares causadas pela aproximação de hormônios e neurotransmissores (mensageiros químicos). A grande diferença para catálise é que não ocorre modificação no mensageiro. Hormônios e neurotransmissores são regenerados após deixarem o sítio ligante.
  • 3. 3 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 3 Processo Completo da Interação Receptor/Mensageiro M M E R • Interações ligantes devem ser fortes o suficiente para manter o mensageiro por tempo suficiente para a tradução de sinal ocorrer • Interações precisam ser fortes o suficiente para permitirem a partida do mensageiro • Portanto, isto implica num balanço fino • Planejamento de moléculas capazes de promover fortes interações ligantes sem promover a tradução de sinal resultam em fármacos capazes apenas de bloquear o sítio ligante: antagonistas R M E R Tradução de sinal: produz um efeito biológico
  • 4. 4 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 4 M M E R • Agonistas são fármacos planejados para mimetizar o mensageiro natural. • Agonistas ligam-se e saem rapidamente do sítio ligante – número de interações ligantes é importante. • Antagonistas são fármacos planejados para bloquear o mensageiro natural. • Antagonistas tendem a ter mais interações ligantes ou interações mais fortes de modo a resultar em um preenchimento induzido leve a uma diferente conformação do receptor que faz que o este não seja ativado. R M E R Agonistas vs Antagonistas Tradução de sinal: produz um efeito biológico
  • 5. 5 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 5 Processo de Interação Receptor/Mensageiro Estereoquímica e atividade biológica: modelo de três pontos de Easson- Stedman. Quiralidade definida do fármaco possui grande importância para que ocorram três interações. Enantiômero liga-se através de apenas um ponto no sítio ligante não sendo suficiente para promover o preenchimento induzido e gerar o resultado biológico.
  • 6. 6 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 6 Agonistas Agonistas são moléculas que ligam-se em três pontos do sítio ligante deformado o receptor de modo semelhante ao que é feito pelo mensageiro natural.
  • 7. 7 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 7 Agonistas Fármacos promíscuos: moléculas interagem com mais de um receptor levando a diferentes resultados biológicos.
  • 8. 8 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 8 Planejamento de Agonistas E Agonista R E Agonista R Tradução do sinal Agonista R Inducedfit • O agonista deve possuir grupos ligantes corretos • Estes grupos ligantes precisam estar corretamente posicionados para interagir com as regiões ligantes complementares • O fármaco precisa estar na conformação correta para preencher o sítio ligante
  • 9. 9 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 9 Exemplo hipotético de um mensageiro e receptor van der Waals binding region H-bond binding region Ionic binding region Grupos ligantes Neurotransmissor O O2C H Sítio ligante Receptor NH2Me OH H Planejamento de Agonistas Observe os três pontos para ligação
  • 10. 10 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 10 O NH2Me H H O O 2 C H Binding site Receptor O NH2Me H H O O 2 C H Binding site Receptor Preenchimento induzido Preenchimento induzido permite criar interações ligantes mais fortes Examplo hipotético de um mensageiro e receptor Planejamento de Agonistas Ligação iônica (terceiro ponto) está muito distante
  • 11. 11 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 11 Neutrotransmissor hipotético HO NH2Me H • Identificar interações ligantes importantes em mensageiros naturais • Agonistas são planejados a fim de conter grupos funcionais capazes de promover as mesmas interações • Geralmente promovem o mesmo número de interações ligantes Grupos ligantes corretos H-bonding group van der Waals -bonding group Ionic binding group H2N NH2Me H NHMe HO HO NH2Me H H H Me Possíveis agonistas contendo grupos ligantes similares Planejamento de Agonistas
  • 12. 12 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 12 O O 2 C H Bindingsite Receptor O O 2 C H Bindingsite Receptor H CH2Me H EStrutura II apresenta 2 dos 3 grupos ligante necessários – baixa atividade H NH2Me H I H CH2Me H II H NH2Me H Estrutura I apresenta um grupo ligante fraco – atividade desprezível Grupos ligantes corretos Planejamento de Agonistas
  • 13. 13 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 13 • Grupos ligantes precisam estar posicionados de uma forma a permitir que eles interajam com reagiões complementares ao mesmo tempo • Neste examplo, existem três grupos ligantes, mas apenas dois grupos podem fazer ligações simultâneas, • Assim, a atividade desta molécula será baixa H N H 2 M e O H H O O 2 C H Bindingsite Apenas 2 interações H N H2M e H OH Sem interação Grupos ligantes corretos Planejamento de Agonistas
