O documento descreve uma representação cômica de um casamento caipira, com personagens usando sotaque interiorano. A cerimônia começa com os pais da noiva pressionando o padre a começar logo, mas o noivo some. O delegado é chamado para encontrá-lo e o traz de volta sob a mira de uma arma. O casamento continua com o padre fazendo perguntas engraçadas e o noivo respondendo relutantemente.
1. Sugestão para a representação do casamento caipira ou matuto
Personagens
Padre Coroinha Noiva
Noivo Delegado Pai da noiva
Mãe da noiva Pai do noivo Mãe do noivo
1ª Freira 2ª Freira
Padrinhos da noiva
Padrinhos dos noivo
Cenário
Representação de um altar de igreja ou capela. Os convidados estão posicionados em
duas fileiras, deixando o centro para a noiva. O padre anuncia a chegada da noiva, que
entra com o pai e vai até o altar, onde estão o padre, devidamente paramentado, seu
coroinha e os padrinhos e pais dos noivos. Os personagens, carregando bastante no
sotaque interiorano, dizem o seguinte:
Pai da noiva: "ô, seo padre vamo fazê logo esse casório!"
mãe da noiva: "é, os convidado já tão tudo aí!"
Padre: "e a noiva tamém?"
Mãe da noiva: "och, faiz tempo!"
Padre: "e o noivo?"
Pai da noiva: "aquele fio duma égua inda num pareceu!"
Mãe da noiva: "pro falá em bicho do pasto tão chegano aí os pai dele!"
Padre: "cadê o fio do ceis?"
Pai do noivo: "tá lá fora iscundido atrias da árvre. Num tá quereno vim, não!"
Pais da noiva e padre: (JUNTOS) "pruquê?""
Mãe do noivo: "pruquê ele diz que num ama mais a tua fia!
Pais da noiva (perplexos): "mais óia!"
Pai da noiva: "eu vô te qui chama o delegado pa achá esse porquera, seo padre, pode i
começano o casório!"
Mãe do noivo: "uai, mas sem o noivo?"
Padre: "occeis dá um jeito aí! Ôo... Irmã maria das dô, faiz favô, podonchamá as
testemunha!"
(as freiras começam a chamar os casais de compadres, que vão entrando pelo corredor da
igreja)
1ª freira: "que entre os padrim do noivo!"
2º freira: "que entre os padrim da noiva!"
1ª freira: "uai, cadê o pai da noiva?"
padre: "foi atraqis do noivo!"
2ª freira: "que entre o noivo!" "que entre o noivo!" "que entre o noivo!"
(chama várias vezes e o noivo não entra)
Padre: "vai chamano a noiva!"
1ª freira: "que entre a noiva"
(a noiva entra, toda preocupada)
Padre: a noiva tá chegano! Vamo batê parma pra ela, pessoar!!! "cadê seu noivo, minha
fia?"
Noiva (confusa): "num sei, seo padre!"
2. Noiva: ai, mãe, ele num vem, acho que vou dismaiá… (e, simulando um desmaio, é
acudida pela mãe e pela madrinha.)
O pai da noiva faz um sinal para o delegado e cochicha com ele.
Delegado: peraí, seu padre, eu já vô buscá ele. (sai acompanhado por dois ajudantes,
armados de espingarda e cassetetes.) Entra o noivo empurrado pelo delegado, que
permanece no altar, grande parte da cerimônia, atrás do noivo, para que ele não fuja.
Padre: bão, vamo começá logo esse casório. Ocê, chiquinha dengosa, promete, de
coração, pra marido toda vida o pedrinho foguetão?
Noiva: mas que pregunta isquisita seu vigário faz pra mim. Eu vim aqui mais o pedrinho
num foi pra dizê que sim???
Padre: e ocê, pedrinho, que me olha assim tão prosa, qué mesmo pra sua esposa a sinhá
chiquinha dengosa?
Noivo: num havia de querê, num é essa minha opinião, mas, se não caso com a chiquinha,
vô direto pro caixão… (vira-se para o delegado, que está com a espingarda em punho.)
Padre: então, em nome do cravo e do manjericão, caso a chiquinha dengosa com o
pedrinho foguetão! E viva os noivos!
Convidados: viva!!! (conforme os noivos passam pelos convidados, pode-se jogar arroz.)
Padre: e vamo pro baile, pessoar!!!
Com os convidados já devidamente formados, tem início a quadrilha – o grande baile do
casamento.