O documento resume o longo conflito entre árabes e judeus na Palestina. Começa com a história da região e a presença judaica desde 1200 a.C., passando pela conquista árabe em 638 d.C. e o domínio otomano até 1917. Descreve a partilha da Palestina em 1947 e a criação de Israel em 1948, levando à guerra árabe-israelense. Aborda também a Guerra dos Seis Dias em 1967 e a ocupação israelense da Cisjordânia e Faixa de Gaza.
3. O QUE SÃO ISRAEL E PALESTINA? BREVE HISTÓRICO
A Palestina é uma pequena região do Oriente Médio, o qual, por sua vez, está
situado no sudoeste da Ásia.
Era o local da 'Terra Santa' para o povo hebreu (judeus), cujos registros
históricos de presença na região apontam para o ano de 1.200 a.C..
Os hebreus foram expulsos da Palestina, pela última vez, em 70 d.C, pelo
Império Romano. Espalharam-se, a partir de então, em sua maior parte, pela
Europa Oriental e Oriente Médio.
Em 638 d.C, a Palestina foi conquistada pelos árabes, no contexto da expansão
do islamismo, e passou a fazer parte do mundo árabe.
De 1517 a 1918, a região foi incorporada ao imenso Império Turco-otomano.
Vale lembrar que os turcos, embora muçulmanos, não pertencem à etnia árabe.
4. Na 1ª Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha e, derrotada, viu-se
privada de todas as suas possessões no mundo árabe.
A Palestina passou então a ser administrada pela Grã-Bretanha, mediante mandato
concedido pela Liga das Nações.
Israel é um estado judeu, criado em 1948, na Palestina histórica. A ocupação da área
foi feita de forma gradual, a partir do primeiro encontro sionista (movimento
internacional judeu), em 1897. Nele ficou definido que os judeus retornariam em
massa à região da 'Terra Santa', em Jerusalém – de onde haviam sido expulsos pelos
romanos.
À medida que a imigração de judeus para a Palestina aumentava, foram surgindo os
confrontos. No início da 1ª Guerra Mundial, em 1914, já havia 60 mil judeus vivendo
na região. Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo de imigrantes aumentou
drasticamente porque milhões de judeus se dirigiram à Palestina fugindo da
perseguição nazista na Europa.
5. Sob o domínio da Grã-Bretanha, a
Palestina, cuja religião predominante era
muçulmana, foi escolhida para a criação do
lar judeu, por conta de nela situar-se a
Terra Santa, clamada pelos hebreus.
Assim, em maio de 1947, o governo
do Reino Unido solicitou à ONU um plano
de partição da área entre dois Estados –
um judeu e um árabe – estabelecendo que
Jerusalém e Belém ficassem sob controle
internacional.
Dessa forma, os 700 mil judeus ficariam
com 53% do território, enquanto os cinco
milhões de árabes que já moravam no
lugar, passariam a ficar abrigados nos 47%
restantes. A comunidade árabe, sentindo-se
prejudicada, não aceitou.
6. O INÍCIO DOS CONFRONTOS
A Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano,
Transjordânia, Iraque, Arábia Saudita
e Iêmen, em formação original),
afirmou que a decisão das Nações
Unidas significava guerra aos judeus.
Sem consenso, a tentativa da ONU de
resolver o confronto com a criação de
um Estado duplo (árabe e judeu)
fracassou.
Israel declarou, então, unilateralmente
a criação de seu Estado em 14 de
maio de 1948. Neste ano, os judeus
na Palestina já somam 750 mil.
Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprova plano para
partilha da Palestina, ou seja, a criação de Israel e de um Estado palestino. Até
então, a região era uma colônia britânica. A partilha é rejeitada por árabes e
palestinos, que prometem lutar contra a formação do Estado judaico.
7. A REAÇÃO ÁRABE
Após a declaração de independência de
Israel, os exércitos da Liga Árabe (Egito,
Jordânia, Síria e Líbano) atacaram o país.
700 mil civis palestinos, a grande maioria,
fugiram do conflito, abandonando terras e
propriedades, refugiando-se nos países
árabes. Inicia-se a primeira diáspora.
Em 1949, Israel vence a guerra árabe-israelense
e expande suas fronteiras.