  • 14. 14 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 14 • Um dos enantiômeros de um fármaco quiral geralmente liga-se mais efetivamente do que o outro • Enantiômeros geralmente apresentam diferentes propriedades biológicas O O 2 C H Bindingsite 3 interações O NH2Me H H O O 2 C H Bindingsite 2 interações OH NH2Me H O NH2Me H H O MeH2N H H Espelho Enantiômeros de uma molécula quiral Grupos ligantes corretos Planejamento de Agonistas
  • 15. 15 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 15 O N H 2 H H Me CH 3 • Agonistas precisam apresentar o tamanho e formatos corretos para preencher o sítio ligante • Grupos que impedem o acesso ao sítio ligante são chamados de bloqueadores estéricos Sem encaixe O O 2 C H Binding site Tamanho e formato CH 3 Bloqueador estérico Me Bloqueador estérico Planejamento de Agonistas
  • 16. 16 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 16 Antagonistas Antagonistas possuiem grande afinidade pelo sítio ligante, promovendo a formação de um complexo ligante+sítio ligante muito estável. Porém, a ligação não leva a modificação na proteína a fim de disparar o efeito biológico.
  • 17. 17 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 17 17 Antagonistas Antagonismo
  • 18. 18 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 18 Antagonistas Reversíveis • Antagonistas ligam-se reversivelmente ao sítio ligante • Ligações intermoleculares estão envolvidas na ligação ao sítio ligante • Antagonista liga-se ao sítio ligante resultando um preenchimento induzido diferente do que seria esperado para a ligação ao mensageiro. Como consequência, o receptor assume um formato desativado • O antagonista não sofre qualquer reação • Nível de antagonismo depende da força que o antagonista se liga e de sua concentração • Molécula mensageira é impedida de chegar ao sítio ligante • Aumento da concentração do mensageiro reverte o antagonismo An E R M An R
  • 19. 19 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 19 Planejamento de Antagonistas • Antagonistas ligam-se ao sítio ligante, mas falham ao produzir o preenchimento induzido correto. Como resultado, o receptor não é ativado • Mensageiro normal é impedido de ligar-se O N H H Me H H O O 2 C H Sítio ligante Preenchimento perfeito (Não altera o formato)
  • 20. 20 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 20 Antagonistas podem formar interações ligantes com regiões de ligação no sítio ligante que não são utilizados pelo mensageiro natural OH O 2 C Receptor binding site Extra binding regions Planejamento de Antagonistas
  • 21. 21 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 21 O O Asp - HO Antagonistas podem formar interações ligantes com regiões ligantes extras próximas ao sítio ligante utilizado pelo mensageiro natural. Extra hydrophobic binding region Hydrophobic binding region Ionic binding region H-bond binding region Hypothetical neurotransmitter NH2Me HO H Planejamento de Antagonistas
  • 22. 22 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 22 Hydrophobic region O O Asp - HO Preenchimento induzido resultante da ligação do mensageiro normal. NH2Me HO H Hydrophobic region O O Asp HO - NH2Me HO H Preenchimento induzido Planejamento de Antagonistas
  • 23. 23 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 23 Hydrophobic region O O Asp HO Hydrophobic region HO Initial binding - Preenchimento induzido resultante de uma interação extra com o sítio ligante NHMe HO H Hydrophobic region O O Asp HO Differentinduced fit - NHMe HO H Planejamento de Antagonistas
  • 24. 24 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 24 Agonistas e antagonistas - Ação em Receptores Afinidade x atividade intrínseca Veremos ainda outras classes de agonistas e antagonistas
  • 25. 25 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 25 Acão do receptor de estrogênio Oestradiol H12 Oestrogen receptor Sitio ligante AF-2 regions Dimerisation & exposure of AF-2 regions Coativador Nuclear transcription factor Coativador DNA Transcription Planejamento de um antagonista para o receptor de estrogênio Estradiol liga-se ao sítio ligante fazendo que a porção conhecida como H12 do receptor dobre-se agindo como uma tampa que ajuda a “prender” ainda mais o estradiol ao sítio ligante. Este processo é ainda acompanhado de dimerização e exposição da região AF-2 da proteína dimerizada. O co-ativador é então ligado à região AF-2 para dar início a etapa de transcrição.
