Este artigo discute a relação entre consciência planetária, sustentabilidade e religião com base em eventos recentes. Ele define consciência planetária como a percepção de que o mundo é um todo e os seres humanos são responsáveis pelo futuro do planeta. O artigo também descreve o conceito de sustentabilidade e discute desafios e objetivos para as religiões no contexto da evolução da consciência planetária.
1. O documento discute as gerações ou dimensões de direitos humanos, identificando as primeiras três gerações como: direitos da liberdade, direitos da igualdade, e direitos da fraternidade.
2. Cada geração surgiu em resposta a momentos históricos específicos e tem características distintas, como se referirem a direitos negativos, positivos ou universais.
3. Alguns defendem a existência de novas gerações como direitos decorrentes da manipulação genética ou direito à democ
O documento discute o patrimônio cultural material e imaterial do Brasil, definindo-os como bens importantes para a identidade da sociedade brasileira. O Iphan é responsável por preservar e valorizar o patrimônio cultural brasileiro em suas dimensões material e imaterial. Exemplos de manifestações culturais brasileiras como o folclore, o maracatu e a festa do divino são apresentados.
O documento descreve a evolução da inclusão de jogadores negros no futebol brasileiro desde os primórdios até os dias atuais, quando ainda há casos esporádicos de racismo, como ofensas verbais e atos de vandalismo contra árbitros e goleiros. Também destaca grandes nomes negros que marcaram a história do esporte no Brasil, como Pelé.
A Renascença foi um movimento cultural e artístico que se desenvolveu na Itália entre os séculos XV e XVI, baseado na recuperação da cultura clássica grega e romana. Caracterizou-se por um novo humanismo, antropocentrismo e individualismo, interesse pelo estudo da natureza e espírito crítico, questionando crenças estabelecidas.
O documento descreve a vida e obra de Luís Bernardo Honwana, escritor moçambicano nascido em 1942 que publicou seu livro de contos "Nós matamos o cão tinhoso" em 1964, considerado um marco da literatura moçambicana. O livro aborda as relações entre colonizadores e colonizados na sociedade colonial de Moçambique através de personagens que refletem a condição desprestigiada dos africanos.
O documento discute as danças folclóricas no Brasil. Ele explica que as danças folclóricas brasileiras foram influenciadas pelos índios nativos, pelos europeus colonizadores e pelos africanos escravizados. Também discute como as danças folclóricas variam em cada região do Brasil dependendo das influências étnicas e culturais predominantes e como elas transmitem valores físicos, sociais, culturais e recreacionais.
As Veias Abertas da America Lat - Eduardo Galeano.pdfVIEIRA RESENDE
Este documento apresenta um resumo do livro "As veias abertas da América Latina" de Eduardo Galeano. Ele descreve como a América Latina foi explorada desde a colonização europeia, fornecendo recursos naturais e mão de obra barata que enriqueceram outros países, ao mesmo tempo em que a região permaneceu empobrecida. A desigualdade entre os países ricos e pobres só aumentou ao longo do tempo. O documento também discute a dependência latino-americana em relação a potências estrangeiras e a
Este documento parece ser um jogo educativo sobre a Era Vargas no Brasil, com perguntas e respostas sobre esse período histórico. O jogo é conduzido pela professora Paula Meyer e aborda temas como a política do café com leite, a Revolução Constitucionalista de 1932, as diferentes fases do governo Vargas e suas realizações.
1. O documento discute as gerações ou dimensões de direitos humanos, identificando as primeiras três gerações como: direitos da liberdade, direitos da igualdade, e direitos da fraternidade.
2. Cada geração surgiu em resposta a momentos históricos específicos e tem características distintas, como se referirem a direitos negativos, positivos ou universais.
3. Alguns defendem a existência de novas gerações como direitos decorrentes da manipulação genética ou direito à democ
O documento discute o patrimônio cultural material e imaterial do Brasil, definindo-os como bens importantes para a identidade da sociedade brasileira. O Iphan é responsável por preservar e valorizar o patrimônio cultural brasileiro em suas dimensões material e imaterial. Exemplos de manifestações culturais brasileiras como o folclore, o maracatu e a festa do divino são apresentados.
O documento descreve a evolução da inclusão de jogadores negros no futebol brasileiro desde os primórdios até os dias atuais, quando ainda há casos esporádicos de racismo, como ofensas verbais e atos de vandalismo contra árbitros e goleiros. Também destaca grandes nomes negros que marcaram a história do esporte no Brasil, como Pelé.
A Renascença foi um movimento cultural e artístico que se desenvolveu na Itália entre os séculos XV e XVI, baseado na recuperação da cultura clássica grega e romana. Caracterizou-se por um novo humanismo, antropocentrismo e individualismo, interesse pelo estudo da natureza e espírito crítico, questionando crenças estabelecidas.
O documento descreve a vida e obra de Luís Bernardo Honwana, escritor moçambicano nascido em 1942 que publicou seu livro de contos "Nós matamos o cão tinhoso" em 1964, considerado um marco da literatura moçambicana. O livro aborda as relações entre colonizadores e colonizados na sociedade colonial de Moçambique através de personagens que refletem a condição desprestigiada dos africanos.
O documento discute as danças folclóricas no Brasil. Ele explica que as danças folclóricas brasileiras foram influenciadas pelos índios nativos, pelos europeus colonizadores e pelos africanos escravizados. Também discute como as danças folclóricas variam em cada região do Brasil dependendo das influências étnicas e culturais predominantes e como elas transmitem valores físicos, sociais, culturais e recreacionais.
As Veias Abertas da America Lat - Eduardo Galeano.pdfVIEIRA RESENDE
Este documento apresenta um resumo do livro "As veias abertas da América Latina" de Eduardo Galeano. Ele descreve como a América Latina foi explorada desde a colonização europeia, fornecendo recursos naturais e mão de obra barata que enriqueceram outros países, ao mesmo tempo em que a região permaneceu empobrecida. A desigualdade entre os países ricos e pobres só aumentou ao longo do tempo. O documento também discute a dependência latino-americana em relação a potências estrangeiras e a
Este documento parece ser um jogo educativo sobre a Era Vargas no Brasil, com perguntas e respostas sobre esse período histórico. O jogo é conduzido pela professora Paula Meyer e aborda temas como a política do café com leite, a Revolução Constitucionalista de 1932, as diferentes fases do governo Vargas e suas realizações.
A Revolução Industrial substituiu a produção artesanal pela produção mecanizada em fábricas, iniciando na Inglaterra no século XVIII. Isso ocorreu devido à substituição da energia humana pela energia mecânica de máquinas movidas a vapor, da ferramenta manual pela máquina e do trabalho artesanal pelo trabalho fabril. Trouxe grandes impactos sociais como a exploração do trabalho infantil e das condições precárias dos operários.
A peça apresenta diversas personagens que acabaram de morrer e tentam embarcar em duas barcas - uma conduzindo ao Inferno e outra ao Céu. O Diabo e um Anjo disputam as almas e expõem os pecados de cada personagem, que vão desde a corrupção da Igreja e da justiça até a avareza e desrespeito aos valores cristãos. A sátira social critica os vícios da sociedade da época.
O poema está escrito em versos decassilábicos e divide-se em 10 cantos de oitavas rimadas. Narra a viagem de Vasco da Gama à Índia através da articulação de três planos narrativos: a viagem propriamente dita, a intervenção dos deuses do Olimpo e a história de Portugal contada durante a viagem.
Roteiro de trabalho 1º ano - mostra sobre religiõesSara Sarita
Este documento apresenta um roteiro para um trabalho escolar sobre diversidade religiosa, dividido em etapas. Os alunos serão divididos em grupos para pesquisar diferentes religiões e apresentá-las em uma mostra. O roteiro descreve os objetivos do trabalho, as etapas de produção, cronograma e critérios de avaliação.
Este documento fornece um resumo sobre o cristianismo, incluindo: (1) Jesus Cristo como fundador, (2) a Bíblia como livro sagrado, (3) os principais princípios, festas e rituais dos cristãos.
O documento analisa o episódio da Ilha dos Amores em Os Lusíadas de Luís de Camões. A ilha representa o passado, presente e futuro de Portugal, simbolizando suas conquistas. Nela, Vénus recompensa os navegadores portugueses com belezas naturais e amor das ninfas, celebrando seus feitos heróicos e garantindo sua imortalidade.
O documento discute três teorias sobre a origem da vida: o criacionismo, que defende a criação divina; o fixismo, que defendia espécies imutáveis; e o evolucionismo, proposta por Darwin de que espécies evoluem ao longo do tempo por meio da seleção natural.
Este documento apresenta uma introdução a um recurso educativo sobre gramática portuguesa desenvolvido pela editora Raiz. A editora criou este recurso após conversar com professores e perceber as dificuldades dos alunos em compreender como as classes de palavras se organizam. Uma professora teve a ideia de usar uma metáfora de gavetas para explicar as classes de palavras, o que inspirou a editora a expandir esta metáfora em um recurso mais abrangente sobre gramática.
O documento fornece informações sobre a poesia trovadoresca medieval portuguesa. Apresenta três modalidades desta poesia - Cantiga de Amigo, Cantiga de Amor e Cantiga de Escárnio e Maldizer - e explica que a Cantiga de Amigo é a mais antiga. Também aborda a transição da lírica para a prosa medieval e as primeiras tentativas de prosa literária nos conventos.
O documento discute diferentes tipos de digestão em diferentes organismos. A digestão extracorporal ocorre fora do corpo, como nos fungos, cujas hifas secretam enzimas digestivas no substrato. A digestão intracorporal ocorre dentro do corpo, mas fora das células, em cavidades como o estômago. Exemplos incluem a hidra, cujas células secretam enzimas na cavidade gastrovascular, e a minhoca, que possui um tubo digestivo diferenciado.
História indígena e o povo terena em msMarinaMarcos
[1] O documento discute a história do povo Terena no Brasil, incluindo seu despovoamento após a chegada dos europeus e as atuais ameaças a sua cultura e território. [2] Os Terena atualmente vivem em reservas fragmentadas no Mato Grosso do Sul e enfrentam problemas como perda de terra e impactos negativos de modelos econômicos externos. [3] Apesar das dificuldades, os Terena mantêm tradições culturais como a cerâmica e formas de organização social.
O documento descreve a teoria cromossômica da hereditariedade, que estabelece que os cromossomos são o suporte físico dos genes e que eles se segregam de forma independente durante a formação dos gametas na meiose, resultando em uma célula diplóide quando o ovo é formado pela fusão dos gametas.
O documento é um teste de português para alunos do 8o ano que aborda vários tópicos como compreensão oral, leitura, gramática e produção escrita. A parte de leitura consiste numa carta escrita por Anne Frank onde relata as terríveis condições de vida dos judeus na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo a deportação em massa para campos de concentração.
Este poema descreve a beleza e graça de Lianor enquanto ela caminha descalça para a fonte através da verdura. O poeta usa figuras de linguagem como metáforas e hipérboles para enfatizar sua aparência física perfeita e graciosidade encantadora.
Nas estrofes de invocação, Camões pede ajuda às ninfas do rio Tejo para que o inspirem a cantar em estilo elevado os feitos dos portugueses, comparando a nova inspiração que necessita à de Hipocrene, fonte das Musas na mitologia grega. O poeta deseja uma "fúria grande e sonorosa" para exaltar em verso os feitos da nação portuguesa de forma digna.
A cultura material é composta por bens tangíveis como ferramentas, construções e alimentos que são parte da sociedade. A cultura imaterial inclui práticas, expressões e conhecimentos que dão vida às sociedades, como a capoeira, religiões e danças brasileiras.
1) O documento descreve diferentes funções sintáticas desempenhadas por constituintes da frase, incluindo sujeito, predicado, complemento, modificador, predicativo e vocativo.
2) São descritos tipos de sujeito e complementos como complemento direto, indireto, oblíquo e agente da passiva.
3) Também são explicados complementos do nome e do adjetivo.
Este documento contém poemas e excertos de autores portugueses que abordam temas relacionados ao período antes e depois do 25 de Abril de 1974, quando ocorreu a Revolução dos Cravos em Portugal. Os poemas falam sobre a ditadura de Salazar, a luta pela liberdade, a revolução e a esperança de um novo começo para o país.
Este documento descreve e analisa vários tipos de argumentos não dedutivos, fornecendo exemplos e critérios de validade para cada um. São eles: 1) Generalização - argumento baseado na indução que pode ser inválido se a amostra não for representativa; 2) Previsão - previsões sobre o futuro podem estar erradas, mesmo que observações passadas estejam corretas; 3) Autoridade - a opinião de uma autoridade por si só não prova nada, dependendo de sua especialização e imparcialidade.
