O documento descreve o estilo artístico do Barroco no século XVII, caracterizado por uma expressão dramática da fé em meio a crises espirituais. Apresenta Gregório de Matos como o principal poeta barroco brasileiro, destacando sua poesia satírica que criticava os costumes sociais da Bahia da época.
O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, conseguiu a fórmula que se ajustava ao seu talento do escritor: desistindo de montar um enredo em função de pessoas, ateve-se à seqüência de descrições muito precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem do cortiço a personagem mais convincente do nosso romance naturalista.
Nesse romance também registra-se, pela primeira vez nas literaturas de língua portuguesa, o impressionante poder de dar vida e corpo a agrupamentos humanos. Aluísio soube movimentá-los com perfeito domínio das situações, enquanto fixava as emoções particulares como traços de relevo das reações coletivas, em que o indivíduo se dissolve num todo amorfo.
Além disso, tendo pesquisado à maneira naturalista, tipos, fatos, e situações em diferentes circunstâncias e camadas sociais, contou com um material de observação suficiente para dar ao seu romance uma categoria social de indiscutível valor e importância.
Segue uma análise de toda a estrutura da obra:
O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, conseguiu a fórmula que se ajustava ao seu talento do escritor: desistindo de montar um enredo em função de pessoas, ateve-se à seqüência de descrições muito precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem do cortiço a personagem mais convincente do nosso romance naturalista.
Nesse romance também registra-se, pela primeira vez nas literaturas de língua portuguesa, o impressionante poder de dar vida e corpo a agrupamentos humanos. Aluísio soube movimentá-los com perfeito domínio das situações, enquanto fixava as emoções particulares como traços de relevo das reações coletivas, em que o indivíduo se dissolve num todo amorfo.
Além disso, tendo pesquisado à maneira naturalista, tipos, fatos, e situações em diferentes circunstâncias e camadas sociais, contou com um material de observação suficiente para dar ao seu romance uma categoria social de indiscutível valor e importância.
Segue uma análise de toda a estrutura da obra:
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e MateusMary Alvarenga
A música 'Tem Que Sorrir', da dupla sertaneja Jorge & Mateus, é um apelo à reflexão sobre a simplicidade e a importância dos sentimentos positivos na vida. A letra transmite uma mensagem de superação, esperança e otimismo. Ela destaca a importância de enfrentar as adversidades da vida com um sorriso no rosto, mesmo quando a jornada é difícil.
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Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ILetras Mágicas
Sequência didática para trabalhar o gênero literário CORDEL, a sugestão traz o trabalho com verbos, mas pode ser adequado com base a sua realidade, retirar dos textos palavras que iniciam com R ou pintar as palavras dissílabas ...
Na sequência das Eleições Europeias realizadas em 26 de maio de 2019, Portugal elegeu 21 eurodeputados ao Parlamento Europeu para um mandato de cinco ano (2019-2024).
Desde essa data, alguns eurodeputados saíram e foram substituídos, pelo que esta é a nova lista atualizada em maio de 2024.
Para mais informações, consulte o dossiê temático Eleições Europeias no portal Eurocid:
https://eurocid.mne.gov.pt/eleicoes-europeias
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=52295&img=11583
Data de conceção: maio 2019.
Data de atualização: maio 2024.
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisValéria Shoujofan
Aula voltada para alunos do Ensino Médio focando nos processos de Independência da América Latina a partir dos antecedentes até a consolidação dos Estados Nacionais.
2. O Barroco -----predominou no século XVII –
momento de crise espiritual
na cultura ocidental.
duas mentalidades,
duas formas distintas de ver o mundo:
de um lado de outro
o paganismo e o a forte onda de
sensualismo do religiosidade
Renascimento, lembra
(em declínio)
teocentrismo medieval
3. Século XVI
RENASCIMENTO
o retorno à cultura
clássica grecolatina
a vitória do antropocentrismo
BARROCO
• vínculos com a cultura clássica
caminhos próprios
necessidades de expressão
daquele momento
4. Outros nomes do Barroco
• Marinismo: (Itália), Giambattista Marini.
• Gongorismo: (Espanha) Luís de Gôngora y
Argote
Barroco e gongorismo = sinônimos.
• Preciosismo: (França), em razão do requinte
formal dos poemas
• Eufuísmo: (Inglaterra) criado a partir do título
do romance Euphues , or the anatomy
of wit, de John Lyly.
