Este artigo discute as implicações das variações linguísticas no ensino da Língua Portuguesa nos anos iniciais de escolaridade. Argumenta que as diferenças linguísticas devem ser valorizadas em vez de consideradas desvios da norma padrão e que é importante combater o preconceito linguístico na escola. Explora os conceitos de variação linguística e Português padrão e apresenta fatores que influenciam o ensino das variações linguísticas.
A educação formal ocorre em instituições de ensino com currículos e certificações definidas. A educação não-formal ocorre fora do sistema formal e não é avaliada, sendo voluntária e baseada na motivação intrínseca. A educação informal é a transmissão livre de saberes em comunidades através de tradições e comportamentos.
A aula apresenta conceitos-chave sobre identidade étnico-racial, como identidade cultural, diferença e representação. Discute-se como essas questões aparecem na escola através do currículo e da inclusão. Os alunos realizam atividades reflexivas sobre sua própria ancestralidade e pertencimento étnico-racial.
Culturas africanas e indígenas preservam a vida natural e social, consideram o território como patrimônio de gerações passadas e atuais, e valorizam a transmissão oral de histórias e culturas como forma de resistir à violência e ameaças sofridas.
O documento discute a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) comparando-a com a língua portuguesa. A LIBRAS é visual-espacial e baseada na experiência visual da comunidade surda, enquanto o português é oral-auditivo e baseado em sons. Além disso, a LIBRAS atribui valor gramatical às expressões faciais e usa referências anafóricas no espaço para evitar ambiguidades.
O documento discute a diversidade étnica no Brasil resultante da mistura de indígenas, brancos e negros ao longo de 500 anos de história. Apresenta também conceitos como etnocentrismo, racismo, preconceito e formas de preconceito racial, abordando a identidade negra e o termo afro-brasileiro. Defende o reconhecimento e igualdade de direitos para a população negra.
Este documento descreve as atividades de uma oficina sobre educação étnico-racial em uma escola municipal. A oficina inclui exibições de filmes e fotografias, oficinas de penteados, contação de histórias e palestras sobre a importância da temática étnico-racial e como abordá-la no currículo escolar.
O documento discute o significado do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro em memória de Zumbi. Explica que se refere à luta contra o racismo e o preconceito sofridos pelos negros, e a importância de se ter orgulho da história e cultura negras.
Slides Semana do Deficiênte intelectual e múltiploCompede
O documento discute deficiência e inclusão no Brasil. Aproximadamente 14,5% da população brasileira, ou 24,5 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. Embora o Brasil tenha legislação avançada sobre os direitos das pessoas com deficiência, muitas ainda enfrentam exclusão social. Acessibilidade significa mais do que apenas rampas, mas sim inclusão em todos os aspectos da vida, como educação, trabalho e lazer.
A educação formal ocorre em instituições de ensino com currículos e certificações definidas. A educação não-formal ocorre fora do sistema formal e não é avaliada, sendo voluntária e baseada na motivação intrínseca. A educação informal é a transmissão livre de saberes em comunidades através de tradições e comportamentos.
A aula apresenta conceitos-chave sobre identidade étnico-racial, como identidade cultural, diferença e representação. Discute-se como essas questões aparecem na escola através do currículo e da inclusão. Os alunos realizam atividades reflexivas sobre sua própria ancestralidade e pertencimento étnico-racial.
Culturas africanas e indígenas preservam a vida natural e social, consideram o território como patrimônio de gerações passadas e atuais, e valorizam a transmissão oral de histórias e culturas como forma de resistir à violência e ameaças sofridas.
O documento discute a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) comparando-a com a língua portuguesa. A LIBRAS é visual-espacial e baseada na experiência visual da comunidade surda, enquanto o português é oral-auditivo e baseado em sons. Além disso, a LIBRAS atribui valor gramatical às expressões faciais e usa referências anafóricas no espaço para evitar ambiguidades.