Meio Ambiente e Sustentabilidade em debate: Qual é o papel da igreja?Luiz Henrique Campanha
No último domingo (27/09) tivemos a oportunidade de discutir um tema que cada vez mais espaço nas igrejas cristãs – “O cuidado do meio ambiente como um papel intransferível da igreja”. Apesar de não termos conseguidos chegar com profundidade em todo o conteúdo, pudemos entender que “ser sustentável” ou “agir de forma sustentável” é antes de qualquer coisa reconhecer a nossa responsabilidade diante de Deus (Mordomia Cristã – Deus nos constituiu como mordomos de toda a sua criação) e assim termos consciência de que nossas relações sociais e o nosso estilo de vida impactam diretamente na realidade a nossa volta.
Apresentação sobre "Evangelização e Devoção Mariana", no X Congresso Mariológico de Aparecida. Análise dos elementos positivos e limites da devoção mariana.
A Revolução Industrial substituiu a produção artesanal pela produção mecanizada em fábricas, iniciando na Inglaterra no século XVIII. Isso ocorreu devido à substituição da energia humana pela energia mecânica de máquinas movidas a vapor, da ferramenta manual pela máquina e do trabalho artesanal pelo trabalho fabril. Trouxe grandes impactos sociais como a exploração do trabalho infantil e das condições precárias dos operários.
A peça apresenta diversas personagens que acabaram de morrer e tentam embarcar em duas barcas - uma conduzindo ao Inferno e outra ao Céu. O Diabo e um Anjo disputam as almas e expõem os pecados de cada personagem, que vão desde a corrupção da Igreja e da justiça até a avareza e desrespeito aos valores cristãos. A sátira social critica os vícios da sociedade da época.
O poema está escrito em versos decassilábicos e divide-se em 10 cantos de oitavas rimadas. Narra a viagem de Vasco da Gama à Índia através da articulação de três planos narrativos: a viagem propriamente dita, a intervenção dos deuses do Olimpo e a história de Portugal contada durante a viagem.
Roteiro de trabalho 1º ano - mostra sobre religiõesSara Sarita
Este documento apresenta um roteiro para um trabalho escolar sobre diversidade religiosa, dividido em etapas. Os alunos serão divididos em grupos para pesquisar diferentes religiões e apresentá-las em uma mostra. O roteiro descreve os objetivos do trabalho, as etapas de produção, cronograma e critérios de avaliação.
Este documento fornece um resumo sobre o cristianismo, incluindo: (1) Jesus Cristo como fundador, (2) a Bíblia como livro sagrado, (3) os principais princípios, festas e rituais dos cristãos.
O documento analisa o episódio da Ilha dos Amores em Os Lusíadas de Luís de Camões. A ilha representa o passado, presente e futuro de Portugal, simbolizando suas conquistas. Nela, Vénus recompensa os navegadores portugueses com belezas naturais e amor das ninfas, celebrando seus feitos heróicos e garantindo sua imortalidade.
O documento discute três teorias sobre a origem da vida: o criacionismo, que defende a criação divina; o fixismo, que defendia espécies imutáveis; e o evolucionismo, proposta por Darwin de que espécies evoluem ao longo do tempo por meio da seleção natural.
Este documento apresenta uma introdução a um recurso educativo sobre gramática portuguesa desenvolvido pela editora Raiz. A editora criou este recurso após conversar com professores e perceber as dificuldades dos alunos em compreender como as classes de palavras se organizam. Uma professora teve a ideia de usar uma metáfora de gavetas para explicar as classes de palavras, o que inspirou a editora a expandir esta metáfora em um recurso mais abrangente sobre gramática.
O documento fornece informações sobre a poesia trovadoresca medieval portuguesa. Apresenta três modalidades desta poesia - Cantiga de Amigo, Cantiga de Amor e Cantiga de Escárnio e Maldizer - e explica que a Cantiga de Amigo é a mais antiga. Também aborda a transição da lírica para a prosa medieval e as primeiras tentativas de prosa literária nos conventos.
O documento discute diferentes tipos de digestão em diferentes organismos. A digestão extracorporal ocorre fora do corpo, como nos fungos, cujas hifas secretam enzimas digestivas no substrato. A digestão intracorporal ocorre dentro do corpo, mas fora das células, em cavidades como o estômago. Exemplos incluem a hidra, cujas células secretam enzimas na cavidade gastrovascular, e a minhoca, que possui um tubo digestivo diferenciado.
História indígena e o povo terena em msMarinaMarcos
[1] O documento discute a história do povo Terena no Brasil, incluindo seu despovoamento após a chegada dos europeus e as atuais ameaças a sua cultura e território. [2] Os Terena atualmente vivem em reservas fragmentadas no Mato Grosso do Sul e enfrentam problemas como perda de terra e impactos negativos de modelos econômicos externos. [3] Apesar das dificuldades, os Terena mantêm tradições culturais como a cerâmica e formas de organização social.
O documento descreve a teoria cromossômica da hereditariedade, que estabelece que os cromossomos são o suporte físico dos genes e que eles se segregam de forma independente durante a formação dos gametas na meiose, resultando em uma célula diplóide quando o ovo é formado pela fusão dos gametas.
O documento é um teste de português para alunos do 8o ano que aborda vários tópicos como compreensão oral, leitura, gramática e produção escrita. A parte de leitura consiste numa carta escrita por Anne Frank onde relata as terríveis condições de vida dos judeus na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo a deportação em massa para campos de concentração.
Este poema descreve a beleza e graça de Lianor enquanto ela caminha descalça para a fonte através da verdura. O poeta usa figuras de linguagem como metáforas e hipérboles para enfatizar sua aparência física perfeita e graciosidade encantadora.
Nas estrofes de invocação, Camões pede ajuda às ninfas do rio Tejo para que o inspirem a cantar em estilo elevado os feitos dos portugueses, comparando a nova inspiração que necessita à de Hipocrene, fonte das Musas na mitologia grega. O poeta deseja uma "fúria grande e sonorosa" para exaltar em verso os feitos da nação portuguesa de forma digna.
A cultura material é composta por bens tangíveis como ferramentas, construções e alimentos que são parte da sociedade. A cultura imaterial inclui práticas, expressões e conhecimentos que dão vida às sociedades, como a capoeira, religiões e danças brasileiras.
1) O documento descreve diferentes funções sintáticas desempenhadas por constituintes da frase, incluindo sujeito, predicado, complemento, modificador, predicativo e vocativo.
2) São descritos tipos de sujeito e complementos como complemento direto, indireto, oblíquo e agente da passiva.
3) Também são explicados complementos do nome e do adjetivo.
Este documento contém poemas e excertos de autores portugueses que abordam temas relacionados ao período antes e depois do 25 de Abril de 1974, quando ocorreu a Revolução dos Cravos em Portugal. Os poemas falam sobre a ditadura de Salazar, a luta pela liberdade, a revolução e a esperança de um novo começo para o país.
Este documento descreve e analisa vários tipos de argumentos não dedutivos, fornecendo exemplos e critérios de validade para cada um. São eles: 1) Generalização - argumento baseado na indução que pode ser inválido se a amostra não for representativa; 2) Previsão - previsões sobre o futuro podem estar erradas, mesmo que observações passadas estejam corretas; 3) Autoridade - a opinião de uma autoridade por si só não prova nada, dependendo de sua especialização e imparcialidade.
Meio Ambiente e Sustentabilidade em debate: Qual é o papel da igreja?Luiz Henrique Campanha
No último domingo (27/09) tivemos a oportunidade de discutir um tema que cada vez mais espaço nas igrejas cristãs – “O cuidado do meio ambiente como um papel intransferível da igreja”. Apesar de não termos conseguidos chegar com profundidade em todo o conteúdo, pudemos entender que “ser sustentável” ou “agir de forma sustentável” é antes de qualquer coisa reconhecer a nossa responsabilidade diante de Deus (Mordomia Cristã – Deus nos constituiu como mordomos de toda a sua criação) e assim termos consciência de que nossas relações sociais e o nosso estilo de vida impactam diretamente na realidade a nossa volta.
Apresentação sobre "Evangelização e Devoção Mariana", no X Congresso Mariológico de Aparecida. Análise dos elementos positivos e limites da devoção mariana.
Como aplicar a Laudato Si e vivenciar sua espiritualidadeAfonso Murad (FAJE)
Material para padres, religiosos/as e agentes de pastoral, visando incorporar na ação pastoral o cuidado com o nosso planeta. Contém também links para estudo e sugestões de atividades.
Apresentação destinada a trabalho com educadores cristãos. O material deve ser trabalhado de forma dinâmica e participativa, suscitando reflexão com experiência sensitiva
Esperanças e caminhos da vida consagrada em tempos de franciscoAfonso Murad (FAJE)
O documento discute as esperanças e caminhos da Vida Consagrada à luz do papado de Francisco. Ele enfatiza a necessidade de (1) resgatar a humanidade, (2) cultivar uma espiritualidade encarnada e (3) estreitar a parceria com leigos, especialmente na missão e espiritualidade. O documento também discute a importância da CRB como espaço de fraternidade e prestadora de serviços que fermenta uma nova visão de Igreja e Vida Religiosa.
O documento discute o tráfico humano, definindo-o como um crime contra a dignidade humana que explora pessoas e viola seus direitos. Apresenta dados sobre as dimensões globais do problema, incluindo estimativas de vítimas e modalidades como exploração sexual e trabalho forçado. Também aborda aspectos relacionados ao Brasil, como formas comuns de tráfico e números de vítimas na América Latina.
O documento discute as tarefas atuais da teologia, incluindo interpretar a fé de forma compreensível, crível e vivenciável para as pessoas de hoje, dialogar com diferentes perspectivas, e reelaborar continuamente a compreensão teológica. Isso envolve tanto estudantes quanto professores de teologia, que contribuem de várias formas como ensinar, pesquisar, aconselhar a Igreja e disseminar a teologia.
Apresentação para educadores de escola, acerca de relação entre a gestão profissional e o cultivo da Espiritualidade. Contenido disponible en el libro "Gestión e espiritualidad", de Afonso Murad, ed. GRAM, Buenos Aires.
(1) O documento discute as funções da secretaria paroquial à luz da Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium" do Papa Francisco. (2) Ele sugere que a secretaria estimule uma "Igreja em saída" através do acolhimento e participação efetiva no trabalho pastoral. (3) A secretaria deve cultivar a alegria do Evangelho e encorajar os grupos a "estarem em missão" para atrair aqueles que estão fora.
O documento discute a necessidade de teologias contextuais que levem em conta as particularidades culturais e sociais ao invés de modelos universais. A teologia sempre teve traços de universalidade e particularidade, mas precisam reconhecer como a cultura influencia o pensamento teológico. Teologias contextuais ajudam a compreender a revelação de Deus na vida concreta das pessoas e promovem o diálogo entre culturas e religiões.
O documento discute como os santuários podem contribuir para a evangelização no Brasil. Ele descreve os diferentes tipos de santuários e como eles, juntamente com as comunidades locais e as mídias, podem trabalhar juntos ou em concorrência para a evangelização. O documento também discute as tensões nesse processo e como lidar com elas de forma educativa, colocando Jesus no centro e equilibrando a devoção com limites saudáveis.
Projeto salvífico de deus em jesus cristoSamuel Elanio
1) O documento discute o projeto salvífico de Deus realizado em Jesus Cristo através da Última Ceia, do sacrifício na cruz e da Eucaristia.
2) A Eucaristia recebe a dimensão sacrificial da cruz e a dimensão convivial da Última Ceia, reapresentando os fiéis a esses eventos de maneira mística.
3) Na Eucaristia, os batizados são reapresentados sacramentalmente aos acontecimentos fundantes da redenção como se estivessem
Este documento resume uma carta da Congregação para o Culto Divino sobre o uso do nome de Deus na liturgia. A carta orienta que na liturgia o nome de Deus não deve ser pronunciado ou usado na forma do tetragrama sagrado YHWH, devendo ser substituído por "Senhor". Além disso, orienta como traduzir textos bíblicos que contenham os termos hebraicos Adonay e YHWH para as línguas modernas.
O documento discute os pilares éticos do conceito de Bem-Viver na Amazônia, que são o sentido de pertença à natureza e o sentido de comunidade. Além disso, explora os desafios atuais para a construção do Bem-Viver, como a exploração irracional da natureza e a falta de perspectivas para o bem-estar universal sob o atual sistema econômico.
O documento descreve a vida e o pensamento de Fílon de Alexandria, um filósofo judeu do século I d.C. que buscou sintetizar o judaísmo com o pensamento helênico. Fílon via a Bíblia como tendo significados ocultos que poderiam ser revelados por meio da alegoria, e desenvolveu conceitos como Logos para harmonizar a fé judaica com ideias platônicas e estoicas. Sua obra mais importante foi um comentário alegórico dos cinco livros de Moisés.
