Este documento discute vários temas relacionados à pós-modernidade e autores associados a ela, como Gilles Deleuze, Félix Guattari e Jacques Derrida. Aborda conceitos como empirismo, subjetividade, máquinas desejantes, agenciamento e desconstrução.
Apresentação sobre as etapas do desenvolvimento infantil
Gilles Deleuze, Felix Guattari e Jacques Derrida
1. Gilles Deleuze Felix Guattari Jacques Derrida
Discentes: Denise C. B. De Oliveira;
Graziela S. Ferreira; Manoel Messias S.
Oliveira; Maria Mercedes G. Daboin;
Roque L. Bispo; Tâmara F. Silva
PROGRAMA DE DOUTORADO MULTI-INSTITUCIONAL E MULTIDISCIPLINAR EM DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
11/05/2021
Disciplina: Metodologia de Análise Cognitiva
Professores: Maria Raidalva Barreto e Marcelo Pereira
3. A pós-modernidade surge
quando a civilização industrial
supera seu poder criativo
pela sua força destrutiva.
Simbolicamente, às 8:15 de 06/08/1945.
4. A pós-modernidade, pode ser definida a partir
das mudanças sociais, culturais, artísticas,
filosóficas, científicas e estéticas que surgiram
após a Segunda Guerra Mundial.
• Crise das narrativas totalistas
• Cristianismo, Iluminismo e Marxismo
• Crise da verdade, da certeza e das utopias
Características do pensamento pós-moderno: Irracionalismo;
Antifundacionismo, negação quanto a um princípio universal , ou seja, a
favor do RELATIVISMO
5. Gilles Deleuze - Filósofo francês
Representante da Filosofia continental e
pós estruturalismo
Autonomia da Filosofia
Tarefa de “criar conceitos”
Crítica radical ao complexo de Édipo
Trabalhos de Deleuze são de 2 grupos:
Monografias: interpretando filósofos
modernos
Obras artísticas: exploração de temas
filosóficos ecléticos Gilles Deleuze
1925 –1995
7. Necessário que o espírito seja afetado: essa é a condição que torna possível o
conhecimento.
Para Hume verdadeiro sentido de entendimento é tornar sociável uma ideia.
Imaginação é faculdade humana: a imaginação não é um agente que determina,
mas um lugar que é preciso localizar, fixar, ela é determinável.
Nada se faz pela imaginação, tudo se faz na imaginação.
A constância e uniformidade estão somente na maneira pela qual as ideias são
associadas na imaginação
Princípios da Associação:
• Contiguidade
• Semelhança
• causalidade
Associação é uma regra da imaginação, não um produto, ela guia a imaginação.
Natureza humana é a única ciência do homem.
8.
9. Consciência moral é consciência política
Uma regra tem dois polos: forma e conteudo; conversação
e propriedade; sistemas dos bons costumes e estabilidade
de posse.
A imaginação com interpretação diferente da tradição
filosófica.
A ideia da subjetividade é a reflexão da afecção na
imaginação, é a própria regra geral.
10. Religião: como um exemplo onde encontramos todas
as significações que atribuímos sucessivamente às regras
gerais
O sentimento
religioso
Teísmo => Tem sua fonte na
unidade do espetáculo da
Natureza
Politeísmo => Tem sua fonte na
diversidade das paixões,
irredutibilidade das paixões sucessivas
11. A crença na existência dos corpos se decompõe em vários
momentos:
1. Princípio de identidade
2. A diferença entre a imaginação e a razão é devinda contradição.
• Imaginação => Igual / Refuta o diferente
• Reflexão => Percepções semelhantes, existências descontínuas e
diferentes
Para Hume, a Contradição se afirma entre:
• a extensão e a reflexão,
• a imaginação e a razão,
• os sentidos e o entendimento
12. O autor fala do Sistema
Filosófico que afirma: os
objetos e as percepções
são diferentes
13. Dado:
• Fluxo do sensível
• Coleção de impressões de imagens
• Conjunto de percepções
Empirismo:
Parte da experiência de uma coleção,
de uma sucessão de percepções
distintas
Tudo que é separável é discernível e
tudo que é discernível é diferente
• Essência do
empirismo no
problema preciso da
subjetividade
• Crer e Inventar : faz o
sujeito como sujeito
(Antes, com Hume, havia
a crença e o Hábito. Com
Deluze se une a
invenção)
14.