O documento discute a diversidade étnica no Brasil resultante da mistura de indígenas, brancos e negros ao longo de 500 anos de história. Apresenta também conceitos como etnocentrismo, racismo, preconceito e formas de preconceito racial, abordando a identidade negra e o termo afro-brasileiro. Defende o reconhecimento e igualdade de direitos para a população negra.
Este documento descreve as atividades de uma oficina sobre educação étnico-racial em uma escola municipal. A oficina inclui exibições de filmes e fotografias, oficinas de penteados, contação de histórias e palestras sobre a importância da temática étnico-racial e como abordá-la no currículo escolar.
O documento discute o significado do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro em memória de Zumbi. Explica que se refere à luta contra o racismo e o preconceito sofridos pelos negros, e a importância de se ter orgulho da história e cultura negras.
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O documento discute deficiência e inclusão no Brasil. Aproximadamente 14,5% da população brasileira, ou 24,5 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. Embora o Brasil tenha legislação avançada sobre os direitos das pessoas com deficiência, muitas ainda enfrentam exclusão social. Acessibilidade significa mais do que apenas rampas, mas sim inclusão em todos os aspectos da vida, como educação, trabalho e lazer.
Este documento discute as relações entre ciência, tecnologia e sociedade, abordando tópicos como: 1) o modelo linear de desenvolvimento da ciência e as críticas a ele; 2) a demanda por maior regulação social da ciência e tecnologia e formas de democratizar o processo decisório; 3) limites da regulação e exemplos de controvérsias científicas.
O documento discute como o racismo se perpetua na escola através do material pedagógico, linguagem e falta de diversidade, e suas consequências negativas para crianças negras e brancas e para a sociedade, prejudicando o potencial de todos. Ele também apresenta estratégias como valorizar reclamações de discriminação, discutir diversidade racial, e tratar todas as crianças igualmente com carinho e respeito.
O documento discute os conceitos de didática, educação, instrução e ensino. A didática é definida como uma ciência que estuda as estratégias de ensino e aprendizagem, buscando cientificidade através de posturas filosóficas. Educação é um conceito amplo que forma a personalidade social, enquanto instrução se refere à aquisição de conhecimentos e ensino às ações para proporcionar instrução. A didática media entre a teoria e a prática pedagógica na formação de professores.
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de características como raça ou religião. Eles incluem o direito à vida, liberdade e igualdade. Após a Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas promoveram o respeito universal aos direitos humanos.
O documento discute os conceitos de raça e etnia. Aponta que raça é um conceito biológico que não se aplica aos seres humanos, enquanto etnia se refere a fatores culturais como língua e tradições compartilhadas por um grupo. Também descreve como esses conceitos foram historicamente usados para classificar grupos humanos de forma problemática e como o termo "etnia" passou a ser preferido.
Zumbi lutou contra a escravidão no Quilombo dos Palmares no século XVII. Ele foi morto em 20 de novembro de 1695, data que passou a ser o Dia da Consciência Negra para homenagear sua luta pela liberdade dos negros e cultura africana.
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciaisAdeildo Vila Nova
O documento discute as políticas de ações afirmativas e cotas raciais no Brasil. Apresenta definições de ação afirmativa e raça, e discute a importância das cotas raciais para promover a igualdade de acesso ao ensino superior, dado o preconceito e desigualdades raciais no sistema educacional. Também resume estudos que indicam que alunos beneficiados por cotas raciais não apresentam desempenho inferior aos demais.
O documento discute as principais correntes pedagógicas e a importância de se ter um projeto político pedagógico. Apresenta diversas correntes como a tradicional, comportamental, montessoriana, renovadora e humanista. Defende que nenhuma teoria isolada pode explicar a complexidade da educação e que os professores devem construir conhecimentos que permitam uma visão não fragmentada do ato de ensinar.
O documento discute a sintaxe da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), explicando que é estudada a partir da organização dos sinais no espaço, ao contrário do português. Apresenta os tipos de frases na LIBRAS - negativas, afirmativas, interrogativas e exclamativas - definidas pelas expressões não-manuais. Também explica a teoria X-Barra para estruturas arbóreas e a ordem básica SVO na LIBRAS.