O documento descreve os principais significados e consequências da Eucaristia, incluindo: (1) A Eucaristia é uma ação de graças a Deus por Sua criação e por Cristo; (2) É um memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo; (3) É um sacrifício como o de Cristo na cruz. A Eucaristia une os fiéis em comunhão e compromisso para com o mundo.
O projeto propõe atividades de educação ambiental com base nos princípios da Carta da Terra entre setembro e dezembro. O objetivo é conscientizar alunos, professores e comunidade sobre cuidados com o meio ambiente e sustentabilidade por meio de discussões, passeios e ações práticas.
Este documento discute a educação ambiental para o desenvolvimento sustentável versus educação ambiental para sociedades sustentáveis. Argumenta-se que educação para o desenvolvimento sustentável é uma falácia do paradigma neoliberal, enquanto educação para sociedades sustentáveis, com seus pressupostos opostos, é a proposta ideal. Também reflete sobre a história da educação ambiental e seu papel em promover valores sustentáveis.
Este documento discute a educação ambiental para o desenvolvimento sustentável versus educação ambiental para sociedades sustentáveis. Argumenta-se que educação para o desenvolvimento sustentável é uma falácia do paradigma neoliberal, enquanto educação para sociedades sustentáveis, com seus pressupostos opostos, é a proposta ideal. Também reflete sobre a história da educação ambiental e seu papel em promover valores sustentáveis.
Este documento aborda a necessidade de uma mudança profunda na relação entre a humanidade e a natureza, à luz dos ensinamentos da fé Bahá'í e dos conceitos de ecologia profunda. Defende que a humanidade está passando por um processo evolutivo de consciência que levará ao nascimento de uma nova cultura planetária, caracterizada por um relacionamento maduro e cooperativo com a ecosfera. A perspectiva Bahá'í enfatiza a unidade entre o material e o espiritual, e propõe que os seres humanos devem ter
Forum dialogo na assembleia legislativa, fala de gilbrazGilbraz Aragão
O documento discute a importância do diálogo inter-religioso na era da globalização e urbanização. Ele argumenta que as religiões precisam ultrapassar a lógica da identidade e buscar uma ética global compartilhada que una as pessoas. Também descreve as atividades do Observatório Transdisciplinar das Religiões na Universidade Católica de Pernambuco para promover o entendimento entre tradições religiosas.
Artigo publicado na Revista Medellin (Colômbia), que apresenta a importância do tema "Ecologia Integral", desenvolvida na Encíclica Laudato Si, de Francisco.
Embora a educação seja amplamente reconhecida como um direito, a educação atual tem falhado em responder às perguntas fundamentais sobre o propósito da vida humana. A religião sempre forneceu orientação sobre essas questões e ensinou princípios morais. A unidade da humanidade, como proclamada por Bahá'u'lláh, é a chave para resolver nossos problemas sociais através de uma educação que promova compreensão e cooperação entre todos os povos.
A história, a relevância social
e o desenvolvimento da teologia.pdfLeandroFernandes17198
1) O artigo analisa a história, o desenvolvimento e a relevância social da teologia ao longo do tempo.
2) A teologia teve momentos de maior e menor importância dependendo de como era vista pela sociedade em cada época.
3) No século 20, a teologia ganhou mais relevância na América Latina à medida que teólogos passaram a refletir sobre a realidade social da região.
O documento discute três tópicos principais: 1) Maquiavel como o primeiro cientista social e o que significa praticar política cientificamente; 2) o cientificismo e sua relação com a racionalidade do Ocidente; 3) as origens do positivismo e socialismo como correntes sociológicas que surgiram no contexto do Iluminismo.
1. As religiões no Brasil são muito diversas, com o catolicismo sendo a maior religião até recentemente, quando os evangélicos passaram a ser o segundo maior grupo. Outras religiões como espiritismo, umbanda e candomblé também estão presentes. A constituição brasileira garante liberdade religiosa para todas as fés.
Este documento discute a evolução dos paradigmas da ciência e suas influências na constituição do sujeito. Apresenta como os paradigmas mudaram ao longo da história, passando de explicações sobrenaturais para abordagens racionais e, posteriormente, positivistas. Argumenta que o paradigma atual precisa superar a fragmentação do conhecimento produzida pelos paradigmas anteriores para entender a constituição do sujeito na intersubjetividade.
Dualismo ocidental e seus desafios (Nancy Pearcey)Jean Francesco
O documento traça as raízes históricas do dualismo sagrado/secular desde o pensamento grego até os dias atuais. Muitos pensadores cristãos adotaram elementos dualistas que separavam o mundo material do espiritual. A Reforma tentou integrar a fé à vida cotidiana, mas o Iluminismo privatizou a religião. Hoje, o cristianismo precisa oferecer uma perspectiva abrangente que una o sagrado e o secular.
O documento descreve os princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja Católica Romana sobre a responsabilidade social. Ele enfatiza a defesa da dignidade humana, a promoção da justiça e da fraternidade entre todos os povos. A Doutrina Social da Igreja se baseia nas fontes da Sagrada Escritura, tradição e magistério para orientar a ação cristã na evangelização, libertação e promoção humana.
Ensino Religioso passado presente e fé - volume 1 manualAlt Bandeira
1. Este documento apresenta a proposta pedagógica do livro Ensino Religioso: passado, presente e fé para o Ensino Fundamental.
2. A proposta se baseia nos princípios de valorização e respeito à diversidade cultural e religiosa brasileira, visando a promoção dos direitos humanos.
3. O livro aborda o conhecimento religioso por meio das unidades temáticas de identidades, manifestações religiosas e crenças, analisando aspectos históricos, sociais e culturais das religiões.
1) O documento discute as origens e contribuições de diferentes ecoideologias associadas aos movimentos ambientais, incluindo nativismo, ecofeminismo, ecossocialismo e ecoanarquismo.
2) Essas ecoideologias surgiram a partir de quatro subsistemas sociais fundamentais: Estado, Cultura, Economia e Parentesco.
3) As ecoideologias fornecem subsídios para a análise de questões ambientais e a educação ambiental, propondo uma nova perspectiva de identidade humana e relação com a natureza.
1) O documento discute as origens e contribuições de diferentes ecoideologias associadas aos movimentos ambientais, incluindo nativismo, ecofeminismo, ecossocialismo e ecoanarquismo.
2) Essas ecoideologias surgiram a partir de quatro subsistemas sociais fundamentais: Estado, Cultura, Economia e Parentesco.
3) As ecoideologias fornecem subsídios para a análise de questões ambientais e a educação ambiental, desafiando abordagens sobre desenvolvimento, espaço, tempo e identidade humana.
1) O documento discute os desafios da interdisciplinaridade no meio acadêmico, especialmente em relação à fragmentação do conhecimento em disciplinas separadas e as dificuldades de integrá-las.
2) Há três níveis de integração disciplinar discutidos: multidisciplinaridade envolve pesquisas separadas de diferentes campos; interdisciplinaridade cria novas abordagens através da integração conceitual e metodológica; transdisciplinaridade busca uma visão mais ampla que transcende fronteiras disciplinares
Aula 1: Fundamentos legais e princípios da educaçãoIsrael serique
- O documento discute a educação como uma produção humana e sua relação com os contextos históricos, sociais e culturais em que está inserida. Apresenta como os processos educativos nas sociedades primitivas tinham o objetivo de garantir a sobrevivência do grupo através do ensino de habilidades práticas, enquanto nas civilizações antigas o foco era no aprendizado de aspectos práticos para o desenvolvimento da sociedade.
Semelhante a consciência planetária, sustentabilidade e religião (20)
Sugestões de ações comunitárias de ecologia integral na cidade.pdfAfonso Murad (FAJE)
Texto sugestivo destinado a lideranças comunitárias e eclesiais, listando ações coletivas de cuidado da Casa Comum e promoção da ecologia integral. Visa sobretudo os espaços urbanos. Apresenta iniciativas classificadas em: Eventos, Campanhas, Processos, Gestão Ambiental, e Grupo de incidência social e política.
Apresentação com informações básicas acerca de Maria, a mãe de Jesus, na liturgia católica. Distinguem-se as solenidades, festas, memórias obrigatórias e memórias facultativas. Sugestão: completar com o vídeo no Youtube: Maria na Devoção e na liturgia. Material proposto para estudantes de teologia e equipes de liturgia
Apresentação sobre as referências sobre Maria, a mãe de Jesus, nos documentos do Papa Francisco "Laudato Si" e "Querida Amazônia". Os temas são articulados com o "Cuidado da Casa Comum" e a Pan-amazônia.
Gestão Eclesial e Fraternidade Cristã: Valores e PráticasAfonso Murad (FAJE)
Reflexão destinada a presbíteros e agentes de pastoral. Mostra como a gestão eclesial necessita estar conectada com a proposta da "amizade social" proposta por Francisco na "Fratelli Tutti". Evita-se assim o autoritarismo e se exercita a missão como prática amorosa.
Breve apresentação sobre a singularidade da ecoteologia: sua relação com ecologia enquanto ciência, prática e paradigma; o método da teologia; e algumas perspectivas e tarefas.
Búsquedas y Encuentros en la pastoral con niños y jóvenes.pdfAfonso Murad (FAJE)
Reflexión con educadores y pastoralistas que trabajan en escuelas confesionales, especialmente en Europa.
Reflexão com educadores e pastoralistas que atuam em escolas confessionais sobretudo na Europa.
Liderazgo e espiritualidad. Posibilidades y tensiones.pdfAfonso Murad (FAJE)
Material didáctico destinado principalmente a directivos de centros educativos.
Material didático instrucional para utilizar preferentemente com gestores de instituições educacionais.
Tarefas nucleares da Ecoteologia segundo Ernst Conradie (Afonso Murad).pdfAfonso Murad (FAJE)
Visão do Ecoteólogo sul Africano Ernst Conradie acerca das tarefas centrais da ecoteologia.
Material apresentado no GT de Ecoteologia da ANPTECRE. Visa suscitar discussão. A posição de Afonso Murad foi publicada nos Anais da Anptecre de 2023.
Ser cristao na contemporaneidade. Sete dicas para vivenciarAfonso Murad (FAJE)
Apresentação destinada a favorecer a vivência cristã a partir do cotidiano, com uma espiritualidade encarnada. Sete dicas levando em conta a existência pessoal, familiar, profissional e cidadã.
Fratelli tutti e o sinodo para a Amazonia a luz da ecoteologiaAfonso Murad (FAJE)
1. O documento analisa as relações entre a encíclica Fratelli Tutti e o Sínodo para a Amazônia, com foco na ecologia integral.
2. O Sínodo defende uma Igreja samaritana que acolhe a dor dos povos e bioma da Amazônia, enquanto a Fratelli Tutti promove a fraternidade universal diante do sofrimento humano.
3. Ambos apelam para a esperança e a reconstrução através da compaixão, do diálogo e da memória que não esquece as
O documento discute a devoção à "escravidão amorosa" a Maria pregada por São Luís Maria Grignion de Montfort. Aponta que Montfort não criou essa devoção, mas herdou de uma tradição espiritual medieval. Também analisa como Montfort usa os termos "servo", "escravo" e "filho" de forma quase sinônima para expressar a relação amorosa com Jesus e Maria, mais do que uma relação de submissão. Conclui que a consagração pregada por Montfort enfatiza um amor filial,
O documento discute a alimentação sob três perspectivas: antropológica, ambiental e espiritual. Do ponto de vista antropológico, explora os significados culturais e sociais dos processos alimentares. Sob a ótica ambiental, destaca os impactos negativos do atual sistema alimentar e defende práticas sustentáveis. Espiritualmente, propõe resgatar tradições que conectem o alimento à gratidão e à comunhão com a natureza.
La gestión del cambio requiere 8 pasos clave: 1) establecer un sentido de urgencia, 2) crear un equipo fuerte, 3) desarrollar una visión y estrategias, 4) comunicar efectivamente la visión, 5) empoderar a las personas, 6) presentar los primeros logros, 7) consolidar los avances, y 8) crear una nueva cultura institucional y preparar futuros líderes. La transparencia en la gestión de recursos es importante para mejorar la relación costo-beneficio, detectar desviaciones y destinar fondos
Reflexão destinada a educadores(as) e ao público em geral. Aborda a figura bíblica de Maria de Nazaré como inspiradora para a vida cristã, como educadora de Jesus e discípula
O documento discute a diferença entre produtividade e fecundidade, argumentando que a sociedade atual valoriza excessivamente a produtividade em detrimento da fecundidade. A fecundidade verdadeira é aquela que inspira e transforma as pessoas para o bem comum através da cooperação e do cuidado mútuo. A vida religiosa também precisa redescobrir os valores da fecundidade em vez de se concentrar apenas na produtividade e resultados visíveis.