15. Portanto, Para David Hume:
O conhecimento parte e deriva dos sentidos, opondo-se ao
racionalismo cartesiano, negando que derive da razão.
Aí ele fala das Percepções:
“podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes
ou tipos, que se distinguiram pelos diferentes graus de força e vivacidade.
As menos intensas e vivas são comumente designadas pensamentos ou
ideias. O outro tipo carece de nome em nossa língua […] usaremos, pois, de
um pouco de liberdade e chamemos-lhes de impressões” (HUME, 1998, p.
24).
Para ele, percepções provocam impressões e estas são mais intensas e
presentes (sensações e emoções) e as ideias derivam delas, ou seja, são
produzidas a partir das impressões, como se fossem cópias das impressões
guardadas na memória.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22. Félix Guattari foi um filósofo
francês considerado um pensador
multifacetado, polêmico e aventureiro,
que passeava entre muitos artistas,
obras, partidos e movimentos sociais.
Félix Guattari
1930 – 1992
23. Em 1964, uns anos antes de iniciar a sua
colaboração com Gilles Deleuze, Félix
Guattari apresenta a Transversalidade.
Critica a redução desta multiplicidade e
alerta contra a psicologização dos
problemas sociais.
Entende que os problemas
psicopatológicos não podem ser
pensados fora do universo social.
24. Em Revolução Molecular, Guattari reflete sobre a
constituição da subjetividade dos indivíduos em meio à
complexa situação contemporânea vinculada a uma "Terceira
Revolução Industrial”.
Estas transformações vão configurando uma situação bastante
distinta da modernidade industrial, situação essa que é
caracterizada por vários analistas como pós-industrial ou pós-
moderna.
Para Guattari:
as associações têm que ter um papel de reinvenção da vida social e não
funcionarem só como corrente de transmissão do Estado.
a reapropriação dos saberes passa pela utilização das novas tecnologias da
inteligência, portadoras de transversalidade.
25. PARCERIA COM DELEUZE
• Guattari, juntamente com Deleuze, escreveu
mais de 40 livros, sobre os mais variados e
amplos aspectos da realidade (natural, social,
subjetiva e tecnológica).
• Esta teoria pode refundamentar inumeráveis
práticas (filosóficas, pedagógicas, médicas,
psicológicas, sociais, artísticas etc.).
• Critica a psicanálise nas suas implicações sobre
o desejo e o inconsciente e fundamentalmente
crítica a teoria do Édipo e tudo aquilo que
existe de reducionista na teoria freudiana.
26. A ECOSOFIA E AS TRÊS
ECOLOGIAS
As práxis ecológicas evocadas por
Guattari são definidas como:
Ecologia subjetiva ou mental
Ecologia social
Ecologia do meio ambiente
27. CARTOGRAFIA DO DESEJO
• A cultura enquanto esfera autônoma existe a nível dos
mercados de poder, dos mercados econômicos, e não a nível
da produção, da criação e do consumo real.
• A palavra cultura teve vários sentidos no decorrer da
História;
• Seu sentido mais antigo e o que aparece da expressão
"cultivar o espírito".
Designada em:
• "Sentido A" e "cultura-valor“
• "Sentido B" e a cultura-alma coletiva“
• “ Sentido C" e a cultura de massa ou "cultura-mercadoria".
28. A Filosofia é vista como uma atividade
inventiva, entendida de Geofilosofia.
A Filosofia não é interdisciplinar, é por si
só, uma disciplina completa.
A filosofia difere da ciência e da logica as quais são
regidas por funções em um plano de referência e com
observações parciais; e da arte a qual é regida por preceitos
e afetos, em um plano de composição de figuras estéticas.
29. A Geofilosofia abrange o conceito, o plano
de imanência e a personagem conceitual.
• Plano de imanência: é a base onde está o
conceito
• Personagem conceitual: é o devir ou o
sujeito de uma filosofia, é quem articula os
conceitos e faz com que eles de movimentem
dentro do plano de imanência.
• O conceito: é criação e é distanciado da
noção de definição.