  • 26. 26 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 26 O Me OH H H H H H H2O His 524 Glu353 Arg394 Hydrophic skeleton Oestradiol • Fenol e álcool do estradiol são importantes grupos ligantes • Sítio ligante é espaçoso e hidrofóbico • Fenol do estradiol está posicionado em uma fenda estreina no sítio ligante e orienta o resto da molécula • Age como agonista Interações ligantes para o estradiol Planejamento de um antagonista para o receptor de estrogênio
  • 27. 27 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 27 Interações ligantes para o raloxifeno OH S O O Raloxifene Asp351 His 524 O Glu353 Arg394 N H H Side chain Raloxifeno é um antagonista (agente antineoplásico) Grupos fenólicos mimetizam o fenol e álcool do estradiol Interação com Asp-351 é importante para atividade antagonista Cadeia lateral evita que a hélice H12 do receptor dobre-se e funcione como uma tampa que possa prender o estradiol. Além disso, a região ligante AF-2 não é revelada Co-ativador não consegue ligar-se impossibilitando o proceso de transcrição Planejamento de um antagonista para o receptor de estrogênio
  • 28. 28 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 28 Agente antineoplásico CH2CH3 O Me2N Tamoxifeno – antagonista do receptor de estrogênio Planejamento de um antagonista para o receptor de estrogênio
  • 29. 29 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 29 Exercício: Tamoxifeno age como antagonista do receptor de estrogênio. Sugira como tamoxifeno liga-se ao receptor.
  • 30. 30 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 30 Exercício: O metabólito do tamoxifeno abaixo é um agonista do receptor de estrogênio. Sugira uma explicação para este fato.
  • 31. 31 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 31 Antagonistas Irreversíveis • Antagonistas ligam-se irreversivelmente ao sítio ligante • Preenchimento induzido que resulte em diferentes geometrias da proteína fazem com que o receptor fique inativado • Ligação covalente é formada entre o fármaco e o receptor. • Mensageiro é impedido de entrar no sítio ligante • Aumento na concentração de mensageiro não reverte antagonismo • Frequentemente utilizado para marcar receptores X OH OH X O Covalent Bond Irreversible antagonism
  • 32. 32 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 32 1 Nu Nu Receptor Propylbenzilylcholine mustard Cl Cl Agonist binding site Antagonist binding site Cl Cl HO O O N Cl Cl Nu Nu Receptor 2 Irreversible binding Antagonistas Irreversíveis A identificação de receptores específicos presentes nos tecidos pode ser feita colocando-se um forte eletrófilo dentro de um forte antagonista de um determinado receptor. Essa estratégia foi utilizado para identificação do receptor colinérgico muscarínico utilizando-se a mostarda de propenilbenzilconina. Exemplo
  • 33. 33 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 33 Agentes que intensificam a atividade do receptor através da ligação a um sítio ligante alostérico ao invés de se ligarem ao sítio onde a molécula mensageira liga- se Exemple 2: Me H N CF3 Cinacalcet • Modulador alostérico da proteína-G conhecida como receptor sensível a cálcio • Prescrito a pacientes com doenças renais crônicas que estão geralmente sob diálise. Utilizado também para tratar problemas relactionados a tireóide Moduladores Alostéricos Exemplo 1: Benzodiazepínicos ligam-se ao sítio alostérico do receptores de GABAA
  • 34. 34 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 34 Moduladores Alostéricos Benzodiazepínicos: grupo de fármacos ansiolíticos utilizados como sedativos, hipnóticos, relaxantes musculares, para amnésia anterógrada e atividade anticonvulsionante.
