SlideShare uma empresa Scribd logo
Prof. Olavo Lopes
Ecos (e lições) do Crash de 1929
As crises norte-americanas de 1929 e 2008 têm
muito em comum na sua origem.
Ambas começaram com o estouro de bolhas
especulativas, que tinham no entro a euforia
consumista da classe média, e cresceram graças
à falta de fiscalização do Estado sobre os
mercados.
Mas os 80 anos que nos separam do crash da
bolsa de NY ensinaram algo a governo e
investidores, e os efeitos desta vez não devem
ser tão devastadores nem duradouros.
1929 - Antecedentes
 Impulsionado por um vertiginoso crescimento
econômico, os anos 20 são de euforia nos EUA.
Com juros baixos e empréstimos fartos, o país
dobra a produção industrial e assiste à ascensão
da classe média.
 São essas pessoas que se sentem atraídas pela
facilidade para investir em ações. Os títulos
podem ser adquiridos a prazo, com uma entrada
de 10%, e renegociados a partir do pagamento
da primeira parcela. Isso leva os investidores a
assumir cada vez mais dívidas para aumentar
seus portfólios de ações.
O estopim e as bolsas
 Após atingir suas cotações máximas em
03/09/29, o preço das ações (que mais do que
dobrara desde 1925) começa a cair, ajustando-se
ao valor real das empresas. A venda maciça de
títulos continua até 29/10/29, “A TERÇA-FEIRA
NEGRA”, quando a desvalorização na bolsa de
NY atinge 20,4% - índice que só seria superado
em 1987.
 O pânico toma conta, pois milhares de famílias
empenharam todo o patrimônio em ações. Os
mais desesperados jogam-se dos altos prédios
de NY.
Conseqüências
 O mundo mergulha numa recessão conhecida
como a Grande Depressão, que dura 15 anos.
Empresas vão à bancarrota em profusão, 9 mil
bancos pedem falência. As linhas de crédito
quase desaparecem e a economia real é
fortemente afetada. Milhões perdem seus
empregos (25% da população).
 As importações de alimentos e matéria-prima
pelos EUA caem 70%. A produção industrial
encolhe 46%, assim como o PIB, arrastando
economias da América Latina, da Ásia e Europa.
 Surgem em todo mundo mecanismos de amparo
social, como seguros-desemprego.
Mecanismos de controle
 Os governos se limitam a controlar o câmbio e a
moeda. Não há dispositivos de defesa contra
altas e baixas acentuadas no mercado financeiro.
Pensamento econômico
 No início do século XX, a crença econômica é de
que a oferta pode criar a própria procura. Desde
que se produza, o mercado encontrará uma
forma de se auto-regular. Após o desastre de 29
(no qual o governo não interveio), ganham força
as teorias de John Keynes, que defendia a
intervenção do Estado, com investimentos
pesados em obras públicas para diminuir o
desemprego. Essa política passa a ser adotada a
partir de 1933, com Franklin Roosevelt na
presidência dos EUA.
E o Brasil?
 O país já vive uma crise com a baixa dos preços
do café (que representa mais de 60% das
exportações) causada por supersafras. Com os
maiores compradores mergulhados na pobreza, a
situação se agrava. Tentativas de controlar os
preços, como a queima do produto, fracassam.
 O impacto econômico do Crash de 29 é como
“água no fogo” no antigo sistema econômico,
precipitando a queda da Velha República e o
advento da industrialização do país.
2008 - Antecedentes
 Após anos de prosperidade, os EUA vivem um
momento de glória econômica, tendo a classe
média no centro.
 Desde o início da década, empréstimos
imobiliários e outros créditos de alto risco
(subprime) são concedidos a juros baixos a
pessoas com historio de maus pagadores.
Bancos vendem esses créditos a outros bancos e
usam o dinheiro para conceder mais
financiamentos.
 À medida que os bancos aumentam a oferta de
títulos baseado em hipotecas, as empresas de
crédito imobiliário também engordam suas
O estopim e as bolsas
 Sem dinheiro para quitar as dívidas, os clientes
começam a dar calotes em março de 2007,
derrubando a Bolsa de NY.
 O primeiro susto vem com os prejuízos do Banco
Bear Sterns em fundos de alto risco, anunciados
em junho do ano passado.
 O BC norte-americano adota medidas como
injetar dinheiro na economia, ajudar famílias e
reduzir a taxa de juros.
 Mas os grandes bancos têm prejuízos
significativos, como o Citigroup em novembro de
2007.
 O ápice é a quebra do Lehman Brothers,quarto
maior banco de investimentos dos EUA, em 15
de setembro. Neste dia, as principais bolsas do
mundo têm perdas bruscas. Em NY, de 4,42%.
Em SP 7,59%.
 Desde então, mais 25 instituições nos EUA e na
Europa quebram, recebem dinheiro público, são
nacionalizadas ou compradas por outras antes de
irem à bancarrota.
Conseqüências
 As conseqüências da atual crise não devem ser
tão devastadoras como em 1929, e a
recuperação deve vir em dois ou três anos.
 O crescimento negativo não deve superar 1% do
PIB.
 A contaminação da economia real, no entanto,
ainda é uma incógnita. Os primeiros efeitos são
retração do crédito, que deve frear investimentos
e levar a recessão.
Mecanismos de controle
 A intervenção ainda é mínima e a liberdade,
excessiva. A falta de fiscalização é apontada
como uma das causas da atual crise.
 Por outro lado, o governo tem mais instrumentos
para intervir, e maior compreensão do que é
necessário.
Pensamento econômico
 Vigora ainda o conceito de livre mercado. A
economia americana se baseia na interferência
mínima do Estado. Foi por isso que o Tesouro
não socorreu o Lehman,e é por isso que o pacote
de ajuda aos bancos foi rejeitado na Câmara dos
Deputados (01 semana depois foi aprovada).
E o Brasil?
 Resguardado por um sistema financeiro mais
rígido, em que a concessão de empréstimos e
mais criteriosa e exige mais garantias, o Brasil
não corre o mesmo risco dos EUA, mas deve
sentir a retração na importação.
 O maior problema deve ser a falta de crédito, já
que várias empresas (especialmente as
exportadoras) fazem empréstimos no exterior.
Como a crise afeta a minha
vida?
 Viajar para o exterior;
 Comprinhas em Libres (ARG) e Rivera (URU);
 Investir na bolsa;
 Os riscos aumentam;
 Produtos importados;
 Produtos de informática (+40%);
 Roupas (Nike, Adidas) qualquer artigo Made In
“PAÍS SUBDESENVOLVIDO”;
 Mercado de trabalho.
 Os investimentos são reduzidos (sem contratação,
sem concurso público.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Formação e desenvolvimento dos EUA
Formação e desenvolvimento dos EUAFormação e desenvolvimento dos EUA
Formação e desenvolvimento dos EUA
Paulo Alexandre
 
