SlideShare uma empresa Scribd logo
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 1
1. INTRODUÇÃO
Todos os solos, em sua fase sólida, contêm partículas de diferentes tamanhos em proporções as mais
variadas. A determinação do tamanho das partículas e suas respectivas porcentagens de ocorrência permitem
obter a função distribuição de partículas do solo e que é denominada distribuição granulométrica.
A distribuição granulométrica dos materiais granulares, areias e pedregulhos, será obtida através do
processo de peneiramento de uma amostra seca em estufa, enquanto que, para siltes e argilas (materiais
finos) se utiliza à sedimentação dos sólidos no meio líquido. Para solos, que tem partículas tanto na fração
grossa (areia e pedregulho) quanto na fração fina (silte e argila) se torna necessária a análise granulométrica
conjunta.
As partículas de um solo, grosso ou fino, não são esféricas, mas se usará sempre a expressão diâmetro
equivalente da partícula ou apenas diâmetro equivalente, quando se faz referência ao seu tamanho. Para os
materiais granulares ou fração grossa do solo, o diâmetro equivalente será igual ao diâmetro da menor esfera
que circunscreve a partícula, enquanto que para a fração fina este diâmetro é o calculado através da lei de
Stokes.
A colocação de pontos, representativos dos pares de valores diâmetro equivalente - porcentagem de
ocorrência, em papel semilogaritmo permite traçar a curva de distribuição granulométrica, conforme mostrada
na Figura em anexo, onde em abscissas estão representados os diâmetros equivalentes e em ordenadas as
porcentagens acumuladas retidas, à esquerda e as porcentagens que passam, à direita.
2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS BASEADOS EM CRITÉRIOS GRANULOMÉTRICOS
Os solos recebem designações segundo as dimensões das partículas compreendidas entre
determinados limites convencionais, conforme Figura 1. Nesta figura estão representadas as classificações
adotadas pela A.S.T.M (American Society for Testing Materials), A.A.S.H.T.O.(American Association for State
Highway and Transportation Officials), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e M.I.T
(Massachusetts Institute of Technology).
No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 6502/95) – Terminologia - Rochas e
Solos define como:
 Bloco de rocha
Fragmentos de rocha transportados ou não, com diâmetro superior a 1,0 m;
 Matacão
fragmento de rocha transportado ou não, comumente arredondado por intemperismo ou abrasão, com
uma dimensão compreendida entre 200 mm e 1,0 m;
 Pedregulho
solos formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre 2,0 e 60,0 mm.
Quando arredondados ou semi-arredondados, são denominados cascalhos ou seixos. Divide-se
quanto ao diâmetro em: pedregulho fino – (2 a 6 mm), pedregulho médio (6 a 20mm) e pedregulho
grosso (20 a 60 mm);
 Areia
solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros
compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. As areias de acordo com o diâmetro classificam-se em:
areia fina (0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm) e areia grossa (0,6 mm a 2,0 mm);
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 2
 Silte
solo que apresenta baixo ou nenhuma plasticidade, baixa resistência quando seco ao ar. Suas
propriedades dominantes são devidas à parte constituída pela fração silte. É formado por partículas
com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm.
 Argila
solo de graduação fina constituída por partículas com dimensões menores que 0,002 mm.
Apresentam características marcantes de plasticidade; quando suficientemente úmido, molda-se
facilmente em diferentes formas, quando seco, apresenta coesão suficiente para construir torrões
dificilmente desagregáveis por pressão dos dedos.
TAMANHO (mm)
Figura 1 - Escalas granulométricas adotadas pela A.S.T.M., A.A.S.H.T.O, M.I.T. e ABNT.
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 3
ANEXO – Curva granulométrica por peneiramento e sedimentação de uma amostra de solo.
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 4
3. Distribuição (Graduação) Granulométrica dos Solos
3.1. Solo de graduação densa
O solo de graduação densa é aquele que apresenta uma curva granulométrica (Figura 2) bem graduada
e continua, isto é, com quantidade de material fino, suficiente para preencher os vazios entre as partículas
maiores.
Figura 2 – Curva granulométrica de solo de graduação densa.
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 5
3.2. Solo de graduação aberta
O solo de graduação aberta (Figura 3) é aquele que apresenta uma curva granulométrica mau graduada
e descontinua, isto é, com insuficiência de material fino, para preencher os vazios entre as partículas maiores.
Figura 3 – Curva granulométrica de solo de graduação aberta.
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 6
3.3. Solo de graduação tipo macadame
O solo de graduação tipo macadame (Figura 4) é aquele que apresenta uma curva granulométrica
uniforme, onde o diâmetro das partículas maiores é, aproximadamente, o dobro do diâmetro das partículas
menores.
Figura 4 – Curva granulométrica de solo tipo macadame.
Para auxiliar a identificação das características de uniformidade e graduação dos solos, são definidos os
seguintes índices:
 Diâmetro efetivo (D10 ou De)
É o diâmetro correspondente a 10% em peso total de todas as partículas menores que ele.
O valor de D10 fornece uma das informações necessárias para o cálculo da permeabilidade, utilizado
no dimensionamento de filtros e drenos.
 Diâmetros D30 e D60:
É o diâmetro correspondente a 30% e 60% em peso total de todas as partículas menores que eles.
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 7
Os índices D10, D30 e D60 são obtidos diretamente da curva granulométrica do solo (Figura 5).
Figura 5 – Obtenção dos índices D10, D30 e D60.
 Grau de uniformidade (U)
O grau de uniformidade indica a falta de uniformidade, por isso, Milton Vargas prefere chamá-lo grau
de desuniformidade, e simbolizá-lo por (D).
A determinação de U é feita através da seguinte equação:
U = D60 / D10
Como pode ser constatado na classificação abaixo, quanto menor o grau de uniformidade (U), mais
uniforme o solo é.
Tabela 1 – Classificação quanto a uniformidade dos solos.
Uniformidade Classificação
U< 5 Muito uniforme
5 < U < 15 Uniformidade média
U > 15 desuniforme
Alguns autores consideram solos uniformes os que têm grau de uniformidade menor que 3, e
desuniformes os que têm U > 3.
CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA
MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 8
 Coeficiente de curvatura (CC)
O coeficiente de curvatura indica se o solo é bem graduado ou não.
A determinação de CC é feita através da seguinte equação:
CC = (D30)2 / (D10 . D60)
O solo é considerado bem graduado se:
1 < CC < 3