5. A SOCIEDADE
EUROPEIA
Século XVII
TERCEIRO
O CLERO A NOBREZA
ESTADO
•Artesãos
•Camponeses
•Burguesia
Poder econộmico
Pressão
6. CONTRADIÇÕES
DO BARROCO
Contrarreforma
Econômico Político Espiritual
*Influência
Restauração
do paganismo
da fe
Livre Oprimido renascentista
Medieval.
•Prazeres
l
materiais
Homem:
Enriquecer
Ser contraditório
7. Características da linguagem
Forma Conteúdo
• Vocabulário selecionado • Conflito espiritual.
• Gosto pelas inversões
• Bemmal.
sintáticas.
• Figuração excessiva; ênfase • Consciencia da
em certas figuras da efemeridade do tempo.
linguagens:metáfora, • Carpe diem
antítese e hipérbole.
• Morbidez.
• Sugestões sonoras e
cromâticas. • Gosto por raciocínios
• Gosto por construções complexos e intrincados.
complexas e raras.
8. Um “BARROCO” Brasil
A cada canto um gram conselheiro, A
Que nos quer governar na cabana, e vinha, B
Não sabem governar sua cozinha, B
E podem governar o mundo inteiro .A
Em cada porta um frequentado olheiro, A
Que a vida do vizinho, e da vizinha, B
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,B
Para levar à Praça, e ao Terreiro. A
Muitos mulatos desavergonhados, C
Trazidos pelos pés os homens nobres, D
Postas nas palmas toda a picardia. E
Estupendas usuras nos mercados, C
Todos, os que não furtam, muito pobres, D
Eis aqui a cidade da Bahia.E
9. Os escritores barrocos brasileiros
que mais se destacaram são:
• na poesia:
Gregório de Matos,
Bento Teixeira,
Botelho de Oliveira
Frei Itaparica;
• na prosa:
Pe. Antônio Vieira,
Sebastião da Rocha Pita
Nuno Marques Pereira.
10. GREGÓRIO DE MATOS
BAHIA (1633)
1° poeta brasileiro
- estudou no Colégio Jesuíta.
- em Coimbra se formou em Direito.
- ficou ali uns anos exercendo a sua
profissão, mas por suas sátiras retornou
obrigado ao Brasil onde foi convidado a trabalhar
com os Jesuítas no cargo de tesoureiro-mor da Companhia de
Jesus.
-Ainda por suas sátiras abandonou os Padres e foi degredado
para Angola.
- Retornou ao Brasil muito doente sob duas condições:
1.- não pisar terras baianas.
2.-não apresentar as suas sátiras.
11. É conhecido pela sua:
Poesia lírica
Poesia religiosa ou sacra
Poesia satírica-valeu-lhe o apelido de
“Boca de inferno”
Cultivou----------- cultismo /conceptismo
• Poesia sacra
• poesia lírica
• poesia graciosa inédita até o S:XX
• poesia satírica.
• Últimas
12. POESIA LÍRICA
• A lírica amorosa de Matos celebra a tensão entre:
A imagem a tentação da carne
feminina angelical que atormenta o espírito
- define-se pelo erotismo
- revela uma sensualidade ora
grosseira/ora de rara fineza
- glorifica e admira à mulata (1° poeta)
““Minha rica mulatinha
Desvelo e cuidado meu”
13. Observe este soneto:
Sonetos a D. Ângela de Sousa Paredes
Não vira em minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvida me incitava, e me movia
A querer ver tão bela arquitetura: Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me,
Ontem a vi por minha desventura Se esta a cousa não é, que encarecer-me
Na cara, no bom ar, na galhardia Sabia o mundo, e tanto exagerar-me:
De uma mulher, que em Anjo se mentia; Olhos meus, disse então por defender-me,
De um Sol, que se trajava em criatura Se a beleza heis de ver para matar-me,
Antes olhos cegueis, do que eu perder-me.
(In: Antonio Candido e J. A. Castello, op. cit., p.
61).
14. a mulher figura de pureza angelical contida
um “anjo” no próprio nome
uma grandeza
maior, o Sol
um ser superior, dotado de
grandezas absolutas e
inacessíveis
15. POESIA SACRA
- Gregório diante de Deus pede
perdão por seus erros.
- Sobressai o senso do pecado, mostra
a fragilidade humana e o temor diante da
morte e a condenação eterna.
- A faceta de pecador arrependido emerge na fase final
da sua vida (em sua mocidade fez composições
claramente desafiadoras do poder divino).
16. A Jesus Cristo Nosso Señor
Pequei, Senhor, mas nâo porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um sóp gemido:
Que a mesma culpa ,que a vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado
17. Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória
Gregório de Mattos
Guerra
18. A sátira
Age :deformação caricatural daquilo que se pretende atacar
ou desmoralizar.