Globalização e neoliberalismo
Globalização e neoliberalismoGlobalização e neoliberalismo
Globalização e neoliberalismo
Fernanda Lopes
 
Oriente Médio
Oriente Médio Oriente Médio
Oriente Médio
carlosbidu
 
O imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidenseO imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidense
profnelton
 

Mais procurados (20)

O Populismo - Prof. Medeiros
O Populismo - Prof. MedeirosO Populismo - Prof. Medeiros
O Populismo - Prof. Medeiros
 
Conflitos no oriente médio
Conflitos no oriente médioConflitos no oriente médio
Conflitos no oriente médio
 
Governos Lula
Governos LulaGovernos Lula
Governos Lula
 
Guerra de Secessão Americana
Guerra de Secessão AmericanaGuerra de Secessão Americana
Guerra de Secessão Americana
 
top-atualidades-abril-2023.pdf
top-atualidades-abril-2023.pdftop-atualidades-abril-2023.pdf
top-atualidades-abril-2023.pdf
 
ANTIGUIDADE ORIENTAL - CRESCENTE FÉRTIL
ANTIGUIDADE ORIENTAL - CRESCENTE FÉRTILANTIGUIDADE ORIENTAL - CRESCENTE FÉRTIL
ANTIGUIDADE ORIENTAL - CRESCENTE FÉRTIL
 