Ecoespiritualidade e praticas de cuidado da casa comum (palmas)Afonso Murad (FAJE)
Reflexão para líderes de comunidade e ativistas ambientais da Arquidiocese de Palmas (To) sobre a espiritualidade ecológica, as práticas comunitárias já existentes e novas possibilidades. Material de formação para Guardiões Ecológicos
Reflexão sobre viver a santidade no mundo e o cultivo da espiritualidade. Distinção entre "mundo" e "mundano". Destinada a consagrados(as) e leigos(as).
Reflexão dirigida a Educadores e gestores de Escolas com perspectiva cristã. Apresenta a espiritualidade ecológica utilizando a imagem da colcha de retalhos. E delineia alguns apelos do Pacto global pela educação.
Apelos para a vida religiosa na laudato si e na fratelli tuttiAfonso Murad (FAJE)
Este documento resume os principais apelos de Papa Francisco para a vida religiosa na encíclica Laudato Si e na exortação apostólica Fratelli Tutti. Na Laudato Si, o Papa defende uma espiritualidade ecológica integral e gestos concretos de cuidado com o ambiente. Na Fratelli Tutti, ele promove a fraternidade e a compaixão com os mais vulneráveis, inspirando-se na parábola do Bom Samaritano.
Reflexão sobre as aprendizagens na Gestão eclesial no tempo da Pandemia do Coronavírus. Aspectos existenciais, espirituais, teológicos e pastorais. Tema de conferência no CONAGE e no CONASPAR
Na sequência das Eleições Europeias realizadas em 09 de junho de 2024, Portugal voltou a eleger 21 eurodeputados ao Parlamento Europeu para um mandato de cinco ano (2024-2029).
Para saber mais, consulte o portal Eurocid em:
- https://eurocid.mne.gov.pt/eleicoes-europeias-2024-2029
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=56528&img=11604
Data: junho 2024.
Conheça também outros recursos sobre as Eleições Europeias 2024-2029 desenvolvidos pelo CIEJD:
Infografias (resultados e geral)
- https://pt.slideshare.net/slideshow/infografia-resultados-das-eleicoes-europeias-2024-2029-cf00/269810513
- https://pt.slideshare.net/slideshow/infografia-eleies-europeias-20242029/266850232
Quiz
- https://pt.slideshare.net/slideshows/quiz-eleies-europeias-20242029-parlamento-europeu/266850605
Sopa de letras
- https://pt.slideshare.net/slideshows/sopa-de-letras-eleies-europeias-20242029/266849887
Apresentação
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Joseph Murphy ensina como re-apropriar do pode da mente.
Cada ser humano é fruto dos pensamentos e sentimentos que cria, cultiva e coloca em pratica todos os dias.
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consciência planetária, sustentabilidade e religião
1. Dossiê: Religião, Biodiversidade e Território - Artigo original
DOI – 10.5752/P.2175-5841.2013v11n30p443
Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 30, p. 443-475, abr./jun. 2013 – ISSN 2175-5841 443
Consciência planetária, sustentabilidade e religião.
Consensos e tarefas.
Planetary consciousness, sustainability and religion. Consensus and tasks.
Afonso Tadeu Murad
Resumo
O artigo faz uma síntese das discussões a respeito da relação entre consciência planetária,
sustentabilidade e religião, a partir dos últimos congressos e publicações da SOTER, de eventos recentes
de Teologia e Ciências da Religião e da Cúpula dos Povos (2012). Realiza um nivelamento conceitual dos
termos envolvidos na questão. Caracteriza “consciência planetária”, a partir da Carta da Terra. Apresenta
um panorama acerca do tema “sustentabilidade”, mostrando as principais diferenças e os pontos
comuns das principais correntes. Responde a dúvidas, questionamentos e objeções, tais como: se é
apropriado designar o ser humano como Filho da Terra; em que sentido a Terra pode ser designada
como mãe; liames entre globalização e planetarização; como se relacionam “ecologia” e “consciência
planetária”. Delineia quais as tarefas da educação no atual contexto. Por fim, condensa os desafios e
perspectivas das religiões em relação à evolução da consciência planetária, na Carta das religiões sobre o
cuidado da Terra, da Cúpula dos Povos.
Palavras-chave: Consciência planetária. Ecoteologia. Sustentabilidade. Religião e cidadania.
Abstract
This article summarizes the discussions on the relationship between planetary consciousness,
sustainability and religion, taking into accounts the recent conferences and publications of SOTER,
recent events of Theology, Sciences of Religion and the People's Summit (2012). The text also performs
a flatness of conceptual terms involved in the issue. For this purpose, the article characterizes planetary
consciousness from the Earth Charter, an overview of the topic sustainability and showing the main
differences and commonalities of the major currents. It also answers to some questions and objections
such as: a) is it appropriate to designate the human being as the Son of Earth? b) In what way should the
earth be designated as a mother? c) What are the bonds between globalization and planetarization? d)
How "ecology" and "planetary consciousness" are related? Finally, the article outlines the tasks of
education in the current context and summarizes the challenges and prospects of religion in relation to
the evolution of planetary consciousness in the Charter of religions regarding the care of Earth.
Keywords: Planetary consciousness. Ecotheology. Sustainability. Religion and citizenship.
Artigo recebido em 19 de maio de 2013 e aprovado em 11 de junho de 2013.
Doutor em Teologia (PUG, 1992), Professor de Teologia na Faculdade Jesuíta (FAJE) e no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA).
Coordena o núcleo de Extensão da FAJE. País de origem: Brasil. E-mail: amurad@marista.edu.br
2. Afonso Tadeu Murad
Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 30, p. 443-475, abr./jun. 2013 – ISSN 2175-5841 444
Introdução
O 21º Congresso Anual da SOTER (SOCIEDADE DE TEOLOGIA E
CIÊNCIAS DA RELIGIÃO, 2008) abordou o tema Sustentabilidade da Vida e
Espiritualidade, cujas principais conferências foram editadas em livro com o
mesmo título (SOTER, 2008). No ano seguinte, as editoras Paulinas e PUC-Minas
publicaram a obra coletiva Consciência Planetária e religião. Desafios para o
século XXI (OLIVEIRA; SOUZA, 2009). Em 2011, o Congresso Internacional da
SOTER tratou do tema Religião e Educação para a cidadania e se publicou livro
homônimo (OLIVEIRA; DE MORI, 2011).
Em 2012, vários eventos, de cunho nacional e internacional, trataram da
questão. No mês de junho aconteceu no Rio de Janeiro a Conferência das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), que reuniu chefes de
Estado e lideranças governamentais e empresariais do mundo tudo. Paralelamente,
aconteceu a Cúpula dos Povos, congregando milhares de pessoas e organizações da
sociedade civil1. Meses mais tarde, lideranças de teologia e de pastoral das Igrejas
cristãs se encontraram em São Leopoldo (RS) no Congresso Continental de
Teologia2, que reuniu mais de 700 pessoas da América Latina e do Caribe. O tema
da consciência planetária também veio à baila e houve uma oficina sobre Teología
y Ecología. Pouco tempo depois, o Simpósio Filosófico-teológico da FAJE, em Belo
Horizonte (MG), versou sobre Filosofia, Teologia e Consciência planetária. O
assunto, tão atual, continua a mobilizar pessoas e grupos e a suscitar discussão.
O autor deste artigo tomou parte nos eventos citados. Também esteve
presente em outras mesas redondas, seminários e conferências, nas quais vieram à
tona várias dúvidas e questionamentos em torno de Consciência planetária,
sustentabilidade e religiões. Levantam-se perguntas, tais como:
1
Documento final disponível em http://cupuladospovos.org.br. Acesso em 19/05/13.
2
Ver Murad: Gasda; De Mori, 2013.
3. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 30, p. 443-475, abr./jun. 2013 – ISSN 2175-5841 445
- A consolidação da tecnociência e da biotecnologia indicam um
distanciamento irreversível do ser humano em relação ao “natural”. A Terra seria
então somente um conjunto de recursos disponíveis para a humanidade?
- O advento da consciência planetária acontece efetivamente, ou é uma
teoria que expressa o desejo de algumas minorias sonhadoras?
- Como conciliar uma proposta tão otimista com a crueza dos fatos, que
apontam em sentido contrário (individualismo, consumismo, consolidação dos
mecanismos de concentração do capital, destruição do planeta, crescimento do
fundamentalismo religioso, timidez das propostas da Rio+20)?
- O que se entende por “consciência planetária”? Situa-se no nível da ética
individual ou dos grandes modelos de compreensão, denominados “paradigmas”?
- Há base científica suficiente para defender que “A Terra é nossa mãe” e
“Somos filhos da Terra”? Em que sentido a Terra seria um organismo vivo, pois não
se reproduz? Como os humanos são filhos da Terra, se não há alteridade no mesmo
nível? Tais afirmações não remontariam antes a uma visão pré-moderna, hoje
superada?
Também aparecem objeções teóricas e práticas.
- Há duas suspeitas em relação à sustentabilidade, vindos de direção oposta.
De um lado, os que creem que a sustentabilidade será alcançada em curto prazo,
com o desenvolvimento da tecnologia, da ecoeficiência, de melhorias no sistema de
extração, produção, distribuição, consumo e descarte dos produtos. Segundo estes,
não seria necessário ir mais longe e exigir tantas mudanças simultâneas em âmbito
cultural, social e econômico. De outro lado, denuncia-se que o desenvolvimento
sustentável é um engodo do capitalismo internacional. Dever-se-ia alterar o
próprio conceito de desenvolvimento e buscar outro modelo econômico, ao mesmo
tempo em que se promovam mudanças profundas nas mentes e nos corações das
pessoas e das culturas.
4. Afonso Tadeu Murad
Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 30, p. 443-475, abr./jun. 2013 – ISSN 2175-5841 446
- Na discussão e propostas de ação, não se abordaria de modo suficiente a
importância da educação formal (da educação infantil à universidade), como meio
imprescindível para desenvolver a cidadania planetária.
- Quando se reflete sobre o empenho das religiões em favor da consciência
planetária e da sustentabilidade, aparece certa esquizofrenia entre a teoria e a
prática. Em princípio, as religiões seriam as primeiras guardiãs da humanidade, em
termos de valores humanos, de sabedoria e de cuidado com o planeta. Mas, o
discurso predominante e a vivência das religiões parecem se refugiar no âmbito
privado, onde os grandes apelos estruturais da humanidade e da Terra não
encontram eco.
Tendo no horizonte tais questões, este artigo visa apresentar sinteticamente
pontos consensuais e oferecer elementos para avançar na reflexão a respeito de
Consciência Planetária, sustentabilidade e religião. Iniciemos com um conceito
balizador.
Consciência ou visão planetária significa, basicamente, a (re)descoberta de
que o mundo se torna um todo, o ser humano3 é membro da Terra e deve assumir
a responsabilidade pelo futuro do planeta habitável. Tal percepção se configura
como um modelo de compreensão que, nos humanos, incide sobre a visão de si
mesmos e das suas relações, levando a posturas, gestos, iniciativas, políticas e
processos em vista da sustentabilidade. Esse caminho também repercute na
experiência religiosa, na mística, na compreensão acerca da relação do ser humano
com o Sagrado. Alcançar a visão planetária expressa uma significativa e ainda
minoritária etapa da evolução da humanidade, implicando tarefa de expansão e
aprofundamento. Espera-se que a consciência planetária contagie mais pessoas,
povos e países.
3
A categoria “ser humano” abarca cada indivíduo com sua singularidade, como também as comunidades e grupos, as culturas e os
povos, que formam países e civilizações. Contempla cada indivíduo e o gênero humano. Adota-se o termo “ser humano” em
substituição à clássica palavra “homem”, para superar o equívoco do androcentrismo. Embora pareça uma abstração, o termo “ser
humano” reporta a homens e mulheres concretos, em sua existência pessoal e coletiva, como animais dotados e liberdade, linguagem,
capacidade de aprender, herdeiros e construtores de cultura, que elaboram e reelaboram significados.
5. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
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O conceito de consciência planetária é esboçado no Preâmbulo da Carta da
Terra4, em estilo esperançoso e estimulador5:
No meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos
uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum.
Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no
respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e
numa cultura da paz. Para chegar a esse propósito, é imperativo que nós, os povos
da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande
comunidade da vida e com as futuras gerações.
Vejamos agora os diversos elementos que compõem o conceito de
consciência planetária e a relação entre eles.