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mecanica do solo. slide
Mecanica do solo. slideMecanica do solo. slide
Mecanica do solo. slideengenhar
 
14 resistencia ao cisalhamento
14  resistencia ao cisalhamento14  resistencia ao cisalhamento
14 resistencia ao cisalhamento
Fernando Eduardo Boff
 
Relatório
RelatórioRelatório
Relatóriohenriq23
 
Unidade 5 classificacão e identificacão dos solos
Unidade 5   classificacão e identificacão dos solosUnidade 5   classificacão e identificacão dos solos
Unidade 5 classificacão e identificacão dos solos
Samuel Nolasco
 
análise granulométrica
análise granulométricaanálise granulométrica
análise granulométrica
Carolina Corrêa
 
Ensaios de densidade e massa especifica
Ensaios de densidade e massa especificaEnsaios de densidade e massa especifica
Ensaios de densidade e massa especifica
Ezequiel Borges
 
Relatório permeabilidade 2017-1
Relatório   permeabilidade 2017-1Relatório   permeabilidade 2017-1
Relatório permeabilidade 2017-1
Tiago Teles
 
Exercicios e respostas
Exercicios e respostasExercicios e respostas
Exercicios e respostas
Lucas Pereira Leão
 
3.1 análise granulométrica
3.1 análise granulométrica3.1 análise granulométrica
3.1 análise granulométricakarolpoa
 
Apostila de Mecânica dos Solos
Apostila de Mecânica dos SolosApostila de Mecânica dos Solos
Apostila de Mecânica dos SolosBruno Castilho
 
Classificacao dos-solos-hrb
Classificacao dos-solos-hrbClassificacao dos-solos-hrb
Classificacao dos-solos-hrb
Samuel Nolasco
 
Aula 6 -_estabilidade_de_taludes
Aula 6 -_estabilidade_de_taludesAula 6 -_estabilidade_de_taludes
Aula 6 -_estabilidade_de_taludeshomertc
 
01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solos01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solosthiagolf7
 
Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)
Amália Ribeiro
 
Aula 1 solos
Aula 1 solosAula 1 solos
Aula 1 solos
Giovanna Ortiz
 
Mod. 5 bases e sub-bases
Mod. 5   bases e sub-basesMod. 5   bases e sub-bases
Mod. 5 bases e sub-bases
Dalton Lara Stella
 
Topografia unidade 2 planimetria
Topografia unidade 2 planimetriaTopografia unidade 2 planimetria
Topografia unidade 2 planimetria
vanilsonsertao01
 

Mais procurados (20)

Mecanica do solo. slide
Mecanica do solo. slideMecanica do solo. slide
Mecanica do solo. slide
 
14 resistencia ao cisalhamento
14  resistencia ao cisalhamento14  resistencia ao cisalhamento
14 resistencia ao cisalhamento
 