Brasil de jk a joão goulart 1956 a 1964
Brasil de jk a joão goulart   1956 a 1964Brasil de jk a joão goulart   1956 a 1964
Brasil de jk a joão goulart 1956 a 1964
 
Abolição & Imigração
Abolição & ImigraçãoAbolição & Imigração
Abolição & Imigração
 
Orientalismo
OrientalismoOrientalismo
Orientalismo
 
Formação e desenvolvimento dos EUA
Formação e desenvolvimento dos EUAFormação e desenvolvimento dos EUA
Formação e desenvolvimento dos EUA
 
Imperialismo ou Neocolonialismo.
Imperialismo ou Neocolonialismo.Imperialismo ou Neocolonialismo.
Imperialismo ou Neocolonialismo.
 
República Oligárquica
República OligárquicaRepública Oligárquica
República Oligárquica
 
Globalização e neoliberalismo
Globalização e neoliberalismoGlobalização e neoliberalismo
Globalização e neoliberalismo
 
3º ano - Revolução Russa 1917
3º ano - Revolução Russa 19173º ano - Revolução Russa 1917
3º ano - Revolução Russa 1917
 
A Nova República (1985 )
A Nova República (1985 )A Nova República (1985 )
A Nova República (1985 )
 
13. aula de história geral - iluminismo
13. aula de história geral - iluminismo13. aula de história geral - iluminismo
13. aula de história geral - iluminismo
 
O conflito entre árabes e judeus na palestina
O conflito entre árabes e judeus na palestinaO conflito entre árabes e judeus na palestina
O conflito entre árabes e judeus na palestina
 
Oriente Médio
Oriente Médio Oriente Médio
Oriente Médio
 
Uruguai e paraguai
Uruguai e paraguaiUruguai e paraguai
Uruguai e paraguai
 
O imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidenseO imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidense
 

Semelhante a Crise 29 e 2008

Tainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexerTainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexer
Alberto Santiago
 
Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008
guest55f91d
 
Como surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundialComo surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundial
letieri11
 
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB ConsultoresO Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
Ronaldo Tenório
 
4º crise financeirainternacionalunicamp
4º   crise financeirainternacionalunicamp4º   crise financeirainternacionalunicamp
4º crise financeirainternacionalunicamp
claudio alfonso
 

Semelhante a Crise 29 e 2008 (20)

CURSO DE ATUALIDADES INICIO
CURSO DE ATUALIDADES INICIOCURSO DE ATUALIDADES INICIO
CURSO DE ATUALIDADES INICIO
 
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
Capas de-resvistas-atuais-1224097238017293-9
 
Tainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexerTainá, camila e catarina! favor não mexer
Tainá, camila e catarina! favor não mexer
 
Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008Crise Subprime 171008
Crise Subprime 171008
 
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedores
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedoresOs dez anos de crise – ganhadores e perdedores
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedores
 
2corsi12a19
2corsi12a192corsi12a19
2corsi12a19
 
A grande depressão
A grande depressãoA grande depressão
A grande depressão
 
G8 - Crise econômica
G8 - Crise econômicaG8 - Crise econômica
G8 - Crise econômica
 
Carta aos empresarios
Carta aos empresariosCarta aos empresarios
Carta aos empresarios
 
Como surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundialComo surgiu a crise econômica mundial
Como surgiu a crise econômica mundial
 
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB ConsultoresO Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores
 
Crise 1929
Crise 1929Crise 1929
Crise 1929
 
Crise de 1929
Crise de 1929Crise de 1929
Crise de 1929
 
A resposta capitalista que estão a preparar para a crise
A resposta capitalista que estão a preparar para a criseA resposta capitalista que estão a preparar para a crise
A resposta capitalista que estão a preparar para a crise
 
Economia 2008
Economia 2008Economia 2008
Economia 2008
 
Grupo 2
Grupo 2Grupo 2
Grupo 2
 
4º crise financeirainternacionalunicamp
4º   crise financeirainternacionalunicamp4º   crise financeirainternacionalunicamp
4º crise financeirainternacionalunicamp
 
O sistema financeiro, o primeiro ditador global 2
O sistema financeiro, o primeiro ditador global   2O sistema financeiro, o primeiro ditador global   2
O sistema financeiro, o primeiro ditador global 2
 