30. A MÁQUINA
EM GUATTARI
https://razaoinadequada.com/2013/05/10/deleuze-maquinas-desejantes/
O conceito de máquina surge na teoria guattariana com o
propósito de substituir o conceito de estrutura.
Ele se remete às ideias de produção, processualidade,
singularização, de produção de diferença ou diferenciação.
Máquina é tudo aquilo que se associa ao homem através de múltiplos
maquinismos, como por exemplo, os componentes materiais; os componentes
energéticos; os componentes semióticos; os componentes sociais.
Para o autor as máquinas podem ser ao mesmo tempo
técnicas, sociais e abstratas.
Máquinas Técnicas: se caracterizam como elemento não
humano mas construída pelo homem.
Máquinas Sociais: referem-se a instituições ou “equipamentos
coletivos”.
Máquinas Abstratas: os mais variados sistemas de signos que
atravessam diversos conjuntos maquinicos permitindo-lhes uma
comunicação transversal.
31. • É produzida, não é inata
• Subjetividades são
produzidas por instâncias:
individuais, coletivas e
institucionais.
• Ela se relaciona com o
modo como o sujeito se
conecta com elementos do
cotidiano e como é afetado
pela sociedade.
Subjetividade
O agenciamento é antes de tudo um
ACONTECIMENTO multidimensional.
É uma relação de conveniência que se refere ao
bom funcionamento de elementos diferentes ou
heterogêneos (de natureza diferente).
Todo agenciamento incide sobre uma dupla
dimensão:
1) Uma dimensão relativa às modificações corporais (ações e
paixões) ou estados de coisas que efetuam um acontecimento,
remetendo-os a uma formação de potências;
2) Uma outra dimensão relativa às transformações incorporais
ou enunciados de linguagem (atos) que efetuam o
acontecimento na sua face incorporal e que remetem a um
regime coletivo de enunciação.
Agenciamento
32. • Teórico e filósofo francês, nascido na
Argélia;
• Suas áreas de estudo incluem Filosofia,
Crítica literária e Teoria literária;
• Estudou Filosofia em Paris, na École
Normale Superieure;
• Recebeu uma grande popularidade e
muitas críticas por suas teorias e estilo
de escrita;
• Publicou mais de 40 livros, além de
ensaios e apresentações públicas;
• Seus escritos influenciaram vários
ativistas e movimentos políticos.
Jacques Derrida
1930 – 2004
33. Compromissos políticos:
• Oposição ao apartheid e defesa de Nelson
Mandela;
• Apoio a imigrantes ilegais; casamento entre
pessoas do mesmo sexo;
• Contra a repressão dos regimes comunistas.
Derrida é suporte teórico fundamental
• do feminismo;
• dos estudos sobre pós-colonialismo;
• Crítica literária, Direito e até da Arquitetura
34. Influências: Nietzche, Heidegger, Platão
O mundo plural, com representações múltiplas,
não possui verdades absolutas e sim, relativas.
os homens estão profundamente
imersos em ilusões e fantasias, seus
olhos apenas tocam a superfície das
coisas e veem "formas"; suas
sensações de forma alguma o levam à
verdade mas se contentam em receber
estímulos e, por assim dizer, em
brincar de esconde-esconde atrás das
coisas (NIETZSCHE, 1911, p. 175).
35. Logocentrismo
• Razões centrais – Deus, o homem e a
verdade, para conhecer e compreender as
“coisas” do mundo.
• Derrida: para entender algo é necessário
entender o seu oposto e, a partir da junção
desses opostos podemos obter a verdade.
Deus x Diabo
homem x mulher;
verdade x mentira
• O mundo plural, com representações
múltiplas, não possui verdades absolutas e
sim, relativas.
Norteia todo o pensamento
saussuriano:
Prestígio da fala em
relação à escrita =
hierarquia da oposição
"fala/escrita“
hierarquia da oposição
"significado/significante".
Fonocentrismo
36. “A escrita dita fonética não pode funcionar, por princípio e por direito, e
não apenas por uma insuficiência empírica ou técnica, senão admitindo
em si mesma "signos" não-fonéticos (pontuação, espaçamento etc.) dos
quais, se lhe examinássemos a estrutura e a necessidade, rapidamente
nos aperceberíamos que toleram bastante mal o conceito de signo”
(DERRIDA, 1991, p. 36).