O documento discute os conceitos de linguagem, comunicação e interação, destacando que a linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem através de códigos linguísticos convencionados socialmente. Também aborda as variedades linguísticas de acordo com fatores como região, classe social e estilo, e conceitos como dialeto, sotaque, estrangeirismos e neologismos.
Este documento discute a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nas escolas brasileiras. Apresenta os principais pontos da BNCC e os desafios de sua aplicação, como a formação de professores, a concepção de ensino-aprendizagem e a organização curricular. Defende que a BNCC deve nortear a revisão dos currículos escolares de forma a garantir direitos iguais de aprendizagem para todos os estudantes brasileiros.
Linguagens e interação social - o estudo da linguagemDayane Santos
O documento discute a importância da comunicação e da linguagem nas interações sociais, definindo termos como comunicação, linguagem, interação, interlocutores e texto. A comunicação é essencial para a vida em sociedade e permite que humanos e animais compartilhem informações. A linguagem é qualquer forma de interação que torna a comunicação possível.
O documento descreve a história da educação no Brasil desde a chegada dos jesuítas em 1549 até a década de 1960. Ele destaca os principais períodos e reformas educacionais no país, incluindo o período jesuítico, a reforma de Pombal, a criação de instituições educacionais sob D. João VI e durante o Império e as Repúblicas.
Os índios do Brasil são compostos por muitos povos diferentes, com costumes, línguas e hábitos próprios. Quando os portugueses chegaram, havia cerca de 5 milhões de índios no Brasil, mas doenças e conflitos fizeram muitos grupos desaparecerem, restando atualmente cerca de 240 mil índios distribuídos em aproximadamente 180 grupos.
Este documento parece ser um trabalho acadêmico com o nome do aluno, orientadora, local e ano. Ele inclui uma seção de citações com referências bibliográficas e uma conclusão.
O documento discute o conceito de consumo sustentável e ações práticas para promovê-lo. Ele define consumo e consumismo, explora como o consumismo leva à degradação ambiental e desigualdade social, e propõe mudanças de hábitos individuais e políticas públicas para combater esses problemas.
Este documento descreve a 8a edição do livro "Libras em Contexto: Curso Básico - Livro do Estudante". Ele fornece informações sobre as edições anteriores do livro, seus autores, colaboradores e parceiros na publicação. O texto também destaca a importância do livro para o ensino da Língua Brasileira de Sinais e a oficialização desta língua no Brasil.
O português originou-se do latim vulgar introduzido pelos romanos na Península Ibérica. Após a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, o tupi foi usado como língua geral mas proibido em 1757, fixando-se o português. O português brasileiro sofreu influências de povos indígenas, africanos e imigrantes europeus ao longo dos séculos.
Este documento descreve um projeto de pesquisa que investigou a importância da educação patrimonial para alfabetizar culturalmente alunos do 6o e 7o ano do ensino fundamental. O projeto aplicou questionários e atividades práticas sobre história e patrimônio cultural com os alunos. Os resultados mostraram que a educação patrimonial pode ser um instrumento eficaz para educar alunos e a comunidade sobre a preservação do patrimônio cultural.
O documento discute os problemas ambientais causados pela poluição, desmatamento e atividades científicas não sustentáveis. Ele enfatiza a importância da reciclagem para reduzir esses impactos, listando os tipos de materiais que podem ser reciclados e as cores dos contêineres usados no Brasil para separação do lixo. O documento também descreve programas para a reciclagem segura de lâmpadas e pilhas usadas.
O documento discute a variação linguística no ensino de português como língua materna no Brasil. Em três frases:
1) Linguistas defendem que o ensino de português deve dar acesso aos alunos às diferentes variedades cultas da língua, em vez de se concentrar apenas na norma-padrão.
2) No entanto, há equívocos sobre a posição dos linguistas em relação ao ensino das variedades cultas, já que eles distinguem entre variedades cultas e norma-padrão.
