SlideShare uma empresa Scribd logo
Filosofia

  DIMENSÃO
ÉTICO-POLÍTICA




  JORGE NUNES BARBOSA




        iBooks Author
• CAPÍTULO 1 •

     DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA




O filósofo não cria a moral; reflecte
sobre a que já existe, critica-a, depura-a
e sistematiza-a, mas não a inventa.




                                       iBooks Author
FILOSOFIA
                                                                 ética como uma realidade se distingue do pensamento
                                                                 que sobre ela se exerce. Numa primeira aproximação,
      A Dimensão Ético-Política.                                 podemos, então, dizer que a ética é uma reflexão sobre a
	

   3 Março 2009                                               moral.
                                                                 Assim sendo, a moral é um conjunto de princípios,
                                                                 normas, juízos e valores de carácter prescritivo que,
                                                                 vigentes numa dada sociedade, são interiorizados pelos
                                                                 seus membros, antes de qualquer reflexão sobre o seu
Intenção Ética e Norma Moral.                                    significado e a sua importância. Por seu turno, a ética
                                                                 será a reflexão sobre essa esfera da conduta humana,

Ética e Moral.                                                   tendo por finalidade encontrar o agir bem, a vida
                                                                 orientada pelo bem. Reflectindo sobre a conduta e o
“Os especialistas de filosofia moral não se entendem
                                                                 comportamento dos seres humanos, sob o prisma da
quanto à repartição do sentido entre os termos moral e
                                                                 bondade e da maldade, da justiça e da injustiça, a ética
ética. A etimologia é, a este propósito, inútil, na medida
                                                                 propõe-se encontrar o sentido moral da vida, com vista
em que um dos termos vem do latim e outro do grego e
                                                                 à sua realização.
os dois se referem, de uma maneira ou de outra, ao
domínio comum dos costumes.” Paul Ricoeur.                       Existe, por conseguinte, um primado da ética sobre a
                                                                 moral. A lei moral, a norma, será apenas um meio para
O texto indica-nos que a etimologia dos termos moral e
                                                                 se alcançar a verdadeira finalidade, isto é, uma vida
ética não é suficiente para clarificar as diferenças que
                                                                 moralmente realizada.
existem entre eles. Moral provém do latim, enquanto
ética provém do grego e tinham nas suas línguas de               A disciplina que reflecte sobre essa finalidade é,

origem significados muito semelhantes. No entanto, na            obviamente, a ética. Por isso, cabe à ética estudar os

linguagem filosófica habitual, a moral distingue-se da           comportamentos e os diversos códigos morais,

                                                             2




                                                     iBooks Author
analisando os problemas morais e proporcionando                Esta tarefa do filósofo revela-nos a importância da ética
princípios e critérios que justifiquem estas ou aquelas        na nossa vida. Ela ajuda-nos a fazer avaliações morais
normas.                                                        mais justas, a fundamentar racionalmente as nossas
Nesse sentido, a moral é objecto da ética ao nível da          decisões, a conhecermo-nos melhor e a aperfeiçoarmo-
fundamentação, proporcionando à ética um conjunto de           nos, possibilitando-nos um maior discernimento em
códigos e normas sobre os quais ela reflecte. Sendo uma        matéria de moral individual e no âmbito da moral
reflexão teórica sobre a moral, a ética fornece a              pública. Em especial, recorremos à reflexão ética,
justificação e a validação da moral, influenciando assim       quando se nos deparam dilemas morais. Dilemas
os comportamentos e as atitudes. Ela analisa a                 morais são conflitos de valores, que decorrem da
natureza, a função e o valor dos juízos morais,                circunstância de esses valores se revestirem de idêntica
ajudando-nos a fazer avaliações morais mais                    importância.
ponderadas, quer quanto ao comportamento alheio e ao           Um exemplo simples permite perceber este problema.
papel das instituições, quer, sobretudo, quanto ao nosso       Suponhamos que um amigo nosso cometeu um roubo.
comportamento e às nossas decisões.                            Se nos inquirirem quanto ao crime, devemos denunciar
“O filósofo não cria a moral; reflecte sobre a que já          o nosso amigo ou não? A verdade e a amizade são os
existe, critica-a, depura-a e sistematiza-a, mas não a         dois valores que aqui estão em conflito.
inventa. O que faz é:                                          Existem inúmeras situações na nossa vida que nos
   ✓ Analisar a linguagem da moral.                            colocam perante estes conflitos: a eutanásia, o aborto, a
                                                               fecundação in vitro, a poluição ambiental, etc.,
   ✓ Mostrar o carácter moral do homem
                                                               representam outras tantas situações que nos colocam
       individualmente e em comunidade.
                                                               perante a necessidade de reflexão ética, sublinhando a
   ✓ Rever filosoficamente a moral histórica já criada
                                                               sua importância, não só na esfera individual, como
       e, especificamente, os problemas morais da
                                                               também no domínio público.
       actualidade.” (Paul Ricoeur)
                                                           3




                                                   iBooks Author
normas exteriores, nem sempre coincidentes com a
Intenção Ética e Norma Moral.                                   interioridade.
                                                                Assim, a intenção é avaliada pela norma.

Sendo objecto de estudo teórico por parte da ética, as          A norma será o padrão de medida, servindo de modelo
normas morais servem de guias de acção, embora não              de comportamento a nível social. Uma vez que o
sejam absolutas e estejam sempre sujeitas a posterior           indivíduo vive sempre inserido numa sociedade, a qual
revisão. Se as normas conduzem a impasses práticos,             se rege por códigos de conduta institucionalizados que
então é preciso recorrer à intenção ética para as aplicar       servem de padrão ou medida de avaliação das acções
ou, até, reformular.                                            praticadas pelos diversos membros, a intenção ética
                                                                confronta-se necessariamente com o contexto moral
Mas qual é a diferença entre intenção e norma?
                                                                próprio dessa cultura.
“As minhas intenções são inclinações conscientemente
                                                                Assim sendo, enquanto a intenção representa o lado
aceites e assumidas por mim. (...) A intenção é sempre
                                                                pessoal e íntimo da acção, as normas são
intenção de realizar algo, é sempre activa, implica uma
                                                                institucionalizadas, suprapessoais, encontrando-se fora
certa tensão, tendo em vista a realização de uma acção
                                                                do indivíduo, embora este as interiorize.
(...). Quando tencionamos realizar algo, pomo-nos
numa certa tensão para executar o que                           Enquanto a intenção é da responsabilidade do sujeito
tencionamos.” (Paul Ricoeur)                                    da acção, remetendo para a sua autonomia, a norma
                                                                impõe-se a partir do exterior, remetendo para a
Se a intenção é conscientemente aceite e assumida por
                                                                heteronomia. Enquanto a intenção é conscientemente
mim, então isso significa que ela é o fundamento
                                                                assumida, as normas integram-se em códigos, servindo
interior da acção. Mas nem toda a intenção pode ser
                                                                de modelos de avaliação das acções e tendo subjacentes
satisfeita; ela confronta-se com os costumes e com as
                                                                a si um conjunto de valores socialmente legitimados.