  • 35. 35 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 35
  • 36. 36 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 36 triazolam diazepam clonazepam Moduladores Alostéricos Exemplos de fármacos benzodiazepínicos:
  • 37. 37 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 37 Antagonistas Alostéricos • Antagonistas ligam-se reversivelmente ao sítio ligante alostérico • Ligação intermolecular entre o antagonista e o sítio ligante é formado • Preenchimento induzido altera o formado do receptor • Sítio ligante é distorcido e não mais reconhecido pelo mensageiro • Aumento da concentração do mensageiro não reverte a ação antagonista ACTIVE SITE (open) ENZYME Receptor Allosteric binding site Binding site (open) ENZYME Receptor Induced fit Binding site unrecognisable Antagonist
  • 38. 38 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 38 Antagonistas por efeito guarda chuva • Antagonista liga-se reversivelmente a uma sítio ligante vizinho ao sítio ligante do mensageiro natural • Ligações intermoleculares são formadas entre o antagonista e o seu sítio ligante • Antagonista sobre o sítio ligante do mensageiro natural • Mensageiro é impedido de entrar no sítio ligante Antagonista Sítio ligante do antagonista Sítio ligante do mensageiro mensageiro Receptor Receptor
  • 39. 39 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 39 Agonistas Parciais Agentes que agem como agonistas, mas produzem um efeito fraco Partial agonist Slightshift Partial opening of an ion channel Receptor O O 2C H 1 NHMe O H H H Receptor O O 2C 2 NHMe O H H Explicações possíveis • Agente liga-se, mas não produz o preenchimento ideal para maximizar o efeito esperado • Agente liga-se ao sítio ligante de duas diferentes formas, uma onde o agente age como agonista e outra como antagonista • Agente liga-se como agonista a um subtipo de receptor e antagonista a outro subtipo
  • 40. 40 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 40 Agonistas Inversos Propriedades compartilhadas com antagonistas • Ligam-se aos sítios ligantes do receptor com diferentes preenchimentos induzidos comparados ao do mensageiro normal • Receptor não é ativado • Mensageiro normal é impedido de entrar e ligar-se ao sítio ligante Propriedades não compartilhadas com antagonistas • Bloqueiam qualquer atividade inerente relativa ao receptor (ex. Receptor de GABA) • Atividade inerente = nível de atividade presente na ausência do mensageiro químico • Receptores estão em equilíbrio entre as formas ativas e inativas
  • 41. 41 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 41 Resumo dos tipos de agonistas e antagonistas Mesmo sem ser ativivado pelo agonista, o receptor possui uma atividade mínima. Agonista liga-se ao receptor deslocando o equilíbrio para o lado da conformação ativada da proteína. Antagonista pode possuir alguma semelhança com o agonista, mas geralmente promove mais ligações ao sítio ligante. Agonista inverso liga-se a outro local na proteína modificando o sítio ligante e desativando completamente o receptor. Agonista parcial liga-se a mais de um local da proteína, desativando-a (ligando-se fora do sítio ligante) e ativando-a (ligando-se no sítio ligante).
  • 42. 42 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 42 Resumo dos tipos de agonistas e antagonistas O gráfico mostra as respostas decorrentes de cada tipo de interação entre ligantes e receptores.
  • 43. 43 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 43 Exercício: analise o gráfico abaixo e aponte quais curvas representam o perfil de um agonista total, de um agonista parcial, de um antagonista e de um agonista inverso, justificando sua resposta.
