3. Uma reflexão sobre a impermanência...
“Toda moda é criada para ficar fora de moda.”
Gabrielle Coco Chanel, 1883-1971, estilista francesa
4. O que é uma biblioteca?
M.C. Escher. La relativité, 1953, litografia 272x293
5. “labirinto-biblioteca” de Eco?
“A biblioteca é então apresentada como um código
que deve ser dominado pelo usuário pois seu uso
não é intuitivo, mas apreendido [...] somente o
bibliotecário recebeu o segredo do bibliotecário que
o precedeu, e o comunica, ainda em vida, ao
ajudante-bibliotecário, de modo que a morte não o
surpreenda, privando a comunidade desse saber. E
os lábios de ambos estão selados pelo segredo”
Lembra? no fim, o bibliotecário morre...
6. “biblioteca de babel” de Borges?
“Talvez me enganem a velhice e o temor, mas
tenho a suspeita de que a espécie humana — a
única — está prestes a extinguir-se e que a
Biblioteca perdurará:
iluminada, solitária, infinita, perfeitamente
imóvel, armada de volumes preciosos, inútil,
incorruptível, secreta.”
Lembra? O livro que você sempre quis ler está na biblioteca,
mas a probabilidade de que você o encontre é infinitesimal.
7. A Revista Times pergunta:
Is Bookless Library Still a Library?
8. Para que existem as bibliotecas?
ou, as cinco leis da biblioteconomia
O os livros são para usar
O a cada leitor seu livro
O a cada livro seu leitor
O poupe o tempo do leitor
O a biblioteca é um organismo em crescimento
(RANGANATHAN , 1931) ... e até agora não aprendemos?
9. O tripé da gestão
OEstrutura
OEstratégia
OEquipe
11. Nova arquitetura
O Cuidados especiais com climatização, iluminação,
acústica e preservação dos acervos
O Ótimo do ponto de vista físico, frio do ponto de vista
psicológico, estéril do ponto de vista intelectual
O Como acomodar a maior quantidade de livros no
menor espaço, pelo menor preço
• Onde fica o desfrute do belo, do estético?
12.
13. Espaço x Serviços
O Uma área destinada ao acervo
O Uma sala destinada à leitura
O Um espaço para o catálogo (anteriormente
um fichário, hoje um móvel que acomode o
terminal)
14. Espaço x Serviços
O O balcão de atendimento
O A sala de trabalho dos bibliotecários e sua
equipe
O E, com sorte, uma área social, com sofás e
espaço para exposições
16. Nova Arquitetura
O A biblioteca do século XXI deve
focar o usuário, e não o acervo.
Deve seduzir o usuário para que
utilize seus recursos como fonte de
desejo e não de obrigação. Não
deve privilegiar a guarda, mas o
acesso ao conhecimento.
O Deve conceber-se como algo mais
que uma coleção de espaços
devidamente classificados. Há que
se cuidar especialmente da forma
como estes espaços se articulam e
coordenam.
18. Novo Catálogo:
informação x conhecimento
O Enquanto os dados constituem a
matéria prima da informação, a
informação é a matéria prima para
o conhecimento
• Os dados podem ser os
mesmos, mas as
informações deles
extraídas dependem da
forma de quem as recebe,
do uso que irão ter, do
momento
19. Geração Google
O 89% usam motores de busca para localizar informações
O 2% buscam em páginas de bibliotecas
O 93% estão satisfeitos com os resultados obtidos
O 84% dos que buscam em uma biblioteca se mostram
satisfeitos
O Não lêem de forma seqüencial: lêem as páginas em linha na
“diagonal”
O Buscam resultado imediato, mas não avaliam a informação
que encontram
British Library, JISC: Information behaviour of the researcher of the future, 11 jan. 2008
20. Geração Google e a biblioteca
O Desejam que seja uma continuação de sua
experiência na rede
O Aplicações fáceis de usar
O Não querem buscar, mas encontrar
O Exigem acesso 24x7
O Não querem intermediários
British Library, JISC: Information behaviour of the researcher of the future, 11 jan. 2008
21. Realidade das bibliotecas
O Descontentamento generalizado dos usuários com os
catálogos
O Desenhados para oferecer muitas funcionalidades...
