O documento discute os sistemas de custeio nas empresas industriais, incluindo o custeio global, variável e racional. O custeio global considera todos os custos fixos e variáveis, enquanto o custeio variável só considera custos variáveis. O custeio racional imputa custos fixos com base na atividade real versus a atividade normal. Exemplos ilustram como calcular os custos unitários e demonstrar resultados financeiros usando esses diferentes métodos.
1. Índice
Introdução......................................................................................................................... 2
Objectivos......................................................................................................................... 3
Objectivo geral ................................................................................................................. 3
Objectivos específicos...................................................................................................... 3
Metodologia...................................................................................................................... 3
Custos ............................................................................................................................... 4
Classificação dos custos ................................................................................................... 4
Sistemas de custeio nas empresas industriais................................................................... 5
Custeio global ou total .................................................................................................. 5
Custeio Variável ........................................................................................................... 6
Custeio Racional........................................................................................................... 7
Exemplos práticos ............................................................................................................ 8
Conclusão ....................................................................................................................... 12
Referencias Bibliográficas.............................................................................................. 13
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Introdução
O sistema de custeio é um tema que geralmente se encontra na literatura da
especialidade, quando se pretende abordar a temática dos custos.
Os sistemas de custeio das empresas industriais focam-se no produto. Os custos são
atribuídos directamente aos produtos pressupondo-se que cada produto consome
recursos na proporção directa do seu volume de produção.
Os sistemas das empresas industriais de apuramento de custo apresentam-se
actualmente com uma utilidade muito reduzida para os gestores. O seu contributo para o
apoio à tomada de decisão é limitado, devido à distorção provocada pelos critérios de
absorção dos custos das actividades de suporte (vulgarmente conhecidos como custos
indirectos).
Ao longo deste trabalho vai-se falar acerca de uma das ferramentas muito importantes
na Contabilidade de custos que é o sistema de custeios nas empresas industriais, onde
vai-se falar dos principais custeios que são, global, variável e racional.
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Objectivos
Objectivo geral
Dar a conhecer acerca do sistema de custeio nas empresas industriais.
Objectivos específicos
Conhecer os tipos de sistemas de custeio usados ;
Ter noção do sistema global, variável e racional;
Saber diferenciar os custeios das empresas industriais
Conhecer os principais tipos de sistemas de custeios usados nas industrias.
Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o
método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de
algo particular para uma questão mais ampla, mais geral.
Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um processo mental por intermédio do
qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade
geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos
argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o
das premissas nas quais nos baseia-mos.
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Custos
“Custo é gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou
serviços.” (MARTINS 2009)
Custo é todo e qualquer valor aplicado no momento da produção de mercadorias ou da
oferta de serviços da empresa, como mão de obra, matéria-prima, insumos, além da
quantia despendida com energia eléctrica, manutenção, depreciação de máquinas e
equipamentos, materiais de limpeza e conservação, entre outros.
Classificação dos custos
segundo (MARTINS 2009):
A classificação de Custos entre Directos e Indirectos é com relação ao produto feito ou
serviço prestado, e não à produção no sentido geral ou aos departamentos dentro da
empresa.
Directos: todo tipo de investimento que é directamente ligado à construção do produto
ou serviço oferecido pela empresa, como matéria-prima, mão de obra, insumos, entre
outros. São os mais fáceis de identificar.
Indirectos: tipos de investimentos ligados à produção dos bem ou serviços oferecidos,
porém de forma indirecta. São itens como manutenção, limpeza, almoxarifado,
logística, energia eléctrica, alimentação e todos os demais gastos de fabricação que não
incidem directamente sobre o produto em si.
Sistema de custeio
É conjunto de procedimentos que determinam a forma como é efectuado o apuramento
dos preços de transferência e consequentemente o resultado de cada actividade.
Preço de transferência
O preço de transferência é valor atribuído a um produto que é produzido numa
actividade (por exemplo, uva) e utilizado numa outra actividade (por exemplo,
vinificação).
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Sistemas de custeio nas empresas industriais
Os sistemas de custeio nas empresas industriais focam-se no produto. Os custos são
atribuídos directamente aos produtos pressupondo-se que cada produto consome
recursos na proporção directa do seu volume de produção.