Relatório
RelatórioRelatório
Relatório
 
Unidade 5 classificacão e identificacão dos solos
Unidade 5   classificacão e identificacão dos solosUnidade 5   classificacão e identificacão dos solos
Unidade 5 classificacão e identificacão dos solos
 
Lista 2 índices físicos
Lista 2   índices físicosLista 2   índices físicos
Lista 2 índices físicos
 
10 Propriedades Físicas do Solo-aula
10 Propriedades Físicas do Solo-aula10 Propriedades Físicas do Solo-aula
10 Propriedades Físicas do Solo-aula
 
análise granulométrica
análise granulométricaanálise granulométrica
análise granulométrica
 
Ensaios de densidade e massa especifica
Ensaios de densidade e massa especificaEnsaios de densidade e massa especifica
Ensaios de densidade e massa especifica
 
Solo - Pedogênese
Solo - PedogêneseSolo - Pedogênese
Solo - Pedogênese
 
Relatório permeabilidade 2017-1
Relatório   permeabilidade 2017-1Relatório   permeabilidade 2017-1
Relatório permeabilidade 2017-1
 
Exercicios e respostas
Exercicios e respostasExercicios e respostas
Exercicios e respostas
 
3.1 análise granulométrica
3.1 análise granulométrica3.1 análise granulométrica
3.1 análise granulométrica
 
Apostila de Mecânica dos Solos
Apostila de Mecânica dos SolosApostila de Mecânica dos Solos
Apostila de Mecânica dos Solos
 
Classificacao dos-solos-hrb
Classificacao dos-solos-hrbClassificacao dos-solos-hrb
Classificacao dos-solos-hrb
 
Aula 6 -_estabilidade_de_taludes
Aula 6 -_estabilidade_de_taludesAula 6 -_estabilidade_de_taludes
Aula 6 -_estabilidade_de_taludes
 
01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solos01 prospecção e amostragem dos solos
01 prospecção e amostragem dos solos
 
Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)
 
Aula 1 solos
Aula 1 solosAula 1 solos
Aula 1 solos
 
Mod. 5 bases e sub-bases
Mod. 5   bases e sub-basesMod. 5   bases e sub-bases
Mod. 5 bases e sub-bases
 
Topografia unidade 2 planimetria
Topografia unidade 2 planimetriaTopografia unidade 2 planimetria
Topografia unidade 2 planimetria
 

Semelhante a Classificação granulométrica do solo

Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...
Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...
Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...Petiano Camilo Bin
 
relatorio_slump_test.doc
relatorio_slump_test.docrelatorio_slump_test.doc
relatorio_slump_test.doc
Keila Kotaira
 
Tensoes no solo (recuperado)
Tensoes no solo (recuperado)Tensoes no solo (recuperado)
Tensoes no solo (recuperado)
Ronei Gonçalves
 
UNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOS
UNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOSUNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOS
UNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOS
Rodrigo Andrade Brígido
 
sistema de classificacao Geotecnica.docx
sistema de classificacao Geotecnica.docxsistema de classificacao Geotecnica.docx
sistema de classificacao Geotecnica.docx
ssuser0b6a99
 
Semana 3 - agregados - Materiais de construção civil.pptx
Semana 3 -  agregados - Materiais de construção civil.pptxSemana 3 -  agregados - Materiais de construção civil.pptx
Semana 3 - agregados - Materiais de construção civil.pptx
BrunoCarvalhoFerreir4
 
Aula Prática - Granulometria e Morfoscópia dos Sedimentos
Aula Prática - Granulometria  e Morfoscópia dos SedimentosAula Prática - Granulometria  e Morfoscópia dos Sedimentos
Aula Prática - Granulometria e Morfoscópia dos Sedimentos
Yago Matos
 
Coleta de amostra deformada
Coleta de amostra deformadaColeta de amostra deformada
Coleta de amostra deformada
Mohara Nascimento
 
Relatorio de plasticidade
Relatorio de plasticidadeRelatorio de plasticidade
Relatorio de plasticidade
Rayllane Santos
 
Produção de areia em poços de petroleo
Produção de areia em poços de petroleoProdução de areia em poços de petroleo
Produção de areia em poços de petroleo
Romero Marcílio
 
Trabalho de mec. dos solos i
Trabalho de mec. dos solos iTrabalho de mec. dos solos i
Trabalho de mec. dos solos iengenhar
 
Aula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l v
Aula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l vAula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l v
Aula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l v
Homero Alves de Lima
 