                                                            4




                                                    iBooks Author
Em conclusão, importa sublinhar que as normas
obrigam, porque expressam valores em que a sociedade
acredita e o indivíduo também, desde que já tenha
passado pelo processo de socialização e integrado esses
valores. É por isso que, em parte, as alternativas morais
individuais já se encontram canonizadas, havendo uma
coincidência dos códigos externos com a nossa
autodeterminação. Mas nem todas as normas são
universais. Os dilemas morais servem de exemplo disso
mesmo. Além disso, poderão existir certas normas
sociais que será sensato questionar, sobretudo se
puserem em causa a dignidade da pessoa humana.




                                                            5




                                                    iBooks Author
• CAPÍTULO 2 •
  A DIMENSÃO PESSOAL E SOCIAL DA ÉTICA – O SI MESMO, O OUTRO E AS
                          INSTITUIÇÕES




A opinião que cada um tem de si mesmo
reflecte a opinião dos outros sobre si, ou, para
sermos mais rigorosos, reflecte a maneira como
cada indivíduo imagina que os outros o
avaliam.




                                             iBooks Author
A Dimensão Pessoal e Social da Ética – o si                    Cada sociedade possui uma série de normas, acerca dos
mesmo, o outro e as instituições.                              comportamento desejáveis e indesejáveis, que os
                                                               indivíduos devem ou não realizar. Além disso, a moral
Ser Humano – ser de interacção.                                também não teria sentido, se não houvesse da parte do
                                                               indivíduo, integrado na sociedade, o desejo de uma vida
O ser humano constrói a sua identidade pessoal através         melhor e mais perfeita. Este desejo articula-se com a
da interacção social. É um ser relacional. Segundo Paul        auto-estima, que conduz ao reconhecimento da
Ricoeur, a ética distribui-se por três pólos em                reciprocidade.
interacção:                                                    De facto, o si só de reconhece a si mesmo na vivência
   ➡   O pólo-eu                                               com e para os outros. A auto-estima dará lugar à
   ➡   O pólo-tu                                               solicitude, quando o outro aparece diminuído na sua
                                                               capacidade de agir. A solicitude permite reduzir as
   ➡   O pólo-ele.
                                                               desigualdades na relação com os outros.
Este último refere-se às instituições. Sendo assim, a
                                                               Mas esta relação é, na maior parte das vezes, mediada
felicidade individual constrói-se na relação com os
                                                               pelas instituições. São as instituições que permitem a
outros, através de instituições justas. Uma vida
                                                               aplicação da justiça, por forma a garantirem a
realizada e feliz é o fim último da acção moral. Mas,
                                                               igualdade, mas respeitando as diferenças.
para além destas três dimensões, não podemos esquecer
a Natureza, enquanto morada na qual decorre a
existências humana.                                            Do Si Mesmo à Consciência Moral.
A ética e a moral não teriam, portanto, qualquer sentido       A expressão si mesmo designa o conceito ou a imagem
se o ser humano não fosse um ser natural e se não              que o indivíduo tem de si mesmo, isto é, a percepção
vivesse em comunidade.                                         que cada indivíduo tem a respeito de si próprio. A


                                                           7




                                                   iBooks Author
construção desta representação é complexa e vai                é a intuição dos nossos pensamentos, sentimentos e
evoluindo ao longo do tempo.                                   estados psíquicos. Ora, a consciência possui a
Em última análise, a ideia que cada um tem de si               capacidade de se desdobrar, ou seja, ela é consciência
mesmo é equivalente ao auto-conceito e à consciência           das coisas exteriores e também é consciência de si.
de si como pessoa com identidade própria. Esta                 Assim, a consciência moral é uma espécie de juiz
representação é constituída por duas dimensões:                interior, que ordena o que deve o não deve ser feito,
    ➡ A auto-imagem.                                           tendo em conta a realização do bem e o impedimento do
                                                               mal. Ela aparece como uma força crítica relativamente à
    ➡ A auto-estima.
                                                               acção.
Enquanto a auto-imagem se refere ao modo como a
                                                               Mas consciência moral não se forma de uma vez por
pessoa se vê a si própria, ao nível das suas
                                                               todas. Ela é fruto de uma lenta evolução. Esta evolução
características corporais, psicológicas e relacionais, a
                                                               depende do desenvolvimento cognitivo, das relações
auto-estima diz respeito ao valor que a pessoa atribui a
                                                               sociais que o indivíduo estabelece e do meio
si própria.
                                                               sociocultural onde vive.
Por outro lado, a opinião que cada um tem de si mesmo
                                                               De um modo geral, podemos dizer que a consciência
reflecte a opinião dos outros sobre si, ou, para sermos
                                                               moral evolui da heteronomia para a autonomia, ou seja,
mais rigorosos, reflecte a maneira como cada indivíduo
                                                               começamos por interiorizar as normas e obedecemos-
imagina que os outros o avaliam.
                                                               lhes por medo de castigo – heteronomia -, e esta
O si mesmo vai-se organizando e estruturando em
                                                               situação evolui para um patamar mais elevado, ao qual
função das experiências. O sujeito interpreta estas
                                                               nem todos chegam, que consiste em nos auto-
experiências, a partir da sua própria consciência.
                                                               determinarmos em função de princípios e valores
O que é, então, a consciência? É o conhecimento mais           morais justificados de forma racional – autonomia.
ou menos claro e imediato daquilo que se passa em nós;

