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Assistência de enfermagem ao paciente
crítico no pós-operatório em UTI
Pós-Operatório é o período durante o qual se observa e se assiste a
recuperação de pacientes em pós-anestésico e pós "stress" cirúrgico. Os
objetivos da equipe multidisciplinar durante este período são: a manutenção do
equilíbrio dos sistemas orgânicos, alívio da dor e do desconforto, prevenção de
complicações pós-operatórias, plano adequado de alta e orientações.
O período cirúrgico é dividido em três fases: a primeira é a pré-operatória;
a segunda, a intra-operatória e, a terceira, pós-operatória. Nesta última, a
enfermagem desempenha o importante papel de proporcionar ao paciente
o retorno às atividades rotineiras.
O pós-operatório inicia-se com os períodos pós-anestésico e pós-
operatório imediato, nos quais o paciente está se recuperando dos efeitos
anestésicos. O pós-operatório tardio é o tempo de cicatrização e prevenção das
complicações, este período pode durar semanas ou meses após cirurgia.
A assistência de enfermagem durante o período pós-operatório imediato
concentra-se em intervenções destinadas a prevenir ou tratar
complicações. Por menor que seja a cirurgia, o risco de complicações sempre
estará presente. A prevenção destas, no pós-operatório promove rápida
convalescençia, poupa tempo, reduz gastos, preocupações, ameniza a dor e
aumenta a sobrevida.
O período pós-operatório imediato (POI) abrange as primeiras 24 horas
após a cirurgia e inclui o tempo em que o cliente permanece na sala
de recuperação pós-anestésica (SRPA). Esse período caracteriza-se por
alterações fisiológicas que são, basicamente, inconsciência e depressão
cardiorrespiratória no paciente que recebeu anestesia geral, e ausência de
sensações e tono simpático naquele que recebeu anestesia regional,
necessitando de observação contínua e de cuidados específicos.
O enfermeiro que atua na assistência ao cliente no POI deve possuir
conhecimentos e habilidades altamente qualificadas para atender
pacientes advindos de diferentes cirurgias de complexidades variadas,
que necessitam de cuidados específicos e individualizados. Para isso, o
profissional deve planejar o cuidado com o objetivo de recuperar o
equilíbrio fisiológico do paciente, com o mínimo de complicações, a fim
de facilitar o andamento da assistência e oferecer qualidade no serviço
prestado.
No POI, o paciente é considerado crítico, razão pela qual deve existir
a assistência de enfermagem sistematizada e documentada, o que
garantirá segurança e cuidados específicos, que se implementados são
destinados às intervenções de prevenção e/ou tratamento de complicações
pós-operatórias.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) rege a
metodologia de trabalho do enfermeiro, uma vez que por meio desse
instrumento ele identifica as situações de saúde-doença, subsidiando a
prescrição e implementação de ações em saúde concretas na promoção,
prevenção, recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e
comunidade. Com a alta rotatividade de pacientes na SRPA, a SAE nem
sempre é aplicada de forma integral, porém a utilização da mesma em todas
as suas etapas é fundamental, já que facilita a assistência de enfermagem
prestada, de forma dinâmica, organizada e sistemática, exigindo que o
enfermeiro desenvolva habilidades cognitivas, interpessoais e técnicas, no
sentindo de atender as necessidades do ser humano que está sendo cuidado.
Diante disso, faz-se necessário voltar o olhar para o cuidado de enfermagem no
pós-operatório imediato pautado na detecção, atenção e prevenção das
complicações que possam resultar do procedimento anestésico cirúrgico, visto
que esse período de internação na SRPA pode ser crucial para prevenir
possíveis complicações, bem como para tratá-las precocemente. Portanto, a
utilização da SAE no pós-operatório imediato torna-se relevante no cuidado do
paciente pós-cirúrgico, uma vez que permite ao enfermeiro cuidar de forma
integral e individualizada, contribuindo para melhores prognósticos clínicos e
psicossociais dessa clientela.
A assistência de enfermagem durante o POI destina-se a intervenções de
prevenção e/ou tratamento de complicações, devendo avaliar o paciente
de forma sistematizada e integral.
