O documento discute os conceitos de coesão textual e sistemas de amarração textual no interior de um texto. Apresenta os modos de coesão referencial e sequencial e explica processos como anáfora, catáfora e operadores argumentativos que promovem a coesão e progressão temática ao longo de um texto.
Avaliação da competência 2 na redação do ENEM: a estrutura do texto dissertativo, adequação e desenvolvimento do tema, recomendações e níveis de avaliação.
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Slides utilizados pelo Projeto Nas trilhas da língua portuguesa: o texto em foco, para estudo das noções introdutórias sobre a coesão textual. Material suporte para a produção do gênero artigo de opinião, no período 2016.1.
1. COESÃO TEXTUAL
A dissertação argumentativapede um sistemade “amarração textual”
com elos e nós que operam no interior do texto, costurando o sentido.
SISTEMA DE AMARRAÇÃO TEXTUAL = COESÃO TEXTUAL
MODOS = REFERENCIAL (relaciona os termos entre si) e
SEQUENCIAL (faz o tema progredir ao longo do texto)
COESÃO REFERENCIAL
O PROCESSO PODE SER FEITO POR:
1.ANÁFORA= TERMO REMETE A OUTRO JÁ MENCIONADO NO
TEXTO
São anafóricos, por exemplo, os pronomes demonstrativos (este,
esse, aquele), os pronomes relativos (que, o qual, onde, cujo),
advérbio e expressões adverbiais (então, dessa feita, acima, atrás),
etc.
Quando um elemento anafórico está empregado num contexto tal
que pode referir-se a dois termos antecedentes distintos, isso
provoca ambiguidade e constitui uma ruptura de coesão.
Ex: O PT entrou em desacordo com o PMDB por causa de sua
proposta de aumento de salário.
2. CORRETO:
A proposta de aumento de salário formulada pelo PT provocou
desacordo como PMDB.
VEJA OS PROBLEMAS NAS SITUAÇÕES
1.Via ao longe o sol e a floresta, que tingia a paisagem com suas
variadas cores.
2.Encontreiapenas belas palavras o qual não duvido da sinceridade
de quem as escreveu.
2.CATÁFORA= TERMO REMETE A OUTRO QUE AINDA SERÁ
USADO
Ex: Ele devia se erradicado de nosso país, o trabalho infantil.
A fim de evitarmos uma má formulação textual derivada do uso
indevido de palavras repetidas,empregamos umasérie de diferentes
estratégias, agrupadas em três tipos básicos: substituição,
alteração e omissão.
O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO pode ocorrer de modo que o
termo substituto nada acrescente ao termo substituído ou, ao
contrário, pode contribuir com novos dados informativos:
Ex:
Os alunosqueriam reformas de ensino, mas o ministro não ouviu os
estudantes.
3. AS ESTRATÉGIAS DE ALTERAÇÃO correspondem àqueles
processos em que a segunda ocorrência do vocábulo revela uma
modificação naformado termo inicial, ora por alterações nas flexões,
ora por meio de derivações, ora por expansões ou reduções.
Ex:
Verificam-se os resultados. A verificação dos resultados.
Este trabalho é fácil. A facilidade deste trabalho.
Um processo ligado à redução é o emprego de sigla ou abreviação
no lugar do antecedente:
Ex:
FernandoHenriqueCardosoparece só ter olhos para o Real; para a
educação e a saúde, FHC parece cego.
A ESTRATÉGIA DE OMISSÃO- corresponde ao processo de
apagamento do antecedente na sua segunda ocorrência:
EX:
O soldado pretendiacasar-se no final de semana e, porisso mesmo,
saiu do quartel e foi procurar a noiva.
COESÃO SEQUENCIAL
Ocorre por procedimentos de manutenção temática - com o
emprego de termos pertencentes ao mesmo campo semântico -, ou
por meio de processos de progressão temática.