                                                           8




                                                    iBooks Author
Para além de tudo o mais, a consciência moral é uma           ou optar pelo Mal. Destas escolhas, obteremos ou a
presença intermitente, porque só intervém quando              satisfação do dever cumprido ou o remorso do seu
temos de enfrentar problemas e conflitos de natureza          incumprimento.
moral.                                                        Mas a liberdade moral pode também ser encarada a um
                                                              outro nível.
Liberdade.                                                    Com efeito, ao assumir a responsabilidade por uma
Sendo dotados de consciência moral, podemos optar             determinada acção, estou também a assumir a
livremente.                                                   autonomia e o poder para dar a mim próprio uma lei
                                                              moral.
Tendo consciência das consequências dos nossos actos,
podemos ser responsabilizados por eles.                       Deste modo, sou um legislador moral e detenho uma
                                                              autonomia e independência em relação às leis da
Em que consiste, então, a liberdade moral?
                                                              natureza.
A experiência mostra-nos que alguns dos nossos actos
                                                              Sendo assim, serei livre, por uma lado, enquanto
escapam ao domínio da razão, sendo provocados por
                                                              manifesto a minha independência relativamente aos
forças e causas que não somo capazes de controlar.
                                                              desejos naturais e às inclinações egoístas, e, por outro
Além disso, existem acções involuntárias que só
                                                              lado, enquanto desenvolvo uma atitude de submissão às
dificilmente poderemos fazer depender da nossa
                                                              lei morais que dou a mim próprio.
liberdade.
Ainda assim, não deixamos de nos considerar livres.
                                                              O Outro e a Responsabilidade.
Sentimo-nos detentores de uma liberdade interior, que
escapa a qualquer coacção externa. Isto significa que         Agindo livremente, somo responsáveis pelas nossas
podemos respeitar ou infringir as normas morais,              acções. E o que é a responsabilidade?
podemos cumprir ou não o nosso dever, escolher o Bem

                                                          9




                                                     iBooks Author
Em termos do Direito Civil, a responsabilidade é a            nossa relação com os outros. Por isso, somos também
obrigação de reparar o mal feito a alguém. Em termos          responsáveis perante o outro.
de Direito Penal, exprime a situação daquele que pode         Mas quem é o outro?
ser punido por um delito ou por um crime.
                                                              Em muitos discursos filosóficos contemporâneos, o ser
Na filosofia e na moral, a responsabilidade é a               humano passou a ser definido essencialmente como
consciência de se ser autor de determinado acto ou            relação. Ao primado do indivíduo, sobrepõe-se o
objecto. É facto de o indivíduo ter de responder pelos        primado da relação, do encontro, da comunicação, da
seus actos, assumindo-os e reconhecendo-se autor              recirpocidade.
deles.
                                                                 ➡    O sermos-uns-com-os-outros é um dado
A quem pedir responsabilidades?                                       primário da existência humana. O outro é
À pessoa, naturalmente, porque é livre e capaz de                     imprescindível à constituição do eu. O outro é o
discernir o bem do mal. Ainda assim, podemos admitir                  meu semelhante, sendo, ao mesmo tempo,
a existência de uma partilha de responsabilidades por                 diferente de mim. Na minha relação com ele,
parte de várias pessoas envolvidas numa acção comum.                  posso encará-lo sob três aspectos:
É o que alguns autores designam de responsabilidade              ➡    Como concorrente. – o outro é aquele com
solidária.                                                            quem nada tenho a ver, aquele que disputa o
Perante quem somos responsáveis?                                      meu lugar e contra quem tenho de competir,
Desde logo, somos responsáveis perante nós mesmos e                   numa relação de conflito, por vezes até de
perante a nossa consciência.                                          aniquilação. (escusado será dizer que, a este
                                                                      nível, não existe preocupação ética).
Cada um dos nossos actos contribui para a construção
de nós próprios. Por outro lado, esses actos definem a           ➡    Como elemento de um contrato. – certas
                                                                      teorias sociopolíticas consideram que os
                                                                      indivíduos são mónadas que estabelecem
                                                         10




                                                 iBooks Author
contratos entre si, uma vez que não podem               benefícios usufruímos. Além disso, somos responsáveis
        sobreviver uns sem os outros. A relação com o           para com as gerações futuras. A nossa acção de hoje não
        outro é apenas acidental e estratégica,                 deve comprometer a sobrevivência humana no futuro.
        reduzindo-se a um pacto de não agressão, uma            A relação intersubjectiva (relação eu-tu) passa
        forma de assegurar a defesa de interesses               sobretudo pelo diálogo, num contexto social,
        distintos e antagónicos.                                caracterizado pela existência de instituições.
   ➡    Como um tu-como-eu. – quando o outro for                Instituições, perante as quais temos uma dívida
        visto como um outro eu, a quem se concede a             cultural.
        dignidade de pessoa. Só assim estaremos diante
                                                                E o que são instituições, afinal?
        dessa dimensão ética de sermos uns-com-os-
                                                                São conjuntos de convenções ou regras constitutivas,
        outros. Nas experiências do acolhimento, do
                                                                que definem e determinam posições e relações numa
        amo r, da am izade é que se de scobre
                                                                área determinada de modo convencional. Ou seja. As
        autenticamente essa dimensão, reconhecendo-
                                                                instituições estabelecem, através de regras, os papéis e
        se o outro como um valor absoluto, com
                                                                os estatutos de cada indivíduo, impondo limites e
        dignidade própria.
                                                                obrigações.
Reconhecendo no outro essa dignidade, sou capaz de
                                                                Desde a família às instituições educativas, económicas,
ver nele uma identidade distinta, um universo de
                                                                políticas, culturais, religiosas, o objectivo destas
significações diferentes do meu, exigindo da minha
                                                                diferentes esferas consiste em regular e pautar as
parte uma atitude ética.
                                                                relações interpessoais. Por isso, na vida em sociedade, o
O outro possui direitos e perante ele devo assumir os
                                                                agir individual encontra-se mais ou menos
meus deveres.
                                                                institucionalizado, o que significa que existem regras de
Temos uma responsabilidade actual perante o outro que           comportamento que definem o que é aceitável ou
vive sob o nosso encargo e perante a sociedade, de cujos        reprovável.
                                                           11




                                                   iBooks Author
É neste contexto que podemos falar de consciência
cívica. Inseparável da consciência moral, ela refere-se à
convivência social.
A consciência cívica é, portanto, o que nos permite
compreender as regras e normas institucionais, mas
também pôr essas regras em causa, em função da nossa
consciência moral.




