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Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Como falar de
HOJE
Anúncio, presença e testemunho
É o anúncio que dá resposta ao anseio
de infinito que existe em todo o
coração humano (Papa Francisco, EG 165).
Enquanto, no passado, era possível
reconhecer um tecido cultural unitário,
amplamente compartilhado no seu apelo aos
conteúdos da fé e aos valores por ela
inspirados, hoje parece que já não é assim em
grandes setores da sociedade devido a uma
profunda crise de fé que atingiu muitas
pessoas”(n. 2). A crise de fé acontece em razão das
mudanças culturais que geram modos de pensar e
de se comportar diferentes e, até mesmo
divergentes. (cf. DGAE: Marcas de Nosso Tempo)
Os filhos, mais numerosos que hoje, viviam a maior parte
no tempo sob a influência da família e todas as famílias
eram mais ou menos iguais no que diz respeito à religião e
aos costumes.
Hoje os filhos passam a maior parte do tempo sob a
influência de outras instâncias e têm contato permanente
com formas de pensar e de viver diferentes daquelas de sua
própria família.
Tornou-se frequente que pais cristãos se queixem
de que seus filhos não os acompanham mais na
prática da própria religião. Há espaços sociais e
culturais que estão absolutamente fora do controle
familiar onde alternativas outras, muitas vezes
opostas, de como viver exercem forte influência nas
novas gerações (cf. DGAE n. 39)
Acrescente-se a essa mudança o espaço das redes
sociais onde tudo se discute e onde se comunicam
as mais variadas experiências e onde se contestam
os valores tradicionais que teceram as relações
sociais no regime de cristandade.
A industrialização, com o acelerado e desordenado
processo de urbanização, quebrou a unidade cultural
religiosa que caracterizava a sociedade de tipo rural.
A migração para os centros
urbanos trouxe insegurança
para a população acostumada
ao ritmo lento da vida rural,
gerando também os
problemas de desemprego e
os bolsões de pobreza com
consequente desestruturação
da vida familiar, propiciando
o desenvolvimento do
comércio das drogas,
verdadeiro flagelo social.
Nesse contexto, a perda das raízes cristãs-católicas por
parte de muitos e a necessidade de encontrar solução
para as angústias emergentes de um contexto de
anomia sociocultural abriram espaço para as mais
variadas propostas religiosas vistas como resposta para
as próprias aflições.
Multiplicaram-se os
grupos religiosos onde de
certa forma as pessoas,
nessa situação,
encontram abrigo,
segurança e orientação
para suas vidas.
Uma cultura global, gestada
pelo sonho de uma felicidade
fácil, a ser concretizada pelo
acesso aos bens de consumo, e
um conceito de liberdade como
possibilidade de satisfazer a
todos os desejos, substitui a
noção de ideal que exija
dedicação, espírito de
sacrifício e a procura de uma
vida virtuosa bem como o
empenho na construção de um
mundo melhor para todos.
Nesse contexto se tornam difíceis as opções
definitivas de entrega da própria vida a uma causa
ou a um ideal onde o bem do outro ou o bem de
todos seja a razão do próprio viver.
A felicidade não está em
encontrar uma verdade que dê
sentido à totalidade da
existência e, portanto, ao viver e
ao morrer; a felicidade consiste
em viver com intensidade
prazerosa o momento.
Dispensa-se a questão do
sentido e fica abolido qualquer
tipo de escatologia, individual
ou coletiva.
Nesse contexto o Santo Padre, o Papa Bento XVI
havia chamado a atenção para o fato de que
muitos cristãos se preocupam mais com “as
consequências sociais, culturais e políticas da fé
do que com a própria fé, considerando esta como
um pressuposto óbvio da sua vida diária”.
É preciso observar que o Santo Padre não nega a
importância dessa preocupação que, aliás, na América
Latina, ocupou amplo espaço no pensamento teológico e
exerceu forte influência em nossas práticas pastorais.
Sua constatação é que chegamos a um ponto em que
o pressuposto – a fé viva – que deve
sustentar a prática cristã no mundo
da cultura e da política vem
se esvaziando progressivamente.
De fato, fazemos o discurso sobre a necessidade de uma
cultura onde se valorize a dignidade da pessoa e de uma
prática política que valorize a vida e procure o bem
comum e nos deparamos com uma prática completamente
alheia aos princípios do evangelho. Não temos cristãos
suficientemente formados e comprometidos com o
evangelho no mundo da profissão, das artes, das ciências e
da política.
Donde a pergunta: Como falar de Deus hoje?
Onde e como, os leigos devem anunciar, se fazerem presentes e testemunhar?
A missão específica do fiel leigo:
sua índole secular
(Vat II, Bento XVI e Papa Francisco)
Ensina-nos o Concílio Vat. II:
“É própria e peculiar dos leigos a índole secular. Com
efeito, os membros da sagrada Ordem, ainda que
algumas vezes possam tratar de assuntos seculares,
exercendo mesmo uma profissão profana, contudo, em
razão da sua vocação específica, destinam-se, sobretudo
e expressamente ao sagrado ministério; enquanto que
os religiosos, no seu estado, dão magnífico e
privilegiado testemunho de que se não pode
transfigurar o mundo e oferecê-lo a Deus sem o espírito
das bem-aventuranças. Por vocação própria, compete
aos leigos procurar o Reino de Deus tratando das
realidades temporais e ordenando-as segundo Deus.