Solos 4
Solos 4Solos 4
Art aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido da
Art  aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido daArt  aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido da
Art aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido daPetiano Camilo Bin
 
Aula sobre Agregados (1).pptx
Aula sobre Agregados (1).pptxAula sobre Agregados (1).pptx
Aula sobre Agregados (1).pptx
WanessaMorais8
 

Semelhante a Classificação granulométrica do solo (15)

Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...
Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...
Avaliação de argamassas com entulho reciclados, por procedimentos racionais d...
 
relatorio_slump_test.doc
relatorio_slump_test.docrelatorio_slump_test.doc
relatorio_slump_test.doc
 
Tensoes no solo (recuperado)
Tensoes no solo (recuperado)Tensoes no solo (recuperado)
Tensoes no solo (recuperado)
 
UNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOS
UNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOSUNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOS
UNIDADE III - PLASTICIDADE DOS SOLOS
 
sistema de classificacao Geotecnica.docx
sistema de classificacao Geotecnica.docxsistema de classificacao Geotecnica.docx
sistema de classificacao Geotecnica.docx
 
Semana 3 - agregados - Materiais de construção civil.pptx
Semana 3 -  agregados - Materiais de construção civil.pptxSemana 3 -  agregados - Materiais de construção civil.pptx
Semana 3 - agregados - Materiais de construção civil.pptx
 
Aula Prática - Granulometria e Morfoscópia dos Sedimentos
Aula Prática - Granulometria  e Morfoscópia dos SedimentosAula Prática - Granulometria  e Morfoscópia dos Sedimentos
Aula Prática - Granulometria e Morfoscópia dos Sedimentos
 
Coleta de amostra deformada
Coleta de amostra deformadaColeta de amostra deformada
Coleta de amostra deformada
 
Relatorio de plasticidade
Relatorio de plasticidadeRelatorio de plasticidade
Relatorio de plasticidade
 
Produção de areia em poços de petroleo
Produção de areia em poços de petroleoProdução de areia em poços de petroleo
Produção de areia em poços de petroleo
 
Trabalho de mec. dos solos i
Trabalho de mec. dos solos iTrabalho de mec. dos solos i
Trabalho de mec. dos solos i
 
Aula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l v
Aula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l vAula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l v
Aula 13 auxiliar de mineração (beneficiamento de minérios) l v
 
Solos 4
Solos 4Solos 4
Solos 4
 
Art aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido da
Art  aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido daArt  aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido da
Art aplicação de agregado reciclado de resíduo sólido da
 
Aula sobre Agregados (1).pptx
Aula sobre Agregados (1).pptxAula sobre Agregados (1).pptx
Aula sobre Agregados (1).pptx
 