                                                            12




                                                    iBooks Author

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)
Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)
Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)
InesTeixeiraDuarte
 
Valores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivosValores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivos
Pedro Mota
 
Rm vs objetivismo moral
Rm vs objetivismo moralRm vs objetivismo moral
Rm vs objetivismo moral
Isabel Moura
 
Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume
Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume
Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume
Sofia Yuna
 
O que é a filosofia os problemas filosóficos.
O que é a filosofia   os problemas filosóficos.O que é a filosofia   os problemas filosóficos.
O que é a filosofia os problemas filosóficos.Luis De Sousa Rodrigues
 
falácias informais
falácias informaisfalácias informais
falácias informais
Isabel Moura
 
Disciplinas areas da filosofia
Disciplinas areas da filosofiaDisciplinas areas da filosofia
Disciplinas areas da filosofiaFilazambuja
 
Hume
HumeHume
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasAna Tapadas
 
Stuart mill
Stuart millStuart mill
Stuart mill
Helena Serrão
 
Filosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os ValoresFilosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os Valores
InesTeixeiraDuarte
 
Ceticismo Filosófico
Ceticismo FilosóficoCeticismo Filosófico
Falácias
FaláciasFalácias
Falácias
Isabel Moura
 
Resumo Português (Rimas de Camões).pdf
Resumo Português (Rimas de Camões).pdfResumo Português (Rimas de Camões).pdf
Resumo Português (Rimas de Camões).pdf
LumaFigueiredo1
 
Acção Humana e os Valores
Acção Humana e os ValoresAcção Humana e os Valores
Acção Humana e os ValoresJorge Barbosa
 

Mais procurados (20)

Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)
Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)
Dimensões da Ação Humana e dos Valores (Kant e Mill)
 
A teoria ética utilitarista de mill
A teoria ética utilitarista de millA teoria ética utilitarista de mill
A teoria ética utilitarista de mill
 
Valores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivosValores subjetivos objetivos
Valores subjetivos objetivos
 
O essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofiaO essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofia
 
Rm vs objetivismo moral
Rm vs objetivismo moralRm vs objetivismo moral
Rm vs objetivismo moral
 
Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume
Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume
Filosofia Origem e objetos do conhecimento segundo hume
 
O que é a filosofia os problemas filosóficos.
O que é a filosofia   os problemas filosóficos.O que é a filosofia   os problemas filosóficos.
O que é a filosofia os problemas filosóficos.
 
A teoria ética de kant
A teoria ética de kantA teoria ética de kant
A teoria ética de kant
 
falácias informais
falácias informaisfalácias informais
falácias informais
 
Disciplinas areas da filosofia
Disciplinas areas da filosofiaDisciplinas areas da filosofia
Disciplinas areas da filosofia
 
Hume
HumeHume
Hume
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
 
Stuart mill
Stuart millStuart mill
Stuart mill
 
Filosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os ValoresFilosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os Valores
 
Ceticismo Filosófico
Ceticismo FilosóficoCeticismo Filosófico
Ceticismo Filosófico
 
Falácias
FaláciasFalácias
Falácias
 
Resumo Português (Rimas de Camões).pdf
Resumo Português (Rimas de Camões).pdfResumo Português (Rimas de Camões).pdf
Resumo Português (Rimas de Camões).pdf
 
Acção Humana e os Valores
Acção Humana e os ValoresAcção Humana e os Valores
Acção Humana e os Valores
 
A teoria ética de kant
A teoria ética de kantA teoria ética de kant
A teoria ética de kant
 
O empirismo de david hume
O empirismo de david humeO empirismo de david hume
O empirismo de david hume
 

Destaque

Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2 Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Carlos da Paz
 
Etica discursiva.pps
Etica discursiva.ppsEtica discursiva.pps
Etica discursiva.pps
Ana Isabel Martinez Gomez
 
Reflexões sobre a Ética do Discurso
Reflexões sobre a Ética do DiscursoReflexões sobre a Ética do Discurso
Reflexões sobre a Ética do DiscursoClovis de Lima
 
Analise do discurso politico
Analise do discurso politicoAnalise do discurso politico
Analise do discurso politicoCicero Araujo
 
Discursos políticos -
Discursos políticos - Discursos políticos -
Discursos políticos - Mel González
 
Discurso político e texto argumentativo
Discurso político e texto argumentativoDiscurso político e texto argumentativo
Discurso político e texto argumentativoAntónio Fernandes
 
Relação entre as palavras
Relação entre as palavrasRelação entre as palavras
Relação entre as palavras
nelsonalves70
 

Destaque (8)

Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2 Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
Aula i ciência política tge - o discurso e a ação políticos - 2014.2
 
Etica discursiva.pps
Etica discursiva.ppsEtica discursiva.pps
Etica discursiva.pps
 
Reflexões sobre a Ética do Discurso
Reflexões sobre a Ética do DiscursoReflexões sobre a Ética do Discurso
Reflexões sobre a Ética do Discurso
 
Analise do discurso politico
Analise do discurso politicoAnalise do discurso politico
Analise do discurso politico
 
Discursos políticos -
Discursos políticos - Discursos políticos -
Discursos políticos -
 
Discurso político e texto argumentativo
Discurso político e texto argumentativoDiscurso político e texto argumentativo
Discurso político e texto argumentativo
 
Relação entre palavras
Relação entre palavrasRelação entre palavras
Relação entre palavras
 
Relação entre as palavras
Relação entre as palavrasRelação entre as palavras
Relação entre as palavras
 

Semelhante a Dimensão Ético-Politica

Ética e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso SocialÉtica e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso Social
Maria Deuza dos Santos
 
