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ESTILÍSTICA
Profa. Ma. Débora Caruline P. Silva
 PGCC
 Cronograma
Compreendendo as noções de Estilística
 Modo como determinada pessoa utiliza os sistemas fonológicos, morfológicos, sintáticos,
semânticos...
 “é a arte de escrever de forma apurada, elegante. Para outros estudiosos, é a disciplina que
estuda os recursos expressivos que individualizam os estilos. Podendo, ainda ser definida como
uma conexão entre a poética e retórica” (HOUISS, 2011, p. 58).
 Em outra ótica, vê-se a Estilística em seu modo de aplicação e estudo sendo ela uma disciplina
que volta seus estudos para as peculiaridades dos textos que peculiarizam a escrita, formando
os estilos.
 Para Dubois (1973) o estilo constitui a marca da individualidade do sujeito no discurso.” Já de
acordo com Reis (1981), o estilo deve ser entendido como resultado da expressão de uma
subjetividade.”
 Nos estudos da Língua Portuguesa, a Estilística ou estilo refere-se à escolha linguística.
 O que tem a dizer?
 Por que vais dizer?
 Como vai dizer?
 Quando vai dizer?
 Sua aplicação em diversos estudos.
Origens
 Poética (enquanto teoria das obras literárias).
 Retórica – Estudos do Discurso (arte da eloquência, arte de
argumentar, arte do bem dizer...)
 Segundo Bakhtin (1975) a Estilística se baseia em três funções:
representação, apelo e expressão.
 A elas correspondem a faculdade de desejos, vontades,
sensibilidade e inteligência.
Essas três funções se
integram no texto
informativo, sendo
cada uma com sua
função própria.
 O criador da Estilística, Charles Bally, pretendeu chamar a atenção para a função expressiva
e apelativa que a linguagem possui.
 Enquanto Bally, discípulo de Saussure, buscava estudar a língua como expressão do
pensamento que reflete determinada afetividade nos atos de fala, Vossler optou por estudar
as relações entre expressão e indivíduo.
 Concepções diferentes (langue e parole).
 Dessas origens, uma se aproxima da gramática descritiva; outra se afasta dela, sendo
chamada de Estilística genética.
 Com o passar do tempo, foram recebendo adesões, variações, entre outros.
Outro ponto de estudo da Estilística
 O estilo do autor;
 Os estilemas;
 Estilemas de fala:
“Bomba de chocolate, póde”
“Tô pagâanu” (ZORRA TOTAL).
 Estilema de na escrita: No uso da língua escrita, o “estilema” está subentendido no modo como
os autores criam e utilizam as figuras, também no emprego de determinada palavra, na
caracterização de uma personagem, no uso da adjetivação, na metalinguagem, no conteúdo
(particularizante, regionalizante ou universalizante), na criação de neologismos, nas
preferências vocabulares, na ironia e humor e, especialmente, aos “desvios poéticos”, em
relação à norma padrão escrita.
 Escrever bem e criar estilo não se reduz simplesmente em desrespeito às convenções
normativo-gramaticais gratuitamente, mas em saber até onde e como é possível infringi-las
(BAKHTIN, 1974).
E agora, José?
CIDADEZINHA QUALQUER
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar
Um homem vai devagar...
Um burro vai devagar...
Um cachorro vai devagar...
Devagar...as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus!
O LUTADOR
Lutar com as palavras
É a luta mais vã
Entanto lutamos
Mal rompe a manhã
São muitas, eu pouco.
Busco persuadi-las.
Ser-lhes-ei escravo
De rara humildade.
Dos poemas supracitados é possível subtrair os seguintes estilemas:
a) Metalinguagem e/ou interdiscursividade: “Lutar com as palavras / é a luta mais
vã”
b) Anáforas insistentes: “Um homem vai devagar / um burro vai devagar / um
cachorro vai devagar”.
c) Humor e ironia: “Eta vida besta, meu Deus”.
d) Verso livre e branco, isto é, sem métrica determinada e sem rimas: em todos os
poemas supracitados.
 Como se observa, no conjunto da obra drummondiana, uma série de procedimentos estilísticos são
recorrentes, ou seja, um conjunto de “traços estilísticos” se repetem, insistentemente, como as
anáforas em José ou a predominância da metalinguagem em “O Lutador”, há procedimentos que
tornam a obra de Drummond ímpar em relação a outros poetas de sua época.
 De acordo com Guiraud (1970), a retórica, ou melhor, o discurso tem na gramática o ponto de
apoio para sustentar a significação e a correção de várias estruturas gramaticais, não deixando,
porém, de dar ênfase ao valor “estético ou expressivo”, que representa a parte figurativa,
sensível da linguagem, por meio dos diversos recursos estilísticos.
 Guiraud (1970) concebe, então, as figuras de linguagem como recursos de expressividade e
afetividade linguística, que registram maneiras de falar ou redigir diferenciadas, com o intuito de
dar relevância por meio de expressões mais “vivas”, ou ainda de dar ao texto certo grau de
literariedade, no que tange à valorização da atribuição estética da palavra.
 As figuras podem ser de palavra (tropos) no campo semântico; de construção concernem-se à
sintaxe; de dicção (metaplasmos), referente à articulação dos vocábulos; ou ainda de
pensamento, apresenta-se como uma linguagem intencional
Referências
GUIRAUD, Pierre. A Estilística. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de estilística no ensino da língua. São Paulo: Editora
34, 1974.