Cisjordânia e Jerusalém Oriental ficam
com a Jordânia; Gaza, com o Egito. Os
palestinos perdem a área que lhes fora
delimitada pelo plano de partilha da ONU.
1949: Expansão das fronteiras de Israel na Palestina e
avanço dos países árabes sobre o restante do território .
8. GUERRA DOS SEIS DIAS: O AGRAVAMENTO DO CONFLITO
Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a vitória de Israel mudaria o mapa da região. O
Estado judeu derrotou novamente Egito, Jordânia e Síria (estes apoiados por outros
estados árabes) e conquistou Jerusalém Oriental, a Península do Sinai (Egito), as
Colinas de Golan (Síria), a Faixa de Gaza e toda a Cisjordânia – região de maioria
árabe e reclamada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) e pela Jordânia.
Entre as guerras envolvendo árabes e israelenses, a de 1967 acentuou as
rivalidades por envolver territórios de outros países árabes.
A partir daí, Israel assumiu uma política de colonização de Gaza e da Cisjordânia por
meio de assentamentos judaicos. Observe o mapa a seguir:
9. Desde então, a disputa pelo
território também considerado
sagrado pelos árabes, transformou a
região em uma das mais tensas do
Oriente Médio.
De um lado, Israel usa seu poderio
militar para manter a ocupação.
Do outro, os palestinos tentam até
hoje alcançar seu objetivo de criar
um Estado ( país) próprio.
10. A POSIÇÃO DA ONU
Contrário as ocupações do
imediato pós guerra, o Conselho
de Segurança da ONU compôs
a resolução 242 (1967), que
exigia:
A retirada imediata de Israel das
áreas ocupadas
Que Israel retornasse às fronteiras
pré-1967 (observe novamente o
mapa).
Porém o governo israelense
jamais cumpriu tal exigência, e
nem por isso sofreu represálias.
11. 1973: O CONFLITO SE EXPANDE
Guerra de Yom Kippur, 1973. Desobedecendo às determinações da
ONU, Israel manteve suas conquistas.
Essa atitude provocou, em 1973, a Guerra do Yom Kippur e a primeira
crise mundial do petróleo.
Após a morte do presidente egípcio Abmael Nasser, principal líder
nacionalista árabe, em 1970, Anuar Sadat subiu ao poder.
Os esforços de seu governo centraram-se na recuperação dos
territórios que o Egito havia perdido para Israel em 1967.
12. 1973: GUERRA DO YON KIPPUR
Para atingir esse objetivo, Egito e Síria
planejaram uma nova ofensiva armada,
concretizada em 6 de outubro de 1973,
dia em que os judeus comemoravam o
Dia do Perdão ou Yom Kippur.
No início da Guerra do Yom Kippur, os
árabes estavam em vantagem, mas a
imediata ajuda norte-americana mudou
os rumos da guerra e Israel manteve o
domínio sobre as áreas ocupadas.
13. AS INTIFADAS: REAÇÃO POPULAR
Jovem palestino atira pedras contra soldados
israelenses em confronto. (Foto: Abbas Momani/AFP)
Os civis palestinos reagiram à tomada do
território com as intifadas (que em árabe
significa levantar a cabeça). Milhares de
jovens saíram às ruas para protestar
contra a ocupação israelense –
considerada ilegal pela ONU.
Em 1987, na primeira intifada, crianças
que jogavam pedras nos tanques foram
mortas por Israel, provocando a
indignação da comunidade internacional.
14. O QUE ALIMENTA O CONFLITO NA PALESTINA
• A postura de Israel de não devolver as áreas ocupadas na Guerra dos Seis
Dias;
• O desentendimento sobre o futuro político de Jerusalém, a cidade santa para
judeus, árabes e cristãos;
• O absoluto controle econômico, militar e social de Israel sobre toda a
Palestina, sacrificando enormemente a vida do povo palestino;
• O boicote palestino, os quais não reconhecem a legitimidade do Estado judeu;
• Os atentados terroristas utilizados como estratégia de luta, sobretudo da parte
árabe, como por vezes também ocorre da parte de judeus radicais;
Em conjunto, esses impasses impedem que os conflitos terminem – apesar de
haver um processo de negociação de paz que já dura anos.