Texto ética e moral - leitura básica
Texto    ética e moral - leitura básicaTexto    ética e moral - leitura básica
Texto ética e moral - leitura básica
Nilia Lacerda
 
Aula ética na administração
Aula ética na administraçãoAula ética na administração
Aula ética na administração
Felipe Saraiva Nunes de Pinho
 
Ue 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticos
Ue 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticosUe 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticos
Ue 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticos
Di Bilizario
 
Ética e Moral
Ética e Moral   Ética e Moral
Ética e Moral
Mary Alvarenga
 
3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf
3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf
3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf
DaianaAreas
 
Ética Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptxÉtica Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptx
CepsSalom1
 
Texto25 P7
Texto25 P7Texto25 P7
Texto25 P7renatotf
 
Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8
CETUR
 
AULA 01 ETICA 08-08.pdf
AULA 01 ETICA 08-08.pdfAULA 01 ETICA 08-08.pdf
AULA 01 ETICA 08-08.pdf
PatrickAnjos1
 
Ética moral e valores
Ética moral e valoresÉtica moral e valores
Ética moral e valores
Patrícia Éderson Dias
 
18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx
18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx
18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx
Rafael Monteiro Moyses
 
A ética da finalidade
A ética da finalidadeA ética da finalidade
A ética da finalidade
Karol Lima
 
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
mitrablueaires
 
01- Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx
01-  Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx01-  Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx
01- Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx
AndrArajo349716
 

Semelhante a Dimensão Ético-Politica (20)

Filosofia 4
Filosofia 4Filosofia 4
Filosofia 4
 
éTica e moral
éTica e moral éTica e moral
éTica e moral
 
Ética e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso SocialÉtica e Cidadania: Compromisso Social
Ética e Cidadania: Compromisso Social
 
Texto ética e moral - leitura básica
Texto    ética e moral - leitura básicaTexto    ética e moral - leitura básica
Texto ética e moral - leitura básica
 
èTica profissional ii
èTica profissional iièTica profissional ii
èTica profissional ii
 
Aula ética na administração
Aula ética na administraçãoAula ética na administração
Aula ética na administração
 
Ue 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticos
Ue 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticosUe 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticos
Ue 5 -_a_etica_e_seus_instrumentos_criticos
 
Ética e Moral
Ética e Moral   Ética e Moral
Ética e Moral
 
3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf
3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf
3 ANO FILOSOFIA ETICA 1.pdf
 
Ética Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptxÉtica Geral (1).pptx
Ética Geral (1).pptx
 
éTica
éTicaéTica
éTica
 
Texto25 P7
Texto25 P7Texto25 P7
Texto25 P7
 
ÉTica e moral
ÉTica e moralÉTica e moral
ÉTica e moral
 
Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8Módulo IV Aula 8
Módulo IV Aula 8
 
AULA 01 ETICA 08-08.pdf
AULA 01 ETICA 08-08.pdfAULA 01 ETICA 08-08.pdf
AULA 01 ETICA 08-08.pdf
 
Ética moral e valores
Ética moral e valoresÉtica moral e valores
Ética moral e valores
 
18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx
18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx
18 - Áreas do filosofar - 53. Ética e moral..pptx
 
A ética da finalidade
A ética da finalidadeA ética da finalidade
A ética da finalidade
 
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
Ogd mod 5_conteúdos _ aula 2
 
01- Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx
01-  Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx01-  Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx
01- Introdução a Ética e Legislação Profissional.pptx
 

Mais de Jorge Barbosa

Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação PrioritáriaIdeias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Jorge Barbosa
 
Assuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na EducaçãoAssuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na Educação
Jorge Barbosa
 
Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14
Jorge Barbosa
 
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaProposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Jorge Barbosa
 
Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Jorge Barbosa
 
Relatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao EspecialRelatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao Especial
Jorge Barbosa
 
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaSentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Jorge Barbosa
 
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosAfetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Jorge Barbosa
 
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
Jorge Barbosa
 
Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014
Jorge Barbosa
 
guião reforma estado
guião reforma estadoguião reforma estado
guião reforma estado
Jorge Barbosa
 
A Ética - Espinosa
A Ética - EspinosaA Ética - Espinosa
A Ética - Espinosa
Jorge Barbosa
 
A Cidade
A CidadeA Cidade
A Cidade
Jorge Barbosa
 
Velha do Postigo
Velha do PostigoVelha do Postigo
Velha do Postigo
Jorge Barbosa
 
Revolução kantiana
Revolução kantianaRevolução kantiana
Revolução kantiana
Jorge Barbosa
 
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesO Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
Jorge Barbosa
 
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recenteEstado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Jorge Barbosa
 
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MECComunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Jorge Barbosa
 
Introdução a Espinosa
Introdução a EspinosaIntrodução a Espinosa
Introdução a Espinosa
Jorge Barbosa
 
Comunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteComunicacão do Presidente
Comunicacão do Presidente
Jorge Barbosa
 

Mais de Jorge Barbosa (20)

Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação PrioritáriaIdeias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
 
Assuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na EducaçãoAssuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na Educação
 
Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14
 
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaProposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
 
Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015
 
Relatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao EspecialRelatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao Especial
 
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaSentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
 
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosAfetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
 
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
 
Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014
 
guião reforma estado
guião reforma estadoguião reforma estado
guião reforma estado
 
A Ética - Espinosa
A Ética - EspinosaA Ética - Espinosa
A Ética - Espinosa
 
A Cidade
A CidadeA Cidade
A Cidade
 
Velha do Postigo
Velha do PostigoVelha do Postigo
Velha do Postigo
 
Revolução kantiana
Revolução kantianaRevolução kantiana
Revolução kantiana
 
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesO Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
 
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recenteEstado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
 
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MECComunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MEC
 
Introdução a Espinosa
Introdução a EspinosaIntrodução a Espinosa
Introdução a Espinosa
 
Comunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteComunicacão do Presidente
Comunicacão do Presidente
 

Último

Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...
Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...
Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...
Luana Neres
 
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptxApresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
JulianeMelo17
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e MateusAtividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Mary Alvarenga
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
KeilianeOliveira3
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
Escola Municipal Jesus Cristo
 
ptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultos
ptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultosptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultos
ptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultos
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Mary Alvarenga
 
LIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptx
LIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptxLIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptx
LIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptx
WelidaFreitas1
 
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e ZCaça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Mary Alvarenga
 
HISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptx
HISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptxHISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptx
HISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptx
WALTERDECARVALHOBRAG
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Ligia Galvão
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
NatySousa3
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
IsabelPereira2010
 
Planejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamental
Planejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamentalPlanejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamental
Planejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamental
ericalara2620
 
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptxRoteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
pamellaaraujo10
 
proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
Escola Municipal Jesus Cristo
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Luana Neres
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
MatildeBrites
 

Último (20)

Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...
Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...
Aula 2 - 6º HIS - Formas de registro da história e da produção do conheciment...
 