4. Há casos em que a repetição obedece a uma intenção claramente
identificada (textos publicitários, humorísticos, literários, ditados
populares etc.). Logo, não é vista como deficiência:
Ex: Quem bebe cervejaalemã, não bebe outra cerveja; quem bebe
cerveja dinamarquesa, bebe qualquer cerveja; quem bebe cerveja
inglesa, não gosta de cerveja.
REPETIÇÃO DESNECESSÁRIA.
Ex:
O Brasil não é facilmente governável, pois o Brasil é muito grande
e o Brasil apresenta enormes variações de todos os tipos e, como
os demais países da América Latina, o Brasil dispõe de umaclasse
política mal preparada.
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
A coesão do texto é afetada quando se usa o elemento de coesão
inadequado. Vejamos, a título de exemplo, as relações sintático-
semânticas que alguns elementos de coesão estabelecem:
a) assim, desse modo, portanto, então, logo, por isso, de modo
que, em vista disso, pois (depois do verbo): têm um valor
exemplificativo ou CONCLUSIVO. A sequência introduzida por eles
serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se
disse antes.
5. EX:
O Governador resolveu não comprometer-se com nenhuma das
facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à
vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer.
b) e, nem, e nem, e também, como também, tanto...como, além
de, ainda, etc.: Têm um valor de JUNÇÃO de argumento em favor
de uma ideia.
e: enuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que
foi dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona,
acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui
pura repetição e deve ser evitada.
Ex: Esse trator serve para arar a terra e para fazer colheitas.
Ex: Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar. (errado).
ainda: serve,entre outras coisas, para introduzir mais um argumento
a favor de determinadaconclusão,ou para incluir um elemento a mais
dentro de um conjunto qualquer.
Ex:
O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são
pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são
extremamente deficientes.
c) aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um
argumento decisivo, apresentado como acréscimo,como se fosse
desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento
contrário.
6. Ex:
Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo
inflacionário diminui consideravelmente seu poder de compra. Além
de tudo são considerados como renda e taxados com impostos.
Certos elementos de coesão servem para estabelecer GRADAÇÃO
entre os componentesde uma certa escala, tais como, mesmo,até,
até mesmo,situam alguma coisano topo da escala; outros,como ao
menos, pelo menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo.
Ex:
O homem é ambicioso.Quer ser dono de bens materiais, da ciência,
do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte.
ou
É preciso garantir ao homem seu bem-estar; o lazer, a cultura, a
liberdade, ou, no mínimo, a moradia, o alimento e a saúde.
d) isto é, quer dizer,ou seja, em outras palavras: expressõesque
introduzem explicações, RETIFICAÇÕES OU
DESENVOLVIMENTOS do que foi dito anteriormente.
EX: Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos
fatos,isto é, de seu não comprometimento com nenhuma das forças
em ação no interior da sociedade.
e) mas,porém,contudo,todavia,no entanto,entretanto e outros
conectivos adversativos: marcam OPOSIÇÃO entre dois
enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com
esses relatores,segmentos que não se opõem.Às vezes,aoposição
se faz entre significados implícitos no texto.
7. EX: Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se
começar o plantio.
f) embora, ainda que, mesmo que: estabelecem uma relação de
CONCESSÃO. Servem para admitir um dado contrário para depois
negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de
argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis objeções,
afirma-se um ponto de vista contrário.
O uso do emborae conectivosdo mesmo sentido pressupõeuma
contradição de enunciados, que, se não houver, deixa o enunciado
descabido.
Ex: Embora o Brasil possuaum solo fértil e imensas áreas de terras
plantáveis, vamos resolver o problema da fome.
g) Para, afim de, com o objetivo de, com a intenção de: indica
relação de FINALIDADE.
Ex: a água existe para que haja vida na terra.
h)se,caso,desdeque,contantoque,a menosque,a não serque:
estabelece relação de CONDIÇÃO entre os argumentos.
Ex: Se você economizar, água não faltará.
i)Porque, pois, como, por isso que, já que, visto que, uma vez
que:operadores que introduzem ideia de CAUSA ou EXPLICAÇÃO
Ex: Devemos racionar o uso da água, pois ela é um recurso em
extinção.
Bom trabalho!!!!!