1 Qual consciência?
Na linguagem comum, “estar consciente” equivale a manter-se desperto,
com as funções mentais ativas. Opõe-se ao estado de sono ou qualquer outra forma
de desconexão de parte dos mecanismos sensoriais. “Ser consciente de” alude a
compreender determinada situação, ter as informações necessárias e saber das
consequências de suas escolhas. Tem também uma conotação ética. Uma pessoa
“sem consciência” não julga corretamente suas ações, distingue de forma
insuficientemente o bem do mal, aparentemente não sente culpa pelos erros
cometidos, nega-se a avaliar o resultado de suas ações em relação aos outros. No
horizonte das ciências modernas, o termo “consciência” abarca uma multiplicidade
de sentidos: psicológico, sociológico, social, histórico, de classe, ético e outros
(BAPTISTA, 2009, p. 141-148). Vamos selecionar alguns deles.
4
Disponível em http://www.cartadaterrabrasil.org. Acesso em 21/05/13.
5
Importante texto de produção coletiva, elaborado no ano de 2000 e posteriormente referendado pela UNESCO e outras importantes
organizações internacionais. Entres os seus produtores, está o teólogo brasileiro Leonardo Boff, que apresenta a história do documento
e os principais avanços no artigo A carta da Terra e a consciência planetária: um olhar de dentro (BOFF, 2009, p. 15-27).
6. Afonso Tadeu Murad
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A consciência está ligada ao processo de compreensão, à percepção. A
pessoa tem a capacidade de assimilar, interpretar e reelaborar algo através da
inteligência, levando a aperfeiçoar ou recriar conceitos, emitir juízos éticos com
discernimento, relacionar fatos e teorias. A percepção influencia a maneira como
vemos, julgamos, conceituamos e qualificamos as realidades subjetivas,
intersubjetivas e objetivas6. Por meio dela o ser humano se apropria das
informações obtidas pelos sentidos, ao interpretá-las, selecioná-las e organizá-las.
O educador ambiental Genebaldo Freire Dias utiliza a expressão
“ecopercepção” (DIAS, 2004), como compreensão das principais questões
socioambientais, suas causas e possíveis soluções. Na perspectiva do autor, o que
está em jogo não é somente o acesso às informações, mas sim a forma como
captamos as informações e as relacionamos. Ecopercepção implica uma postura
ética: tomar atitudes pessoais e coletivas em vista da continuidade da teia da vida
em nosso planeta. Convém notar que a consciência planetária é mais do que
ecológica, pois tematiza a utopia viável de superação da exploração econômica,
social, étnica e política, em favor de sociedades interconectadas com equidade, que
cultivem o respeito, a tolerância, a diversidade e a cooperação.
A visão planetária, embora assumida por cada pessoa, pode ser classificada
como um tipo de consciência coletiva, na acepção de Durkheim (BAPTISTA, 2009,
p. 146-147). Do ponto de vista da sociologia, o termo “consciência” compreende:
quem somos (autoconhecimento), o que é o mundo (conhecimento experiencial da
realidade) e o que deve ser mudado nele (critérios éticos para a ação
transformadora). Neste sentido, “consciência planetária” designa o conjunto de
ideias e valores que fundamentam e motivam um amplo movimento social em
defesa da vida na Terra. (OLIVEIRA, 2009, p. 29-30).
6
“O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e
reconstruções celebrais com base em estímulos ou sinais captados ou codificados pelos sentidos (..) O conhecimento, sob forma de
palavra, de ideia, de teoria, é o fruto de uma tradução/reconstrução por meio da linguagem e do pensamento” (MORIN, 2002, p. 20).
7. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
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A visão planetária é uma forma de “consciência crítica”, tal como é
compreendida por Libanio (1979): autocompreensão do ser humano, nas suas
relações intersubjetivas, comunitárias e estruturais. Libanio identifica três etapas
de evolução da consciência na humanidade: o momento do objeto, o do sujeito e o
social7. Posteriormente, ele acrescenta o momento da consciência ecológica. Assim,
articula o pensar dialético com o quântico. Intenta ajudar as pessoas a pensarem,
compreendendo os complexos mecanismos que envolvem a vida intelectual.
Segundo ele, como atitude fundamental, o senso crítico é um esforço para superar
as primeiras impressões, o óbvio, o imediato, o visivelmente aparente, indo às
raízes da realidade. (LIBANIO, 2008).
A dimensão crítica da consciência planetária se liga àquilo que Goleman
(2009, p. 36-45) chamou de “inteligência ecológica”, ao desenvolvimento de
sensibilidade abrangente que permite perceber as interconexões entre as ações
humanas e seus impactos ocultos no planeta, na saúde dos indivíduos e da
coletividade e nos sistemas sociais. Segundo ele, trata-se de uma habilidade que se
conquista coletivamente, implicando a conscientização acerca das consequências
profundas do que fazemos e do que compramos, a determinação de mudar para
melhor e a disseminação dos conhecimentos adquiridos
No dizer de Souza (in: OLIVEIRA e SOUZA, 2009, p.96.108): “A consciência
planetária significa um estar atento aos destinos do planeta que é a nossa casa
comum (..), consciente dos problemas que o afetam”. Num só movimento, a
consciência plenamente atenta se encontra presente tanto a si mesma quanto à
alteridade dos seres bióticos e abióticos, que constituem a ecosfera. Portanto, o
termo “consciência”, aplicado à visão planetária, significa simultaneamente:
7
Ver uma palestra de Libanio sobre este tema em: http://www.jblibanio.com.br/modules/mastop_publish/?tac=166. Acesso em
16/05/2013.
8. Afonso Tadeu Murad
Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 30, p. 443-475, abr./jun. 2013 – ISSN 2175-5841 450
processo de compreensão, postura crítica, opção ética, além de modelo de
interpretação ou paradigma emergente8.
2 Consciência Planetária
A planetarização consiste num movimento crescente e irreversível de
conexão de homens e mulheres dos diversos cantos da Terra, que caminham para
constituir uma história única. Elemento mais visível desta configuração é a
globalização da economia. Os mercados locais se tornam cada vez mais
interdependentes. Um produto globalizado é elaborado com componentes de
diversas partes do mundo e se destina também a distintos mercados, obedecendo a
parâmetros internacionais. As bolsas de valores estão de tal forma interligadas, que
uma crise regional, o aumento do PIB ou a alteração da taxa de desemprego de
determinado país rapidamente repercutem em muitos outros. Alterações climáticas
e mudanças de produtividade rural provocam instabilidade no preço de
commodities agrícolas em distintas partes do mundo.
A globalização da economia é colocada pelo capitalismo internacional como
a grande impulsionadora do crescimento da humanidade, pois possibilitaria o
acesso crescente a produtos e serviços, com valor agregado e menor custo, além de
estimular o empreendedorismo, a inovação e a livre concorrência. Todos
ganhariam com a globalização. É verdade que o mercado globalizado trouxe
inúmeras vantagens, mas tal discurso mascara sua face sombria. Nos últimos
vintes anos concentrou-se drasticamente o número das grandes corporações
mundiais, que efetivamente “dão as cartas” no jogo da economia mundial. A
voracidade, a volatilização e liberdade absoluta do capital financeiro causam
“insegurança global”, endividamento e recessão até em países ricos. O fantasma do
8
Paradigma seria “modelo, visão de mundo, valores ou sistema conceptual que vai se impondo, progressivamente, aos indivíduos e
grupos, ou, mais precisamente, às comunidades de pesquisadores” (BAPTISTA, 2009, p. 150). O autor apresenta um panorama da
discussão a respeito dessa categoria e seu uso na teologia, nas p. 150-158.
9. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
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desemprego se torna real em economias tidas até então como estáveis e seguras. A
rápida evolução da biotecnologia revela-se ambígua e perigosa.
Diante de crises cíclicas ou imprevisíveis, o mercado global reinventa suas
configurações, nas quais se dispõem economias consolidadas, emergentes, em
crise, decadentes, dependente ou subalternas. Não interessa o enorme contingente
populacional da África subequatoriana e dos países pobres da América Latina, se
estes não se enquadram nos padrões necessários do mercado. Eles simplesmente
não contam. Em que consiste o mundo “desenvolvido”? Aquele que segue o modelo
de produção, consumo e descarte, inspirado pelo mercado globalizado. E este se
realiza à custa da exploração desmedida dos bens e dos serviços ambientais. Por
isso, levanta-se a necessidade de uma governança global, que estabeleça critérios,
mecanismos de controle e metas para evitar o caos, favorecer a equidade entre os
povos e o equilíbrio ecológico.
Afirmar que a consciência planetária caracteriza o momento atual pode
parecer algo ingênuo ou demasiadamente otimista. Várias macroanálises vão na
direção oposta, ao apontar aspectos tenebrosos do nosso tempo, tais como:
fragmentação dos indivíduos, subjetivismo, perda da identidade, relativismo ético,
dissolução de valores, expansão das “redes do mal” (como os tráficos de pessoas, de
armas e de drogas), fundamentalismo religioso, intolerância étnico-cultural,
distância intergeneracional e destruição dos ecossistemas sem a devida reação
humana. Ora, os que defendem que há um caminhar da humanidade em direção à
consciência planetária não negam o quadro cinzento do cenário mundial. No
entanto, há um olhar positivo, que reconhece o irromper de algo novo, embora
minoritário e carregado de riscos e ambiguidades, que diz respeito a cada pessoa e
à humanidade, como coletividade.
O mundo torna-se cada vez mais um todo. Cada parte do mundo faz, mais
e mais, parte do mundo e o mundo, como um todo, está cada vez mais
presente em cada uma de suas partes. Isso se verifica não apenas para as
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nações e povos, mas para os indivíduos. Assim como cada ponto de um
holograma contém a informação do todo da qual faz parte, também,
doravante, cada indivíduo recebe ou consome informações e substâncias
oriundas de todo o universo (MORIN, 2002, p. 67).
Em meio a tantas manifestações em sentido contrário, a planetarização
acontece. Estreitam-se os laços entre pessoas, culturas, povos e nações e cresce o
consenso de que a humanidade deve superar as fronteiras geopolíticas. Proliferam
as redes presenciais e virtuais. De muitas formas, estreita-se o contato do oriente
com o ocidente. O Fórum Social Mundial ocasiona o encontro de milhares de
pessoas e organizações, reunidas em torno da causa de que “Outro mundo é
possível e necessário”. Ensaiam-se espaços de diálogo inter-religioso, a ponto de se
propor uma teologia intercrente ou interfaith (VIGIL, 2011, p. 281). Melhoram as
condições de transporte, de forma a facilitar o contato entre pessoas e grupos.
Populariza-se a internet, e com ela se abrem amplas vias de disseminação de
informação e de contatos sociais. Crescem iniciativas de Open Inovation, de
partilha de saberes e de conhecimentos. A mente humana, que porta o pior perigo
para o cenário mundial, traz também as melhores esperanças.
O conceito de consciência planetária tem elementos intercambiáveis com o
de cidadania planetária. No primeiro caso, a ênfase recai na originalidade da
percepção e da sensibilidade ética, na emergência de um novo paradigma
civilizacional, nos processos de mudança nas mentes e nos corações. No segundo
caso, acentuam-se as práticas transformadoras, a nova forma de estar e de atuar
com os outros na biosfera, a organização da sociedade com os Direitos Humanos e
os Direitos da Terra, que configuram uma civilização original. “A consciência
planetária e a necessidade de todos lutarem por uma civilização planetária,
nascidas dessa nova visão de mundo, produzem um novo ethos mundial.”
(BAPTISTA, 2009, p. 160).
11. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 30, p. 443-475, abr./jun. 2013 – ISSN 2175-5841 453
Ecologia e consciência planetária são termos correlacionados9. O primeiro
compreende no mínimo três diferentes realidades, intimamente relacionadas
(MURAD, 2008): a ecologia como ciência, como paradigma e como ética para a
sustentabilidade. A ecologia se desenvolveu nos últimos cem anos como um saber
acerca da relação entre todos os seres (bióticos e abióticos), que torna possível a
continuidade da vida no planeta. Ao estudar de forma sistêmica as redes que
constituem a biosfera, a ecologia possibilitou ao ser humano compreender-se
dentro da teia da vida, superando assim a miopia do antropocentrismo. Ademais,
criou-se um vigoroso movimento de cidadãos e organizações, que se mobilizam
para denunciar a destruição do ecossistema e lutar, em vários níveis, pela
qualidade do ambiente físico e biológico. No termo “consciência planetária”, por
sua vez, acentua-se a superação das fronteiras locais, a ampliação de horizontes
para um mundo uno, os processos comunicativos que rompem com compreensão
tradicional de tempo e de espaço, a intensificação da teia humana que se tece na
diversidade étnica, cultural, de gênero, sexual, generacional, inter-religiosa e
multiconfessional.
