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INFLAÇÃO

2. Ela é boa ou ruim?

Descontrolada, a inflação corrói os salários, principalmente do trabalhador de menor renda,
que não consegue investir e proteger o poder de compra do dinheiro. Todos perdem a noção
de valor das coisas. Um comerciante não sabe quanto cobrar pelas mercadorias: preços
baixos estimulam as vendas, mas não geram renda para repor os estoques; preços altos
afastam os consumidores. Inflação zero também é ruim, pois significa que não há sobra para
investimentos que aumentam a produção e o nível de emprego.
Uma taxa baixa e controlada — entre 2% e 4% ao ano — leva ao crescimento gradual da
economia. O leve aumento de preços gera lucro e as empresas podem reinvestir na produção.

3. Como se controla?
Atualmente o principal mecanismo de controle da inflação é a chamada taxa de juros básica
da economia, definida periodicamente pelo Comitê de Política Monetária do Ministério da
Fazenda. Quando ela sobe, cai o volume de dinheiro em circulação no país, pois aumenta o
interesse das pessoas em poupar e receber os juros pagos pelas aplicações financeiras. Ao
mesmo tempo, a procura por empréstimos fica menor e os preços tendem a baixar com o
pouco consumo. Resultado: a inflação vai perdendo a força. Já quando a taxa de juros é
baixa, consumir torna-se mais atraente do que poupar. O dinheiro volta a circular no
mercado, há mais procura por mercadorias e serviços e com isso os preços sobem. Outras
formas de manter a inflação sob domínio são a política cambial (relação entre o real e o dólar
ou outras moedas estrangeiras) e uma política econômica capaz de atrair investimentos
externos e, com isso, aumentar a produção de riquezas. A existência de estabilidade política
e de confiança no governo também ajuda, pois faz com que se instale um ambiente de
previsibilidade, permitindo aos donos do capital planejar seus gastos e antever o retorno de
seus investimentos.

O Brasil detém o recorde de ser o país que durante mais tempo viveu com preços
descontrolados. A inflação chegou a 1630% em 1989 e bateu em 2490% em 1993. Seis
planos econômicos e cinco trocas de moeda em sete anos tentaram domar o monstro, que
teve seu crescimento acelerado nos anos 1970, com o "milagre econômico". A meta era
crescer a qualquer custo. O poder público era o grande gerador de empregos, construindo
estradas e hidrelétricas, gastos que não geravam riqueza. Para cobrir suas despesas, o
governo emitia papel-moeda. Mais dinheiro em circulação dava sensação de alto poder
aquisitivo, mas não havia bens para atender à demanda por consumo. Com isso os preços
subiam. "Os salários se esfacelaram e a economia quase entrou em colapso", recorda-se o
economista José Dutra Sobrinho. Indústrias não investiam em produção, pois o mercado
financeiro dava mais retorno. O Plano Real, em 1993, quebrou esse círculo vicioso e fez com
que a inflação fosse mantida em patamares razoáveis. A Lei de Responsabilidade Fiscal,
aprovada em 2000, prevê punições para os governantes que gastarem mais do que o
arrecadado, o que inibe a volta da inflação causada pelo aumento dos gastos públicos.

4. Como se mede?
Institutos de pesquisa analisam quanto famílias de diversas faixas de renda gastam com
alimentação, roupas, aluguel, transportes, saúde, educação, lazer, comunicação e despesas
em geral. Com base nessa cesta básica, mostram a variação dos preços. A exceção é o IGP-M
da Fundação Getúlio Vargas, no qual esses gastos respondem por apenas 30% do índice. É
por isso que há vários números de inflação no país. Conheça os principais na tabela abaixo.
INDICE            INSTITUTO             BASE DE           LOCAL DA      PRINCIPAIS
                      MEDIDOR             APURAÇÃO           PESQUISA           USOS
     IPCA                IBGE          Custo de vida de        Nove          Base para o
Índice Nacional         Instituto         famílias que        capitais     Banco Central
 de Preços ao        Brasileiro de      recebem até 40                     fixar metas de
  Consumidor          Geografia e      salários mínimos                        inflação
     Amplo            Estatística
     INPC                IBGE          Custo de vida de        Nove          Sindicatos
Índice Nacional         Instituto        famílias com         Capitais     patronais, para
 de Preços ao        Brasileiro de      renda de até 8                         orientar
  Consumidor          Geografia e      salários mínimos                     reajustes de
                      Estatística                                              salários
     IPC                  Fipe         Custo de vida de       Município     Reajuste de
                       Fundação          famílias com          de São        aluguéis e
Índice de Preços     Instituto de      renda de até 20          Paulo       mensalidades
ao Consumidor          Pesquisas       salários mínimos                       escolares
                    Econômicas da
                          USP
    IGP-M                 FGV          Preços no atacado     Todo o país        Mercado
Índice Geral de        Fundação         (60%), custo de                       financeiro,
    Preços          Getúlio Vargas      vida de famílias                     reajuste de
                                       com renda de até                       aluguéis e
                                           33 salários                     como indexador
                                       mínimos (30%) e                         de tarifas
                                            preços da                       públicas (luz,
                                         construção civil                    água, etc.)
                                             (10%)
     ICV                Dieese          Média dos gastos      Município     Sindicato dos
Índice do Custo      Departamento      de famílias de três     de São      Trabalhadores,
    de Vida         Intersindical de   estratos de renda        Paulo      para reivindicar
                      Estatística e          média:                           reajustes
                        Estudos           1° R$ 377,40                        salariais.
                   Socioeconômicos        2° R$ 934,17
                                         3° R$ 2.792,90