Vivem no mundo, isto é, em toda e qualquer
ocupação e atividade terrena, e nas condições
ordinárias da vida familiar e social, com as quais é
como que tecida a sua existência. São chamados
por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio
ofício, guiados pelo espírito evangélico,
concorram para a santificação do mundo a partir
de dentro, como o fermento, e deste modo
manifestem Cristo aos outros, antes de mais pelo
testemunho da própria vida, pela irradiação da sua
fé, esperança e caridade.
Portanto, a eles compete especialmente,
iluminar e ordenar de tal modo as realidades
temporais, a que estão estreitamente
ligados, que elas sejam sempre feitas
segundo Cristo e progridam e glorifiquem o
Criador e Redentor” (LG 31)
“Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido de entre
os homens (cfr. Hebr. 5, 1-5), fez do novo povo um
«reino sacerdotal para seu Deus e Pai» (Apor. 1,6;
cfr. 5, 9-10). Na verdade, os batizados, pela
regeneração e pela unção do Espírito Santo, são
consagrados para ser casa espiritual, sacerdócio
santo, para que, por meio de todas as obras
próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais
e anunciem os louvores daquele que das trevas os
chamou à sua admirável luz (cfr. 1 Ped. 2, 4-10).
Por isso, todos os discípulos de Cristo,
perseverando na oração e louvando a Deus
(cfr. At., 2, 42-47), ofereçam-se a si mesmos
como hóstias vivas, santas, agradáveis a
Deus (cfr. Roma 12,1), deem testemunho de
Cristo em toda a parte e àqueles que lhes
pedirem deem razão da esperança da vida
eterna que neles habita (cfr. 1 Ped. 3,15)”(LG 10).
“Cristo, o grande profeta, que pelo testemunho da
vida e a força da palavra proclamou o reino do Pai,
realiza a sua missão profética, até a total
revelação da glória, não só por meio da
Hierarquia, que em Seu nome e com a Sua
autoridade ensina, mas também por meio dos
leigos; para isso os constituiu testemunhas, e lhes
concedeu o sentido da fé e o dom da palavra (Cr.
At. 2, 17-18; Apoc. 19,10) a fim de que a força do
Evangelho resplandeça na vida quotidiana,
familiar e social”(AA 35).
“O apostolado no meio social, isto é, o empenho em
informar de espírito cristão a mentalidade e os
costumes, as leis e estruturas da comunidade em
que se vive, são incumbência e encargo de tal modo
próprios dos leigos que nunca poderão ser
plenamente desempenhados por outros. Neste
campo, podem os leigos exercer um apostolado de
semelhante para com semelhante. Aí completam o
testemunho da vida pelo testemunho da palavra .
Nesse campo do trabalho, da profissão, do estudo,
da residência, do tempo livre ou da associação, são
eles os mais aptos para ajudar os seus irmãos.”
“Os leigos realizam esta missão da Igreja no mundo,
antes de tudo, por aquela coerência da vida com a fé,
pela qual se tornam luz do mundo; pela honestidade
nos negócios, com a qual a todos atraem ao amor da
verdade e do bem e, finalmente, para Cristo e para a
Igreja; pela caridade fraterna que, fazendo-os participar
das condições de vida, dos trabalhos, dos sofrimentos e
aspirações de seus irmãos, prepara insensivelmente
todos os corações para a ação da graça salutar; por
aquela plena consciência da participação que devem ter
na construção da sociedade, a qual os leva a esforçarem-
se por desempenhar com magnanimidade cristã a
atividade doméstica, social e profissional. Assim, o seu
modo de agir penetra pouco a pouco no meio de vida e
de trabalho. (AA 13)”
Na abertura da V Conferência dos Bispos da América
Latina e Caribe, em Aparecida (SP), em 2007, o Papa Bento
XVI convocou os cristãos leigos a assumirem a sua missão
com “audácia e entusiasmo”.
Segundo o Papa, os leigos “devem sentir-se
corresponsáveis na construção da sociedade
segundo os critérios do Evangelho, em
comunhão com os seus pastores”. Bento XVI
deu ainda um recado para a Igreja: “Promover
um laicato amadurecido, responsável com a
missão de anunciar e fazer visível o Reino do
Senhor.
Papa Francisco, em 12/11/2015 12 de novembro, enviou uma
mensagem aos participantes da jornada de estudo
promovida pelo Conselho Pontifício para os Leigos com a
colaboração da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, sobre
o tema “Vocação e missão dos leigos, na qual nos lembra: os
leigos não são “membros de segunda categoria” e não estão a
serviço da hierarquia como “simples executores de ordens
provenientes do alto, mas como discípulos de Cristo que,
através do Batismo e a sua inserção no mundo, são chamados
a animar todo o ambiente, atividade e relação humana
segundo o espírito do Evangelho, levando a luz, a esperança e
a caridade recebida de Cristo aos lugares que, caso contrário,
ficariam sem a ação de Deus e abandonados na miséria da
condição humana.
Ninguém melhor que os leigos pode desempenhar
a tarefa essencial de inscrever a lei divina na vida
da cidade terrena.
“A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos.
Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados.
Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos
na Igreja. Embora não suficiente, pode-se contar com um
numeroso laicato, dotado de um arraigado sentido de
comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da
caridade, da catequese, da celebração da fé. Mas, a tomada
de consciência desta responsabilidade laical que nasce do
Baptismo e da Confirmação não se manifesta de igual modo
em toda a parte; nalguns casos, porque não se formaram
para assumir responsabilidades importantes, noutros por
não encontrar espaço nas suas Igrejas particulares para
poderem exprimir-se e agir por causa dum excessivo
clericalismo que os mantém à margem das decisões.
Apesar de se notar uma maior participação de
muitos nos ministérios laicais, este compromisso
não se reflete na penetração dos valores cristãos no
mundo social, político e econômico; limita-se
muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um
empenhamento real pela aplicação do Evangelho na
transformação da sociedade. A formação dos leigos
e a evangelização das categorias profissionais e
intelectuais constituem um importante desafio
pastoral.” (EG 102)
“Devemos implicar-nos na Política, porque a
Política é uma das formas mais elevadas da
Caridade, visto que procura o bem comum”
“Os leigos cristãos devem trabalhar na
Política. Dir-me-ão: não é fácil. Mas também
não o é tornar-se padre. A política é
demasiado suja, mas é suja porque os
cristãos não se implicaram com o espírito
evangélico. É fácil atirar culpas...mas eu, que
faço? Trabalhar para o bem comum é dever
do cristão.” (entrevista)
Todo cristão é chamado a ser um autêntico
sujeito eclesial (cf. DA, n. 497). O cristão é
sujeito na medida em que, consciente de sua
condição, exerce com discernimento e
autonomia sua missão na Igreja e no mundo. A
ação não pode ter um significado meramente
técnico como algo que, mediante planos bem
traçados, visa a resultados, sobretudo resultados
quantitativos e controlados. A ação
transformadora do sujeito eclesial na Igreja e no
mundo pode ter diferentes significados ou
modos de realização:
a) Primeiramente um significado
testemunhal como presença que anuncia
Jesus Cristo por meio das ações quotidianas
de cada cristão ali onde se encontra, na sua
condição de cidadão comum. Essas ações
podem não produzir resultados visíveis, mas
contribuem de modo silencioso com a
semeadura do Reino no Estudo da CNBB 107 –
Resumo – .7 mundo e na Igreja (cf. Mt 13,31-
32) . Delas, todos os cristãos devem participar
como pessoas que se identificam com Jesus
Cristo.
b) Outro modo de agir acentua o
aspecto da ética e da competência
cidadã, quando cada cristão vive sua fé
exercendo da melhor forma possível sua
própria atividade profissional,
contribuindo, assim, para a construção
de um mundo justo e solidário.
c) A ação do sujeito eclesial pode
também ser uma ação reconhecida e
organizada na forma de serviços,
pastorais, ministérios e outros grupos
organizados pela própria Igreja. Sua
operatividade e visibilidade são notadas
dentro e fora dela.
d) Outro modo é a inserção na vida social.
Este exige discernimento das conjunturas,
organização grupal, planejamento e
militância. Nesse campo de ação, as
chamadas pastorais sociais se dedicam às
mais varias atividades visando não só a
assistência imediata, mas também a
conscientização, meios de organização e
atuação na vida política, em vista de
contribuir para a transformação da
sociedade.
2- Como os leigos podem e
devem realizar essa missão?
2.1 Presença e Testemunho
Que é a PRESENÇA? Estar junto, em
sintonia com a dor, a aspiração, a
esperança do outro.
Que é o TESTEMUNHO?
Consequência da Presença: atitude
prática de solidariedade na dinâmica
do Mistério da Encarnação até morte.
Paulo VI na “Evangelii Nuntiandi” nos dá uma bela
indicação:
“E esta Boa Nova há de ser proclamada, antes do
mais, pelo testemunho. Suponhamos um cristão
ou punhado de cristãos que, no seio da
comunidade humana em que vivem, manifestam a
sua capacidade de compreensão e de acolhimento,
a sua comunhão de vida e de destino com os
demais, a sua solidariedade nos esforços de todos
para tudo aquilo que é nobre e bom.
Assim, eles irradiam, de um modo
absolutamente simples e
espontâneo, a sua fé em valores que
estão para além dos valores
correntes, e a sua esperança em
qualquer coisa que se não vê e que
não se seria capaz sequer de
imaginar.
Por força deste testemunho sem
palavras, estes cristãos fazem
aflorar no coração daqueles que os
veem viver, perguntas indeclináveis:
Por que é que eles são assim? Por
que é que eles vivem daquela
maneira? O que é, ou quem é, que os
inspira? Por que é que eles estão
conosco?
Pois bem: um semelhante testemunho
constitui já proclamação silenciosa, mas
muito valiosa e eficaz da Boa Nova. Nisso há
já um gesto inicial de evangelização. Daí as
perguntas que talvez sejam as primeiras que
se põem muitos não-cristãos, quer se trate
de pessoas às quais Cristo nunca tinha sido
anunciado, ou de batizados não praticantes,
ou de pessoas que vivem em cristandades
mas segundo princípios que não são nada
cristãos.