A assistência de enfermagem ao paciente no POI inicia-se com a avaliação
do nível de consciência, isto é, pela resposta dos estímulos verbais. Os
sinais vitais deverão ser avaliados comparando os valores obtidos no
período pré-operatório. O padrão respiratório é avaliado considerando a
expansão da caixa torácica, a simetria e a profundidade da respiração e a
saturação de oxigênio. Também deverão ser avaliadas a frequência cardíaca,
amplitude e ritmo do pulso, a pressão arterial, a temperatura axilar, a presença
de dor e o estado emocional do paciente. A presença ou ausência de
eliminação urinária e a mobilidade dos membros inferiores são parâmetros
fundamentais a serem avaliados, principalmente em pacientes submetidos a
bloqueio espinhal ou peridural.
É necessário que o enfermeiro conheça as complicações mais comuns e
avalie os sistemas fisiológicos de forma integral para que haja uma
tomada de decisão precisa para a reversão do quadro clínico em casos
de complicações. A SAE é um instrumento de propriedade do enfermeiro,
que permite avaliação integral das condições do paciente de forma
organizada, contribuindo para redução das falhas no cuidado dos pacientes
O cuidado com a enfermagem requer atenção e cuidados sistematizados
no pós-operatório imediato, a fim de evitar complicações.
Intervenções ao paciente crítico nas primeiras 24 horas após o
procedimento cirúrgico, incluindo o período em que o paciente passa na
Sala de Recuperação Pós- Anestésica.
 Admitir o paciente na UTI procedendo aos registros em impressos
próprios;
 Receber o paciente no Setor, informando ao mesmo tempo o término
da cirurgia e o Setor em que se encontra;
Notificar ao paciente sua localização e horário, objetivando a
diminuição do nível de ansiedade;
 Verificar a identidade do paciente e o procedimento cirúrgico
realizado;
Observar o cadastro do paciente (nome, prontuário e outros) e o local
da cirurgia.
 Avaliar o estado respiratório do paciente;
Observando permeabilidade de vias aéreas superiores, atentando para
perfusão tecidual, temperatura da pele, entre outros;
 Observar o paciente;
Sinais de desconforto respiratório; coloração de pele e mucosas;
acesso venoso, quanto à permeabilidade, localização e fixação;
 Monitorizar o paciente e verificar os sinais vitais;
Atenção para as técnicas adequadas.
Os sinais vitais devem ser verificados de 15/15 min. nas primeiras 02
horas, até que o paciente esteja compensado. A partir de então a cada
02 horas;
Pacientes críticos devem ter acesso venoso central que permitem a
administração de soluções, drogas vasoativas e medicamentos;
 Examinar a área operatória;
Observar se há presença de secreções nos curativos;
 Medir diurese;
Registrar em impresso próprio para Balanço Hídrico
O volume urinário reflete o débito cardíaco e a perfusão tecidual deve
ser medida ao receber o paciente e depois a cada 2 horas ou com menor
frequência quando necessário;
 Atentar para drenos, cateteres;
Orientações e Observações: Com relação à conexão, permeabilidade,
fixação e características das drenagens;
 Observar ostomias;
 Medir drenagens;
As drenagens são medidas a cada 12 horas ou com menor frequência
quando necessário; registrar em impresso próprio para Balanço
Hídrico;
 Avaliar nível de consciência;
 Realizar contenção do paciente, se necessário;
Pacientes sob efeito anestésico com riscos de retirar drenos, TOT, COG,
entre outros; (vide rotina de contenção de membro).
 Empregar ventilação mecânica dependendo da necessidade do
paciente;
O ventilador mecânico é um aparelho de pressão positiva que pode
manter automaticamente a respiração por longos períodos de tempo. É
indicado quando o paciente não consegue manter níveis arteriais de
dióxido de carbono e de oxigênio pela respiração espontânea;
 Aspirar secreções de vias aéreas superiores ou endotraqueal,
avaliando aspecto, coloração e consistência da secreção aspirada;
Remove secreções de árvore traqueobrônquica, de modo a deixar às
vias aéreas permeáveis;
 Observar saturação de oxigênio através do oxímetro de pulso;
Esta técnica emprega o uso da luz vermelha e infravermelha através de
qualquer tecido pulsátil ao qual se adapta um do emissor e
fotorreceptor. Comumente usa-se o dedo das mãos, pés, ouvidos e nariz
como locais de adaptação do sensor;
 Monitorizar frequência cardíaca e ritmo cardíaco continuamente;
Alterações cardíacas devem ser comunicadas imediatamente ao
médico;
 Administrar oxigênio umidificado através de cateter nasal ou
máscara;
Promover ventilação e trocas gasosas apropriadas. Calor e umidade
são normalmente perdidos durante a expiração. As secreções devem
ser mantidas úmidas para facilitar a remoção;
 Manter vigilância constante do paciente até que se recupere
completamente da anestesia;
 Observar o retorno da sensibilidade e dos reflexos em casos de
anestesia regional;
 Explicar os procedimentos e as atividades que serão realizadas com
o paciente dependendo do seu nível de compreensão;
Minimizando os fatores de estresse que podem afetar o paciente no pós-
operatório;
 Aplicar e avaliar escala EVA (Escala Analógica da Dor);
Avaliando a localização, características e intensidade da dor; A dor
limita as incursões torácicas reduzindo assim a respiração;
 Administrar medicação analgésica prescrita;
Conforme prescrição médica.