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  • 3. Compreendendo as noções de Estilística  Modo como determinada pessoa utiliza os sistemas fonológicos, morfológicos, sintáticos, semânticos...  “é a arte de escrever de forma apurada, elegante. Para outros estudiosos, é a disciplina que estuda os recursos expressivos que individualizam os estilos. Podendo, ainda ser definida como uma conexão entre a poética e retórica” (HOUISS, 2011, p. 58).  Em outra ótica, vê-se a Estilística em seu modo de aplicação e estudo sendo ela uma disciplina que volta seus estudos para as peculiaridades dos textos que peculiarizam a escrita, formando os estilos.  Para Dubois (1973) o estilo constitui a marca da individualidade do sujeito no discurso.” Já de acordo com Reis (1981), o estilo deve ser entendido como resultado da expressão de uma subjetividade.”
  • 4.  Nos estudos da Língua Portuguesa, a Estilística ou estilo refere-se à escolha linguística.  O que tem a dizer?  Por que vais dizer?  Como vai dizer?  Quando vai dizer?  Sua aplicação em diversos estudos.
  • 5. Origens  Poética (enquanto teoria das obras literárias).  Retórica – Estudos do Discurso (arte da eloquência, arte de argumentar, arte do bem dizer...)  Segundo Bakhtin (1975) a Estilística se baseia em três funções: representação, apelo e expressão.  A elas correspondem a faculdade de desejos, vontades, sensibilidade e inteligência.
  • 6. Essas três funções se integram no texto informativo, sendo cada uma com sua função própria.
  • 7.  O criador da Estilística, Charles Bally, pretendeu chamar a atenção para a função expressiva e apelativa que a linguagem possui.  Enquanto Bally, discípulo de Saussure, buscava estudar a língua como expressão do pensamento que reflete determinada afetividade nos atos de fala, Vossler optou por estudar as relações entre expressão e indivíduo.  Concepções diferentes (langue e parole).  Dessas origens, uma se aproxima da gramática descritiva; outra se afasta dela, sendo chamada de Estilística genética.  Com o passar do tempo, foram recebendo adesões, variações, entre outros.
  • 8. Outro ponto de estudo da Estilística  O estilo do autor;  Os estilemas;  Estilemas de fala: “Bomba de chocolate, póde” “Tô pagâanu” (ZORRA TOTAL).  Estilema de na escrita: No uso da língua escrita, o “estilema” está subentendido no modo como os autores criam e utilizam as figuras, também no emprego de determinada palavra, na caracterização de uma personagem, no uso da adjetivação, na metalinguagem, no conteúdo (particularizante, regionalizante ou universalizante), na criação de neologismos, nas preferências vocabulares, na ironia e humor e, especialmente, aos “desvios poéticos”, em relação à norma padrão escrita.  Escrever bem e criar estilo não se reduz simplesmente em desrespeito às convenções normativo-gramaticais gratuitamente, mas em saber até onde e como é possível infringi-las (BAKHTIN, 1974).
  • 10. CIDADEZINHA QUALQUER Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pomar amor cantar Um homem vai devagar... Um burro vai devagar... Um cachorro vai devagar... Devagar...as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus! O LUTADOR Lutar com as palavras É a luta mais vã Entanto lutamos Mal rompe a manhã São muitas, eu pouco. Busco persuadi-las. Ser-lhes-ei escravo De rara humildade. Dos poemas supracitados é possível subtrair os seguintes estilemas: a) Metalinguagem e/ou interdiscursividade: “Lutar com as palavras / é a luta mais vã” b) Anáforas insistentes: “Um homem vai devagar / um burro vai devagar / um cachorro vai devagar”. c) Humor e ironia: “Eta vida besta, meu Deus”. d) Verso livre e branco, isto é, sem métrica determinada e sem rimas: em todos os poemas supracitados.
  • 11.  Como se observa, no conjunto da obra drummondiana, uma série de procedimentos estilísticos são recorrentes, ou seja, um conjunto de “traços estilísticos” se repetem, insistentemente, como as anáforas em José ou a predominância da metalinguagem em “O Lutador”, há procedimentos que tornam a obra de Drummond ímpar em relação a outros poetas de sua época.  De acordo com Guiraud (1970), a retórica, ou melhor, o discurso tem na gramática o ponto de apoio para sustentar a significação e a correção de várias estruturas gramaticais, não deixando, porém, de dar ênfase ao valor “estético ou expressivo”, que representa a parte figurativa, sensível da linguagem, por meio dos diversos recursos estilísticos.  Guiraud (1970) concebe, então, as figuras de linguagem como recursos de expressividade e afetividade linguística, que registram maneiras de falar ou redigir diferenciadas, com o intuito de dar relevância por meio de expressões mais “vivas”, ou ainda de dar ao texto certo grau de literariedade, no que tange à valorização da atribuição estética da palavra.  As figuras podem ser de palavra (tropos) no campo semântico; de construção concernem-se à sintaxe; de dicção (metaplasmos), referente à articulação dos vocábulos; ou ainda de pensamento, apresenta-se como uma linguagem intencional
  • 12. Referências GUIRAUD, Pierre. A Estilística. São Paulo: Mestre Jou, 1970. BAKHTIN, Mikhail. Questões de estilística no ensino da língua. São Paulo: Editora 34, 1974.