Quer se trate, enfim, de pessoas em atitudes
de procurar, não sem sofrimento, alguma
coisa ou Alguém que elas adivinham, sem
conseguir dar-lhe o verdadeiro nome. E
outras perguntas surgirão, depois, mais
profundas e mais de molde a ditar um
compromisso, provocadas pelo testemunho
aludido, que comporta presença,
participação e solidariedade e que é um
elemento essencial, geralmente o primeiro
de todos, na evangelização.
Todos os cristãos são chamados a dar
este testemunho e podem ser, sob este
aspecto, verdadeiros evangelizadores”
(21). Logo adiante Paulo VI vai insistir
que sem o anúncio explícito o ato
evangelizador fica incompleto, pois é o
anúncio que convida à conversão, e
conduz aos sacramentos e, à inserção na
comunidade concreta.
2.2 Necessidade de constituir
células de fieis para orar, refletir e
encontrar formas de presença no
mundo: uma cultura da Vida para
uma sociedade justa e fraterna.
“Nas circunstâncias presentes, porém, é
absolutamente necessário que se robusteça a
forma associada e organizada do apostolado no
campo de atividade dos leigos. É que só a estreita
união das forças é capaz de conseguir plenamente
os fins do apostolado de hoje e de defender com
eficácia os seus bens (3). Neste ponto é
particularmente importante que o apostolado
atinja também a mentalidade comum e as
condições sociais daqueles a quem se dirige.
Doutro modo, não poderão, muitas vezes, resistir à
pressão da opinião pública ou das instituições”
(AA, 18).
3. Uma espiritualidade encarnada
Nosso Deus é Presença:
Misericórdia: “Na Sagrada Escritura, como se vê, a
misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus
para conosco. Ele não Se limita a afirmar o seu amor, mas
torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser
uma palavra abstrata. Por sua própria natureza, é vida
concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se
verificam na atividade de todos os dias. A misericórdia de
Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-Se
responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos
felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto,
se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal
como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como
Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a
ser misericordiosos uns para com os outros.”(MV).
Deus, que nos criou, acompanhou a nossa
história desde seus inícios e, por fim, enviou
seu Filho.
“Na realidade, o mistério do homem só no
mistério do Verbo encarnado se esclarece
verdadeiramente. Adão, o primeiro homem,
era efetivamente figura do futuro (20), isto é,
de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na
própria revelação do mistério do Pai e do seu
amor, revela o homem a si mesmo e lhe
descobre a sua vocação sublime. Não é por
isso de admirar que as verdades acima ditas
tenham n'Ele a sua fonte e n'Ele atinjam a
plenitude.
«Imagem de Deus invisível» (Col. 1,15) (21), Ele é o
homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão
semelhança divina, deformada desde o primeiro
pecado. Já que, n'Ele, a natureza humana foi
assumida, e não destruída por isso mesmo também
em nós foi ela elevada a sublime dignidade. Porque,
pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de
certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos
humanas, pensou com uma inteligência humana,
agiu com uma vontade humana (23), amou com um
coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-
se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em
tudo, exceto no pecado” (GS 22).
Jesus, o filho feito homem, deu sua vida por
nós e Ressuscitado se faz contemporâneo de
cada ser humano em cada etapa da história,
pelo dom do Espírito Santo. Uma presença
intensa, permanente. Ele caminha conosco.
É preciso viver sempre de novo o encontro
com Cristo e deixar que Ele, o Cristo, esteja
sempre presente iluminando todas as ações
e todas as dimensões de nossa vida.
Pe. Giussani, um homem de Deus de nosso
tempo, observou para seus dirigidos:
“Existe como que um distanciamento de
Cristo, exceto em determinados momentos.
Quero dizer: existe um distanciamento de
Cristo, exceto quando vocês de põem a rezar;
existe um distanciamento de Cristo, exceto
quando se põem, vamos supor, a cumprir
algumas ações em seu nome, em nome da
Igreja ou em nome do Movimento. É como se
Cristo estivesse distante do coração”.
“Com o velho poeta do Renascimento
italiano se diria: ‘Ocupado com tantos outros
afazeres’, o nosso coração está como que
isolado, melhor, Cristo fica como que
ausente do coração, exceto nos momentos de
certas ações (um momento de oração, ou um
momento de compromisso, quando acontece
uma reunião geral, quando precisa conduzir
uma Escola de Comunidade, etc.”)
O que o Pe. Giussani quis dizer é que
nós não conseguimos desfrutar dessa
presença em todos os momentos de
nossa existência. O mais grave é que,
por isso, frequentemente vivemos
dimensões de nossa existência sem que
revelem sua presença. O SOL-Cristo não
ilumina através de nossa vida.
Por isso o documento de Aparecida e, depois, o Papa
Francisco, insistem na renovação sempre de novo do
encontro com Ele e no retorno ao querigma:
“Não se deve pensar que, na catequese, o querigma é
deixado de lado em favor duma formação supostamente
mais «sólida». Nada há de mais sólido, mais profundo,
mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse
anúncio. Toda a formação cristã é, primariamente, o
aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e
melhor, fazendo carne, que nunca deixa de iluminar a
tarefa catequética, e permite compreender
adequadamente o sentido de qualquer tema que se
desenvolve na catequese.