Crise 1
Crise 1Crise 1
Crise 1
 
Abismo Fiscal
Abismo FiscalAbismo Fiscal
Abismo Fiscal
 

Mais de Mario Lopes (8)

Civilizações Americanas
Civilizações AmericanasCivilizações Americanas
Civilizações Americanas
 
Civilizações Americanas
Civilizações AmericanasCivilizações Americanas
Civilizações Americanas
 
Guerra Fria
Guerra FriaGuerra Fria
Guerra Fria
 
Grécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaGrécia e Roma Antiga
Grécia e Roma Antiga
 
Grécia e Roma Antiga
Grécia e Roma AntigaGrécia e Roma Antiga
Grécia e Roma Antiga
 
Guerra Fria
Guerra FriaGuerra Fria
Guerra Fria
 
Civilização Árabe
Civilização ÁrabeCivilização Árabe
Civilização Árabe
 
Civilização Árabe
Civilização ÁrabeCivilização Árabe
Civilização Árabe
 

Último

manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdfmanual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
rarakey779
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
AndriaNascimento27
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
rarakey779
 
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina DireitoObra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
rarakey779
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
tchingando6
 

Último (20)

manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdfmanual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
 
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_AssisMemórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
hereditariedade é variabilidade genetic
hereditariedade é variabilidade  genetichereditariedade é variabilidade  genetic
hereditariedade é variabilidade genetic
 
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina DireitoObra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
 
Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40
 
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/AcumuladorRecurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
 
Poema - Reciclar é preciso
Poema            -        Reciclar é precisoPoema            -        Reciclar é preciso
Poema - Reciclar é preciso
 
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
 
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao AssédioApresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
 
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfCurso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
 
