O documento descreve o que é um concílio, o Concílio Vaticano II, seus objetivos de renovação da Igreja e como influenciou temas como a liturgia, participação dos leigos e relação com o mundo moderno.
CEBs: Comunidades de Comunidade a luz do Vaticano II
1.
2. O que é um Concílio?
Um concílio é uma “reunião” convocada pelo
Papa, entre todos os membros do mais alto clero
como cardeais e bispos de todo mundo, com o
objetivo de discutir, definir e deliberar sobre
questões de doutrina, fé, pastorais e costumes
da religião cristã.
3. Maior e mais importante acontecimento da Igreja
nas ultimas décadas. Acontecido no Vaticano
(Roma) entre os anos de 1962 – 1965, iniciado
pelo Papa João XXIII e encerrado em 8 de
dezembro de 1965 pelo Papa Paulo VI.
Um papa de
transição
5. O Concílio Vaticano II
eminentemente Pastoral,
provocou um grande impacto na
Igreja. Suas grandes ideias-chave
trouxeram a fundamentação
teológica para intuição, já sentida
na prática, de que a renovação
pastoral deve se fazer a partir da
vida comunitária e de que a
comunidade deve se tornar
instrumento de evangelização.
6. João XXIII era conhecido como o Papa Bom. E
Paulo VI como o Papa sensível, humano, prudente
e corajoso. Deu continuidade ao concílio e se
preocupou em não romper com a tradição
eclesiástica.
7. Sem mudar as verdades
da fé, o C. V. II, nos deu
uma nova visão da
igreja. A igreja deixaria
de ser apenas o papa e
passaria a ser o povo em
geral, dando abertura aos
leigos, chamando-os a
ocupar o seu verdadeiro
lugar na igreja e assumir
sua missão na sociedade
como sal e luz do
mundo.
O Concilio Vaticano II
não veio para definir ou
condenar, mas para
servir e salvar.
( Cardeal Dom Aloisio Lorscheider)
8. Um dos motivos principais da convocação do
Concilio Vaticano II era o restabelecimento da
unidade dos cristãos. A grandeza de João XXIII foi
prometer que o concílio tomasse um rumo não
pensado por ele, mas no qual via a ação do Espírito
Santo. Se o concílio era um novo pentecostes, não
poderia se contentar com repetições antigas ou até
mesmo ultrapassadas.
9. Com a morte de João XXIII, os conservadores
esperavam que o concílio automaticamente fosse
extinto, mas o novo Papa Paulo VI, eleito em 21
de junho, era um homem aberto aos problemas do
mundo e imediatamente decretou a continuidade
do concílio, propondo concretamente quatro
desafios aos trabalhos: apresentar de modo
doutrinal a essência da Igreja, renovar a vida
interna da igreja, promover a unidade dos
cristãos e intensificar o diálogo da igreja com o
mundo inteiro.
10. O concílio foi encerrado em 8 de dezembro de 65 e
ali começava um grande trabalho de aplicar suas
decisões. Levar a passagem de uma Igreja
extremamente centrada na hierarquia clerical à
uma Igreja comunhão, onde todos os batizados
sentiam-se responsáveis pela vida interna da Igreja.
Um concílio é uma obra de tamanha
importância que são necessárias décadas
de trabalho para colher suas riquezas.
13. Renovação: O concílio foi convocado para
renovar a Igreja. Vivendo num mundo que se
transforma rapidamente, a Igreja precisa
acompanhar os tempos, porque é lá que se
encontra os homens e mulheres que ela deve
reunir e salvar;
Inculturação: A igreja precisava se encarnar
em cada povo, em cada nação, em cada
cultura. É preciso conservar a unidade, mas
sem impor a uniformidade.
14. Descentralização: Não é mais possível que
para cada mínima coisa se precise recorrer a
Roma. O Papa existe para manter a unidade, e
não para absorver todas as decisões. A
centralização era abafar o crescimento da
Igreja, impedir a renovação e a adaptação.
Serviço: A igreja está a serviço do ser humano.
Por isto, a Igreja precisa se apresentar pobre e
despretensiosa, para que não a vejam como
dominadora.
15. Participação: A Igreja é de Todos e não só de
alguns. O Concílio foi redescobrir a rica noção
bíblica, de que a Igreja é um povo e não uma
pequena elite. Quando o povo um povo
desperta exige democracia. Quando os
cristãos despertam, exigem participação na
Igreja.
16. Antes do Concílio Vaticano II
Missa em Latim
Padre de costa para o povo
Nenhuma participação de leigos.
Várias celebrações ao mesmo tempo na mesma
igreja.
Apenas o clero tinha acesso a Bíblia.
17. • 1955 – Nascimento do CELAM: com
reuniões periódicas e instrumento de
ligação;
• Conferência de Medellín (Colômbia –
1968): preocupação com a violência
institucionalizada, crítica à invasão
econômica das grandes multinacionais;
• Conferência de Puebla (México – 1979):
rejeição da violência, libertação total do
homem da pobreza, revalorização da
religiosidade indígena e popular;
• Conferência de Santo Domingo (Rep.
Domin. – 1992): valores tradicionais do
mundo latino-americano.
NA AMÉRICA LATINA
18. • DOM JOSÉ PEDRO COSTA – Em
1962, participou do Concílio.
Situação que influenciou a
adoção de inovações litúrgicas
e pastorais, além de dinamizar
a participação dos leigos na
vida da Igreja.