Desta forma, atributos de volume, como o número de horas de trabalho directo, de
utilização de máquina ou o custo das matérias-primas são os factores utilizados para a
repartição dos custos administrativos. Este facto fez com que, na maior parte das
situações, houvesse uma sobrecarga dos custos nos departamentos produtivos em
detrimento de outros departamentos auxiliares.
Os métodos usados em empresas industriais preocupam-se preferencialmente com a
valorização dos inventários e consideram unicamente os custos de fabricação.
Custeio global ou total
No Custeio Global, também conhecido por Custeio Total ou Custeio por Absorção, os
custos dos produtos são calculados com base nos custos realmente apurados pela
Contabilidade no período, sejam de natureza fixa ou variável. O custo do produto
engloba o custo real das matérias-primas e os custos de transformação reais apurados
através da soma dos custos directos.
Este tipo de sistema de custeio obriga a que as valorizações dos elementos na
contabilidade de custos sejam efectuadas pela seguinte ordem: compras, entradas e
saídas das matérias em armazém; custos de transformação (centros principais e centros
auxiliares); custos de produção; entradas e saídas de produtos acabados em armazém;
demonstração de resultados.
Na valorização dos consumos de matérias-primas é necessário apurar o custo real, logo
todos os custos inerentes à sua aquisição são necessários para determinar o custo
respectivo com base no critério valorimétrico.
De seguida, se adicionarmos aos custos directos reais das secções fabris os valores de
imputação vamos obter os custos de transformação. Os custos de produção abrangem os
custos reais das matérias-primas incorporadas bem como os custos de transformação e
por último os produtos acabados dão entrada no armazém pelo custo de produção e são
valorizados de acordo com o critério adoptado na organização.
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No Custeio Total todos os custos da exploração são contabilizados e são distribuídos
pelas diferentes actividades. Neste caso todos os custos não específicos são distribuídos
pelas actividades. O custo final unitário dos produtos inclui todos os custos da
exploração. Ao vender os produtos acima do custo calculado o gestor está a garantir que
cobre todos os custos da exploração.
Chave de imputação
Chave de imputação é uma ferramenta para a distribuição de custos não específicos com
base na sensibilidade do gestor, não se baseando em dados reais observados. Chama-se
chave de imputação a todos os modos utilizados pelo gestor de distribuição de custos
não específicos pelas actividades com vista à obtenção de um custeio total.
O sistema de custeio total constitui os seguintes custos de período:
Matérias directos;
MOD;
GGF variáveis;
GGF fixos.
Neste sistema de custeio total não tem muito interesse em diferenciar os custos variáveis
e fixos dado que todos são considerados custos dos produtos.
Custeio Variável
No Custeio Variável, também conhecido por Direct Costing, só se consideram os custos
variáveis para o cálculo do custo do produto fabricado, uma vez que apenas estes custos
variam com o nível de produção. Para isso é necessário definir previamente os
correspondentes custos básicos de compras, centros de custo e fabricação.
Quanto aos custos fixos da fábrica, por estes não dependerem da variação da produção,
mas antes custos que a empresa tem de suportar para poder produzir, estes são
considerados pela Contabilidade como custos do período, sendo por isso retirados à
margem bruta dando origem à margem de contribuição.
No Custeio Variável apenas os custos variáveis são atribuídos às actividades. A
totalidade de custos fixos é tratada como sendo custos não específicos. Ao vender os
produtos acima do custo calculado o gestor garante a sustentabilidade de curto prazo das
actividades - todos os custos variáveis estão cobertos. Do mesmo modo, um resultado
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de actividade positivo, neste caso, apenas garante a viabilidade da actividade a curto
prazo.
O sistema de custeio variável constitui os seguintes custos dos produtos:
Matérias directos;
MOD;
GGF variáveis
Note que a parte fixa dos GGF’s não constitui custo dos produtos, mas do período.
Custeio Racional
O método de imputação racional de custos fixos é um método de cálculo dos custos de
produção que tem como objectivo isolar os efeitos de uma variação de actividade sobre
os custos, quer dos centros de custos quer dos produtos.
O princípio deste método é bastante simples, uma vez que assenta numa rectificação do
montante de custos fixos ou de estrutura que devem ser considerados no cálculo dos
custos, obtida pela aplicação de um ou mais níveis de actividades.
O coeficiente de imputação racional é obtido através do quociente entre a actividade
real e a actividade normal e aplicado aos custos de transformação fixos.