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptxApresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e MateusAtividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
 
ptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultos
ptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultosptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultos
ptoposta curricular de geografia.da educação de jovens a e adultos
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
 
LIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptx
LIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptxLIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptx
LIÇÃO 9 - ORDENANÇAS PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO.pptx
 
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e ZCaça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
 
HISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptx
HISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptxHISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptx
HISTÓRIA DO CEARÁ MOVIMENTOS REVOLUCIONARIOS NO CEARÁ.pptx
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
Planejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamental
Planejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamentalPlanejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamental
Planejamento anual de Arte.docx-3° ano fundamental
 
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptxRoteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
 
proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...proposta curricular  ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
proposta curricular ou plano de cursode lingua portuguesa eja anos finais ( ...
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
 

Dimensão Ético-Politica

  • 1. Filosofia DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA JORGE NUNES BARBOSA  iBooks Author
  • 2. • CAPÍTULO 1 • DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA O filósofo não cria a moral; reflecte sobre a que já existe, critica-a, depura-a e sistematiza-a, mas não a inventa.  iBooks Author
  • 3. FILOSOFIA ética como uma realidade se distingue do pensamento que sobre ela se exerce. Numa primeira aproximação, A Dimensão Ético-Política. podemos, então, dizer que a ética é uma reflexão sobre a 3 Março 2009 moral. Assim sendo, a moral é um conjunto de princípios, normas, juízos e valores de carácter prescritivo que, vigentes numa dada sociedade, são interiorizados pelos seus membros, antes de qualquer reflexão sobre o seu Intenção Ética e Norma Moral. significado e a sua importância. Por seu turno, a ética será a reflexão sobre essa esfera da conduta humana, Ética e Moral. tendo por finalidade encontrar o agir bem, a vida orientada pelo bem. Reflectindo sobre a conduta e o “Os especialistas de filosofia moral não se entendem comportamento dos seres humanos, sob o prisma da quanto à repartição do sentido entre os termos moral e bondade e da maldade, da justiça e da injustiça, a ética ética. A etimologia é, a este propósito, inútil, na medida propõe-se encontrar o sentido moral da vida, com vista em que um dos termos vem do latim e outro do grego e à sua realização. os dois se referem, de uma maneira ou de outra, ao domínio comum dos costumes.” Paul Ricoeur. Existe, por conseguinte, um primado da ética sobre a moral. A lei moral, a norma, será apenas um meio para O texto indica-nos que a etimologia dos termos moral e se alcançar a verdadeira finalidade, isto é, uma vida ética não é suficiente para clarificar as diferenças que moralmente realizada. existem entre eles. Moral provém do latim, enquanto ética provém do grego e tinham nas suas línguas de A disciplina que reflecte sobre essa finalidade é, origem significados muito semelhantes. No entanto, na obviamente, a ética. Por isso, cabe à ética estudar os linguagem filosófica habitual, a moral distingue-se da comportamentos e os diversos códigos morais, 2  iBooks Author
  • 4. analisando os problemas morais e proporcionando Esta tarefa do filósofo revela-nos a importância da ética princípios e critérios que justifiquem estas ou aquelas na nossa vida. Ela ajuda-nos a fazer avaliações morais normas. mais justas, a fundamentar racionalmente as nossas Nesse sentido, a moral é objecto da ética ao nível da decisões, a conhecermo-nos melhor e a aperfeiçoarmo- fundamentação, proporcionando à ética um conjunto de nos, possibilitando-nos um maior discernimento em códigos e normas sobre os quais ela reflecte. Sendo uma matéria de moral individual e no âmbito da moral reflexão teórica sobre a moral, a ética fornece a pública. Em especial, recorremos à reflexão ética, justificação e a validação da moral, influenciando assim quando se nos deparam dilemas morais. Dilemas os comportamentos e as atitudes. Ela analisa a morais são conflitos de valores, que decorrem da natureza, a função e o valor dos juízos morais, circunstância de esses valores se revestirem de idêntica ajudando-nos a fazer avaliações morais mais importância. ponderadas, quer quanto ao comportamento alheio e ao Um exemplo simples permite perceber este problema. papel das instituições, quer, sobretudo, quanto ao nosso Suponhamos que um amigo nosso cometeu um roubo. comportamento e às nossas decisões. Se nos inquirirem quanto ao crime, devemos denunciar “O filósofo não cria a moral; reflecte sobre a que já o nosso amigo ou não? A verdade e a amizade são os existe, critica-a, depura-a e sistematiza-a, mas não a dois valores que aqui estão em conflito. inventa. O que faz é: Existem inúmeras situações na nossa vida que nos ✓ Analisar a linguagem da moral. colocam perante estes conflitos: a eutanásia, o aborto, a fecundação in vitro, a poluição ambiental, etc., ✓ Mostrar o carácter moral do homem representam outras tantas situações que nos colocam individualmente e em comunidade. perante a necessidade de reflexão ética, sublinhando a ✓ Rever filosoficamente a moral histórica já criada sua importância, não só na esfera individual, como e, especificamente, os problemas morais da também no domínio público. actualidade.” (Paul Ricoeur) 3  iBooks Author