15. Palestinos levantam bandeira próximo ao maior assentamento
Judaico no subúrbio de Jerusalém. (Foto: Abbas Momani/AFP) Judeu ortodoxo reza no Muro das Lamentações, em
Jerusalém. (Foto: Reuters)
16. O QUE SÃO O SIONISMO, JUDAÍSMO E ANTISSEMITISMO?
O SIONISMO foi a principal força por trás da criação do Estado de Israel (1948).
Foi no primeiro encontro sionista, realizado em 1897, que se definiu que os judeus
retornariam em massa à "Terra Santa", em Jerusalém – de onde foram expulsos pelos
romanos nos anos 70 d.C.
Idealizado e divulgado pelo jornalista e escritor austro-húngaro Theodor Herzl, esse
movimento político defendia o direito dos judeus de terem sua pátria na região que
a bíblia chamou de “Terra de Israel”. O projeto, aprovado em um congresso israelita
reunido em Genebra, teve ampla ressonância junto à comunidade judaica
internacional e foi apoiado sobretudo pelo governo britânico (apoio oficializado
em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, pela Declaração Balfour).
A teoria de Herzl – que presenciou o antissemitismo na Europa – era de que, com a
existência de um Estado próprio, os judeus poderiam ser politicamente fortes. A
idéia de possuir um território era algo "revolucionário" para um povo que tinha
sofrido violentas perseguições durante séculos.
17. Para os palestinos, o sucesso do
movimento sionista significou a
frustração de suas aspirações nacionais
e a vida sob ocupação em uma terra
que eles também consideram sagrada.
O JUDAÍSMO é o nome dado à religião
do povo judeu, considerada a mais
antiga entre as principais monoteístas.
O hebraico é a língua litúrgica, e a Torá
o livro sagrado.
Também há costumes alimentares e
culturais específicos do povo judeu.
Prisioneiro judeu tem os cabelos cortados em campo
de concentração nazista. (Foto: AFP)
18. O ANTISSEMITISMO é um movimento extremista que prega o ódio aos judeus.
O movimento foi mais forte na Alemanha, onde durante anos foi construído
o sentimento de que os judeus eram os responsáveis pelos males ocorridos
no país. A ideologia teve seu ponto máximo no nazismo, que defendia que os
judeus eram moral e fisicamente inferiores aos arianos.
Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), houve o extermínio de cerca de 6
milhões de judeus pela Alemanha nazista, o que provocou forte migração de
famílias judias para fora da Europa.
O holocausto causado pelos nazistas justificou a pressão do povo judeu
por um território próprio onde suas crenças e tradições fossem respeitadas,
conforme defendia o movimento sionista, iniciado no final do século 19.
Esse território já havia sido prometido aos judeus pela Declaração de Balfour
e pela Liga das Nações, em 1922. Grande parte deles foi para a Palestina, onde
seria criado o Estado de Israel, em 1948.
19. O QUE É A FAIXA DE GAZA?
A Faixa de Gaza é uma faixa do território palestino localizado em um estreito pedaço
de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito.
Marcada pela pobreza e superpopulação, tem 1,7 milhões de habitantes e está lotada
de favelas. Abrange uma área de menos de 40 km de extensão e outros poucos
quilômetros de largura. Quem mora ali tem uma vida de restrições
A região foi tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos
palestinos em 2005 para fazer parte do Estado da Palestina. Israel retirou dali, na
ocasião, suas tropas e cerca de 7 mil colonos. Porém, boa parte das fronteiras,
territórios aéreos e marítimos de Gaza ainda são controlados pelos israelenses.
20. A taxa de desemprego em Gaza ultrapassa
os 40% (entre os jovens é de 50%), e 21%
de seus habitantes vivem em situação de
profunda pobreza.
Em meados de 2013, a limitação de
movimento foi ampliada quando o Egito
impôs novas restrições na fronteira de
Rafah – que nos últimos anos havia se
tornado o principal ponto de entrada e
saída de palestinos de Gaza.