Este sistema de custeio não inclui a parte dos custos fixos ou de estrutura
correspondentes à capacidade não utilizada, os custos fixos considerados no custo de
produção inclui apenas os correspondentes à actividade real.
Embora este método de custeio seja pouco utilizado, os seus fundamentos são tidos em
conta na determinação dos custos previsionais, nomeadamente nas empresas que
trabalham por encomenda.
É o modo mais sofisticado de custeio real e envolve um modo particular de cálculo de
custos unitários de factores de produção com custos fixos.
A imputação racional é uma imputação dos custos fixos aos custos pela relação:
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Exemplos práticos
Custeio total e variável
Considere dados de uma empresa industrial em setembro de 2015:
Quantidades produzidas 6.000 unidades
Custos variáveis por unidade Em contos
1. Matéria directa 2000,00
2. MOD 4.000,00
3. GGF 1.000,00
4. Custo de venda e administrativo variáveis 3.000,00
Custos fixos Em contos
1. GGF 30.000,00
2. Custo de venda e administrativo fixos 10.000,00
Pretende-se
a) Calculo do custo unitário do produto pelo custeio total;
b) Calculo do custo unitário do produto pelo custeio variável.
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Resolução
a) Custo unitário do produto pelo custeio total
Descrição Valor
Mateia directa 2.000,00
MOD 4.000,00
GGF variaveis 1.000,00
Sub total 7.000,00
GGF fixos (30.000,00/6.000,00 u) 5.000,00
Custo unitario 12.000,00
b) Custo unitário do produto pelo custeio variável
Descrição Valor
Mateia directa 2.000,00
MOD 4.000,00
Sub total 6.000,00
GGF variaveis (6.000.000,00/6.000,00 u) 1.000,00
Custo unitario 7.000,00
Supondo que a empresa vendeu 5.000 unidades ao preco de 25,00 mts por unidade,
elabore a demonstração de resultados pelos dois custeios com os seguintes dados:
Custo de produção 60.000,00
Custo de venda e administração variável 15.000,00
Custo de venda e administração fixo 10.000,00
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Resolução
a) Demonstração resultados pelo custeio total
Descrição Valor
Vendas (5.000 u x 25,00) 125.000,00
Custo de Produção 60.000,00
Margem de contribuição 65.000,00
Custo de venda e administração variável 15.000,00
Custo de venda e administração fixo 10.000,00
Resultado operacional 40.000,00
a) Demonstração resultados pelo custeio variável
Descrição Valor
Vendas (5.000 u x 25,00) 125.000,00
Custo de Produção 60.000,00
Margem de contribuição 65.000,00
Custo de venda e administração variável 15.000,00
Resultado operacional 50.000,00
Custeio racional
No mês de Outubro do ano passado, a actividade real de uma oficina foi de 2.000h (Hh)
e a actividade normal era de 2.500 Hh. O coeficiente de imputação racional (AR/AN) é
de 0,8. Os custos de transformação do mês tingiram:
Variavel 207.000,00
Fixos 265.000,00
472.000,00
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Sendo assim os custos de transformação imputáveis aos produtos de acordo com o
método, são:
Variáveis 207.000,00
Fixos (265.000,00 x 0,8) 212.000,00
Total 419.000,00
472.000,00 – 419.000,00 = 53.000,00 Diferença de imputação
A diferença de imputação representa a parte de custos fixos não incorporados na
processo produtivo.
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Conclusão
Depois de termos feito o trabalho concluímos que os modelos usados nas empresas
industriais de contabilidade analítica, apontando para uma certa estabilidade dos
factores e estruturas produtivas, tendem a tornar-se inadequados, devido às fraquezas e
distorções provocadas pela imputação de custos numa lógica de absorção. O
apuramento dos custos deve, pois, assentar em modelos com uma capacidade de
resposta que não é conseguida por modelos clássicos de contabilidade analítica.
Constatamos também que no Custeio Global, também conhecido por Custeio Total ou
Custeio por Absorção, os custos dos produtos são calculados com base nos custos
realmente apurados pela Contabilidade no período, sejam de natureza fixa ou variável.
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Referencias Bibliográficas
Bornia, A. (2002). A Análise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas Modernas.
Bookman. São Paulo.
Caiado, A. (2006). Contabilidade Analítica um instrumento para a Gestão. Editora Rei
dos Livros.
Caiado, A. (2009). Contabilidade Analítica e de Gestão. 5ª Edição, Áreas Editora.