  • 5. normas exteriores, nem sempre coincidentes com a Intenção Ética e Norma Moral. interioridade. Assim, a intenção é avaliada pela norma. Sendo objecto de estudo teórico por parte da ética, as A norma será o padrão de medida, servindo de modelo normas morais servem de guias de acção, embora não de comportamento a nível social. Uma vez que o sejam absolutas e estejam sempre sujeitas a posterior indivíduo vive sempre inserido numa sociedade, a qual revisão. Se as normas conduzem a impasses práticos, se rege por códigos de conduta institucionalizados que então é preciso recorrer à intenção ética para as aplicar servem de padrão ou medida de avaliação das acções ou, até, reformular. praticadas pelos diversos membros, a intenção ética confronta-se necessariamente com o contexto moral Mas qual é a diferença entre intenção e norma? próprio dessa cultura. “As minhas intenções são inclinações conscientemente Assim sendo, enquanto a intenção representa o lado aceites e assumidas por mim. (...) A intenção é sempre pessoal e íntimo da acção, as normas são intenção de realizar algo, é sempre activa, implica uma institucionalizadas, suprapessoais, encontrando-se fora certa tensão, tendo em vista a realização de uma acção do indivíduo, embora este as interiorize. (...). Quando tencionamos realizar algo, pomo-nos numa certa tensão para executar o que Enquanto a intenção é da responsabilidade do sujeito tencionamos.” (Paul Ricoeur) da acção, remetendo para a sua autonomia, a norma impõe-se a partir do exterior, remetendo para a Se a intenção é conscientemente aceite e assumida por heteronomia. Enquanto a intenção é conscientemente mim, então isso significa que ela é o fundamento assumida, as normas integram-se em códigos, servindo interior da acção. Mas nem toda a intenção pode ser de modelos de avaliação das acções e tendo subjacentes satisfeita; ela confronta-se com os costumes e com as a si um conjunto de valores socialmente legitimados. 4  iBooks Author
  • 6. Em conclusão, importa sublinhar que as normas obrigam, porque expressam valores em que a sociedade acredita e o indivíduo também, desde que já tenha passado pelo processo de socialização e integrado esses valores. É por isso que, em parte, as alternativas morais individuais já se encontram canonizadas, havendo uma coincidência dos códigos externos com a nossa autodeterminação. Mas nem todas as normas são universais. Os dilemas morais servem de exemplo disso mesmo. Além disso, poderão existir certas normas sociais que será sensato questionar, sobretudo se puserem em causa a dignidade da pessoa humana. 5  iBooks Author
  • 7. • CAPÍTULO 2 • A DIMENSÃO PESSOAL E SOCIAL DA ÉTICA – O SI MESMO, O OUTRO E AS INSTITUIÇÕES A opinião que cada um tem de si mesmo reflecte a opinião dos outros sobre si, ou, para sermos mais rigorosos, reflecte a maneira como cada indivíduo imagina que os outros o avaliam.  iBooks Author
  • 8. A Dimensão Pessoal e Social da Ética – o si Cada sociedade possui uma série de normas, acerca dos mesmo, o outro e as instituições. comportamento desejáveis e indesejáveis, que os indivíduos devem ou não realizar. Além disso, a moral Ser Humano – ser de interacção. também não teria sentido, se não houvesse da parte do indivíduo, integrado na sociedade, o desejo de uma vida O ser humano constrói a sua identidade pessoal através melhor e mais perfeita. Este desejo articula-se com a da interacção social. É um ser relacional. Segundo Paul auto-estima, que conduz ao reconhecimento da Ricoeur, a ética distribui-se por três pólos em reciprocidade. interacção: De facto, o si só de reconhece a si mesmo na vivência ➡ O pólo-eu com e para os outros. A auto-estima dará lugar à ➡ O pólo-tu solicitude, quando o outro aparece diminuído na sua capacidade de agir. A solicitude permite reduzir as ➡ O pólo-ele. desigualdades na relação com os outros. Este último refere-se às instituições. Sendo assim, a Mas esta relação é, na maior parte das vezes, mediada felicidade individual constrói-se na relação com os pelas instituições. São as instituições que permitem a outros, através de instituições justas. Uma vida aplicação da justiça, por forma a garantirem a realizada e feliz é o fim último da acção moral. Mas, igualdade, mas respeitando as diferenças. para além destas três dimensões, não podemos esquecer a Natureza, enquanto morada na qual decorre a existências humana. Do Si Mesmo à Consciência Moral. A ética e a moral não teriam, portanto, qualquer sentido A expressão si mesmo designa o conceito ou a imagem se o ser humano não fosse um ser natural e se não que o indivíduo tem de si mesmo, isto é, a percepção vivesse em comunidade. que cada indivíduo tem a respeito de si próprio. A 7  iBooks Author
  • 9. construção desta representação é complexa e vai é a intuição dos nossos pensamentos, sentimentos e evoluindo ao longo do tempo. estados psíquicos. Ora, a consciência possui a Em última análise, a ideia que cada um tem de si capacidade de se desdobrar, ou seja, ela é consciência mesmo é equivalente ao auto-conceito e à consciência das coisas exteriores e também é consciência de si. de si como pessoa com identidade própria. Esta Assim, a consciência moral é uma espécie de juiz representação é constituída por duas dimensões: interior, que ordena o que deve o não deve ser feito, ➡ A auto-imagem. tendo em conta a realização do bem e o impedimento do mal. Ela aparece como uma força crítica relativamente à ➡ A auto-estima. acção. Enquanto a auto-imagem se refere ao modo como a Mas consciência moral não se forma de uma vez por pessoa se vê a si própria, ao nível das suas todas. Ela é fruto de uma lenta evolução. Esta evolução características corporais, psicológicas e relacionais, a depende do desenvolvimento cognitivo, das relações auto-estima diz respeito ao valor que a pessoa atribui a sociais que o indivíduo estabelece e do meio si própria. sociocultural onde vive. Por outro lado, a opinião que cada um tem de si mesmo De um modo geral, podemos dizer que a consciência reflecte a opinião dos outros sobre si, ou, para sermos moral evolui da heteronomia para a autonomia, ou seja, mais rigorosos, reflecte a maneira como cada indivíduo começamos por interiorizar as normas e obedecemos- imagina que os outros o avaliam. lhes por medo de castigo – heteronomia -, e esta O si mesmo vai-se organizando e estruturando em situação evolui para um patamar mais elevado, ao qual função das experiências. O sujeito interpreta estas nem todos chegam, que consiste em nos auto- experiências, a partir da sua própria consciência. determinarmos em função de princípios e valores O que é, então, a consciência? É o conhecimento mais morais justificados de forma racional – autonomia. ou menos claro e imediato daquilo que se passa em nós; 8  iBooks Author