É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe
em todo o coração humano. A centralidade do querigma
requer certas características do anúncio que hoje são
necessárias em toda a parte: que exprima o amor salvífico
de Deus como prévio à obrigação moral e religiosa, que não
imponha a verdade mas faça apelo à liberdade, que seja
pautado pela alegria, o estímulo, a vitalidade e uma
integralidade harmoniosa que não reduza a pregação a
poucas doutrinas, por vezes mais filosóficas que
evangélicas. Isto exige do evangelizador certas atitudes que
ajudam a acolher melhor o anúncio: proximidade, abertura
ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não
condena”.(EG 165).
Cristo está presente lá onde vive cada ser
humano. O testemunho do cristão ou de
um pequeno grupo de cristãos – tal como o
descreveu Paulo VI – que vivem de Sua
presença, faz o outro entrar em contato
com algo de muito profundo em seu ser,
que poderá desabrochar plenamente, com a
ajuda da palavra do homem ou da mulher
de fé – o anúncio no diálogo -, e, por fim, se
revelar como o Cristo Senhor.
Cabe-nos agora refletir em grupos sobre “como falar de
Deus hoje?”
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COMO FALAR DE DEUS HOJE?

  • 1. Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
  • 3. Anúncio, presença e testemunho É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo o coração humano (Papa Francisco, EG 165).
  • 4.
  • 5. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas”(n. 2). A crise de fé acontece em razão das mudanças culturais que geram modos de pensar e de se comportar diferentes e, até mesmo divergentes. (cf. DGAE: Marcas de Nosso Tempo)
  • 6. Os filhos, mais numerosos que hoje, viviam a maior parte no tempo sob a influência da família e todas as famílias eram mais ou menos iguais no que diz respeito à religião e aos costumes.
  • 7. Hoje os filhos passam a maior parte do tempo sob a influência de outras instâncias e têm contato permanente com formas de pensar e de viver diferentes daquelas de sua própria família.
  • 8. Tornou-se frequente que pais cristãos se queixem de que seus filhos não os acompanham mais na prática da própria religião. Há espaços sociais e culturais que estão absolutamente fora do controle familiar onde alternativas outras, muitas vezes opostas, de como viver exercem forte influência nas novas gerações (cf. DGAE n. 39)
  • 9. Acrescente-se a essa mudança o espaço das redes sociais onde tudo se discute e onde se comunicam as mais variadas experiências e onde se contestam os valores tradicionais que teceram as relações sociais no regime de cristandade.
  • 10. A industrialização, com o acelerado e desordenado processo de urbanização, quebrou a unidade cultural religiosa que caracterizava a sociedade de tipo rural. A migração para os centros urbanos trouxe insegurança para a população acostumada ao ritmo lento da vida rural, gerando também os problemas de desemprego e os bolsões de pobreza com consequente desestruturação da vida familiar, propiciando o desenvolvimento do comércio das drogas, verdadeiro flagelo social.
  • 11. Nesse contexto, a perda das raízes cristãs-católicas por parte de muitos e a necessidade de encontrar solução para as angústias emergentes de um contexto de anomia sociocultural abriram espaço para as mais variadas propostas religiosas vistas como resposta para as próprias aflições. Multiplicaram-se os grupos religiosos onde de certa forma as pessoas, nessa situação, encontram abrigo, segurança e orientação para suas vidas.
  • 12. Uma cultura global, gestada pelo sonho de uma felicidade fácil, a ser concretizada pelo acesso aos bens de consumo, e um conceito de liberdade como possibilidade de satisfazer a todos os desejos, substitui a noção de ideal que exija dedicação, espírito de sacrifício e a procura de uma vida virtuosa bem como o empenho na construção de um mundo melhor para todos.
  • 13. Nesse contexto se tornam difíceis as opções definitivas de entrega da própria vida a uma causa ou a um ideal onde o bem do outro ou o bem de todos seja a razão do próprio viver. A felicidade não está em encontrar uma verdade que dê sentido à totalidade da existência e, portanto, ao viver e ao morrer; a felicidade consiste em viver com intensidade prazerosa o momento. Dispensa-se a questão do sentido e fica abolido qualquer tipo de escatologia, individual ou coletiva.
  • 14. Nesse contexto o Santo Padre, o Papa Bento XVI havia chamado a atenção para o fato de que muitos cristãos se preocupam mais com “as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária”.
  • 15. É preciso observar que o Santo Padre não nega a importância dessa preocupação que, aliás, na América Latina, ocupou amplo espaço no pensamento teológico e exerceu forte influência em nossas práticas pastorais. Sua constatação é que chegamos a um ponto em que o pressuposto – a fé viva – que deve sustentar a prática cristã no mundo da cultura e da política vem se esvaziando progressivamente.
  • 16. De fato, fazemos o discurso sobre a necessidade de uma cultura onde se valorize a dignidade da pessoa e de uma prática política que valorize a vida e procure o bem comum e nos deparamos com uma prática completamente alheia aos princípios do evangelho. Não temos cristãos suficientemente formados e comprometidos com o evangelho no mundo da profissão, das artes, das ciências e da política.
  • 17. Donde a pergunta: Como falar de Deus hoje? Onde e como, os leigos devem anunciar, se fazerem presentes e testemunhar?