  • 44. 44 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 44 Dessensibilização e Sensibilização • Receptores tornam-se dessensibilizados devido a longa exposição à agonistas • Acredita-se que a ligação prologanda do agonista ao receptor leve a fosforilação do receptor • Como consequência, receptores fosforilados alteram o formato da proteína desativando-a. Receptores fosforilados alteram o formato do receptor desativando-o • Quando o agonista parte, ocorre a desfosforilação Receptor O O2C 1 H Canal iônio (fechado) Agonista NH3 Receptor O H Agonist NH3 O2C Receptor O H Agonist P O2C NH3 Dessensibilização Preenchimento induzidoaltera o formato da proteína e abre o canal iônico Fosforilação alterao formato da proteínafechandoo canaliônico levandoa dessensibilização
  • 45. 45 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 45 Receptor O H Agonist NH3 O2C • Receptores dessensibilizam após longa exposição à agonistas • Ligação prolongada ao agonista leva a fosforilação do receptor • Fosforilação do receptor leva a modificações no formato do receptor inativando-o • Defosforilação ocorre quando o agonista deixa o sítio ligante Preenchimento induzido altera o formato da proteína e abre o canal iônico Dessensibilização Dessensibilização e Sensibilização Receptor O H Agonist P O2C NH3 Fosforilação altera o formato da proteína fechando o canal iônico levando a dessensibilização
  • 46. 46 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 46 • Receptores tornam-se sensibilizados após longa exposição de antagonistas • Células sintetizam receptores extras para compensar os receptores bloqueados • Células tornam-se mais sensíveis ao mensageiro natural • Pode resultar no aumento de tolerância ou dependência química • Aumento das doses do antagonista é necessário para atingir-se o mesmo efeito (tolerância) • Células são super sensibilizadas frente ao neurotransmissor natural • Retirada do antagonista leva a efeitos adversos comuns em dependentes químicos • Leva a dependência Sensibilização Dessensibilização e Sensibilização
  • 47. 47 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 47 Antagonist Neurotransmitter Normal response Receptor synthesis No response Response Stop antagonist Excess response No response Increase antagonist Tolerance Receptor synthesis Sensitization Dependence No response No response Sensibilização Dessensibilização e Sensibilização
  • 48. 48 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 48 Receptores Colinérgicos: receptores do tipo TM e classificados de acordo com sua farmacologia, ou de acordo com suas afinidades relativas ou sensibilidades frente a diferentes moléculas. Embora todos sejam ativados pela acetil colina, são divididos em nicotínicos e muscarínicos. Nicotínicos nAChR, ionotrópicos – receptores que abrem diratamente o canal iônico. Resposta muito rápida. Localização muscular NM ou neuronal NN. Muscarínicos mAChR, metabotrópicos – efeito indireto (proteína G ativa canais iônicos). Todos os receptores M1-M5 estão presentes no cérebro. Ação em Receptores Colinérgicos
  • 49. 49 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 49 Ação em Receptores Colinérgicos
  • 50. 50 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 50 Receptores Nicotínicos Tipo Muscular (NM) » Localização: junção neuromuscular esquelética » Função: transmissão neuromuscular Tipo Neuronal (NN) » Localização: gânglios autônomos, terminações nervosas sensoriais e SNC » Função: transmissão ganglionar Ação em Receptores Colinérgicos
  • 51. 51 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 51 Ação em Receptores Colinérgicos Receptores Nicotínicos Acetilconina liga-se a duas subunidades alfa do receptor.
  • 52. 52 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 52 M1 M2 M3 Localização SNC: córtex, hipocampo Glândulas: salivares, gástricas Coração: átrios Músc. Liso: TGI SNC: ampla distribuição Glândulas: salivares, gástricas Músc. Liso: TGI, olho Vasos sanguíneos: endotélio Resposta celular  IP3. DAG Despolarização Excitação  condutância K+  inibição cAMP  condutância Ca2+  Condutância K+  Estimulação IP3  [Ca2+] Resposta funcional Excitação SNC Secreção gástrica (memória e aprendizado – ratos) Inibição cardíaca Inibição neural Efeitos centrais: tremor, hipotermia (funções cognitivas) Secreção gástrica, salivar Contração do músculo liso no TGI Acomodação ocular Vasodilatação Subtipos de receptores colinérgicos muscarínicos Ação em Receptores Colinérgicos Obs.: M4 e M5 presentes no CNS. Ainda necessitam de maiores estudos.
