O documento discute a importância da cooperação e solidariedade no aprendizado, citando a passagem bíblica em que Filipe ajuda um etíope a entender a lei de Deus. Também enfatiza a humildade de reconhecer que sempre há mais para se aprender.
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
A cooperação fraternal segundo o ensino de Jesus
1.
2. “E ele respondeu: Como poderei entender se alguém não me ensinar?” –
(Atos, 8:31.) Desde a vinda de Jesus, o movimento de educação renovadora
para o bem é dos mais impressionantes no seio da Humanidade. Em toda
parte, ergueram-se templos, divulgaram-se livros portadores de princípios
sagrados. Percebe-se em toda essa atividade a atuação sutil e magnânima
do Mestre que não perde ocasião de atrair as criaturas de Deus para o
Infinito Amor. Desse quadro bendito de trabalho destaca-se, porém, a
cooperação fraternal que o Cristo nos deixou, como norma imprescindível
ao desdobramento da iluminação eterna do mundo. Ninguém guarde a
presunção de elevar-se sem o auxílio dos outros, embora não deva buscar a
condição parasitária para a ascensão.
3. Referimo-nos à solidariedade, ao amparo proveitoso, ao concurso
edificante. Os que aprendem alguma coisa sempre se valem dos homens
que já passaram, e não seguem além se lhes falta o interesse dos
contemporâneos, ainda que esse interesse seja mínimo. Os apóstolos
necessitaram do Cristo que, por sua vez, fez questão de prender os
ensinamentos, de que era o divino emissário, às antigas leis. Paulo de Tarso
precisou de Ananias para entender a própria situação. Observemos o
versículo acima, extraído dos Atos dos Apóstolos. Filipe achava-se
despreocupado, quando um anjo do Senhor o mandou para o caminho que
descia de Jerusalém para Gaza. O discípulo atende e aí encontra um homem
que lia a Lei sem compreendê-la.
4. E entram ambos em santificado esforço de cooperação. Ninguém
permanece abandonado. Os mensageiros do Cristo socorrem sempre nas
estradas mais desertas. É necessário, porém, que a alma aceite a sua
condição de necessidade e não despreze o ato de aprender com humildade,
pois não devemos esquecer, através do texto evangélico, que o mendigo de
entendimento era o mordomo-mor da rainha dos etíopes, superintendente
de todos os seus tesouros. Além disso, ele ia de carro e Filipe, a pé.
Reflexão:
Vejam que nesta página estão presentes a solidariedade, a cooperação e,
acima de tudo, a humildade.
5. A lei de solidariedade não faz distinção de classes. Vejam bem! O homem
que precisava de ajuda para entender a lei era muito importante, e ia de
carro; Filipe, discípulo do Mestre Jesus, ia a pé. Porém, mesmo havendo
uma grande diferença de classe social, Filipe, num ato de cooperação e
solidariedade, não deixou de dar o esclarecimento necessário àquele
companheiro do caminho. De acordo com a lei de solidariedade, poderia
acontecer o contrário; alguém bem situado na vida, esclarecendo um outro
alguém que pertencesse a uma classe de menor prestígio, que estivesse
passando por dificuldade para se esclarecer. Para cooperar é preciso
compreender.
6. E, para conseguirmos a compreensão, é preciso que nos coloquemos no
lugar do outro, para desenvolvermos em nós este sentido, para que
possamos entender os nossos semelhantes.
Na medida em que nós nos autoanalisarmos e verificarmos que nós também
temos erros, nós vamos compreendendo melhor os nossos irmão de
caminhada. E isso vai refletir no nosso relacionamento social; vai mudar o
nosso comportamento, e vamos cooperar mais.
No início do texto, falamos em humildade. E esta virtude se destaca quando
lemos: é necessário que a alma aceite a sua condição de necessidade e não
despreze o ato de aprender humildemente; pois, no texto evangélico, aquele
que precisava de esclarecimento era o mordomo-mor de uma rainha.
7. Que lição podemos tirar desse versículo extraído dos Atos dos Apóstolos?
O que é que isso significa?