3)
Este documento discute a variação linguística no discurso do presidente Lula e o preconceito que ele enfrentou. Analisa as variações social, estilística e regional presentes na fala de Lula e como, apesar disso, a linguagem humana é inerentemente variável.
Este documento discute as relações entre ciência, tecnologia e sociedade, abordando tópicos como: 1) o modelo linear de desenvolvimento da ciência e as críticas a ele; 2) a demanda por maior regulação social da ciência e tecnologia e formas de democratizar o processo decisório; 3) limites da regulação e exemplos de controvérsias científicas.
O documento discute como o racismo se perpetua na escola através do material pedagógico, linguagem e falta de diversidade, e suas consequências negativas para crianças negras e brancas e para a sociedade, prejudicando o potencial de todos. Ele também apresenta estratégias como valorizar reclamações de discriminação, discutir diversidade racial, e tratar todas as crianças igualmente com carinho e respeito.
O documento discute os conceitos de didática, educação, instrução e ensino. A didática é definida como uma ciência que estuda as estratégias de ensino e aprendizagem, buscando cientificidade através de posturas filosóficas. Educação é um conceito amplo que forma a personalidade social, enquanto instrução se refere à aquisição de conhecimentos e ensino às ações para proporcionar instrução. A didática media entre a teoria e a prática pedagógica na formação de professores.
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de características como raça ou religião. Eles incluem o direito à vida, liberdade e igualdade. Após a Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas promoveram o respeito universal aos direitos humanos.
O documento discute os conceitos de raça e etnia. Aponta que raça é um conceito biológico que não se aplica aos seres humanos, enquanto etnia se refere a fatores culturais como língua e tradições compartilhadas por um grupo. Também descreve como esses conceitos foram historicamente usados para classificar grupos humanos de forma problemática e como o termo "etnia" passou a ser preferido.
Zumbi lutou contra a escravidão no Quilombo dos Palmares no século XVII. Ele foi morto em 20 de novembro de 1695, data que passou a ser o Dia da Consciência Negra para homenagear sua luta pela liberdade dos negros e cultura africana.
Politicas públicas de ações afirmativas e cotas raciaisAdeildo Vila Nova
O documento discute as políticas de ações afirmativas e cotas raciais no Brasil. Apresenta definições de ação afirmativa e raça, e discute a importância das cotas raciais para promover a igualdade de acesso ao ensino superior, dado o preconceito e desigualdades raciais no sistema educacional. Também resume estudos que indicam que alunos beneficiados por cotas raciais não apresentam desempenho inferior aos demais.
O documento discute as principais correntes pedagógicas e a importância de se ter um projeto político pedagógico. Apresenta diversas correntes como a tradicional, comportamental, montessoriana, renovadora e humanista. Defende que nenhuma teoria isolada pode explicar a complexidade da educação e que os professores devem construir conhecimentos que permitam uma visão não fragmentada do ato de ensinar.
O documento discute a sintaxe da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), explicando que é estudada a partir da organização dos sinais no espaço, ao contrário do português. Apresenta os tipos de frases na LIBRAS - negativas, afirmativas, interrogativas e exclamativas - definidas pelas expressões não-manuais. Também explica a teoria X-Barra para estruturas arbóreas e a ordem básica SVO na LIBRAS.
O documento discute os conceitos de linguagem, comunicação e interação, destacando que a linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem através de códigos linguísticos convencionados socialmente. Também aborda as variedades linguísticas de acordo com fatores como região, classe social e estilo, e conceitos como dialeto, sotaque, estrangeirismos e neologismos.
Este documento discute a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nas escolas brasileiras. Apresenta os principais pontos da BNCC e os desafios de sua aplicação, como a formação de professores, a concepção de ensino-aprendizagem e a organização curricular. Defende que a BNCC deve nortear a revisão dos currículos escolares de forma a garantir direitos iguais de aprendizagem para todos os estudantes brasileiros.