• Estando no Concílio Vaticano
II, escreveu várias cartas
pastorais, para que o povo
pudesse acompanhar os novos
tempos da Igreja.
EM NOSSA DIOCÉSE…
19. Reconhecendo a grandiosidade deste trabalho
podemos afirmar que: o Concílio Vaticano II foi
um dos maiores dons do espírito santo à sua Igreja,
deu-lhe uma face mais fraterna, ecumênica,
servidora, humilde, missionária, participativa,
servidora do mundo, mais a imagem do Cristo
crucificado.
20. Foram aprovados 16 textos em 4 sessões do
concílio: 4 constituições, 9 decretos e 3
declarações. Os que mais marcaram a vida da igreja
foram as constituições:
LUMEN GENTIUM
SACROSACNTO CONCILIUM,
DEI VERBUM
GAUDIUM ET SPES.
21. Constituição Dogmática sobre a Igreja.
Reflete sobre a natureza, a identidade, a estrutura e
a missão universal da Igreja
LUMEN GENTIUM – LG luz dos povos
É O DOCUMENTO CENTRAL DO CONCÍLIO VATICANO II
LUMEN GENTIUM
22. SACROSANCTUM CONCILIUM – SC
O Sagrado Concílio
Constituição sobre a liturgia. Foi o primeiro documento
aprovado, que propôs a renovação da Liturgia, fixando linhas
para as Celebrações, dando grande importância a Sagrada
Escritura na liturgia, desenvolvendo o amor vivo pela Palavra
de Deus, dando testemunho a tradição dos ritos, orientais e
ocidentais.
SACROSANCTUM CONCILIUM
23. DEI VERBUM - DV Palavra de Deus
Constituição Dogmática sobre a divina revelação. Apresenta a
natureza, o objeto e a necessidade da revelação, sua transmissão
e o papel da Sagrada Escritura na vida e missão da Igreja.
Recomenda:
Leitura assídua, com orações numa intimidade com a Palavra
de Deus;
Estudo dos livros sagrados, difundindo a Palavra, aumentando
a veneração por tudo o que Deus falou.
DEI VERBUM
24. GAUDIUM ET SPES – GS
A alegria e esperança
Constituição Pastoral sobre a dignidade do ser humano no
mundo contemporâneo, suas transformações, esperanças e
angústias, procurando dar respostas, mostrando que o homem
foi criado à imagem de Deus. Compromisso com o serviço da paz
e da justiça.
GAUDIUM ET SPES
25. Sem dúvida, após o Concílio, a Igreja se modificou
radicalmente em relação ao papel da Escritura na
sua vida em todos os níveis, desde os círculos
bíblicos populares nas Comunidades, até os
estudos aprofundados em exegese. A Escritura
impregnada a liturgia e a espiritualidade. Cresce a
prática da leitura orante da Escritura.
26. Ao fim do concilio, Paulo VI perguntou aos Bispos
italianos “Findo o concílio, volta tudo o que era
antes? AS APARÊNCIAS E OS HÁBITOS
RESPONDERÃO QUE SIM, O ESPÍRITO DO
CONCÍLIO RESPONDERÁ QUE NÃO”.
O C.V.II um novo pentecostes. As portas foram
abertas, e novos horizontes foram vistos. Era a
Igreja que brilhava com uma nova luz.
27. O impulso do Vaticano II nos impulsiona a
vivermos em uma rede de Comunidades de
Comunidade, onde é necessário que cada
Comunidade se sinta comunidade irmã, uma vez
que se sabe que nenhuma delas existe sem que
sejam ligadas formando uma rede que chamamos
de Paróquia.
28. A fecundidade da
comunhão que vem de
Deus nos impulsiona
a vivermos em uma
rede de comunidades
de comunidade,
fazendo assim com
que haja uma
transformação da
sociedade, e a
valorização do NÓS e
não do EU.
29. Criada a imagem e
semelhança do Deus
Trindade, do Deus que é
amor e comunhão, a pessoa
só se realiza plenamente à
medida que vai se
descobrindo irmã de todos e
de tudo. A vida fraterna em
comunidade gera e alimenta
atitudes de apoio mútuo,
reconciliação, solidariedade
e compromisso.
30. A Comunidade eclesial deve efetivamente mostrar
sua estima pelo princípio de que todos são irmãos e
iguais em dignidade. Quanto maior for sua união,
tanto mais a comunidade será eficaz em seu
testemunho.
31. O Vaticano II vem levantar o olhar sobre o povo
de Deus.
Onde as CEBs como rede de comunidades se
tornam Comunidades de Comunidade no momento
em que, todas elas se encontram em uma só: o
povo de Deus, que vive tendo como centro a
Comunidade perfeita a Santíssima Trindade.
A Comunidade como reflexo
da trindade, numa interação
que gera comunhão.
32. Após 50 anos, temos que agradecer a graça
deste vento renovador, que foi o Concílio
Vaticano II e nos inspirar no esforço de tantos
que tornaram possível a sua concretização ao
longo da história.
O Concílio Vaticano II continua sendo uma
fonte inspiradora para a Igreja e para cada um
de nós, chamados a estar atentos “aos novos
sinais dos tempos”, deixando-nos provocar e
animar pela força renovadora do Espírito de
Deus que conduz a Igreja.
33. Com o novo Papa
um Concílio Vaticano III?
NÃO
Uma vez que colocarmos em prática o C.V.II,
estaremos respondendo aos anseios das primeiras
Comunidades cristãs.