Classificação granulométrica do solo

  • 1. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 1 1. INTRODUÇÃO Todos os solos, em sua fase sólida, contêm partículas de diferentes tamanhos em proporções as mais variadas. A determinação do tamanho das partículas e suas respectivas porcentagens de ocorrência permitem obter a função distribuição de partículas do solo e que é denominada distribuição granulométrica. A distribuição granulométrica dos materiais granulares, areias e pedregulhos, será obtida através do processo de peneiramento de uma amostra seca em estufa, enquanto que, para siltes e argilas (materiais finos) se utiliza à sedimentação dos sólidos no meio líquido. Para solos, que tem partículas tanto na fração grossa (areia e pedregulho) quanto na fração fina (silte e argila) se torna necessária a análise granulométrica conjunta. As partículas de um solo, grosso ou fino, não são esféricas, mas se usará sempre a expressão diâmetro equivalente da partícula ou apenas diâmetro equivalente, quando se faz referência ao seu tamanho. Para os materiais granulares ou fração grossa do solo, o diâmetro equivalente será igual ao diâmetro da menor esfera que circunscreve a partícula, enquanto que para a fração fina este diâmetro é o calculado através da lei de Stokes. A colocação de pontos, representativos dos pares de valores diâmetro equivalente - porcentagem de ocorrência, em papel semilogaritmo permite traçar a curva de distribuição granulométrica, conforme mostrada na Figura em anexo, onde em abscissas estão representados os diâmetros equivalentes e em ordenadas as porcentagens acumuladas retidas, à esquerda e as porcentagens que passam, à direita. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS BASEADOS EM CRITÉRIOS GRANULOMÉTRICOS Os solos recebem designações segundo as dimensões das partículas compreendidas entre determinados limites convencionais, conforme Figura 1. Nesta figura estão representadas as classificações adotadas pela A.S.T.M (American Society for Testing Materials), A.A.S.H.T.O.(American Association for State Highway and Transportation Officials), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e M.I.T (Massachusetts Institute of Technology). No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 6502/95) – Terminologia - Rochas e Solos define como:  Bloco de rocha Fragmentos de rocha transportados ou não, com diâmetro superior a 1,0 m;  Matacão fragmento de rocha transportado ou não, comumente arredondado por intemperismo ou abrasão, com uma dimensão compreendida entre 200 mm e 1,0 m;  Pedregulho solos formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre 2,0 e 60,0 mm. Quando arredondados ou semi-arredondados, são denominados cascalhos ou seixos. Divide-se quanto ao diâmetro em: pedregulho fino – (2 a 6 mm), pedregulho médio (6 a 20mm) e pedregulho grosso (20 a 60 mm);  Areia solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. As areias de acordo com o diâmetro classificam-se em: areia fina (0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm) e areia grossa (0,6 mm a 2,0 mm);
  • 2. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 2  Silte solo que apresenta baixo ou nenhuma plasticidade, baixa resistência quando seco ao ar. Suas propriedades dominantes são devidas à parte constituída pela fração silte. É formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm.  Argila solo de graduação fina constituída por partículas com dimensões menores que 0,002 mm. Apresentam características marcantes de plasticidade; quando suficientemente úmido, molda-se facilmente em diferentes formas, quando seco, apresenta coesão suficiente para construir torrões dificilmente desagregáveis por pressão dos dedos. TAMANHO (mm) Figura 1 - Escalas granulométricas adotadas pela A.S.T.M., A.A.S.H.T.O, M.I.T. e ABNT.
  • 3. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 3 ANEXO – Curva granulométrica por peneiramento e sedimentação de uma amostra de solo.
  • 4. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 4 3. Distribuição (Graduação) Granulométrica dos Solos 3.1. Solo de graduação densa O solo de graduação densa é aquele que apresenta uma curva granulométrica (Figura 2) bem graduada e continua, isto é, com quantidade de material fino, suficiente para preencher os vazios entre as partículas maiores. Figura 2 – Curva granulométrica de solo de graduação densa.
  • 5. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 5 3.2. Solo de graduação aberta O solo de graduação aberta (Figura 3) é aquele que apresenta uma curva granulométrica mau graduada e descontinua, isto é, com insuficiência de material fino, para preencher os vazios entre as partículas maiores. Figura 3 – Curva granulométrica de solo de graduação aberta.
  • 6. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 6 3.3. Solo de graduação tipo macadame O solo de graduação tipo macadame (Figura 4) é aquele que apresenta uma curva granulométrica uniforme, onde o diâmetro das partículas maiores é, aproximadamente, o dobro do diâmetro das partículas menores. Figura 4 – Curva granulométrica de solo tipo macadame. Para auxiliar a identificação das características de uniformidade e graduação dos solos, são definidos os seguintes índices:  Diâmetro efetivo (D10 ou De) É o diâmetro correspondente a 10% em peso total de todas as partículas menores que ele. O valor de D10 fornece uma das informações necessárias para o cálculo da permeabilidade, utilizado no dimensionamento de filtros e drenos.  Diâmetros D30 e D60: É o diâmetro correspondente a 30% e 60% em peso total de todas as partículas menores que eles.
  • 7. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 7 Os índices D10, D30 e D60 são obtidos diretamente da curva granulométrica do solo (Figura 5). Figura 5 – Obtenção dos índices D10, D30 e D60.  Grau de uniformidade (U) O grau de uniformidade indica a falta de uniformidade, por isso, Milton Vargas prefere chamá-lo grau de desuniformidade, e simbolizá-lo por (D). A determinação de U é feita através da seguinte equação: U = D60 / D10 Como pode ser constatado na classificação abaixo, quanto menor o grau de uniformidade (U), mais uniforme o solo é. Tabela 1 – Classificação quanto a uniformidade dos solos. Uniformidade Classificação U< 5 Muito uniforme 5 < U < 15 Uniformidade média U > 15 desuniforme Alguns autores consideram solos uniformes os que têm grau de uniformidade menor que 3, e desuniformes os que têm U > 3.
  • 8. CCCLLLAAASSSSSSIIIFFFIIICCCAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOOSSS SSSOOOLLLOOOSSS ––– GGGRRRAAANNNUUULLLOOOMMMÉÉÉTTTRRRIIICCCAAA MECÂNICA DOS SOLOS I – NOTA DE AULA Página 8  Coeficiente de curvatura (CC) O coeficiente de curvatura indica se o solo é bem graduado ou não. A determinação de CC é feita através da seguinte equação: CC = (D30)2 / (D10 . D60) O solo é considerado bem graduado se: 1 < CC < 3