3 O gênero humano: membro da Terra?
Alguns autores utilizam a expressão “filho(a) da Terra” para expressar a
relação de pertença do ser humano à biosfera10. Importa esclarecer que o termo
tem conotação analógico-simbólica, e não unívoca. Os humanos necessitam de
outros seres para viver e existem em interdependência com eles. Basta recordar
como se passa uma jornada diária de alguém, mesmo que seja em contexto urbano
longe das matas e dos rios, para perceber isso. Continuamente recorremos aos
serviços ambientais. Necessitamos dos seres abióticos para nos manter vivos: a
água, o solo, o ar e a energia do sol. Nosso corpo está povoado de micro-
organismos, sobretudo as bactérias que atuam no estômago e no intestino,
9
Ver o lúcido artigo de Pedro Ribeiro de Oliveira (2008), especialmente p. 66-77.
10
Veja, por exemplo, a visão de BOFF (2010, p. 62-68) no breve capítulo: “Argumentos em favor da Terra como mãe”.
12. Afonso Tadeu Murad
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transformando os alimentos em nutrientes assimiláveis. Alimentamo-nos de
plantas cultivadas e de animais criados em cativeiro. Em momentos especiais,
experimentamos a beleza da lua cheia, o fascínio de uma cachoeira ou das ondas do
mar, a serenidade e o silêncio de um bosque de área de conservação, o canto e as
cores dos pássaros. Nessas ocasiões, sentimo-nos irmanados aos outros seres,
bióticos e abióticos.
Leonardo Boff, em várias de suas obras, recorda que todos os seres vivos,
desde as bactérias até o mais complexo dos mamíferos, “possuem o mesmo alfabeto
genético constituído por trinta aminoácidos e quatro ácidos nucleicos. Apenas a
variação das letras deste alfabeto origina a diversidade dos seres”. Neste sentido,
conclui o teólogo, “todos entre si são parentes, primos e irmãos e irmãs” (BOFF,
2009, p. 25). Somos “filhos da Terra”, pois nossa espécie apareceu depois de um
longo processo de evolução da matéria e dos seres vivos no nosso planeta. De forma
simples, diz-se que se comparado a um dia de 24 horas, o Homo Faber surgiu no
último minuto. Teilhard de Chardin desenvolve, de forma brilhante, como a
consciência e o espírito não são a negação da matéria, mas novo umbral de sua
evolução:
O animal sabe. Mas não sabe que sabe. Senão, há muito tempo teria
multiplicado as invenções e desenvolvido um sistema de construções
internas. A consciência aparece com completa evidência apenas no
Homem (..) Portanto, entrevista nesse único clarão, ela tem uma extensão
cósmica, e, como tal, aureola-se de prolongamentos espaciais e temporais
indefinidos. A vida, porque subida da consciência, não podia continuar
avançando indefinidamente em sua linha sem se transformar em
profundidade. Ela devia (..), assim como toda grandeza crescente no
Mundo, tornar-se diferente para permanecer ela mesma. (TEILHARD DE
CHARDIN, 1994, p. 105).
Pode-se dizer que o ser humano é a Terra, enquanto pensa, age, sente, atua,
confere sentido e comunica-se com a linguagem, representa suas interações com os
outros seres através de símbolos e conceitos. Somos parte integrante e consciência
reflexa da comunidade de vida no nosso planeta. Na linha da “Carta da Terra”,
relativizam-se as diferenças entre as espécies e se realça a igualdade do princípio
13. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
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vital que as unifica. Nisto consiste o núcleo da consciência planetária: todos os
viventes formam uma única comunidade de vida, interdependente e solidária.
(OLIVEIRA, 2009, p. 40).
Por outro lado, o ser humano não é a Terra. Diferentemente dos outros
seres vivos, não temos um lugar definido na cadeia alimentar. Não absorvemos e
transformamos energia diretamente do sol. Para o metabolismo, necessitamos de
matéria e de energia, que inicialmente são retirados dos ecossistemas. Mais do que
instintos, os humanos tem pulsões, que são condicionadas pela cultura. Suas
características próprias, como linguagem, consciência reflexa, enorme capacidade
de aprendizagem, estrutura cerebral extremamente complexa conferem-lhe um
distanciamento em relação aos outros seres e ao próprio planeta, como entidade
biosférica. Edgar Morin resume esta convicção: nós, os humanos, provamos
simultaneamente o enraizamento no cosmos físico e na esfera viva, e o
desenraizamento que nos é próprio. Ao mesmo tempo, estamos dentro e fora da
natureza (MORIN, 2002, p. 50), em co-participação e distanciamento.
O ser humano é igualmente um ser estranho ao planeta, porque é
simultaneamente natural e sobrenatural. Natural, em virtude de seu duplo
enraizamento: o cosmos físico e a esfera dos seres vivos; sobrenatural
porque padece simultaneamente de certo desenraizamento e de uma
estrangeiridade atribuídos às próprias características da humanidade, da
cultura, das religiões, de espírito e de sua própria consciência. (MORIN;
CIURANA; MOTA, 2003, p. 64).
Da relação da humanidade com a terra, brota uma questão polêmica: aceitar
que nosso planeta seja considerado como uma entidade própria, algo mais do que a
soma dos seus ecossistemas, do meio físico e biológico. Alguns pesquisadores
rejeitam a imagem da “Pachamama”, da “Mãe Terra”, por considerá-la mitológica e
pré-científica. Na direção oposta vai a Teoria de Gaia, popularizada por James
Lovelock, que considera nosso planeta como super-organismo vivo. Segundo ele:
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Gaia é o nome da Terra, entendida como um sistema fisiológico único,
uma entidade que é viva pelo menos até o ponto em que, assim como os
outros organismos vivos, os seus processos químicos e a sua temperatura
regulam-se automaticamente em um estado favorável aos seus habitantes.
(LOVELOCK, 2006, p. 12). [...] A evolução dos organismos se encontra tão
intimamente articulada com a evolução do seu ambiente físico e químico
que, juntas, constituem um único processo evolutivo, que é auto-
regulador. (LOVELOCK, 2006, p. 25).
A teoria da Gaia tem sofrido muitas críticas, algumas das quais rebatidas
pelo próprio Lovelock. Talvez o ponto central resida no conceito de “vida”. Na
perspectiva do neodarwinismo, a vida se caracteriza como a propriedade de
entidades moleculares orgânicas para crescer e se reproduzir. Na visão do
bioquímico, um organismo vivo utiliza energia livre, da luz do sol ou dos alimentos
para crescer segundo seu código genético. Ora, então a Terra não poderia ser um
super-organismo vivo, pois não cresce nem se reproduz. Para Lovelock, no entanto,
a vida seria a propriedade de um sistema limitado, aberto a um fluxo de energia e
de matéria, que mantém as suas condições internas constantes, mesmo que haja
alteração nas condições externas. Neste sentido, a Terra é considerada um
(super)organismo vivo11.
A humanidade não é filha da Terra, em sentido estrito, sob o ângulo
biológico, que diz respeito à estrutura genética e à experiência reprodutiva.
Também não estabelece relação de filiação com o planeta, do ponto de vista
psicológico, pois está ausente a alteridade no mesmo nível. Há uma relação
assimétrica. “Filiação” expressa antes a procedência no processo evolutivo e a
interdependência do ser humano com os outros seres, no ciclo de matéria e
energia, que constituem os ecossistemas e a biosfera12.
11
Ver também os argumentos do autor e a história de suas descobertas em Lovelock, 2006, p. 27-46.
12
Importa distinguir ecossistema de biosfera. Segundo Callenbach, “dentro de um ecossistema há organismos que realizam a
fotossíntese para seu crescimento e para produzir alimentos para outros, e organismos de decomposição que reciclam os elementos
básicos da vida. Um ecossistema é capaz de realizar o ciclo completo dos elementos essenciais (carbono, nitrogênio, oxigênio, fósforo e
enxofre). Os nutrientes reciclam-se, passando dos organismos vivos a detritos orgânicos e voltando a outros organismos vivos. A
energia flui para dentro e para fora (como calor). Todos os ecossistemas da Terra tomados em conjunto constituem a
biosfera/ecosfera” (CALLENBACH, 2001, p. 72-73).
15. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
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Convém recordar que o planeta, se entendido como unidade com identidade
própria, age também como “madrasta”, quando acontecem terremotos e tsunamis e
outras catástrofes ambientais destruidoras, que não são consequência de ação
antrópica.
Quando o ser humano assume a responsabilidade pela Terra habitável,
reconhece que é chamado a sustentar quem o sustenta13. Nasce nova compreensão
de alteridade, autonomia e reciprocidade, em relação aos outros seres e à ecosfera.
4 De dominador a habitante
A humanidade estabelece com os ecossistemas muitas formas de relação,
além da irmandade/filiação e da consciência reflexa. Inegavelmente, as civilizações
surgiram e cresceram à custa da apropriação do espaço no qual antes habitavam
outros seres vivos, como plantas e animais. Toda civilização é, de certa forma, uma
ocupação. A dominação sobre o ambiente faz parte da história dos humanos sobre
o planeta.
A reflexão sobre consciência planetária deve considerar que, desde que
emergiu como ser consciência e construtor de história, o ser humano exerce sobre o
ambiente uma ação de dominação, de ocupação, de apropriação. O que se coloca
em questão são as consequências nefastas do imenso poder de intervenção da
ciência aplicada (tecnociência) sobre os ecossistemas, a serviço do mercado
globalizado, movido pela febre de produzir-consumir-descartar, com crescente
demanda por energia. A dominação se tornou irracional, ilimitada, a ponto de
colocar em cheque as condições ideais de continuidade do ciclo de vida na Terra.
13
Cf. a bela reflexão teológico-trinitária de Susin (2008), especialmente, p. 208-214.
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É notório o impacto ambiental14 negativo, causado pelos humanos sobre a
comunidade de vida. Broswimmer (2005, p. 65-100) na obra “Ecocídio” mostra
como várias civilizações pré-modernas chegaram ao caos devido à superexploração
da comunidade de vida. Tal risco se multiplica exponencialmente na atualidade,
devido à capacidade da tecnociência de criar novos produtos e serviços que
consomem quantidades incríveis de matéria e energia e produzem resíduos, à
criação de novos produtos químicos e seu uso intensivo em vários âmbitos, e à
globalização do mercado. Atribui-se ao prêmio Nobel de química, Paul Crutzen, o
termo “antropoceno”, para designar o período atual da história do planeta no qual
as atividades humanas interferem profundamente na biosfera, ao ponto de ser
considerado como uma nova era geológica.
O planeta Terra é também designado como “Casa comum”. O termo ecologia
já nos reporta a essa expressiva imagem da casa (oikos), relacionado com o termo
técnico “habitat”. Nós habitamos a Terra junto com outros seres. Habitar, para o
ser humano, significa transformar determinado local em espaço de convivência, de
trabalho e de descanso. A habitação circunscreve um determinado espaço, que, em
duplo sentido, é apropriado por uma pessoa ou uma comunidade como “seu”. Isso
não significa posse exclusiva e sim pertença recíproca.
O lugar e a casa onde habitamos fazem parte de nós, da teia de significados e
símbolos que construímos continuamente. Morar no topo de uma montanha é
diferente de habitar à beira do mar ou no meio do cerrado. O ambiente nos envolve
e fazemos parte dele, como também o transformamos com o olhar estético. A casa
ameniza as intempéries do sol intenso e quente ou do vento frio e cortante. As
paredes, as janelas e a porta da casa delimitam o campo da intimidade familiar, em
contraposição ao exterior15.
14
Impacto ambiental é a “alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocados por
ação humana” (SÁNCHEZ, 2008, p. 32). O impacto ambiental pode ser causado por atuação que implica: (a) supressão de certos
elementos do ambiente, (b) inserção de novos elementos artificiais ou naturais exóticos ao ecossistema, ou (c) sobrecarga, introdução
de fatores de estresse além da capacidade de suporte do meio, que gera desequilíbrio (p.31-32).
15
Cf. a bela reflexão de LAMY (1996, p. 103-120), no capítulo intitulado A casa, nicho ecológico do homem.
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Afetivamente, associamos a estrutura física da casa à morada, ao lar, ao
“nosso cantinho”. No lar nos sentimos protegidos e acolhidos. Em sentido
simbólico, a Terra é o grande lar onde a humanidade habita.
O nosso planeta e o seu céu constituem o nosso “ninho ecológico” [...]
Habitamos este espaço e povoamo-lo com os nossos corpos e os nossos
sonhos, com desejos e temores. Habitamo-lo e transformamo-lo; ele
tornou-se a nossa segunda pele e o duplo de cada um de nós. É neste
“nicho” de vida que nos refugiamos e construímos nossos recantos [...], as
nossas Babilônias e Jerusaléns (LAVIGNE, 1996, p. 55).
A Terra provavelmente sobreviverá à somatória de impactos ambientais do
antropoceno e as espécies restantes se adaptarão às novas condições, como
aconteceu em outras eras geológicas. Mas a espécie humana corre o sério risco de
desaparecer ou de se reduzir drasticamente, nos próximos 100 anos.