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
 

Crise 29 e 2008

  • 1. Prof. Olavo Lopes Ecos (e lições) do Crash de 1929
  • 2. As crises norte-americanas de 1929 e 2008 têm muito em comum na sua origem. Ambas começaram com o estouro de bolhas especulativas, que tinham no entro a euforia consumista da classe média, e cresceram graças à falta de fiscalização do Estado sobre os mercados. Mas os 80 anos que nos separam do crash da bolsa de NY ensinaram algo a governo e investidores, e os efeitos desta vez não devem ser tão devastadores nem duradouros.
  • 3. 1929 - Antecedentes  Impulsionado por um vertiginoso crescimento econômico, os anos 20 são de euforia nos EUA. Com juros baixos e empréstimos fartos, o país dobra a produção industrial e assiste à ascensão da classe média.  São essas pessoas que se sentem atraídas pela facilidade para investir em ações. Os títulos podem ser adquiridos a prazo, com uma entrada de 10%, e renegociados a partir do pagamento da primeira parcela. Isso leva os investidores a assumir cada vez mais dívidas para aumentar seus portfólios de ações.
  • 4. O estopim e as bolsas  Após atingir suas cotações máximas em 03/09/29, o preço das ações (que mais do que dobrara desde 1925) começa a cair, ajustando-se ao valor real das empresas. A venda maciça de títulos continua até 29/10/29, “A TERÇA-FEIRA NEGRA”, quando a desvalorização na bolsa de NY atinge 20,4% - índice que só seria superado em 1987.  O pânico toma conta, pois milhares de famílias empenharam todo o patrimônio em ações. Os mais desesperados jogam-se dos altos prédios de NY.
  • 5. Conseqüências  O mundo mergulha numa recessão conhecida como a Grande Depressão, que dura 15 anos. Empresas vão à bancarrota em profusão, 9 mil bancos pedem falência. As linhas de crédito quase desaparecem e a economia real é fortemente afetada. Milhões perdem seus empregos (25% da população).  As importações de alimentos e matéria-prima pelos EUA caem 70%. A produção industrial encolhe 46%, assim como o PIB, arrastando economias da América Latina, da Ásia e Europa.  Surgem em todo mundo mecanismos de amparo social, como seguros-desemprego.
  • 6. Mecanismos de controle  Os governos se limitam a controlar o câmbio e a moeda. Não há dispositivos de defesa contra altas e baixas acentuadas no mercado financeiro.
  • 7. Pensamento econômico  No início do século XX, a crença econômica é de que a oferta pode criar a própria procura. Desde que se produza, o mercado encontrará uma forma de se auto-regular. Após o desastre de 29 (no qual o governo não interveio), ganham força as teorias de John Keynes, que defendia a intervenção do Estado, com investimentos pesados em obras públicas para diminuir o desemprego. Essa política passa a ser adotada a partir de 1933, com Franklin Roosevelt na presidência dos EUA.
  • 8. E o Brasil?  O país já vive uma crise com a baixa dos preços do café (que representa mais de 60% das exportações) causada por supersafras. Com os maiores compradores mergulhados na pobreza, a situação se agrava. Tentativas de controlar os preços, como a queima do produto, fracassam.  O impacto econômico do Crash de 29 é como “água no fogo” no antigo sistema econômico, precipitando a queda da Velha República e o advento da industrialização do país.
  • 9. 2008 - Antecedentes  Após anos de prosperidade, os EUA vivem um momento de glória econômica, tendo a classe média no centro.  Desde o início da década, empréstimos imobiliários e outros créditos de alto risco (subprime) são concedidos a juros baixos a pessoas com historio de maus pagadores. Bancos vendem esses créditos a outros bancos e usam o dinheiro para conceder mais financiamentos.  À medida que os bancos aumentam a oferta de títulos baseado em hipotecas, as empresas de crédito imobiliário também engordam suas
  • 10. O estopim e as bolsas  Sem dinheiro para quitar as dívidas, os clientes começam a dar calotes em março de 2007, derrubando a Bolsa de NY.  O primeiro susto vem com os prejuízos do Banco Bear Sterns em fundos de alto risco, anunciados em junho do ano passado.  O BC norte-americano adota medidas como injetar dinheiro na economia, ajudar famílias e reduzir a taxa de juros.  Mas os grandes bancos têm prejuízos significativos, como o Citigroup em novembro de 2007.
  • 11.  O ápice é a quebra do Lehman Brothers,quarto maior banco de investimentos dos EUA, em 15 de setembro. Neste dia, as principais bolsas do mundo têm perdas bruscas. Em NY, de 4,42%. Em SP 7,59%.  Desde então, mais 25 instituições nos EUA e na Europa quebram, recebem dinheiro público, são nacionalizadas ou compradas por outras antes de irem à bancarrota.
  • 12. Conseqüências  As conseqüências da atual crise não devem ser tão devastadoras como em 1929, e a recuperação deve vir em dois ou três anos.  O crescimento negativo não deve superar 1% do PIB.  A contaminação da economia real, no entanto, ainda é uma incógnita. Os primeiros efeitos são retração do crédito, que deve frear investimentos e levar a recessão.
  • 13. Mecanismos de controle  A intervenção ainda é mínima e a liberdade, excessiva. A falta de fiscalização é apontada como uma das causas da atual crise.  Por outro lado, o governo tem mais instrumentos para intervir, e maior compreensão do que é necessário.
  • 14. Pensamento econômico  Vigora ainda o conceito de livre mercado. A economia americana se baseia na interferência mínima do Estado. Foi por isso que o Tesouro não socorreu o Lehman,e é por isso que o pacote de ajuda aos bancos foi rejeitado na Câmara dos Deputados (01 semana depois foi aprovada).
  • 15. E o Brasil?  Resguardado por um sistema financeiro mais rígido, em que a concessão de empréstimos e mais criteriosa e exige mais garantias, o Brasil não corre o mesmo risco dos EUA, mas deve sentir a retração na importação.  O maior problema deve ser a falta de crédito, já que várias empresas (especialmente as exportadoras) fazem empréstimos no exterior.
  • 16. Como a crise afeta a minha vida?  Viajar para o exterior;  Comprinhas em Libres (ARG) e Rivera (URU);  Investir na bolsa;  Os riscos aumentam;  Produtos importados;  Produtos de informática (+40%);  Roupas (Nike, Adidas) qualquer artigo Made In “PAÍS SUBDESENVOLVIDO”;  Mercado de trabalho.  Os investimentos são reduzidos (sem contratação, sem concurso público.