Restrições à circulação de pessoas impedem a saída e a
entrada de palestinos em Gaza (Foto: Reuters)
21. Em 2007, o grupo islâmico Hamas assumiu o controle da região, em votação
democrática, causando reação imediata de Israel, que impôs um bloqueio à
Faixa de Gaza, restringindo a circulação de mercadorias e de pessoas.
Os bloqueios até hoje criam dificuldades de abastecimento de produtos básicos,
como remédios e comida para a população.
Os palestinos que vivem ali estão sujeitos a uma rotina em que movimentos são
restritos, há cortes de energia frequentes e a economia local está em frangalhos.
Também há restrições para atividades como agricultura e pesca.
Segundo a ONU, há uma alta proporção de jovens em Gaza. Se a economia local
ganhar fôlego, haverá abundância de pessoas em idade de trabalho. Caso
contrário, poderá haver mais tensão social, com tendência à violência e ao
extremismo.
22. No último conflito {1914), 360 fábricas e oficinas foram riscadas do mapa, segundo
a Federação das Indústrias de Gaza. Entre as restantes, a maioria teve de
suspender a produção devido à chuva de bombas.
As perdas já passam de mais de 570 milhões de dólares, o que não é pouco para as
empresas de Gaza que, em geral, são modestas.
Segundo informa a Organização de Alimentos e Agricultura da ONU (FAO), 42.000
acres de terras de cultivo sofreram pesados danos.
Metade da criação de aves foi perdida devido aos bombardeios ou pela
impossibilidade de os agricultores prestarem cuidados, já que o acesso às granjas
próximas à fronteira com Israel ficou impossível.
A única usina de energia elétrica de Gaza foi bombardeada e destruída. Somente a
reconstrução da usina levará de seis meses a um ano.
23. NA GUERRA ...O MAIS FORTE PREVALECE
Menino palestino carrega bebedouros de frango na Faixa de Gaza. A única
fonte de água potável da Faixa de Gaza tem nível de contaminação dez
vezes maior do que o normal, impossibilitando o consumo. O bloqueio de
Israel ao território, dificulta a entrega de muitos equipamentos sanitários
que poderiam ajudar na limpeza da água. Foto: Ibraheem Abu Mustafa /
Reuters
Bombeiro palestino tenta conter fogo em incêndio na única central
elétrica de Gaza, atingida por um bombardeio de Israel em 29/07/14.
(Foto: Ahmed Zakot/Reuters)
24. NA GUERRA, A POPULAÇÃO CIVIL É AMPLAMENTE SACRIFICADA
A estação de tratamento de água precisará ser reconstruída pois foi um dos primeiros
alvos dos mísseis certeiros da aviação de Israel.
A ONG inglesa OXFAM informa que o bombardeio de poços, tubulações e reservatórios
causou a contaminação da água fresca com esgotos e o vazamento de 15 mil toneladas
de detritos sólidos pelas ruas de Gaza.
De agora em diante, a população de Gaza só poderá consumir metade da água disponível
antes da guerra.
Quarteirões residenciais inteiros foram transformados em ruínas pelas bombas.
Segundo cálculos da ONU, entre 16 mil e 18 mil lares foram totalmente destruídos e 30
mil sofreram pesados danos.
A estimativa é que levarão 18 anos para reconstruir estas casas, caso o bloqueio de Gaza
continue, limitando a entrada de pessoas e materiais necessários às obras.
25. GUERRA É ISSO...
Jovens palestinos jogam pedras contra soldados
israelenses perto de Tulkarem, na Cisjordânia, em
janeiro. Fonte: g1.globo.com
26.jul.2014 - Palestinos caminham sobre escombros de
suas casas durante um cessar-fogo humanitário de 12
horas. Fonte: notícias.uou.com.br
26. Entre 350 mil e 400 mil cidadãos apareceram em busca de abrigo nas instalações
da ONU. O previsto eram 50 mil desalojados.
A maioria deles obedecia às ordens do exército de Israel para que abandonassem
seus lares, que seriam bombardeados.
As bombas não pouparam abrigos da ONU matando muitos dos palestinos ali
refugiados. Cerca de 2020 pessoas morreram, das quais pelo menos 80% eram
civis desarmados. Dessas, 469 eram crianças. Mais de três mil ficaram feridas.