Contém: -uma intenção reformadora,
- ligada ao sentimento de indignação
- à vontade de moralizar os costumes.
Elemento motivador :
- distingue-se o senso do ridículo, (a percepção
do lado cômico de personagens, situações e idéias.)
• Gregório de Matos pretendia, manifestar explicitamente o
funcionamento dos discursos do poder.
• Utiliza :"malandragem", "plágio", " inveja",
"imoralidade", "adultério", "racismo", “"furto",
"repúdio", "libertinagem" "promiscuidade".
19. POESIA SATÍRICA
A sátira de Matos tem muito de crônica social.
- foge dos padrões do Barroco
- se volta para a realidade social baiana século XVII.
- pode ser chamada de REALISTA ou BRASILEIRA.
- critica os letrados, os políticos, à corrupção, o relaxamento dos costumes, a
cidade de Bahia.
-língua diversificada (indígena e africana) palavrões, gírias, expressões locais
“Que os brasileiros são Bestas
E estão sempre a trabalhar
Toda a vida, por manter
Maganos de Portugal”
Maganos: engraçados.
20. A CIDADE DA BAHIA
A Cidade da Bahia! Ó quão dessemelhante Deste em dar tanto açúcar excelente
Estás e estou do nosso antigo estado, Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Pobre te vê a ti, tu a mi empenhado, Simples aceitas do sagaz Brichote.
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
Oh! se quisera Deus que de repente
A ti trocou-te a máquina mercante,
que em tua larga barra tem entrado,
Um dia amanheceras tão sisuda
A mim foi-me trocando e tem trocado, que fora de algodão o teu capote!
Tanto negócio e tanto negociante
21. A BAHIA
Levou-me o dinheiro, a má fortuna,
Ficamos sem tostão, real nem branca,
Tristes sucessos, casos lastimosos, macutas, correão, nevelão, molhos:
Desgraças nunca vistas, nem faladas.
São, ó Bahia, vésperas choradas Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna,
De outros que estão por vir estranhos E é que quem o dinheiro nos arranca,
Nos arrancam as mãos, a língua, os olhos
Sentimo-nos confusos e teimosos
Pois não damos remédios as já passadas,
Nem prevemos tampouco as esperadas
Como que estamos delas desejosos
22. Eis outro exemplo:
exemplo
Se Pica-flor me chamais,
Pica-flor aceito ser,
mas resta agora saber,
se no nome que me dais,
meteis a flor, que guardais
no passarinho melhor!
Se me dais este favor,
Sendo só de mim o Pica,
e o mais vosso, claro fica,
que fica então Pica-flor.
23. Ocupou-se de atacar viperinamente o baixo clero baiano, após ter sido destituído do
cargo eclesiástico de Tesoureiro-mor da Sé por recusar-se a receber “ordens sacras” e
a usar batina.
Voltou sua veia satírica contra vários religiosos, padres, frades, freiras, cujo
comportamento sexual foi alvo de vários de seus poemas.
...
E nos Frades há manqueiras? - Freiras.
Em que ocupam os serões? -Sermões.
Não se ocupam em disputas? - Putas.
Com palavras dissolutas
Me concluís, na verdade,
Que as lidas todas de um Frade
São freiras, sermões, e putas. (recolha)
...
24. • A poesia gregoriana recorre ao jogo entre o
sagrado e o profano num processo de
“dessacralização” e popularização, o que se
verifica pelo uso que faz, repetidas vezes, da
rima Jesu/cu:
• Passou o surucucu
e como andava no cio,
com um e outro assobio,
pediu a Luisa o cu:
Jesu nome de Jesu,
disse a Mulata assustada,
25. ENTRE O CONCEITO E A FORMA
CULTISMO ou GONGORISMO: CONCEPTISMO:
GONGORISMO CONCEPTISMO
• linguagem rebuscada, culta, marcado pelo
extravagante. - jogo de idéias, de conceitos,
• Valorização do pormenor seguindo um raciocínio
mediante jogos de palavras lógico.
• Influência do poeta espanhol - É usual a presença de
Luis de Gôngora. elementos da lógica forma
• Valorização do “como dizer”
Nada impede que o mesmo texto tenha aspectos cultistas e
conceptistas.
conceptistas
Didaticamente se fala de que:
* o Cultismo é predominante na poesia e
* o Conceptismo é predominante na prosa
26. Cultismo ou Gongorismo é o abuso no emprego de figuras
de linguagem como as metáforas, antítese, hipérboles,
hipérbatos, anáforas, paronomásias, etc...