 Realizar troca de curativo, avaliando a área cirúrgica e óstio de
inserção de drenos e cateteres;
A cada 24 horas ou quando necessário. Atentando para os sinais como
rubor, intumescimento, edema e drenagem de secreções em ferida
operatória e extravasamento em óstio de inserção de drenos;
 Observar e comunicar ao médico, imediatamente, os sinais de
choque e hemorragia como: Pulso rápido e filiforme, Pele fina e
úmida ou cianótica, Hipotensão, Agitação, Confusão mental,
Taquicardia, Taquipneica e sangramentos;
O choque representa uma resposta do organismo a um volume
sanguíneo circulante diminuído e requer atuação imediata;
 Identificar antecipadamente angústia e/ou falência respiratória;
A eliminação da causa é realizada através da oxigenação suplementar
e/ou entubação orotraqueal e ventilação mecânica;
 Estimular tosse e respiração profunda;
Acelerar a circulação, mobilizar as secreções e aumentar as trocas
respiratórias, evitando as complicações respiratórias;
 Estimular a realização de exercícios passivos dos membros
inferiores e a mobilização no leito a cada duas horas;
Melhorar a circulação, prevenindo estase venosa, evitando as
complicações circulatórias como TVP e embolia pulmonar;
 Verificar o funcionamento do sistema de drenagem urinária;
Observando e registrando a permeabilidade, débito, coloração, aspecto
e odor da drenagem urinária. Atentar para presença hematúria, pode ter
havido lesão da bexiga durante a cirurgia. Medir diurese 2/2 horas;
 Manter o aparelho urinário higienizado;
Procedendo a higiene íntima para remoção de crostas e redução do
risco de contaminação bacteriana;
 Posicionar o cateter vesical de forma a não traumatizar o meato
urinário;
Minimizando o trauma e risco de ITU pela manipulação do cateter;
 Observar sinais e sintomas de trombose venosa profunda;
A TVP pode ocorrer no período pós-operatório devido à manipulação de
veias ilíacas;
 Realizar cuidados específicos na manutenção e manipulação de
derivações urinárias, nefrostomia, cistostomia e cateteres inseridos
na pelve renais.
São cuidados relacionados à manutenção da função urinária e
procedimentos realizados para desvio da urina da bexiga para uma
saída alternativa, geralmente para uma abertura na pele.
 Atentar para sinais e sintomas de complicações pós-operatórias;
Podem ocorrer complicações respiratórias, circulatórias, desequilíbrio
hidroeletrolítico, sepse, formação de fístulas, extravasamento de urina,
peritonite, obstrução do cateter, isquemia e necrose do estoma,
retração do estoma e separação da borda da mucosa;
 Minimizar a ocorrência de complicações pós-operatórias.
Intervindo com tratamento precoce, diminuindo o tempo de internação
e prevenindo a sepse.
 Manter cuidados com estomas;
Avaliando a integridade cutânea ao redor do estoma. A higiene deve ser
realizada com Soro Fisiológico a 0,9%. A troca do dispositivo deverá ser
realizada quando necessário, devendo-se evitar trocas constantes;
 Observar e registrar drenagem perineal.
Atentar para sinais de sangramento e infecção.
 Realizar os registros de enfermagem.