373 mil crianças de Gaza precisam de “ajuda psicológica imediata”. E a Unesco só
conta com 50 psicólogos na região, que teriam condições de atender apenas 3 mil
crianças.
Todo o sistema de educação infantil de Gaza já está irreparavelmente lesado; 219
escolas não escaparam da mira dos artilheiros e pilotos israelenses, sendo que em
22 delas, nada restou.
27. Fuga de palestinos de ataque israelense a um bairro
de Gaza
Escola palestina destruída após ataques aéreos
israelenses. Fonte: jornaljjn.com.br
28. Israel justifica as duras medidas tomadas contra os palestinos como legítimas
devido ao fato do Hamas ser um inimigo declarado. Suas lideranças consideram a
organização islâmica como um grupo terrorista que se recusa a deixar as armas.
Para os palestinos que vivem em Gaza, a situação dos bloqueios israelenses é
insustentável, pois tornam a vida na região extremamente difícil.
Por essa razão, até mesmo para aqueles que não apoiam o Hamas, o disparo de
foguetes contra Israel, que consideram o causador de seus tormentos, é uma
resposta justa.
29. Uma multidão de palestinos estão sob os escombros de um
prédio que foi destruído durante os combates entre militantes
do Hamas e Israel, enquanto assiste a um desfile de militantes
do Hamas. Foto: Deutsche Welle
Grande parte da infraestrutura de Gaza foi destruída; há falta de
energia elétrica e água potável. Fonte: G1.com.br
30. Jovens palestinos se escodem após lançarem pedras contra soldados israelenses no vilarejo de Qusra, Gaza.
31. OS TÚNEIS DE CONTRABANDO
Uma das alternativas aos bloqueios foram os túneis de contrabando, que se
proliferaram pelo território de Gaza e eram usados pelos palestinos para a entrada
de alimentos, dinheiro, armas, combustível e materiais de construção.
O fluxo foi interrompido após operação israelense contra os túneis iniciada em 2013.
A consequência foi a escassez desses materiais e a alta nos preços dos alimentos
em Gaza.
Também causou desemprego nas áreas da construção civil e transportes, que
dependem diretamente dos materiais que chegavam pelos túneis de contrabando.
32. Israel usa os túneis como um dos
argumentos para os ataques à Faixa de
Gaza. A ação militar terrestre começou
em 18 de julho de 2014 com o objetivo de
destruir essas passagens subterrâneas,
chamadas por Israel de "túneis do terror".
O Estado judeu afirma que os túneis de
contrabando também são usados pelo
Hamas para preparar plataformas de
lançamento de foguetes e para se infiltrar
em território israelense.
Palestino entra em um túnel de contrabando na
fronteira Gaza-Egito. (Foto: Mahmud Hams/AFP)
33. Túneis levam mercadorias que vão de
cimento a vacas e carros desmontados.
Foto: Heather Sharp - BBC News em Gaza
Proibidos, jovens namorados Emad al-Malalha, palestina e
Manal Abu Shanar, egípcio, fazem uso dos túneis de
contrabando entre Palestina e Egito para se casarem.
Foto:mudancadevida.net.br
34. QUEM É O HAMAS?
O Hamas é considerado a maior organização islâmica nos territórios palestinos
da atualidade.
Um de seus criadores foi o xeque Ahmed Yassin, que pregava a destruição de
Estado israelense. Seu nome é a sigla em árabe para Movimento de Resistência
Islâmica.
O grupo surgiu em 1987, após a primeira intifada (revolta popular palestina)
contra a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Além da faceta militar – com as brigadas Al-Qassam – o grupo que controla Gaza
também é um partido político.
Em sua carta de fundação, o Hamas estabelece dois objetivos: promover a luta
armada contra Israel e realizar programas de bem-estar social.
35. Em 2006, o grupo islâmico venceu as eleições parlamentares palestinas, fato não
reconhecido pelo opositor político Fatah.
O FATAH é um partido nacionalista árabe, fundado em 1959 pelo líder palestino
Yasser Arafat e que concorda com a criação de dois Estados (Israel e Palestina)
para a solução do conflito.
Ocorreu, então, o racha dentro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), após anos
de confrontos internos. A divisão fez com que o HAMAS passasse a controlar a
Faixa de Gaza, a partir de 2007, e o FATAH ficasse com o comando da Cisjordânia.