  • 10. Para além de tudo o mais, a consciência moral é uma ou optar pelo Mal. Destas escolhas, obteremos ou a presença intermitente, porque só intervém quando satisfação do dever cumprido ou o remorso do seu temos de enfrentar problemas e conflitos de natureza incumprimento. moral. Mas a liberdade moral pode também ser encarada a um outro nível. Liberdade. Com efeito, ao assumir a responsabilidade por uma Sendo dotados de consciência moral, podemos optar determinada acção, estou também a assumir a livremente. autonomia e o poder para dar a mim próprio uma lei moral. Tendo consciência das consequências dos nossos actos, podemos ser responsabilizados por eles. Deste modo, sou um legislador moral e detenho uma autonomia e independência em relação às leis da Em que consiste, então, a liberdade moral? natureza. A experiência mostra-nos que alguns dos nossos actos Sendo assim, serei livre, por uma lado, enquanto escapam ao domínio da razão, sendo provocados por manifesto a minha independência relativamente aos forças e causas que não somo capazes de controlar. desejos naturais e às inclinações egoístas, e, por outro Além disso, existem acções involuntárias que só lado, enquanto desenvolvo uma atitude de submissão às dificilmente poderemos fazer depender da nossa lei morais que dou a mim próprio. liberdade. Ainda assim, não deixamos de nos considerar livres. O Outro e a Responsabilidade. Sentimo-nos detentores de uma liberdade interior, que escapa a qualquer coacção externa. Isto significa que Agindo livremente, somo responsáveis pelas nossas podemos respeitar ou infringir as normas morais, acções. E o que é a responsabilidade? podemos cumprir ou não o nosso dever, escolher o Bem 9  iBooks Author
  • 11. Em termos do Direito Civil, a responsabilidade é a nossa relação com os outros. Por isso, somos também obrigação de reparar o mal feito a alguém. Em termos responsáveis perante o outro. de Direito Penal, exprime a situação daquele que pode Mas quem é o outro? ser punido por um delito ou por um crime. Em muitos discursos filosóficos contemporâneos, o ser Na filosofia e na moral, a responsabilidade é a humano passou a ser definido essencialmente como consciência de se ser autor de determinado acto ou relação. Ao primado do indivíduo, sobrepõe-se o objecto. É facto de o indivíduo ter de responder pelos primado da relação, do encontro, da comunicação, da seus actos, assumindo-os e reconhecendo-se autor recirpocidade. deles. ➡ O sermos-uns-com-os-outros é um dado A quem pedir responsabilidades? primário da existência humana. O outro é À pessoa, naturalmente, porque é livre e capaz de imprescindível à constituição do eu. O outro é o discernir o bem do mal. Ainda assim, podemos admitir meu semelhante, sendo, ao mesmo tempo, a existência de uma partilha de responsabilidades por diferente de mim. Na minha relação com ele, parte de várias pessoas envolvidas numa acção comum. posso encará-lo sob três aspectos: É o que alguns autores designam de responsabilidade ➡ Como concorrente. – o outro é aquele com solidária. quem nada tenho a ver, aquele que disputa o Perante quem somos responsáveis? meu lugar e contra quem tenho de competir, Desde logo, somos responsáveis perante nós mesmos e numa relação de conflito, por vezes até de perante a nossa consciência. aniquilação. (escusado será dizer que, a este nível, não existe preocupação ética). Cada um dos nossos actos contribui para a construção de nós próprios. Por outro lado, esses actos definem a ➡ Como elemento de um contrato. – certas teorias sociopolíticas consideram que os indivíduos são mónadas que estabelecem 10  iBooks Author
  • 12. contratos entre si, uma vez que não podem benefícios usufruímos. Além disso, somos responsáveis sobreviver uns sem os outros. A relação com o para com as gerações futuras. A nossa acção de hoje não outro é apenas acidental e estratégica, deve comprometer a sobrevivência humana no futuro. reduzindo-se a um pacto de não agressão, uma A relação intersubjectiva (relação eu-tu) passa forma de assegurar a defesa de interesses sobretudo pelo diálogo, num contexto social, distintos e antagónicos. caracterizado pela existência de instituições. ➡ Como um tu-como-eu. – quando o outro for Instituições, perante as quais temos uma dívida visto como um outro eu, a quem se concede a cultural. dignidade de pessoa. Só assim estaremos diante E o que são instituições, afinal? dessa dimensão ética de sermos uns-com-os- São conjuntos de convenções ou regras constitutivas, outros. Nas experiências do acolhimento, do que definem e determinam posições e relações numa amo r, da am izade é que se de scobre área determinada de modo convencional. Ou seja. As autenticamente essa dimensão, reconhecendo- instituições estabelecem, através de regras, os papéis e se o outro como um valor absoluto, com os estatutos de cada indivíduo, impondo limites e dignidade própria. obrigações. Reconhecendo no outro essa dignidade, sou capaz de Desde a família às instituições educativas, económicas, ver nele uma identidade distinta, um universo de políticas, culturais, religiosas, o objectivo destas significações diferentes do meu, exigindo da minha diferentes esferas consiste em regular e pautar as parte uma atitude ética. relações interpessoais. Por isso, na vida em sociedade, o O outro possui direitos e perante ele devo assumir os agir individual encontra-se mais ou menos meus deveres. institucionalizado, o que significa que existem regras de Temos uma responsabilidade actual perante o outro que comportamento que definem o que é aceitável ou vive sob o nosso encargo e perante a sociedade, de cujos reprovável. 11  iBooks Author
  • 13. É neste contexto que podemos falar de consciência cívica. Inseparável da consciência moral, ela refere-se à convivência social. A consciência cívica é, portanto, o que nos permite compreender as regras e normas institucionais, mas também pôr essas regras em causa, em função da nossa consciência moral. 12  iBooks Author