  • 18. A missão específica do fiel leigo: sua índole secular (Vat II, Bento XVI e Papa Francisco)
  • 19. Ensina-nos o Concílio Vat. II: “É própria e peculiar dos leigos a índole secular. Com efeito, os membros da sagrada Ordem, ainda que algumas vezes possam tratar de assuntos seculares, exercendo mesmo uma profissão profana, contudo, em razão da sua vocação específica, destinam-se, sobretudo e expressamente ao sagrado ministério; enquanto que os religiosos, no seu estado, dão magnífico e privilegiado testemunho de que se não pode transfigurar o mundo e oferecê-lo a Deus sem o espírito das bem-aventuranças. Por vocação própria, compete aos leigos procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus.
  • 20. Vivem no mundo, isto é, em toda e qualquer ocupação e atividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. São chamados por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio ofício, guiados pelo espírito evangélico, concorram para a santificação do mundo a partir de dentro, como o fermento, e deste modo manifestem Cristo aos outros, antes de mais pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e caridade.
  • 21. Portanto, a eles compete especialmente, iluminar e ordenar de tal modo as realidades temporais, a que estão estreitamente ligados, que elas sejam sempre feitas segundo Cristo e progridam e glorifiquem o Criador e Redentor” (LG 31)
  • 22. “Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido de entre os homens (cfr. Hebr. 5, 1-5), fez do novo povo um «reino sacerdotal para seu Deus e Pai» (Apor. 1,6; cfr. 5, 9-10). Na verdade, os batizados, pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, são consagrados para ser casa espiritual, sacerdócio santo, para que, por meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais e anunciem os louvores daquele que das trevas os chamou à sua admirável luz (cfr. 1 Ped. 2, 4-10).
  • 23. Por isso, todos os discípulos de Cristo, perseverando na oração e louvando a Deus (cfr. At., 2, 42-47), ofereçam-se a si mesmos como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus (cfr. Roma 12,1), deem testemunho de Cristo em toda a parte e àqueles que lhes pedirem deem razão da esperança da vida eterna que neles habita (cfr. 1 Ped. 3,15)”(LG 10).
  • 24.
  • 25. “Cristo, o grande profeta, que pelo testemunho da vida e a força da palavra proclamou o reino do Pai, realiza a sua missão profética, até a total revelação da glória, não só por meio da Hierarquia, que em Seu nome e com a Sua autoridade ensina, mas também por meio dos leigos; para isso os constituiu testemunhas, e lhes concedeu o sentido da fé e o dom da palavra (Cr. At. 2, 17-18; Apoc. 19,10) a fim de que a força do Evangelho resplandeça na vida quotidiana, familiar e social”(AA 35).
  • 26. “O apostolado no meio social, isto é, o empenho em informar de espírito cristão a mentalidade e os costumes, as leis e estruturas da comunidade em que se vive, são incumbência e encargo de tal modo próprios dos leigos que nunca poderão ser plenamente desempenhados por outros. Neste campo, podem os leigos exercer um apostolado de semelhante para com semelhante. Aí completam o testemunho da vida pelo testemunho da palavra . Nesse campo do trabalho, da profissão, do estudo, da residência, do tempo livre ou da associação, são eles os mais aptos para ajudar os seus irmãos.”
  • 27.
  • 28. “Os leigos realizam esta missão da Igreja no mundo, antes de tudo, por aquela coerência da vida com a fé, pela qual se tornam luz do mundo; pela honestidade nos negócios, com a qual a todos atraem ao amor da verdade e do bem e, finalmente, para Cristo e para a Igreja; pela caridade fraterna que, fazendo-os participar das condições de vida, dos trabalhos, dos sofrimentos e aspirações de seus irmãos, prepara insensivelmente todos os corações para a ação da graça salutar; por aquela plena consciência da participação que devem ter na construção da sociedade, a qual os leva a esforçarem- se por desempenhar com magnanimidade cristã a atividade doméstica, social e profissional. Assim, o seu modo de agir penetra pouco a pouco no meio de vida e de trabalho. (AA 13)”
  • 29. Na abertura da V Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe, em Aparecida (SP), em 2007, o Papa Bento XVI convocou os cristãos leigos a assumirem a sua missão com “audácia e entusiasmo”.
  • 30. Segundo o Papa, os leigos “devem sentir-se corresponsáveis na construção da sociedade segundo os critérios do Evangelho, em comunhão com os seus pastores”. Bento XVI deu ainda um recado para a Igreja: “Promover um laicato amadurecido, responsável com a missão de anunciar e fazer visível o Reino do Senhor.
  • 31. Papa Francisco, em 12/11/2015 12 de novembro, enviou uma mensagem aos participantes da jornada de estudo promovida pelo Conselho Pontifício para os Leigos com a colaboração da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, sobre o tema “Vocação e missão dos leigos, na qual nos lembra: os leigos não são “membros de segunda categoria” e não estão a serviço da hierarquia como “simples executores de ordens provenientes do alto, mas como discípulos de Cristo que, através do Batismo e a sua inserção no mundo, são chamados a animar todo o ambiente, atividade e relação humana segundo o espírito do Evangelho, levando a luz, a esperança e a caridade recebida de Cristo aos lugares que, caso contrário, ficariam sem a ação de Deus e abandonados na miséria da condição humana.