Israel e Hamas não dialogam – o Estado judeu considera o grupo islâmico uma
organização terrorista.
Por seu lado, o grupo islâmico não aceita as condições propostas pela comunidade
internacional para ser considerado um ator global legítimo: reconhecer Israel,
aceitar os acordos anteriores e renunciar à violência.
36. Integrantes do Hamas tomam o escritório do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do
Fatah, em 2007, após o racha provocado pela vitória do primeiro, nas eleições do ano anterior . (Foto: AP)
37. QUEM APÓIA E QUEM CONDENA O HAMAS?
O Hamas é parte de uma vertente política do Islã que, com as Revoltas
Árabes iniciadas em 2011, está sendo combatida em toda a região.
Primeiro no Egito (com a saída da Irmandade Muçulmana), mas também
em países do Golfo. O Irã, seu aliado histórico, deixou de apoiá-lo.
Por sua longa história de ataques e sua recusa em renunciar à violência, o
Hamas é considerado uma organização terrorista também pelos Estados
Unidos, União Europeia, Canadá e Japão.
Porém, para o Qatar e a Turquia, o Hamas é visto como um movimento de
resistência legítimo.
38. POSIÇÃO DOS PAÍSES ÁRABES E DO OCIDENTE NO ATUAL CONFLITO
Uma das menores e mais ricas monarquias do mundo, o Qatar financia a
construção de edifícios e estradas em Gaza.
Além disso, fornece ao Hamas centenas de milhões de dólares por ano.
A Turquia já foi aliada de Israel, mas o atual governo é favorável à linha militante
do islamismo e se aproximou do Hamas.
Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Jordânia condenam tanto o Hamas
quanto Israel pela morte de civis em Gaza.
Irã e Síria, que já apoiaram o Hamas, romperam com o movimento palestino, pois
ele favorece os rebeldes que lutam para derrubar do poder o ditador sírio Bassar
al-Assad, a cujo governo, o Irã apoia.
39. No Ocidente, os Estados Unidos apoiam os argumentos de Israel. E afirmam
que é justa sua decisão de destruir os túneis que o Hamas usa para infiltrar
extremistas (terroristas) em território israelense.
Os EUA reconhecem Israel como Estado independente e Israel, por sua vez, é
o principal aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Com a ajuda americana, Israel permanece nas áreas ocupadas, desrespeitando
resolução da ONU.
Ao mesmo tempo, as negociações de paz na região são tocadas pelo secretário
de Estado americano, John Kerry, com respaldo da União Europeia
Os países europeus apoiam Israel nos conflitos no Oriente Médio. Entretanto, a
péssima repercussão das muitas mortes de civis na ofensiva atual fizeram com
que as manifestações de apoio ficassem mais raras e discretas.
40. Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se
cumprimentam após reunião. Americanos são o principal aliado de Israel. (Foto: Larry Downing/Reuters)
41. O Brasil reconhece a existência do Estado Palestino desde 2010. De igual modo,
também reconhece Israel como um Estado independente na Palestina.
O governo brasileiro qualificou de “inaceitável” a atual escalada de violência na
Faixa de Gaza e convocou seu embaixador em Israel “para consulta”. Essacé uma
medida diplomática excepcional, tomada quando o governo quer demonstrar
descontentamento e avalia que a situação no outro país é de extrema gravidade.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro considerou
desproporcional o uso da força por Israel e pediu o fim dos ataques.
A reação israelense foi imediata e dura. O porta-voz do ministério das Relações
Exteriores, Yigal Palmor, afirmou que a medida era “uma demonstração
lamentável de como o Brasil, um gigante econômico e cultural, continuava a ser
um anão diplomático”.
42. Resposta do Ministério das Relações Exteriores do Brasil:
“Se existe algum “anão diplomático” o Brasil não é um deles. Somos um dos 11
países do mundo que têm relações diplomáticas com todos os membros da ONU
e temos histórico de cooperação de paz e ações pela paz internacional”.
Dias depois, o governo de Israel emitiu documento pedindo desculpas pelas
palavras de seu funcionário afirmando que elas não refletiam o pensamento do
país.