Na folha de evolução;
ATENÇÃO A PONTOS IMPORTANTES E POSSÍVEIS RISCOS
 Observar o cadastro do paciente (nome, prontuário e outros) e o
local da cirurgia;
 Atentar para sangramentos e sinais flogísticos;
 Observar permeabilidade de vias aéreas superiores, atentando para
perfusão tecidual, temperatura da pele, entre outros.

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  • 1. Assistência de enfermagem ao paciente crítico no pós-operatório em UTI Pós-Operatório é o período durante o qual se observa e se assiste a recuperação de pacientes em pós-anestésico e pós "stress" cirúrgico. Os objetivos da equipe multidisciplinar durante este período são: a manutenção do equilíbrio dos sistemas orgânicos, alívio da dor e do desconforto, prevenção de complicações pós-operatórias, plano adequado de alta e orientações. O período cirúrgico é dividido em três fases: a primeira é a pré-operatória; a segunda, a intra-operatória e, a terceira, pós-operatória. Nesta última, a enfermagem desempenha o importante papel de proporcionar ao paciente o retorno às atividades rotineiras. O pós-operatório inicia-se com os períodos pós-anestésico e pós- operatório imediato, nos quais o paciente está se recuperando dos efeitos anestésicos. O pós-operatório tardio é o tempo de cicatrização e prevenção das complicações, este período pode durar semanas ou meses após cirurgia. A assistência de enfermagem durante o período pós-operatório imediato concentra-se em intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações. Por menor que seja a cirurgia, o risco de complicações sempre estará presente. A prevenção destas, no pós-operatório promove rápida convalescençia, poupa tempo, reduz gastos, preocupações, ameniza a dor e aumenta a sobrevida. O período pós-operatório imediato (POI) abrange as primeiras 24 horas após a cirurgia e inclui o tempo em que o cliente permanece na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA). Esse período caracteriza-se por alterações fisiológicas que são, basicamente, inconsciência e depressão cardiorrespiratória no paciente que recebeu anestesia geral, e ausência de sensações e tono simpático naquele que recebeu anestesia regional, necessitando de observação contínua e de cuidados específicos. O enfermeiro que atua na assistência ao cliente no POI deve possuir conhecimentos e habilidades altamente qualificadas para atender pacientes advindos de diferentes cirurgias de complexidades variadas,
  • 2. que necessitam de cuidados específicos e individualizados. Para isso, o profissional deve planejar o cuidado com o objetivo de recuperar o equilíbrio fisiológico do paciente, com o mínimo de complicações, a fim de facilitar o andamento da assistência e oferecer qualidade no serviço prestado. No POI, o paciente é considerado crítico, razão pela qual deve existir a assistência de enfermagem sistematizada e documentada, o que garantirá segurança e cuidados específicos, que se implementados são destinados às intervenções de prevenção e/ou tratamento de complicações pós-operatórias. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) rege a metodologia de trabalho do enfermeiro, uma vez que por meio desse instrumento ele identifica as situações de saúde-doença, subsidiando a prescrição e implementação de ações em saúde concretas na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e comunidade. Com a alta rotatividade de pacientes na SRPA, a SAE nem sempre é aplicada de forma integral, porém a utilização da mesma em todas as suas etapas é fundamental, já que facilita a assistência de enfermagem prestada, de forma dinâmica, organizada e sistemática, exigindo que o enfermeiro desenvolva habilidades cognitivas, interpessoais e técnicas, no sentindo de atender as necessidades do ser humano que está sendo cuidado. Diante disso, faz-se necessário voltar o olhar para o cuidado de enfermagem no pós-operatório imediato pautado na detecção, atenção e prevenção das complicações que possam resultar do procedimento anestésico cirúrgico, visto que esse período de internação na SRPA pode ser crucial para prevenir possíveis complicações, bem como para tratá-las precocemente. Portanto, a utilização da SAE no pós-operatório imediato torna-se relevante no cuidado do paciente pós-cirúrgico, uma vez que permite ao enfermeiro cuidar de forma integral e individualizada, contribuindo para melhores prognósticos clínicos e psicossociais dessa clientela.
