O documento discute a remodelação da biblioteca da Universidade UniRitter. Ele analisa como as bibliotecas universitárias precisam se adaptar para atender melhor os usuários, focando no acesso ao conhecimento ao invés de apenas guardar acervos. A biblioteca precisa de espaços que convidem a leitura, descoberta e troca de ideias em um ambiente funcional, interativo e confortável.
1. BIBLIOTECA:
CONVITE OU INTIMIDAÇÃO?
Projeto de remodelação do prédio
da Biblioteca do UniRitter
Trabalho apresentado no XVI Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias. Rio de Janeiro, 2010.
2. Para que existem as bibliotecas?
• Os livros são para usar;
• A cada leitor seu livro;
• A cada livro seu leitor;
• Poupe o tempo do leitor;
• A biblioteca é um organismo em crescimento.
(RANGANATHAN , 1931)
3. Por que alguém procura uma biblioteca?
• Procura algo muito específico – um autor ou um assunto.
• Procura algo que não sabe o que é – apenas percorre as
estantes, ao acaso, tentando perceber o que há de novo.
4. Bibliotecas Universitárias
• Bibliotecas universitárias não são guardiãs de livros, são
espaços significativos de aprendizagem, de transformação
de informação em conhecimento.
• São lugares de articulação de inteligência e sensibilidade.
“o livro e o edifício intercambiam suas propriedades. Uma
biblioteca seria um livro que contém outros livros?”
(PAYOT, 1997).
5. Bibliotecas Universitárias
• A biblioteca “quer ser um espaço de recolhimento e estar
aberta ao mundo; aspira a ser a gruta inexpugnável de Ali
Babá repleta de tesouros sem deixar de ser o mercado, a
praça...”
• As biblioteca “tem sido sonhos geométricos. Tentam
esconder a inquietante desordem do conhecimento abaixo
de uma abóbada ideal” (PALÁCIOS, 1999)
6. Arquitetura tradicional
A arquitetura de bibliotecas têm-se preocupado com este
primeiro tipo de usuário, o que deseja um serviço
específico.
• Cuidados especiais com climatização, iluminação, acústica e
preservação dos acervos
• Ótimo do ponto de vista físico, frio do ponto de vista psicológico,
estéril do ponto de vista intelectual
• Como acomodar a maior quantidade de livros no menor
espaço, pelo menor preço
– E onde fica o desfrute do belo, do estético?
7. Espaço x Serviços
• Uma área destinada ao acervo;
• Uma sala destinada à leitura;
• Um espaço para o catálogo (anteriormente
um fichário, hoje um móvel que acomode o
terminal).
8. Espaço x Serviços
• O balcão de atendimento;
• A sala de trabalho dos bibliotecários e
sua equipe ;
• E, com sorte, uma área social, com sofás
e espaço para exposições.
9. “labirinto-biblioteca” de Eco?
• “A biblioteca é então apresentada como um código que deve
ser dominado pelo usuário pois seu uso não é intuitivo, mas
apreendido. Ao dominar o código, ele passa a ter reais
condições de uso e de captação dos mais variados significados
produzidos, pelas combinatórias dos constituintes do código,
uma vez que o domínio das regras é que possibilita a plena
liberdade de uso.”
(BARBALHO, 2000, p.13)
10. “biblioteca de babel” de Borges?
“Talvez me enganem a velhice e o temor, mas tenho a
suspeita de que a espécie humana — a única — está prestes a
extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária,
infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos,
inútil, incorruptível, secreta.”
(BORGES. A biblioteca de Babel)
11. O que o usuário espera da biblioteca?
– Usuário formiga
– Usuário lagosta
– Usuário peixe
• usuários universitários, acostumados
ao ambiente virtual, ao auto-
atendimento, a circulação em
ambientes multidisciplinares esperam
das bibliotecas mais que um ambiente
funcional.
12. O que o usuário espera da biblioteca?
• Esperam um ambiente convidativo à
leitura, à descoberta. O folhear
despreocupado de um livro, uma
revista, o ambiente social que propicie
o bate-papo, a troca de experiências,
também o ambiente silencioso, que
propicie a introspecção, enfim, a
multiplicidade.
13. Nova Arquitetura
• A biblioteca do século XXI deve,
portanto, focar o aluno, e não o
ensino. Deve seduzir o aluno para
que utilize seus recursos como
fonte de desejo e não de obrigação.
Não deve privilegiar a guarda, mas
o acesso ao conhecimento.
• Deve conceber-se como algo mais que uma coleção de espaços
devidamente classificados. Há que se cuidar especialmente da
forma como estes espaços se articulam e coordenam.
14. Bibliotecas x Livrarias
• Ampliar a visão que se tem sobre usuários de livros é a chave
para aumentar o desejo de usá-los. Neste aspecto bibliotecas
podem aprender com as livrarias a humanizar os seus
espaços, produzindo reações emocionais em seus usuários.
• A atmosfera tem papel fundamental, assim como as cores, a
iluminação, os materiais do mobiliário, os aromas, o arranjo,
exposição e disposição das obras.
15. O ambiente de trabalho
• Funcionalidade;
• Interatividade;
• Fluxo;
• Conforto;
• Ergonomia;
• Identidade.
16. A biblioteca do UniRitter
• não possui prédio próprio, estando localizada no prédio
principal que abriga, entre outros, a reitoria
• ocupa uma área de 1.116,39m² distribuídos em três níveis
• mezanino e pé-direito alto oferecem sensação de amplitude
• amplos janelões voltados para a rua e paredes
intermitentemente iluminadas por tijolos de vidro
• Intenso uso da cor: amarelo, vermelho, verde
• plantas ornamentais
• vitrine
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20. Problemas
• Acústica
• Iluminação
• Pórtico de entrada estreito e
distante do saguão principal
• Balcão de atendimento pouco
funcional
• Inexistência de espaços silenciosos
21. Propostas
• Nova localização para o pórtico
• Novo balcão de atendimento
• Salão silencioso x salão livre
• Acervo descentralizado – estantes de
novidades, mais retirados, destaques do mês...
• Iluminação diversificada
• Reproduções de obras de arte
• Cafeteria
22. REFERÊNCIAS
ADCOCK, Edward P. (Ed.) IFLA Principios para el cuidado y manejo de material de bibliotecas. Santiago, Centro Nacional de
Conservación y Restauración, 2000.
BARBALHO, Celia Regina Simonetti. Leituras espaciais: o sentido semiótico do edifício da biblioteca. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO 19. Porto Alegre, 2000.
BARBOSA, G.K. Proposta de um programa de necessidades para a ampliação da Biblioteca Setorial Gladis W. do Amaral da Faculdade
de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Faculdade de
Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
MIRANDA, Antonio. Arquitetura de bibliotecas: experiência brasileira. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,
10, Ceará, 1998.
RANGANATHAN, S. R. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.
SANTOS, Ana Rosa dos; ANDRADE, Marcos Vinicius Mendonça. Padrões espaciais em bibliotecas universitárias no contexto da
sociedade do conhecimento: revendo para adequar. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 15, 2008, São
Paulo.
TRINKLEY, Michael. Considerações sobre a construção e reformas de bibliotecas: planejamento para preservação. 2. ed. Rio de
Janeiro: Projeto Conservação Preventiva de Bibliotecas e Arquivos, 2001.