O Com ferramentas sofisticadas... porém muito complicadas
O Se parecem demais a meras listas de referências bibliográficas
O Cada vez se consultam menos os catálogos
O Poucos usuários vão além da primeira página
O Mais de 60% das seções consistem em uma única busca
O 2,35 é a média de palavras por consulta
O 80% não usa operadores
22. Novos Catálogos
realmente novos ou simplesmente em novo formato?
O Deixaram de ser diferencial competitivo:
O são condição elementar para o funcionamento da
biblioteca
O São potencialmente capazes de transmitir informação:
O portanto, possuem valor estratégico intrínseco
O Favorecem o compartilhamento e a inteoperabilidade:
O mas, para tal, dependem de vontade política
23. Perguntas que não querem calar...
O Em que medida as possibilidades do próprio catálogo são
exploradas pelos bibliotecários?
O Em que medida os catálogos interagem com o ambiente
web e com as possibilidades do hipertexto?
O Em que medida o catálogo atinge as necessidades dos
usuários?
O Em que medida o catálogo desperta novas necessidades
nos usuários?
24. O desafio
O ir além da disponibilização de dados, mas atuar no sentido
de amenizar ao máximo as distorções possíveis no
processo de codificação/decodificação dos mesmos
O transportar para os catálogos a leitura não-linear dos
usuários
O romper o isolamento egoísta e efetivamente atuar como
disseminador de conhecimentos
O usar o tempo não para “reinventar a roda”, mas para
modernizá-la
O usar os recursos inteligentemente, agregando valor ao que
já foi feito ao invés de refazê-lo
30. Nova gestão
O ênfase no usuário, e não nos processos
O processos como meio e não um fim em si
mesmos
O novas TICs: mais que automatizar processos
O gestão do conhecimento
O integração dos colaboradores no processo não
mais como meros executores, mas como agentes
efetivos da disseminação da informação
31. Imagem da Biblioteca:
binômio “serviços X atendimento”
Serviços expectativas da sociedade
alterar estruturas políticas e estratégias
envolvimento e cooperação
qualidade de serviços e atendimento
(adaptado de MULLER ; FORTES, 1996, p.33)
32. Gestão participativa
O tomada de decisões por consenso
O exposição constante de razões, argumentos, críticas,
sugestões e ideias por parte de todos os membros, inclusive
dos mais introvertidos
O permanente envolvimento mental e emocional, apontando
para a motivação e a assunção de maiores
responsabilidades por parte dos integrantes do grupo
O ampla liberdade de ação e pensamento, tanto nos
relacionamentos humanos dentro do local de trabalho,
quanto na forma de levar a cabo as diversas tarefas
(VANTI, 1999, grifo nosso)
33. A equipe e a gestão participativa
superespecialização e rotinização de
tarefas
ampliação e diversificação dos cargos e
multiplicação da gama de atividades, para
que todos possam entender melhor o
que fazem e perceber a sua contribuição
individual do trabalho
(VANTI, 1999, grifo nosso)
38. Seis propostas para o novo
milênio, Ítalo Calvino
O Leveza
O Rapidez
O Exatidão
O Visibilidade
O Multiplicidade
O Consistência
39. À guisa de conclusão...
“E se alguém objetar que não vale a pena tanto esforço,
citarei Cioran:
enquanto era preparada a cicuta, Sócrates estava
aprendendo uma ária com a flauta.
- Para que lhe servirá? perguntaram-lhe
- Para aprender esta ária antes de morrer”
(CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos)
40. Referências... nada novas...
O AMARO, Regina Keiko Obata F. . No fim, o bibliotecário morre.... Revista Digital de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 4, n. esp. , p. 72-88, 2006.
O BARBALHO, Celia Regina Simonetti. Leituras espaciais: o sentido semiótico do edifício da
biblioteca. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO
19. Porto Alegre, 2000.
O DIB, Simone Faury; OLIVEIRA, Verônica; SOARES, Marcia Ferreira. Um novo modelo de
negócio para bibliotecas universitárias. Monografia (Especialização – Universidade Federal
do Rio de Janeiro). 2003.
O MULLER, Mary Stela; FORTES, Waldyr Gutierrez. Comunicação na biblioteca: uma questão
interdisciplinar. Transinformação, Campinas, v. 8, n. 2, p. 33-44 , maio/ago. 1996.
O VANTI, Nadia. Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do 5S e de
um estilo participativo de administração. Ci. Inf. [online]. 1999, vol.28, n.3, p. 333-339
Disponíevel em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19651999000300011>.
O RANGANATHAN, S. R. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.