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  • 1. INFLAÇÃO 2. Ela é boa ou ruim? Descontrolada, a inflação corrói os salários, principalmente do trabalhador de menor renda, que não consegue investir e proteger o poder de compra do dinheiro. Todos perdem a noção de valor das coisas. Um comerciante não sabe quanto cobrar pelas mercadorias: preços baixos estimulam as vendas, mas não geram renda para repor os estoques; preços altos afastam os consumidores. Inflação zero também é ruim, pois significa que não há sobra para investimentos que aumentam a produção e o nível de emprego. Uma taxa baixa e controlada — entre 2% e 4% ao ano — leva ao crescimento gradual da economia. O leve aumento de preços gera lucro e as empresas podem reinvestir na produção. 3. Como se controla? Atualmente o principal mecanismo de controle da inflação é a chamada taxa de juros básica da economia, definida periodicamente pelo Comitê de Política Monetária do Ministério da Fazenda. Quando ela sobe, cai o volume de dinheiro em circulação no país, pois aumenta o interesse das pessoas em poupar e receber os juros pagos pelas aplicações financeiras. Ao mesmo tempo, a procura por empréstimos fica menor e os preços tendem a baixar com o pouco consumo. Resultado: a inflação vai perdendo a força. Já quando a taxa de juros é baixa, consumir torna-se mais atraente do que poupar. O dinheiro volta a circular no mercado, há mais procura por mercadorias e serviços e com isso os preços sobem. Outras formas de manter a inflação sob domínio são a política cambial (relação entre o real e o dólar ou outras moedas estrangeiras) e uma política econômica capaz de atrair investimentos externos e, com isso, aumentar a produção de riquezas. A existência de estabilidade política e de confiança no governo também ajuda, pois faz com que se instale um ambiente de previsibilidade, permitindo aos donos do capital planejar seus gastos e antever o retorno de seus investimentos. O Brasil detém o recorde de ser o país que durante mais tempo viveu com preços descontrolados. A inflação chegou a 1630% em 1989 e bateu em 2490% em 1993. Seis planos econômicos e cinco trocas de moeda em sete anos tentaram domar o monstro, que teve seu crescimento acelerado nos anos 1970, com o "milagre econômico". A meta era crescer a qualquer custo. O poder público era o grande gerador de empregos, construindo estradas e hidrelétricas, gastos que não geravam riqueza. Para cobrir suas despesas, o governo emitia papel-moeda. Mais dinheiro em circulação dava sensação de alto poder aquisitivo, mas não havia bens para atender à demanda por consumo. Com isso os preços subiam. "Os salários se esfacelaram e a economia quase entrou em colapso", recorda-se o economista José Dutra Sobrinho. Indústrias não investiam em produção, pois o mercado financeiro dava mais retorno. O Plano Real, em 1993, quebrou esse círculo vicioso e fez com que a inflação fosse mantida em patamares razoáveis. A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000, prevê punições para os governantes que gastarem mais do que o arrecadado, o que inibe a volta da inflação causada pelo aumento dos gastos públicos. 4. Como se mede? Institutos de pesquisa analisam quanto famílias de diversas faixas de renda gastam com alimentação, roupas, aluguel, transportes, saúde, educação, lazer, comunicação e despesas em geral. Com base nessa cesta básica, mostram a variação dos preços. A exceção é o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, no qual esses gastos respondem por apenas 30% do índice. É por isso que há vários números de inflação no país. Conheça os principais na tabela abaixo.
  • 2. INDICE INSTITUTO BASE DE LOCAL DA PRINCIPAIS MEDIDOR APURAÇÃO PESQUISA USOS IPCA IBGE Custo de vida de Nove Base para o Índice Nacional Instituto famílias que capitais Banco Central de Preços ao Brasileiro de recebem até 40 fixar metas de Consumidor Geografia e salários mínimos inflação Amplo Estatística INPC IBGE Custo de vida de Nove Sindicatos Índice Nacional Instituto famílias com Capitais patronais, para de Preços ao Brasileiro de renda de até 8 orientar Consumidor Geografia e salários mínimos reajustes de Estatística salários IPC Fipe Custo de vida de Município Reajuste de Fundação famílias com de São aluguéis e Índice de Preços Instituto de renda de até 20 Paulo mensalidades ao Consumidor Pesquisas salários mínimos escolares Econômicas da USP IGP-M FGV Preços no atacado Todo o país Mercado Índice Geral de Fundação (60%), custo de financeiro, Preços Getúlio Vargas vida de famílias reajuste de com renda de até aluguéis e 33 salários como indexador mínimos (30%) e de tarifas preços da públicas (luz, construção civil água, etc.) (10%) ICV Dieese Média dos gastos Município Sindicato dos Índice do Custo Departamento de famílias de três de São Trabalhadores, de Vida Intersindical de estratos de renda Paulo para reivindicar Estatística e média: reajustes Estudos 1° R$ 377,40 salariais. Socioeconômicos 2° R$ 934,17 3° R$ 2.792,90