"O todo sem a parte não é o todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.
Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica todo.”
(Gregorio de Matos)
27. Conceptismo
• utiliza uma retórica aprimorada
(arte de bem falar, ou escrever, com o propósito de
convencer; oratória).
Um dos principais cultores do Conceptismo
o espanhol Quevedo,
Quevedismo.
• Valoriza-se "o que dizer".
28. Conceptismo: é marcado pelo jogo de idéias, de conceitos, seguindo um
Conceptismo
raciocínio lógico
A – O SILOGISMO: Dedução formal tal que, postas duas proposições,
chamadas premissas, delas se tira uma terceira, nelas logicamente
implicada, chamada conclusão. Assim, temos como exemplo: Todo homem
é mortal (premissa maior); ora, eu sou homem (premissa menor); logo, eu
sou mortal (conclusão).
"Mui grande é o vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito.
Essa razão me obriga a confiar
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar."
Premissa maior: O amor infinito de Cristo salva o pecador.
Premissa menor: Eu sou um pecador.
Conclusão: Logo, eu espero salvar-me.
29. B – O SOFISMA: É o argumento que parte de premissas
verdadeiras e que chega a uma conclusão inadmissível, que
não pode enganar ninguém, mas que se apresenta como
resultante de regras formais do raciocínio, não pode ser
refutado. É um raciocínio falso, elaborado com a função de
enganar.
• Ex.:
Muitas nações são capazes de governarem-se por si mesmas;
as nações capazes de governarem-se por si mesma não devem
submeter-se às leis de um governo despótico.
Logo,
nenhuma nação deve submeter-se às leis de um governo
despótico
30. Pe. ANTÔNIO VIEIRA
• Lisboa
• 7 anos chega a Bahia.
• 1623: entra na Companhia de Jesus.
• Quando Portugal se liberta de Espanha, volta para o
seu país e se torna confessor de D. João IV.
• Políticamente tinha em contra de si:
_ a pequena burguesia cristã
o capital judaico e os cristão-novos.
_ os pequenos comerciantes
um monopólio comercial
_os administradores colonos
os índios.
31. OBRAS
Profecias três obras Esperanças de Portugal
Clavis Prophetarum
História do futuro
Cartas umas 500
Sermões quase 200
- estilo barroco conceptista
Sermão da Sexagésima
Sermão pelo bom sucesso das armas....”
Sermão de Santo Antônio
Sermões e cartas revelam a maestria com que Vieira usava a língua para
cativar sua audiência através de:
- o uso de metáforas e analogias- passagens ilustrativas do Antigo e Novo Testamento-
de uma crítica ao estilo cultista dos padres dominicanos
32. Assim há de ser um sermão:
“-Há-de ter raízes fortes e sólidas, por que há-de ser
fundado no Evangelho;
- há-de ser um tronco, porque há-de ter um só assunto
e tratar uma só matéria;
- Deste tronco hão-de nascer diversos ramos, que são
novos discursos, mas nascidos da mesma matéria e
continuados nela; estes ramos nã hão-de ser secos,
sinão cobertos de folhas, porque os discursos hão-de
ser vestidos e ornados de palavras”
- Sermão da Sexagéssima
33. O método utilizado por Vieira nos seus sermões:
1. Definir a matéria
2. Reparti-la.
3. Confirmá-la com a Escritura.
4. Confirmá-la com a razão.
5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às
objeções, aos “argumentos contrários”
6. Tirar uma conclusão, exortar.
34. Soneto
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua a nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.
35. Para a tropa do trapo vazo a tripa
e mais não digo, porque a Musa topa.
Em apa, epa , ipa, opa, upa
........
E nos Frades há manqueiras? - Freiras
Em que ocupam os serões? - Sermões
Não se ocupam em disputas - Putas
Com palavras disolutas
Me concluís, na verdade,
Que as lidas todas de um Frade
São freiras, sermões, e putas
........
Atacóu viperinamente o baixo clero baiano após de ser destituído do cargo Tesoureiro-Mor da Sé por recusar-se
a receber “ordens sacras ” e usar batina.
36. Sermão da sexagéssima:
“Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias
três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é
cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem
espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por
falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e
há mister olhos. Que coisa é a conversão de uma
alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a
si mesmo?
Para esta vista são necessários olhos, e necessária luz
e é necessário espelho. O pregador concorre com o
espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz,
que é a graça; o homem concorre com os olhos, que
é o conhecimento.”
Notas do Editor
necessidades de expressão daquele momento. necessidades de expressão daquele momento. necessidades de expressão daquele momento.