43. Signo = significante + significado
Essa ideia não é suficiente
Derrida propõe:
Signo = significante + relações de significado
+ relações de significado + relações de
significado + ...
46. Os signos representam ideias, conceitos,
valores... inseridos em discursos
Galinha! (valor pejorativo que desqualifica a mulher)
Garanhão! (valor atributivo de qualidade ao homem)
47. “as diferentes significações de
um texto poderão ser
descobertas, decompondo a
estrutura da linguagem na
qual ela é redigida. Desta feita,
Derrida estima que a
desconstrução seja uma
“prática narrativa” (MENESES,
2013, p.195).
Différence
Différance
48. Différance
Está na différance o desencadear constante
das diferenças que permeiam as palavras,
permitindo que elas se correspondam entre
si através da presença do outro.
Ex.: infinito
imensurável, ilimitado, absoluto
finito, limitado, relativo
50. A desconstrução é uma forma de linguagem que não se prende a uma estrutura ou a um
conceito, mas se dá na fenda, na abertura (ANDRADE, 2016).
Derrida não aceita os conceitos pré-estabelecidos.
Nada tem que ser aceito como verdade absoluta.
Temos várias interpretações do mundo.
As verdades são relativas.
Desconstrução não é destruição.
51. DESCONSTRUÇÃO DO ESTRUTURALISMO
Estrutura binária
Homem/mulher
Corpo/alma
Certo/errado
Fala/escrita
Deus/diabo
Dentro/fora
Não -estrutura
Para que a desconstrução
ocorra é preciso que haja a
flexibilização de todas essas
rígidas oposições conceituais.
Bem/mal
52. Derrida busca com o conceito
de DESCONSTRUÇÃO uma nova
forma de ler o mundo, de ler
uma realidade.
53. Referências:
ANDRADE, Edilamara Peixoto de. Entre o estruturalismo e a desconstrução: uma reflexão acerca do pensamento de Jacques
Derrida em força e significação. Theoria - Revista Eletrônica de Filosofia Faculdade Católica de Pouso Alegre. Volume VIII – N. 19 -
Ano 2016 – ISSN 1984-9052 .
AGOSTINHO, L. D. Guattari: Máquinas e sujeitos políticos. Trans/Form/Ação. Marilia, v.43, n.1, p.103-126, jan./mar. 2020.
CAMARGO, A.C. Felix Guattari: Subjetividade, Capitalismo e Educação. Dissertação de Mestrado, Programa se Pós-Graduação em
Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 2010.
DELEUZE, G. Empirismo e Subjetividade: ensaio sobre a natureza humana segundo Hume (LB L. Orlandi, trad.). São Paulo: Editora,
v. 34, 2001.
DERRIDA, Jacques. Margens da filosofia. Tradução Joaquim Torres Costa, António M. Magalhães; Revisão técnica Constança
Marcondes Cesar. Campinas, SP: Papirus, 1991.
_______. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1973.
GUATTARI, F. As três ecologias. Trad. Maria Cristina F. Bittencourt. Campinas: Papirus, 2009, 56p. 20ª ed.
MENESES, Ramiro Délio Borges de. A desconstrução em Jacques Derrida: o que é e o que não é pela estratégia. In: Universitas
Philosophica 60, Año 30, enero-junio 2013: 177-204. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/unph/v30n60/v30n60a09.pdf.
Acesso em: 20 abr. 2021.
NIETZSCHE, F. (1911). On Truth and Falsity in Their Ultramoral Sense. In Early Greek Philosophy & Other Essays (trad. de M. A.
Mugge). Londres e Edimburgo: T. W. Foulis, pp. 173-192.
RODRIGUES, Carla. Jaques Derrida: pensar a desconstrução. In: Revista Brasileira de Literatura Comparada, v. 8, n. 9, 2006. p.
330-335. Disponível em: https://revista.abralic.org.br/index.php/revista/article/view/148/151. Acesso em: 28 abr. 2021.
ROLNIK, Suely; GUATTARI, Félix. Micropolítica: cartografias do desejo. Buenos Aires: Tinta Limón, 2006.
Notas do Editor
https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/bomba-atomica.htm
(Fonte da foto)
As palavras abarcam discursos valorativos: Galinha! (insulto à mulher, desvalorização do feminino); Garanhão!! (gabando o homem)