No capítulo VIII da conclusão de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta
para que serve o ensino do Cristo? E obteve como resposta que o ensino
veio confirmar o ensino moral de Jesus, e, também, torná-lo de utilidade
prática para a vida do homem, e Filipe mostrou a utilidade prática do
ensino do Mestre. Todo o ensinamento de Jesus não é para ser decorado em
todos os seus itens e versículos; é para ser estudado e praticado. As
parábolas eram usadas, mas não eram bem compreendidas. Mas as
verdades estavam ali, escondidas no seu bojo.
8. Hoje a Doutrina Espírita tirou o véu da letra; revelou certas coisas com
relação aos espíritos, que todos nós somos. Então, é preciso entender tudo
isso para darmos utilidade prática aos ensinos de Jesus, no nosso dia a dia.
Agora, se nós tivermos esse conhecimento e não torná-lo de utilidade
prática, nós iremos assumir uma imensa responsabilidade, daí, o Mestre
dizer que mais se pedirá a quem mais se houver dado. Para adquirirmos
conhecimentos e o necessário entendimento deles, temos que ter
humildade para aprender. Só crescemos moralmente se tivermos essa
humildade nas nossas relações com os nossos semelhantes, na busca do
conhecimento. Aquele que acha que sabe tudo acaba não aprendendo mais
nada.
9. Nós, como reencarnacionistas, sabemos que o Espírito vai, através do
processo evolutivo, acumulando mais e mais conhecimentos e sabedoria.
Fazendo uma comparação com tudo aquilo que sabemos hoje, não é nada
perante aquilo que ignoramos. Daí a célebre frase de Sócrates: “Só sei que
nada sei”. Ora, se não tivermos uma postura de humildade, como é que
vamos progredir espiritualmente, tendo a necessidade de reconhecer os
nossos defeitos e lutar contra as nossas imperfeições, para transcendermos
e vencermos esse homem velho que está dentro de nós, transformando-o
num homem novo, iluminado. É a luta entre a sombra e a luz, a verdade é
esta.
10. “Diante de nossas aspirações de luz, temos em nossa retaguarda séculos de
sombras ao longo do nosso processo evolutivo, e por isso vamos ter que
acender uma luz na escuridão do nosso íntimo, através da humildade, na
busca do aperfeiçoamento constante”.
Todos nós somos necessitados de aperfeiçoamento moral. Jesus veio para
nós. Somos doentes da alma ainda, e por isso ainda permanecemos num
mundo de provas e expiações. Nos mundos mais adiantados, nos mundos
felizes, não existem doentes da alma. Por isso, Jesus veio à Terra.
Conforme Ele mesmo disse, Ele veio para os doentes e não para os sãos. O
Cristo veio para nos trazer tudo aquilo que precisamos para atingirmos a
perfeição, para a qual fomos criados.
11. Quando é dito que ninguém guarde a presunção de elevar-se sem o auxílio
dos outros, embora não deve buscar a condição parasitária para a ascensão,
significa exatamente isso que acabei de expor, o esforço individual.
Aquilo que nós temos que fazer em termos de aperfeiçoamento moral,
ninguém vai poder fazer por nós, só nós mesmos. Esse alguém pode até dar
exemplo, nos ensinar o caminho; mas o esforço tem que ser nosso. Aliás,
foi isso o que o Cristo quis dizer quando proferiu:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Quem quiser vir após mim,
tome a sua cruz e siga-me”.
12. Nós temos o livre-arbítrio para decidirmos se seguimos Jesus ou ficamos
estacionados. Se ficarmos estacionados vamos sofrer, porque a lei não
permite que fiquemos parados por muito tempo; ela nos tange para a frente,
usando o mecanismo da dor e do sofrimento. Se não formos pelo amor,
iremos pela dor, porque ninguém pode parar indefinidamente. É a lei de
progresso do Espírito.
Muita Paz!
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A serviço da Doutrina Espírita, com estudos comentados de O Livro dos
Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o
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