  • 3. A assistência de enfermagem durante o POI destina-se a intervenções de prevenção e/ou tratamento de complicações, devendo avaliar o paciente de forma sistematizada e integral. A assistência de enfermagem ao paciente no POI inicia-se com a avaliação do nível de consciência, isto é, pela resposta dos estímulos verbais. Os sinais vitais deverão ser avaliados comparando os valores obtidos no período pré-operatório. O padrão respiratório é avaliado considerando a expansão da caixa torácica, a simetria e a profundidade da respiração e a saturação de oxigênio. Também deverão ser avaliadas a frequência cardíaca, amplitude e ritmo do pulso, a pressão arterial, a temperatura axilar, a presença de dor e o estado emocional do paciente. A presença ou ausência de eliminação urinária e a mobilidade dos membros inferiores são parâmetros fundamentais a serem avaliados, principalmente em pacientes submetidos a bloqueio espinhal ou peridural. É necessário que o enfermeiro conheça as complicações mais comuns e avalie os sistemas fisiológicos de forma integral para que haja uma tomada de decisão precisa para a reversão do quadro clínico em casos de complicações. A SAE é um instrumento de propriedade do enfermeiro, que permite avaliação integral das condições do paciente de forma organizada, contribuindo para redução das falhas no cuidado dos pacientes O cuidado com a enfermagem requer atenção e cuidados sistematizados no pós-operatório imediato, a fim de evitar complicações. Intervenções ao paciente crítico nas primeiras 24 horas após o procedimento cirúrgico, incluindo o período em que o paciente passa na Sala de Recuperação Pós- Anestésica.  Admitir o paciente na UTI procedendo aos registros em impressos próprios;  Receber o paciente no Setor, informando ao mesmo tempo o término da cirurgia e o Setor em que se encontra; Notificar ao paciente sua localização e horário, objetivando a diminuição do nível de ansiedade;
  • 4.  Verificar a identidade do paciente e o procedimento cirúrgico realizado; Observar o cadastro do paciente (nome, prontuário e outros) e o local da cirurgia.  Avaliar o estado respiratório do paciente; Observando permeabilidade de vias aéreas superiores, atentando para perfusão tecidual, temperatura da pele, entre outros;  Observar o paciente; Sinais de desconforto respiratório; coloração de pele e mucosas; acesso venoso, quanto à permeabilidade, localização e fixação;  Monitorizar o paciente e verificar os sinais vitais; Atenção para as técnicas adequadas. Os sinais vitais devem ser verificados de 15/15 min. nas primeiras 02 horas, até que o paciente esteja compensado. A partir de então a cada 02 horas; Pacientes críticos devem ter acesso venoso central que permitem a administração de soluções, drogas vasoativas e medicamentos;  Examinar a área operatória; Observar se há presença de secreções nos curativos;  Medir diurese; Registrar em impresso próprio para Balanço Hídrico O volume urinário reflete o débito cardíaco e a perfusão tecidual deve ser medida ao receber o paciente e depois a cada 2 horas ou com menor frequência quando necessário;  Atentar para drenos, cateteres;
  • 5. Orientações e Observações: Com relação à conexão, permeabilidade, fixação e características das drenagens;  Observar ostomias;  Medir drenagens; As drenagens são medidas a cada 12 horas ou com menor frequência quando necessário; registrar em impresso próprio para Balanço Hídrico;  Avaliar nível de consciência;  Realizar contenção do paciente, se necessário; Pacientes sob efeito anestésico com riscos de retirar drenos, TOT, COG, entre outros; (vide rotina de contenção de membro).  Empregar ventilação mecânica dependendo da necessidade do paciente; O ventilador mecânico é um aparelho de pressão positiva que pode manter automaticamente a respiração por longos períodos de tempo. É indicado quando o paciente não consegue manter níveis arteriais de dióxido de carbono e de oxigênio pela respiração espontânea;  Aspirar secreções de vias aéreas superiores ou endotraqueal, avaliando aspecto, coloração e consistência da secreção aspirada; Remove secreções de árvore traqueobrônquica, de modo a deixar às vias aéreas permeáveis;  Observar saturação de oxigênio através do oxímetro de pulso; Esta técnica emprega o uso da luz vermelha e infravermelha através de qualquer tecido pulsátil ao qual se adapta um do emissor e fotorreceptor. Comumente usa-se o dedo das mãos, pés, ouvidos e nariz como locais de adaptação do sensor;  Monitorizar frequência cardíaca e ritmo cardíaco continuamente;