  • 53. 53 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 53 Ação em Receptores Receptor muscarínico
  • 54. 54 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 54
  • 55. 55 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 55 Funcionamento do Receptor Colinérgico
  • 56. 56 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 56 acetilcolina metacolina carbacol betanecol pilocarpina Agonistas colinérgicos (exemplos) Ação em Receptores Colinérgicos
  • 57. 57 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 57 Atropina [(±)-hioscianina] Antagonista competitivo Intravenoso ou intramuscular Bradicardia (< 60 batidas/min) Escopolamina Antagonista mACh M1 Ipratrópio – Atrovent Inalação – Asma Antagonista mACh Amônia quaternária – não atravessa BHE Antagonistas colinérgicos (exemplos) Ação em Receptores Colinérgicos
  • 58. 58 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 58 Orfenadrina - Norflex Antagonista mACh Tolterodina – Detrol Pfizer Antagonista mACh M2 e M3 Incontinência urinária Antagonistas colinérgicos (exemplos) Ação em Receptores Colinérgicos
  • 59. 59 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 59 Me:  ativ., ativ. N > ativ. M troca Me por Et:  atividade troca 3Me por 3Et: antagonismo ativ. N3º > N2º > N1º tamanho: não mais que 5 átomos Me:  ativ. N ativ. S > ativ. R carga positiva: importante troca éster por carbamato:  estabilidade Agonistas e antagonistas colinérgicos (exemplo) Relação Estrutura e Atividade Ação em Receptores Colinérgicos
  • 60. 60 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 60 Exercício: estrutura I é um agonista do receptor colinérgico mimetizando a ação do ligante natural (mensageiro) acetil colina. Estrutura II não apresenta atividade, bem como não liga-se ao receptor. Sugira uma explicação para este fato.
  • 61. 61 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 61 • Receptores H1 – Receptor acoplado à proteína G  ativação da fosfolipase C – Musculatura lisa dos brônquios, intestino e útero – constrição • Receptores H2 – Receptor acoplado à proteína G  ativação da adenilato ciclase – Estômago – aumento da produção e secreção de ácido pelas células parietais • Receptores H3 – Sistema nervoso central Ação em Receptores Histamínicos
  • 62. 62 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 62 clorfeniramina (H1) Loratadina – Schering Plough Agonista inverso H1: alergias (rinite) Cimetidina – Tagamet GSK Antagonista H2: Tratamento de úlceras Exemplos de fármacos anti-histamínicos
  • 63. 63 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 63 Ação de fármacos anti-histamínicos H1
  • 64. 64 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 64 Aspectos Quantitativos Potência: refere-se a quantidade de fármaco necessária para atingir-se um determinado efeito biológico. Menor quantidade do fármaco requerido, maior a potência. É Possível uma droga ser potente, porém ter uma baixa eficácia. Afinidade: refere-se a quão forte o fármaco liga-se ao receptor. Eficácia: medida do máximo efeito biológico que o fármaco pode produzir como resultado da ligação ao receptor. Alta afinidade não necessariamente quer dizer alta eficácia. Antogonista pode ter alta afinidade e baixa eficácia.
  • 65. 65 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 65 Aspectos Quantitativos Potência e eficácia
  • 66. 66 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 66 Aspectos Quantitativos Antagonismo competitivo: Aumento [agonista] reverte o antagonismo Antagonismo não-competitivo (lembrando): liga-se ou ao sítio alostérico ou ao sítio ligante. Reduzem o efeito do resposta máxima. Aumento [agonista] não altera o resultado.
  • 67. 67 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 67 Agonista parcial (lembrando): liga-se a mais de um local da proteína: desativando-a (ligando-se fora do sítio ligante), mas também ativando-a (ligando-se no sítio ligante). Aspectos Quantitativos
  • 68. 68 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 68 Aspectos Quantitativos Agonista inverso (lembrando): liga-se a outro local na proteína modificando o sítio ligante e desativando completamente o receptor.
  • 69. 69 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 69 Índice terapêutico (IT): indica a segurança de uma droga. É medido pela razão entre o efeito adverso em altas doses e a dose mínima para gerar o efeito desejado. Aspectos Quantitativos IT é dado pela comparação entre a dose da droga que resulta em efeitos tóxicos em 50% (LD50%) dos casos estudados e o máximo efeito terapêutico para 50% (ED50%) dos casos estudados. IT elevado elevado significa que existe uma grande margem de segurança. IT = LD50%/ED50%
  • 70. 70 BioLab – www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 70 Exercício 1: por que é dito que certos fármacos possuem uma janela terapêutica pequena. A janela terapêutica está relacionada a toxicidade do fármaco? Embase sua resposta utilizando gráficos. Exercício 2: considerando-se os gráficos abaixo, você esperaria que o fármaco X, Y e Z apresentem eficácias distintas? Em termos de potência, você esperaria diferenças significativas de dose entre X e Z?