Porque fazemos parte da Terra e nela moramos, causamos impactos antes
inimagináveis e podemos agir de outra forma, se diz que somos responsáveis pela
Terra habitável. A sustentabilidade do planeta se transforma em questão
fundamental para a continuidade dos humanos na “Casa comum”.
5 Pegada ecológica e sustentabilidade
Autores recentes usam o termo “pegada ecológica”, para avaliar as
consequências do consumo humano e quanto é necessário de matéria e energia
para refazer o equilíbrio nos ecossistemas16. O conceito de Ecological footprint foi
desenvolvido por Wackernagel e Rees (2001). Segundo eles, a sustentabilidade
requer que vivamos dentro da capacidade produtiva da natureza. Usando uma
16
A pegada ecológica é uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão média de território que uma pessoa ou toda uma
sociedade utiliza para se sustentar. Considera os tipos de territórios produtivos (agrícola, pastagens, oceano, florestas, áreas
construídas) e as formas de consumo (alimentação, habitação, energia, bens e serviços, transportes e outros). Cada tipo de consumo é
convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área medida em hectares. Incluem-se também áreas usadas para receber os
resíduos gerados e a quantidade de terra e água para animais, plantas e ecossistemas. Mais informações em:
www.alvissaras.net/index.php?option=com_content&view=article&id=39:o-que-e-pegada-ecologica&catid=14:cotidiano&Itemid=16
acesso em 25/05/2013.
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metáfora econômica: trata-se de aprender a viver da renda gerada pelo capital
natural. Este inclui os recursos naturais, a capacidade de assimilação de resíduos
necessários para manter a atividade econômica humana, os processos biofísicos e
relações entre componentes da ecosfera que proporcionam serviços essenciais para
as funções de suporte vital do planeta (WACKERNAGEL; REES, 2001, p. 54)
Assim, a contrapartida à pegada ecológica humana seria “a área correspondente de
terra produtiva e ecossistemas aquáticos necessários para os recursos utilizados e
para assimilar os resíduos produzidos por uma dada população, sob determinado
estilo de vida” (DIAS, 2002, p. 31).
A responsabilidade pela Terra Habitável se traduz no empenho pela
sustentabilidade. Nos últimos anos, discutiu-se muito sobre o tema e se escreveram
obras em torno da sustentabilidade, em diferentes áreas do saber, como a
engenharia ambiental (BRAGA, 2005), a educação na escola (LEGAN, 2007), a
gestão ambiental nas organizações (ABDALLA DE MOURA, 2008), a ética
filosófica (PELIZZOLI, 2002), a geografia (CAMARGO, 2005), a agricultura
(McNEELY; SCHERR, 2009), o direito ambiental (SIRVINSKAS, 2010), a
economia (VEIGA, 2010).
Adotamos o conceito de sustentabilidade formulado por Leonardo Boff:
Sustentabilidade é toda ação destinada a manter as condições energéticas,
informacionais, físico-químicas que sustentam todos os seres,
especialmente a Terra viva, a comunidade de vida e a vida humana,
visando sua continuidade e ainda atender as necessidades da geração
presente e das futuras, de tal forma que o capital natural seja mantido e
enriquecido em sua capacidade de regeneração, reprodução e coevolução.
(BOFF, 2012, p.107).
Outros autores caracterizam a sociedade sustentável como:
economicamente factível, ecologicamente apropriada, socialmente justa,
culturalmente diversa e inclusiva. Ora, como a proposta da sustentabilidade se
articula com a economia de mercado globalizado? No cenário tão plural e instável,
três tendências se destacam: desenvolvimento sustentável dentro dos parâmetros
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gerais do sistema, alternativas viáveis que abram novas perspectivas, crítica radical
ao sistema. Alguns atores sociais oscilam entre o primeiro e o segundo modelo,
dependendo do momento histórico e dos seus interlocutores.
5.1 Desenvolvimento sustentável
Segundo esta versão, desenvolvida na ética dos negócios, o desenvolvimento
sustentável seria conquistado com iniciativas simultâneas no “triple botton line”:
econômico, ambiental e social, correspondentes aos três pês: Profit, Planet, People.
A bandeira da sustentabilidade, inicialmente empunhada por ambientalistas, passa
a ser assumida por empresários e, em menor grau, pelos governos.
No Brasil, várias empresas investem em produção mais limpa, mudanças no
design dos produtos, otimização das fontes energéticas, redução ou compensação
dos impactos ambientais na implantação de um empreendimento, etc. Entre tantos
protagonistas do “desenvolvimento sustentável”, citam-se Fernando Almeida, o
Instituto Ethos e o Conselho Empresarial Brasileiro para o desenvolvimento
sustentável (CEBDS), e inúmeras iniciativas de formação e pesquisa em Gestão
ambiental. Nesta perspectiva, Almeida (2002, p. 160-166) resume os principais
indicadores para o desenvolvimento sustentável das empresas: econômicos
(produção e lucro), ambientais (consumo de energia, de materiais e de recursos
naturais; geração de emissões, efluentes e resíduos; produtos e serviços) e sociais
(de ordem funcional, laborial e de benefícios à comunidade).
Em âmbito internacional, a obra coletiva “Capitalismo natural” (HAWKEN;
LOVINS; LOVINS, 1999) simboliza uma grande virada no interior do tema17. Os
autores mostram que o modelo econômico hegemônico lida conscientemente com
três tipos de capital: humano (na forma de trabalho e inteligência, cultura e
organização), financeiro (dinheiro, investimentos e instrumentos monetários) e
17
Apresentação do livro e material complementar disponível em: www.natcap.org. Acesso em 01/06/2013
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manufaturado (infra-estrutura, máquinas, ferramentas e fábricas). Mas deve
também considerar o capital natural, constituído de recursos, sistemas vivos e os
serviços do ecossistema (HAWKEN; LOVINS; LOVINS, 1999, p. 4). O livro
apresenta as quatro estratégias do capitalismo natural: (a) Implementar ao máximo
a produtividade dos recursos humanos e naturais; (b) Praticar o biomimetismo
(inspirado na natureza, otimizar os ciclos de vida dos produtos, com reciclagem e
redução do desperdício de matéria e energia); (c) Alterar fundamentalmente a
relação entre produtor e consumidor (de uma economia de bens e de aquisições
para uma de serviços e de fluxos); (d) Reinvestir na sustentação, na restauração e
na expansão do estoque do capital natural. (HAWKEN; LOVINS; LOVINS, 1999, p.
9-19).
Basta percorrer o livro “Capitalismo Natural” para perceber que os autores
transitam entre a primeira e a segunda posição. Assumem-se como pessoas
inseridas no capitalismo, criticam seus limites e propõem alternativas viáveis que
alteram alguns elementos do próprio sistema. Quando tratam do automóvel (cap.
2, p. 20-45), não somente apresentam as soluções tecnológicas para reduzir os
efeitos danosos dos veículos privados, mas indicam medidas ligadas à mobilidade
urbana e à própria concepção da cidade. O mesmo se constata na reflexão sobre os
alimentos (cap. 10, p.177-198) e segurança hídrica (cap. 11, p. 199-218).
A proposta do “desenvolvimento sustentável” tem a vantagem de oferecer
alternativas viáveis, que procuram conciliar os interesses da economia com os da
ecologia, crescimento da economia e cuidado com o meio ambiente. Apresenta o
risco real de degradar-se em “marketing verde”, que mascara o impacto ambiental
negativo da organização e do próprio capitalismo global. Não se tornaria o
“desenvolvimento sustentável” um novo produto simbólico que o capital
neutralizou e reificou em seu benefício? Quem analisa os relatórios de
sustentabilidade de grandes empresas, com olhar técnico e crítico, percebe que
várias delas selecionam os dados e as informações, de forma a apresentar um
quadro que não corresponde à realidade.
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É temerário fazer uma crítica generalizada à proposta do desenvolvimento
sustentável, como se todos os empresários e governos nele envolvidos fossem
oportunistas. A situação do planeta é tão grave, que é necessário somar a
contribuição de cada agente social. Neste campo, aplicam-se também os princípios
da valorização da diversidade e exercício do diálogo, constitutivos do movimento
planetário. (Ver MAWHINNEY, 2005). De outro lado, como denunciou o documento
final da Cúpula dos Povos na Rio+20, o capitalismo tem responsabilidade pela crise
global.
O grande desafio da sustentabilidade reside na implementação de uma
governança global, que valide as boas práticas, crie regras com força de obrigação,
imponha limites ao capital financeiro e estabeleça metas sócio-ambientais. Após
avanços significativos, nas Conferências das Partes sobre Clima, Biodiversidade,
Desertificação, Mares e Oceanos, passamos por um momento de imobilidade. O
resultado pífio da Rio +20 e a lentidão para adotar um novo acordo global para
reduzir as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) preocupam a todos os que se
empenham pelas questões planetárias atuais.
5.2 Busca do “inédito viável” da sustentabilidade
Tornou-se conhecido em várias partes do mundo o vídeo “História das
Coisas” (The Story of Stuff), depois transformado em livro, que narra, de forma
didática, como o processo de extração, produção, distribuição, consumo e descarte
dos produtos “vai de encontro aos limites da capacidade planetária de sustentar a
vida” (LEONARD, 2011, p. 13). A crítica de fundo, apontada também por Fritjof
Capra, é esta: a lógica da economia de mercado globalizado é linear, enquanto que
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a lógica dos ecossistemas é cíclica18. A economia precisa crescer sempre, e a forma
mais comum de suscitar o crescimento econômico é estimular o consumo. Ora,
quanto mais se consome, mais intenso é o impacto ambiental negativo sobre o
meio ambiente. Qual seria então a alternativa?
Paulo Freire cunhou a expressão “inédito viável”, para expressar como
homens e mulheres podem ir além das “situações-limite” e transformar as utopias
em sonho possível, empenhando-se em práticas transformadoras19. O tema da
sustentabilidade se torna hoje um inédito viável. Surgem propostas conceituais,
como “ecodesenvolvimento20”, “ecossocialismo”, “desenvolvimento ao ponto
sustentável21”. Dada sua ambiguidade, abandona-se o termo desenvolvimento
sustentável e se privilegia sustentabilidade.
Tão importantes quanto os conceitos, se revelam as alternativas em
andamento, que sinalizam, conforme o mote do Fórum Social Mundial: “um outro
mundo é possível e necessário”. O geólogo e economista brasileiro (MERICO,
2008), em obra sintética e de linguagem acessível, apresenta uma série de
procedimentos, alguns testados e em funcionamento, que interligam economia e
organização dos ecossistemas. Eles são distribuídos ao longo dos capítulos em:
produção, varejo, consumo, compras públicas, investimentos públicos,
biocomércio, pagamento de serviços ambientais, comércio internacional,
governança ambiental global.
18
Segundo F. Capra, um dos principais conflitos entre a economia e a ecologia vem do fato de que a natureza é cíclica, enquanto que
os sistemas industriais são lineares. As atividades comerciais extraem recursos, transformam-lhes em produtos e em resíduos, e
vendem os produtos para os consumidores, que descartam ainda mais resíduos depois de ter consumido os produtos. Ora, os padrões
sustentáveis de produção e de consumo precisam ser cíclicos, imitando os processos cíclicos da natureza. Para conseguir esses padrões
cíclicos, é necessário replanejar radicalmente a economia. Ver: http://www.ecologiaefe.blogspot.com.br/2009/03/ecoalfabetizacao-e-
sustentabilidade.html. Acesso em 05/06/13.
19
Ver o comentário em http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/paulo_freire_hoje/04_pf_hoje_reinventando_pf.html. Acesso
em 17/05/13.
20
Conforme GADOTTI (2009, p. 65), citando Gustavo Lima, o ecodesenvolvimento teria os seguintes princípios: satisfação das
necessidades básicas da população, solidariedade com as gerações futuras, participação da população envolvida, preservação dos
recursos naturais e do meio ambiente, elaboração de um sistema social com equidade, segurança e respeito às culturas, e programas
de educação.
21
Segundo BRAUN (2005, p.12), o desenvolvimento ao ponto sustentável corresponde a alcançar o ponto de equilíbrio entre os
componentes natural, social e econômico. Isso requer, ao mesmo tempo, a busca de equilíbrio interno, do complexo corpo-mente-
espírito.
23. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
Horizonte, Belo Horizonte, v. 11, n. 30, p. 443-475, abr./jun. 2013 – ISSN 2175-5841 465
Em outra perspectiva, Braun (2001) apresenta os princípios e a forma de
funcionamento das Ecovilas e desenvolve temas correlatos, como permacultura e
dinheiro verde. Proliferam no Brasil as experiências bem sucedidas de
socioeconomia solidária, que atuam sobre os princípios de autogestão, comércio
justo, cuidado com o ambiente e outras22. Na Cúpula dos Povos, acontecida em
junho de 2012 durante a Rio+20, centenas de grupos partilharam experiências de
agricultura sustentável, redes solidárias de produção e de consumo, processos de
coleta e reciclagem de resíduos, alternativas energéticas, etc. A esperança está
fundada em sonhos possíveis. Na carta final da Cúpula dos Povos se diz: “As
alternativas estão em nossos povos, nossa historia, nossos costumes,
conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e
ganhar escala, como projeto contra-hegemônico e transformador”.
5.3 Desconstrução do “desenvolvimento”
Para uma corrente crítica, a economia de mercado estaria na raiz dos
grandes problemas econômico-sociais e ambientais. Assim se expressa a Carta
Final da Cúpula dos Povos de 2012:
As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos
denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema
capitalista patriarcal, racista e homofóbico. (..) As corporações
transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistemática
violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da
mesma forma, avançam seus interesses através da militarização, da
criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais
promovendo a desterritorialização no campo e na cidade. (..) O
capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e
comunitário sobre os recursos naturais e serviços estratégicos, que
continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e
limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessários à
sobrevivência23.
22
Ver algumas publicações em torno da economia solidária, destinadas às lideranças populares, em www.fbes.org.br (pesquisar:
“cartilha”).
23
Fonte: http://cupuladospovos.org.br. Acesso em 17/05/13.
24. Afonso Tadeu Murad
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Nessa linha, a transformação da economia deve ser radical, a ponto de
superar a ilusão moderna do desenvolvimento econômico infinito, medido pelas
taxas de PIB, pelo aumento de produção e consumo. A Terra não aguenta o
crescimento ilimitado. As contribuições de um seminário, realizado em Paris em
2002, intitulado “Desfazer o desenvolvimento para refazer o mundo”, foram
reunidas em obra homônima (LLENA et al., 2009). As propostas são, no mínimo,
provocantes. Segundo os autores, o assim chamado “desenvolvimento” representa
um problema, e não o remédio para a mundialização. Faz-se necessário acabar com
a ideologia do progresso. Tratar-se-ia de ir em direção oposta à economia de
mercado. Em vez de expansão, redução de produção, de consumo e de descarte.
Favorecer os núcleos de produção local e regional e não o mercado internacional.
Desglobalizar!
Há aspectos positivos na proposta. Ela sinaliza a necessária diversidade
cultural, rompendo com a ocidentalização do mundo. Estimula o protagonistas de
sujeitos populares, a economia informal, a auto-suficiência. Sugere a reapropriação
do dinheiro, do comércio e do financiamento. No entanto, persiste a dúvida a
respeito de sua viabilidade.
Na prática, as três tendências não se apresentam de forma rígida. O mesmo
ator social, seja o empreendedor de economia solidária, o dono de uma indústria,
uma organização de serviços, ou um governo local, em determinado momento
focará seus esforços no inédito viável. Em outro, fará pequenas mudanças, ou então
carregará as tintas na crítica ao sistema. O mais importante está aqui: a emergência
da consciência planetária postula o empenho pela sustentabilidade. Não se trata de
um conceito acadêmico, mas sim de força matriz que estimula atitudes individuais,
processos educativos, políticas públicas, gestão ambiental nas organizações e
governança corporativa global.
25. Dossiê: Religião, biodiversidade e território– Artigo: Consciência planetária, sustentabilidade e religião. Consensos e tarefas
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6. Educação para a cidadania planetária
Estranhamente, a Cúpula dos Povos na Rio +20, evento tão amplo e
significativo para a humanidade, não contemplou a importância da educação para a
sustentabilidade, por meio das instituições educacionais e de outros mecanismos
de formação das novas gerações. Hoje, é imprescindível incluir a escola, a
universidade, os centros sócioeducativos, os espaços alternativos de educação
popular e também os processos de iniciação à fé nas Igrejas cristãs e nas religiões.
Ou se educa as novas gerações para a cidadania planetária, ou ficaremos
estagnados.
Felizmente, há muitas experiências significativas no mundo e literatura em
constante produção acerca da educação. Faremos aqui, a título de exemplo,
somente um recorte de publicação que marcou a diferença: a obra de Francisco
Gutiérrez e Cruz Prado, Ecopedagogia e cidadania planetária (2002). O livro se
inicia com a contribuição de Moacir Gadotti. Segundo ele, cidadania planetária “é
uma expressão que abarca um conjunto de princípios, valores, atitudes e
comportamentos e demonstra uma nova percepção da Terra como uma única
comunidade” (GADOTTI, 2002, p. 22). A cidadania planetária não é somente
ambiental, pois também tem como foco “a superação da desigualdade, a eliminação
das sangrentas diferenças econômicas e a integração da diversidade cultural da
humanidade”. É uma cidadania integral. Implica a luta por uma democracia
planetária (GADOTTI, 2002, p. 23). Exige-se “o desenvolvimento de novas
capacidades como vibrar emocionalmente, inter-conectar-ser e pensar em
totalidade”. Ela nos levará a construir “uma cultura da sustentabilidade, uma
biocultura, uma cultura da vida, da convivência harmônica entre os seres humanos
e entre estes e a natureza” (GADOTTI, 2002, p. 23-24).
Neste contexto, faz-se necessária a Ecopedagogia: “pedagogia que promove a
aprendizagem do sentido das coisas a partir da vida cotidiana, (..) que significa
“facilitar, acompanhar, possibilitar, recuperar, dar lugar, compartilhar, inquietar,
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problematizar, relacionar, reconhecer, envolver, comunicar, expressar,
comprometer, entusiasmar, apaixonar, amar (..) As pessoas e o planeta precisam
ser salvos no mesmo projeto de futuro da própria humanidade” (GADOTTI, 2002,
p. 24).
Gutiérrez e Prado (2002, p. 30-31) defendem que a pedagogia das
instituições de ensino implica nova forma de conhecer, que integre sentimentos e
razão, pensar e ação. Ela deve resgatar a harmonia perdida pelo pensamento focal e
fragmentado. Isso supõe nova maneira de ver, focalizar e viver as relações com a
Terra e com tudo o que a consciência planetária supõe: “tolerância, equidade social,
igualdade de gêneros, aceitação da biodiversidade e promoção de uma cultura da
vida a partir da dimensão ética” (GUTIÉRREZ; PRADO, 2002, p.31). Exige-se
então “profunda mudança de valores, relações e significações”, a partir de práticas
que desenvolvem “atitudes básicas de abertura, interação solidária, subjetividade
coletiva, equilíbrio energético e formas de sensibilidade, afetividade e
espiritualidade” (GUTIÉRREZ; PRADO, 2002, p. 37-38).
Resumidamente seriam estes os requisitos pedagógicos para o processo de
educação da cidadania planetária: protagonismo efetivo dos educandos e
interlocutores; epistemologia integradora de razão e emoção, uso apurado dos
cinco sentidos, exercício da dimensão experiencial da aprendizagem, compreensão
complexa das variáveis, simultaneidade de atitudes individuais e ações coletivas e
visibilidade das práticas transformadoras.
Igualmente, existem muitas iniciativas de Educação Ambiental, promovidas
por escolas públicas e particulares, secretarias de meio-ambiente e de educação de
prefeituras e governos estaduais, organizações da sociedade civil, Igrejas e
empresas. Na verdade, a educação ambiental ampliou sua perspectiva. Não se
limita a fornecer informações sobre ecologia e poluição ou levar à adoção de
pequenas ações ambientais. Compreende a mudança de visão, em vista da
consciência planetária. Abrange a percepção do mundo e dos valores que a
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orientam. Apura a sensibilidade, faz refletir sobre o sentido da atuação humana no
ecossistema, suscita ações individuais e coletivas, empodera a comunidade local
como protagonista de mudança.
Portanto, o empenho pela consciência planetária e a sustentabilidade exigem
amplos investimentos em processos de educação convencionais e alternativos, para
formar as novas gerações, em valores, percepções e práticas. De maneira própria a
cada instância, isso diz respeito tanto à educação, quanto à religião (FERREIRA;
MARQUES, 2011, p. 153-166).
7 A tarefa das religiões no desenvolvimento da consciência planetária
Durante a Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho de 2012, diversos líderes
religiosos do Brasil, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) e do Movimento “Religiões pela Paz”, reuniram-se para debater a relação
entre as religiões e as questões ambientais. Na Carta das religiões sobre o cuidado
da Terra24, eles afirmam:
A agenda das religiões deve incluir os elementos que traçam os projetos do
ser humano na busca de realização da sua existência e afirmar
compromissos efetivos com a defesa da vida no planeta. Religiões,
sociedade e meio ambiente são realidades estreitamente correlatas. As
tradições religiosas contribuem para a ampliação da consciência dos seus
seguidores sobre os valores fundamentais da vida, pessoal, social e
ambiental, orientando para a convivência pacífica e respeitosa entre os
povos, culturas e credos, e destes com toda a criação.
Este importante documento inter-religioso inspira atitudes e ações. Segundo
os líderes religiosos, as religiões devem:
- Afirmar juntas o valor sagrado da vida, sobretudo do ser humano;
24
Disponível em http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=1¬iciaId=3164. Acesso em 21/05/13.
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- Promover a educação e a prática do respeito mútuo, do diálogo, da
convivência pacífica e da cooperação entre as diferenças, fundamental no mundo
plural;
- Discernir juntas os valores que constroem a paz no mundo. Pois a paz não
é simples ausência da guerra, mas é fruto da justiça e da prática da caridade;
- Viver a compaixão para com os mais necessitados, empobrecidos e
excluídos da sociedade;
- Promover o valor e o cuidado da criação;
- Contribuir efetivamente para com as iniciativas ligadas à construção e
promoção da cidadania25.
Para concretizar suas aspirações, os representantes das religiões presentes
assumiram compromissos, das quais destacamos:
- Fazer com que as nossas tradições religiosas afirmem de modo concreto o
valor da vida de cada pessoa, independentemente da sua condição social, religiosa,
cultural, étnica e de gênero, ajudando-as na superação dos problemas que lhes
afligem no cotidiano;
- Promover um efetivo respeito pela dignidade da pessoa e dos seus direitos
acima de interesses econômicos, culturais, políticos e religiosos. Crer em um Ser
Criador implica em desenvolver uma espiritualidade que tenha compromisso com a
promoção e defesa da vida humana, pois o ser humano é a razão do serviço
religioso que nossas tradições de fé oferecem ao mundo;
25
Ver o artigo de Pilar Aquino (2011). A autora apresenta quatro critérios convergentes dos atores religiosos e sociais na promoção da
educação para a cidadania (p.27-28) e delineia novas tarefas da religião em uma sociedade plural (p. 28-36).
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- Trabalhar para a convergência dos diferentes paradigmas culturais e
religiosos dos povos, como uma possibilidade para melhor entendermos o mundo
dentro de suas inter-relações e a convivência entre todos os seres humanos;
- Partilhar as riquezas que possuímos para fortalecer as relações inter-
religiosas que possibilitam a cooperação entre os credos na solução dos problemas
que afligem o nosso país e o mundo em que vivemos;
- Promover o desenvolvimento do sentido da fraternidade e da solidariedade
universal, superando o fundamentalismo, o exclusivismo e o consumismo
irresponsável;
- Realizar projetos sociais conjuntos que fortalecem a solidariedade nas
comunidades religiosas e na família humana.
- Desenvolver uma nova ética na relação com o meio ambiente, capaz de
orientar novas atitudes defensoras de todas as formas de vida, sustentadas em
políticas públicas de justiça ambiental e numa mística/espiritualidade que explicite
a gratuidade e o dom da vida na criação;
- Qualificar uma vivência religiosa que favoreça o convívio social dos credos,
a afirmação da tolerância e da liberdade religiosa.
Espera-se que esse documento seja conhecido, divulgado e se traduza em
atitudes e ações nas diversas religiões, que assumiram o compromisso na Cúpula
dos Povos.
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A título de conclusão
Este artigo foi terminado em maio de 2013, no que momento em que
cientistas e pesquisadores, de várias nações, empenhados na questão das mudanças
climáticas, anunciaram que o planeta alcançou o perigoso nível de concentração de
Dióxido de Carbono de 400 porções por milhão. Ganha assim maior relevância o
clamor da Carta da Terra:
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns
dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São
necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e
modos de vida.
Não podemos esperar mais! Oxalá o trabalho de docentes e pesquisadores da
Teologia e das Ciências da Religião contribua efetivamente para desenvolver a
consciência planetária. E que as Instituições de Ensino, a começar das
confessionais, assumam políticas de sustentabilidade, testemunhando que a
construção de civilização planetária é possível e necessária.
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