  • 6. Alterações cardíacas devem ser comunicadas imediatamente ao médico;  Administrar oxigênio umidificado através de cateter nasal ou máscara; Promover ventilação e trocas gasosas apropriadas. Calor e umidade são normalmente perdidos durante a expiração. As secreções devem ser mantidas úmidas para facilitar a remoção;  Manter vigilância constante do paciente até que se recupere completamente da anestesia;  Observar o retorno da sensibilidade e dos reflexos em casos de anestesia regional;  Explicar os procedimentos e as atividades que serão realizadas com o paciente dependendo do seu nível de compreensão; Minimizando os fatores de estresse que podem afetar o paciente no pós- operatório;  Aplicar e avaliar escala EVA (Escala Analógica da Dor); Avaliando a localização, características e intensidade da dor; A dor limita as incursões torácicas reduzindo assim a respiração;  Administrar medicação analgésica prescrita; Conforme prescrição médica.  Realizar troca de curativo, avaliando a área cirúrgica e óstio de inserção de drenos e cateteres; A cada 24 horas ou quando necessário. Atentando para os sinais como rubor, intumescimento, edema e drenagem de secreções em ferida operatória e extravasamento em óstio de inserção de drenos;  Observar e comunicar ao médico, imediatamente, os sinais de choque e hemorragia como: Pulso rápido e filiforme, Pele fina e úmida ou cianótica, Hipotensão, Agitação, Confusão mental, Taquicardia, Taquipneica e sangramentos;
  • 7. O choque representa uma resposta do organismo a um volume sanguíneo circulante diminuído e requer atuação imediata;  Identificar antecipadamente angústia e/ou falência respiratória; A eliminação da causa é realizada através da oxigenação suplementar e/ou entubação orotraqueal e ventilação mecânica;  Estimular tosse e respiração profunda; Acelerar a circulação, mobilizar as secreções e aumentar as trocas respiratórias, evitando as complicações respiratórias;  Estimular a realização de exercícios passivos dos membros inferiores e a mobilização no leito a cada duas horas; Melhorar a circulação, prevenindo estase venosa, evitando as complicações circulatórias como TVP e embolia pulmonar;  Verificar o funcionamento do sistema de drenagem urinária; Observando e registrando a permeabilidade, débito, coloração, aspecto e odor da drenagem urinária. Atentar para presença hematúria, pode ter havido lesão da bexiga durante a cirurgia. Medir diurese 2/2 horas;  Manter o aparelho urinário higienizado; Procedendo a higiene íntima para remoção de crostas e redução do risco de contaminação bacteriana;  Posicionar o cateter vesical de forma a não traumatizar o meato urinário; Minimizando o trauma e risco de ITU pela manipulação do cateter;  Observar sinais e sintomas de trombose venosa profunda; A TVP pode ocorrer no período pós-operatório devido à manipulação de veias ilíacas;  Realizar cuidados específicos na manutenção e manipulação de derivações urinárias, nefrostomia, cistostomia e cateteres inseridos na pelve renais.
  • 8. São cuidados relacionados à manutenção da função urinária e procedimentos realizados para desvio da urina da bexiga para uma saída alternativa, geralmente para uma abertura na pele.  Atentar para sinais e sintomas de complicações pós-operatórias; Podem ocorrer complicações respiratórias, circulatórias, desequilíbrio hidroeletrolítico, sepse, formação de fístulas, extravasamento de urina, peritonite, obstrução do cateter, isquemia e necrose do estoma, retração do estoma e separação da borda da mucosa;  Minimizar a ocorrência de complicações pós-operatórias. Intervindo com tratamento precoce, diminuindo o tempo de internação e prevenindo a sepse.  Manter cuidados com estomas; Avaliando a integridade cutânea ao redor do estoma. A higiene deve ser realizada com Soro Fisiológico a 0,9%. A troca do dispositivo deverá ser realizada quando necessário, devendo-se evitar trocas constantes;  Observar e registrar drenagem perineal. Atentar para sinais de sangramento e infecção.  Realizar os registros de enfermagem. Na folha de evolução; ATENÇÃO A PONTOS IMPORTANTES E POSSÍVEIS RISCOS  Observar o cadastro do paciente (nome, prontuário e outros) e o local da cirurgia;  Atentar para sangramentos e sinais flogísticos;  Observar permeabilidade de vias aéreas superiores, atentando para perfusão tecidual, temperatura da pele, entre outros.