2. “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviarei ao mundo”.
Jesus. (João, 17:18)
Se abraçaste, meu amigo, a tarefa espiritista-cristã, em nome da fé sublimada,
sedento de vida superior, recorda que o Mestre te enviou o coração renovado
ao vasto campo do mundo para servi-lo.
Não só ensinarás o bom caminho. Agirás de acordo com os princípios
elevados que apregoas.
Ditarás diretrizes nobres para os outros, contudo, marcharás dentro delas, por
tua vez.
Proclamarás a necessidade de bom ânimo, mas seguindo, estrada a fora,
semeando alegrias e bênçãos, ainda mesmo quando incompreendido de todos.
3. Não te contentarás em distribuir moedas e benefícios imediatos. Darás sempre
algo de ti mesmo ao que necessita.
Não somente perdoarás. Compreenderás o ofensor, auxiliando-o a reerguer-se.
Não criticarás. Valer-te-ás do tempo para materializar os bons pensamentos
que te dirigem.
Não disputarás inutilmente. Encontrarás o caminho do serviço aos
semelhantes em qualquer parte.
Não viverás simplesmente no combate palavroso contra o mal. Reterás o bem,
semeando-o com todos.
Não condenarás. Descobrirás a luz do amor para fazê-la brilhar em teu
coração, até o sacrifício.
4. Ora e vigia; ama e espera; serve e renuncia.
Se não te dispões a aproveitar a lição do Mestre Divino, afeiçoando a própria
vida aos seus ensinamentos, a tua fé terá sido vã.
Aí está uma bela mensagem, baseada num trecho de uma oração de Jesus ao
Pai celestial.
Se nós não nos dispusermos a aproveitar esta lição do Mestre, afeiçoando a
própria vida aos Seus ensinamentos, a nossa fé terá sido vã. Os ensinos do
Cristo são de grande utilidade prática para a nossa vida. O que serve
esclarecer se não houver finalidade prática? Se a nossa fé é uma fé
raciocinada, sabemos que a vida continua; que a comunicação com o mundo
espiritual existe; que a reencarnação é um fato; que Deus é o Criador; e que só
há um caminho a seguir, que é o do bem.
5. Mas essas instruções precisam de algo mais; precisa da autoeducação, do
esforço de cada um, pois ninguém pode fazer pelo outro, razão pela qual Jesus
diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Ainda diz mais: quem quiser vir,
(olha o livre-arbítrio aí) tome a sua cruz, (da dificuldade) e siga-me. Agora,
nós temos que fazer isso um dia, mais cedo ou mais tarde, porque não tem
outro jeito. Se nós não fizermos pelo amor, vai pela dor. A necessidade se
impõe. Então, nós vamos descobrindo, aos poucos, que temos que fazer o
nosso esforço; se não conseguirmos na primeira investida vamos desistir?
Não! É exatamente na persistência que vamos ter resultado. O espírita se
caracteriza pelos esforços que faz para domar suas más inclinações e buscar a
sua transformação moral.
6. Ora, se nos é dito que devemos domar as nossas más inclinações, é porque as
temos, e temos mesmo. Por este motivo é que temos que ter o
autoconhecimento e fazermos um trabalho de autotransformação, para buscar
a essência da individualidade imortal do Espírito, que deverá resplandecer,
como disse Jesus, brilhe a vossa luz, porque somos centelhas divinas. Agora,
essa luz tem que brilhar, tem que se expandir, e compete a cada um de nós
construir o nosso destino de glória. Fomos criados para sermos felizes, para a
perfeição. Somos pequeninos ainda.
“Se abraças-te a tarefa espírita-cristã, em nome da fé sublimada, sedento de
vida superior, recorda que o Mestre te enviou o coração renovado ao vasto
campo do mundo para servi-lo”. Ninguém pode viver isolado à busca da
iluminação, apenas para atingir alto patamar.
7. Isto é importante, sem dúvida. Mas se ficarmos recolhidos em ação
contemplativa apenas, sem obras, nós não teremos o mérito daquele que
enfrenta as lutas do mundo, para ajudar a torna-lo melhor, se transformar,
contribuindo para a transformação do planeta Terra, através da sua própria
transformação. Não é fugindo do mundo que nós vamos transformá-lo; é
servindo-o. Simão, o cireneu, apenas ajudou o Cristo a carregar a cruz, mas
não foi ele que se deixou crucificar, apenas cumpriu a lei de solidariedade,
aquela que faz com que ajudemos os nossos irmãos na caminhada da vida;
caminhada de fraternidade, de troca de amor. Daí o lema supremo da Doutrina
Espírita: “Fora da caridade não há salvação”.
8. Seguir a Jesus é um compromisso que mudará as nossas vidas e que deve ser
encarado seriamente. O que significa tudo isto?
Seguir a Jesus é tomar uma decisão muito pessoal e individual. É uma escolha
estendida a todo o ser humano e que deve ser feita pela fé. Seguir a Jesus não
está relacionado com religião, uma vez que diferentes denominações ou
religiões dizem que há dezenas de formas de segui-lo. Seguir a Jesus está
mais associado ao Cristianismo, mas Deus nunca desejou que Jesus
pertencesse a um grupo específico de pessoas. Deus desejou que todos, de
qualquer nação, recebessem o Seu Filho.
Seguir Jesus significa vivenciar Seus ensinamentos, tornar prática a fé que
temos na pessoa d’Ele. Porém, tudo isso feito conscientemente, não levado
apenas pelas circunstâncias: “Já que não tenho outra saída, então que seja
assim”.
9. É necessário termos plena consciência de que Jesus não veio para organizar o
mundo pelo exercício do poder, mas para transformá-lo pela prática do amor
humilde e solidário. Isto implica sacrifício, jejum, penitência, partilha e
despojamento. Por isso, o Senhor retoma a instrução aos discípulos quanto ao
despojamento de si mesmos e à disponibilidade a serem assumidos por eles.
Muita Paz!
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A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos
Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.