  • 32. Ninguém melhor que os leigos pode desempenhar a tarefa essencial de inscrever a lei divina na vida da cidade terrena.
  • 33. “A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja. Embora não suficiente, pode-se contar com um numeroso laicato, dotado de um arraigado sentido de comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da caridade, da catequese, da celebração da fé. Mas, a tomada de consciência desta responsabilidade laical que nasce do Baptismo e da Confirmação não se manifesta de igual modo em toda a parte; nalguns casos, porque não se formaram para assumir responsabilidades importantes, noutros por não encontrar espaço nas suas Igrejas particulares para poderem exprimir-se e agir por causa dum excessivo clericalismo que os mantém à margem das decisões.
  • 34. Apesar de se notar uma maior participação de muitos nos ministérios laicais, este compromisso não se reflete na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico; limita-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um empenhamento real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral.” (EG 102)
  • 35.
  • 36. “Devemos implicar-nos na Política, porque a Política é uma das formas mais elevadas da Caridade, visto que procura o bem comum” “Os leigos cristãos devem trabalhar na Política. Dir-me-ão: não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas...mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever do cristão.” (entrevista)
  • 37.
  • 38. Todo cristão é chamado a ser um autêntico sujeito eclesial (cf. DA, n. 497). O cristão é sujeito na medida em que, consciente de sua condição, exerce com discernimento e autonomia sua missão na Igreja e no mundo. A ação não pode ter um significado meramente técnico como algo que, mediante planos bem traçados, visa a resultados, sobretudo resultados quantitativos e controlados. A ação transformadora do sujeito eclesial na Igreja e no mundo pode ter diferentes significados ou modos de realização:
  • 39. a) Primeiramente um significado testemunhal como presença que anuncia Jesus Cristo por meio das ações quotidianas de cada cristão ali onde se encontra, na sua condição de cidadão comum. Essas ações podem não produzir resultados visíveis, mas contribuem de modo silencioso com a semeadura do Reino no Estudo da CNBB 107 – Resumo – .7 mundo e na Igreja (cf. Mt 13,31- 32) . Delas, todos os cristãos devem participar como pessoas que se identificam com Jesus Cristo.
  • 40. b) Outro modo de agir acentua o aspecto da ética e da competência cidadã, quando cada cristão vive sua fé exercendo da melhor forma possível sua própria atividade profissional, contribuindo, assim, para a construção de um mundo justo e solidário.
  • 41. c) A ação do sujeito eclesial pode também ser uma ação reconhecida e organizada na forma de serviços, pastorais, ministérios e outros grupos organizados pela própria Igreja. Sua operatividade e visibilidade são notadas dentro e fora dela.
  • 42. d) Outro modo é a inserção na vida social. Este exige discernimento das conjunturas, organização grupal, planejamento e militância. Nesse campo de ação, as chamadas pastorais sociais se dedicam às mais varias atividades visando não só a assistência imediata, mas também a conscientização, meios de organização e atuação na vida política, em vista de contribuir para a transformação da sociedade.
  • 43. 2- Como os leigos podem e devem realizar essa missão?
  • 44. 2.1 Presença e Testemunho Que é a PRESENÇA? Estar junto, em sintonia com a dor, a aspiração, a esperança do outro. Que é o TESTEMUNHO? Consequência da Presença: atitude prática de solidariedade na dinâmica do Mistério da Encarnação até morte.
  • 45. Paulo VI na “Evangelii Nuntiandi” nos dá uma bela indicação: “E esta Boa Nova há de ser proclamada, antes do mais, pelo testemunho. Suponhamos um cristão ou punhado de cristãos que, no seio da comunidade humana em que vivem, manifestam a sua capacidade de compreensão e de acolhimento, a sua comunhão de vida e de destino com os demais, a sua solidariedade nos esforços de todos para tudo aquilo que é nobre e bom.
  • 46. Assim, eles irradiam, de um modo absolutamente simples e espontâneo, a sua fé em valores que estão para além dos valores correntes, e a sua esperança em qualquer coisa que se não vê e que não se seria capaz sequer de imaginar.
  • 47. Por força deste testemunho sem palavras, estes cristãos fazem aflorar no coração daqueles que os veem viver, perguntas indeclináveis: Por que é que eles são assim? Por que é que eles vivem daquela maneira? O que é, ou quem é, que os inspira? Por que é que eles estão conosco?
  • 48. Pois bem: um semelhante testemunho constitui já proclamação silenciosa, mas muito valiosa e eficaz da Boa Nova. Nisso há já um gesto inicial de evangelização. Daí as perguntas que talvez sejam as primeiras que se põem muitos não-cristãos, quer se trate de pessoas às quais Cristo nunca tinha sido anunciado, ou de batizados não praticantes, ou de pessoas que vivem em cristandades mas segundo princípios que não são nada cristãos.
  • 49. Quer se trate, enfim, de pessoas em atitudes de procurar, não sem sofrimento, alguma coisa ou Alguém que elas adivinham, sem conseguir dar-lhe o verdadeiro nome. E outras perguntas surgirão, depois, mais profundas e mais de molde a ditar um compromisso, provocadas pelo testemunho aludido, que comporta presença, participação e solidariedade e que é um elemento essencial, geralmente o primeiro de todos, na evangelização.