43. POR QUE ISRAEL E HAMAS ENTRARAM EM CONFLITO NA FAIXA DE GAZA?
A escalada de violência começou em junho de 2014. Foi o terceiro conflito do tipo
desde que o grupo islâmico passou a controlar a região, em 2007.
O estopim foi o sequestro e assassinato a tiros de três adolescentes israelenses.
Israel acusou o Hamas pelas mortes. A organização não confirmou nem negou seu
envolvimento.
Durante as buscas pelos adolescentes, na Cisjordânia, as forças israelenses
prenderam centenas de militantes do Hamas.
No dia seguinte à localização dos corpos, um adolescente palestino foi encontrado
morto em Jerusalém Oriental.
A autópsia indicou que ele havia sido queimado vivo.
44. Estudantes israelenses sequestrados e mortos na Cisjordânia. Israel acusa o Hamas, que
não nega nem assume a autoria dos crimes. (Foto: Reuters)
45. Israel prendeu seis judeus extremistas e três deles confessaram o crime.
A confissão reforçou a tese de assassinato com motivação política, gerando
revolta e protestos palestinos na Faixa de Gaza.
Foguetes foram disparados por ativistas palestinos de Gaza em direção ao país
judeu. Israel contra-atacou com bombas.
Em 8 de julho/2014, após intenso bombardeio contra o sul de Israel, o Estado
judeu passou para os ataques aéreos contra Gaza.
O Hamas respondeu com foguetes contra a capital de Israel, Tel Aviv, e as forças
israelenses decidiram atacar também por terra.
O conflito provocou baixas nos dois lados, porém de forma desproporcional
contra os palestinos. Cerca de 2.200 árabes foram mortos, a maioria civil,
contra aproximadamente, 80 judeus, quase todos militares.
46. A DIFÍCIL VIDA EM UM TERRITÓRIO SOB CONFLITO
MILITAR
Famílias palestinas caminham entre casas destuídas
por mísseis israelenses. Fonte: veja.abril.com.br
O Hamas dispara foguetes contra Tel Aviv e Jerusalém na
noite de 8 de julho. Os mísseis foram lançados a partir de
Gaza e respondiam aos ataques de Israel que tenta vingar a
morte dos três adolescentes judeus que foram sequestrados
47. Soldado de Israel faz oração na fronteira com Gaza; ao fundo, fumaça de ataques. (Foto: Jack
Guez/AFP)
48. AS JUSTIFICATIVAS BÉLICAS DOS PROTAGONISTAS DO CONFLITO
Além das mortes dos adolescentes, Israel justifica seus ataques como resposta aos
foguetes disparados pelo Hamas em direção à Israel. Seria uma forma de defesa.
Segundo Israel, o grupo islâmico esconde militantes e armas em residências da
Faixa de Gaza e, por isso, precisa bombardeá-las, mesmo que isso signifique a
morte de civis.
Essa atitude se reflete de forma altamente negativa na opinião pública interna e,
sobretudo, internacional.
Do lado palestino, somado à morte do adolescente e às prisões de integrantes do
Hamas, está a insatisfação da população de Gaza, a qual considera abusivo o
controle de Israel sobre a região.
Por causa dos bloqueios, os moradores dependem do Estado judeu para ter acesso
a água, eletricidade, meios de comunicação e dinheiro.
49. 13.jul.2014 - Seis foguetes J80 são lançados por militares pró-Hamas na Faixa de Gaza (Palestina)
para atingir Israel. Fonte: Notícias Uou.com.br
50. A PAZ NA PALESTINA É POSSÍVEL E DEPENDE DA JUSTIÇA E DA VONTADE POLÍTICA DAS
LIDERANÇAS DE AMBOS OS POVOS. QUANDO ELAS AS COMPREENDERÃO?
51. Fontes: Diversas publicações, entre elas:
http://g1.globo.com/mundo/noticia
http://www.brasilescola.com/geografia/o-conflito-na-palestina-
faixa-gaza.htm
educacao.pesquisablogs.com.br/post.php?http://www.curso
objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/questao_palestina.as
px
http://redes.moderna.com.br/tag/divisao-da-palestina/
www.atica.com.br/SitePages/Obra.aspx?cdObra=823