O documento discute a doutrina dos anjos segundo o Espiritismo e a Igreja. O Espiritismo refuta a ideia de que anjos foram criados perfeitos e imutáveis, afirmando que são apenas espíritos evoluídos. Também argumenta que a alma precisa de múltiplas vidas para progredir, e que a Igreja não explica de forma lógica a utilidade da alma após a morte do corpo.
Ceuinferno 015 1a. parte capítulo viii - os anjos - refutaçao
1. 1.Seria possível, segundo o Espiritismo, a existência de anjos?
2.Qual seria o processo de "criação de anjos"?
3.Quais os pontos de contato que faltam aos termos que a Igreja utiliza para
caracterizar os planos da criação?
4.Qual é, para o Espiritismo, a utilidade do corpo físico para a alma?
5.Essa união entre a alma e o corpo físico é necessária a todo processo
evolutivo do Espírito, segundo o Espiritismo? E para a Igreja?
6.Quais os argumentos que o Espiritismo utiliza para refutar a Doutrina dos
Anjos? Escolha e cite três que você considera mais importantes e os comente.
Conclusão:
1.O espiritismo nos mostra que os Espíritos superiores poderiam ser chamados de
anjos por suas características, as quais, no entanto, foram adquiridas através
do trabalho, da evolução. Ou seja, os anjos são os espíritos dos homens em sua
mais elevada escala evolutiva.
2. Os anjos teriam sido criados do nada, já puros e privilegiados, sem que nada
precisassem fazer para ocupar este patamar, antes da criação do homem:
"puramente espirituais, anteriores e superiores à Humanidade, criaturas
privilegiadas e votadas à felicidade suprema e eterna desde a sua formação,
dotadas, por sua própria natureza, de todas as virtudes e conhecimentos, nada
tendo feito, aliás, para adquiri-los".
3.Falta o encadeamento natural que liga todos os "setores " da natureza, isto é,
nesta doutrina a criação destes planos foram feitos independentes um do outro,
sendo que não se interligam: quem está num plano não poderá jamais aspirar
estar, passar ou experenciar o outro, o que contraria a lógica que pode ser
percebida por qualquer pessoa: tudo na natureza obedece a uma cadeia de relação
em que cada nível depende do anterior ou se relaciona intimamente com ele.
4.A alma utiliza o corpo físico para sua depuração, para experenciar vivências
só possíveis na carne. É seu instrumento de evolução num determinado período.
5.Essa união serve até um determinado nível evolutivo, quando o homem, por seu
esforço, já não precisa mais das experiências terrenas, vai para outros mundos
onde o corpo físico é cada vez mais etéreo até não ser mais necessário.
Para a Igreja a alma só coexiste ligada a um corpo físico, ou seja, pode-se
deduzir daí que a alma só será completa estando ligada a um corpo físico.
6.Quais os argumentos que o Espiritismo utiliza para refutar a Doutrina dos
Anjos? Escolha e cite três que você considera mais importantes e os comente.
O concílio de Latrão acredita, pois, firmemente, que as criaturas espirituais
como as corpóreas foram simultaneamente formadas e tiradas em conjunto do nada,
numa época indeterminada, no passado. A que fica reduzido, assim, o texto
bíblico que data a Criação de seis mil dos nossos anos? E, ainda que se admita
seja tal o começo do Universo visível, esse não é seguramente o começo dos
tempos. Em qual crer: - no concílio ou na Bíblia?
Como se pode ver existe uma falha lógica nesta afirmação que negaria o texto
bíblico; isto também demonstra que os homens do concílio não esperavam que o
texto fosse analisado desta forma, já que na época de sua realização as pessoas
ainda aceitavam o que fosse resolvido sem exame ou discussão, como de fato, a
Igreja se impôs aos fiéis.
Se o destino essencial da alma é estar ligada ao corpo humano; se por sua
natureza e segundo o fim providencial da Criação, essa união é necessária às
manifestações das suas faculdades, forçoso é concluir que, sem corpo, a alma
humana é um ser incompleto. Ora, para que a alma preencha os seus desígnios,
deixando um corpo preciso se faz que tome um outro - o que nos conduz à
pluralidade forçada das existências, ou, por outra, à reencarnação, à
perpetuidade.
Apenas raciocinando de maneira lógica, já se pode ver a incoerência desta
caracterização do ser humano: por que Deus criaria um ser para viver apenas uma
vida física e com uma alma sem utilidade quando o corpo morre? Tudo leva para a
verdade da pluralidade de existências. Só não vê quem não quer ter olhos para
ver.
2. Aqui reponta uma questão vital, qual a de saber-se se a alma pode adquirir
conhecimentos após a morte do corpo. Se uma vez liberta do corpo não pode
adquirir novos conhecimentos, a alma da criança, do selvagem, do imbecil, do
idiota ou do ignorante permanecera tal qual era no momento da morte, condenada à
nulidade por todo o sempre. Mas se, ao contrário, ela adquire novos
conhecimentos depois da vida atual, então, é que pode progredir.
Basta que se pense nos atributos de Deus, que sem eles Ele já não seria Deus,
para perceber a incoerência desta linha de pensamento. Só podemos crer na
progressão moral do Espírito para continuarmos crendo na justiça divina.