  • 50. Todos os cristãos são chamados a dar este testemunho e podem ser, sob este aspecto, verdadeiros evangelizadores” (21). Logo adiante Paulo VI vai insistir que sem o anúncio explícito o ato evangelizador fica incompleto, pois é o anúncio que convida à conversão, e conduz aos sacramentos e, à inserção na comunidade concreta.
  • 51. 2.2 Necessidade de constituir células de fieis para orar, refletir e encontrar formas de presença no mundo: uma cultura da Vida para uma sociedade justa e fraterna.
  • 52. “Nas circunstâncias presentes, porém, é absolutamente necessário que se robusteça a forma associada e organizada do apostolado no campo de atividade dos leigos. É que só a estreita união das forças é capaz de conseguir plenamente os fins do apostolado de hoje e de defender com eficácia os seus bens (3). Neste ponto é particularmente importante que o apostolado atinja também a mentalidade comum e as condições sociais daqueles a quem se dirige. Doutro modo, não poderão, muitas vezes, resistir à pressão da opinião pública ou das instituições” (AA, 18).
  • 54. Nosso Deus é Presença: Misericórdia: “Na Sagrada Escritura, como se vê, a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para conosco. Ele não Se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstrata. Por sua própria natureza, é vida concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na atividade de todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-Se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros.”(MV).
  • 55. Deus, que nos criou, acompanhou a nossa história desde seus inícios e, por fim, enviou seu Filho.
  • 56. “Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Adão, o primeiro homem, era efetivamente figura do futuro (20), isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e lhe descobre a sua vocação sublime. Não é por isso de admirar que as verdades acima ditas tenham n'Ele a sua fonte e n'Ele atinjam a plenitude.
  • 57. «Imagem de Deus invisível» (Col. 1,15) (21), Ele é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Já que, n'Ele, a natureza humana foi assumida, e não destruída por isso mesmo também em nós foi ela elevada a sublime dignidade. Porque, pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana (23), amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou- se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado” (GS 22).
  • 58. Jesus, o filho feito homem, deu sua vida por nós e Ressuscitado se faz contemporâneo de cada ser humano em cada etapa da história, pelo dom do Espírito Santo. Uma presença intensa, permanente. Ele caminha conosco. É preciso viver sempre de novo o encontro com Cristo e deixar que Ele, o Cristo, esteja sempre presente iluminando todas as ações e todas as dimensões de nossa vida.
  • 59.
  • 60. Pe. Giussani, um homem de Deus de nosso tempo, observou para seus dirigidos: “Existe como que um distanciamento de Cristo, exceto em determinados momentos. Quero dizer: existe um distanciamento de Cristo, exceto quando vocês de põem a rezar; existe um distanciamento de Cristo, exceto quando se põem, vamos supor, a cumprir algumas ações em seu nome, em nome da Igreja ou em nome do Movimento. É como se Cristo estivesse distante do coração”.
  • 61. “Com o velho poeta do Renascimento italiano se diria: ‘Ocupado com tantos outros afazeres’, o nosso coração está como que isolado, melhor, Cristo fica como que ausente do coração, exceto nos momentos de certas ações (um momento de oração, ou um momento de compromisso, quando acontece uma reunião geral, quando precisa conduzir uma Escola de Comunidade, etc.”)
  • 62. O que o Pe. Giussani quis dizer é que nós não conseguimos desfrutar dessa presença em todos os momentos de nossa existência. O mais grave é que, por isso, frequentemente vivemos dimensões de nossa existência sem que revelem sua presença. O SOL-Cristo não ilumina através de nossa vida.
  • 63. Por isso o documento de Aparecida e, depois, o Papa Francisco, insistem na renovação sempre de novo do encontro com Ele e no retorno ao querigma: “Não se deve pensar que, na catequese, o querigma é deixado de lado em favor duma formação supostamente mais «sólida». Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio. Toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne, que nunca deixa de iluminar a tarefa catequética, e permite compreender adequadamente o sentido de qualquer tema que se desenvolve na catequese.
  • 64. É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo o coração humano. A centralidade do querigma requer certas características do anúncio que hoje são necessárias em toda a parte: que exprima o amor salvífico de Deus como prévio à obrigação moral e religiosa, que não imponha a verdade mas faça apelo à liberdade, que seja pautado pela alegria, o estímulo, a vitalidade e uma integralidade harmoniosa que não reduza a pregação a poucas doutrinas, por vezes mais filosóficas que evangélicas. Isto exige do evangelizador certas atitudes que ajudam a acolher melhor o anúncio: proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não condena”.(EG 165).
  • 65. Cristo está presente lá onde vive cada ser humano. O testemunho do cristão ou de um pequeno grupo de cristãos – tal como o descreveu Paulo VI – que vivem de Sua presença, faz o outro entrar em contato com algo de muito profundo em seu ser, que poderá desabrochar plenamente, com a ajuda da palavra do homem ou da mulher de fé – o anúncio no diálogo -, e, por fim, se revelar como o Cristo Senhor.
  • 66.
  • 67. Cabe-nos agora refletir em grupos sobre “como falar de Deus hoje?” Melhor ficaria a pergunta assim: Como permitir que Deus fale através de nós aos homens e mulheres de nosso tempo? “Quais as condições pessoais e comunitárias para falar de Deus? ”