Linguagens e interação social - o estudo da linguagemDayane Santos
O documento discute a importância da comunicação e da linguagem nas interações sociais, definindo termos como comunicação, linguagem, interação, interlocutores e texto. A comunicação é essencial para a vida em sociedade e permite que humanos e animais compartilhem informações. A linguagem é qualquer forma de interação que torna a comunicação possível.
O documento descreve a história da educação no Brasil desde a chegada dos jesuítas em 1549 até a década de 1960. Ele destaca os principais períodos e reformas educacionais no país, incluindo o período jesuítico, a reforma de Pombal, a criação de instituições educacionais sob D. João VI e durante o Império e as Repúblicas.
Os índios do Brasil são compostos por muitos povos diferentes, com costumes, línguas e hábitos próprios. Quando os portugueses chegaram, havia cerca de 5 milhões de índios no Brasil, mas doenças e conflitos fizeram muitos grupos desaparecerem, restando atualmente cerca de 240 mil índios distribuídos em aproximadamente 180 grupos.
Este documento parece ser um trabalho acadêmico com o nome do aluno, orientadora, local e ano. Ele inclui uma seção de citações com referências bibliográficas e uma conclusão.
O documento discute o conceito de consumo sustentável e ações práticas para promovê-lo. Ele define consumo e consumismo, explora como o consumismo leva à degradação ambiental e desigualdade social, e propõe mudanças de hábitos individuais e políticas públicas para combater esses problemas.
Este documento descreve a 8a edição do livro "Libras em Contexto: Curso Básico - Livro do Estudante". Ele fornece informações sobre as edições anteriores do livro, seus autores, colaboradores e parceiros na publicação. O texto também destaca a importância do livro para o ensino da Língua Brasileira de Sinais e a oficialização desta língua no Brasil.
O português originou-se do latim vulgar introduzido pelos romanos na Península Ibérica. Após a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, o tupi foi usado como língua geral mas proibido em 1757, fixando-se o português. O português brasileiro sofreu influências de povos indígenas, africanos e imigrantes europeus ao longo dos séculos.
Este documento descreve um projeto de pesquisa que investigou a importância da educação patrimonial para alfabetizar culturalmente alunos do 6o e 7o ano do ensino fundamental. O projeto aplicou questionários e atividades práticas sobre história e patrimônio cultural com os alunos. Os resultados mostraram que a educação patrimonial pode ser um instrumento eficaz para educar alunos e a comunidade sobre a preservação do patrimônio cultural.
O documento discute os problemas ambientais causados pela poluição, desmatamento e atividades científicas não sustentáveis. Ele enfatiza a importância da reciclagem para reduzir esses impactos, listando os tipos de materiais que podem ser reciclados e as cores dos contêineres usados no Brasil para separação do lixo. O documento também descreve programas para a reciclagem segura de lâmpadas e pilhas usadas.
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1) Linguistas defendem que o ensino de português deve dar acesso aos alunos às diferentes variedades cultas da língua, em vez de se concentrar apenas na norma-padrão.
2) No entanto, há equívocos sobre a posição dos linguistas em relação ao ensino das variedades cultas, já que eles distinguem entre variedades cultas e norma-padrão.
3)
Este documento discute a variação linguística no discurso do presidente Lula e o preconceito que ele enfrentou. Analisa as variações social, estilística e regional presentes na fala de Lula e como, apesar disso, a linguagem humana é inerentemente variável.
O documento discute três tópicos principais: 1) A língua está presente em nossas vidas e nos permite expressar sentimentos através de poucas palavras; 2) Existem variações na língua dependendo da região, nível social e situação, mas o objetivo principal é a comunicação; 3) A ortografia foi criada para facilitar a comunicação escrita através de regras, embora a língua esteja em constante mudança.
Este documento discute as variações linguísticas, definindo-as como diferenças no modo como uma língua é falada em diferentes regiões, classes sociais e contextos. Ele identifica fatores como origem geográfica, classe social, idade, escolaridade e profissão como causadores de variação e explica os conceitos de variação regional, social e estilística. Finalmente, argumenta que todas as variações são igualmente válidas para comunicação.
Variação linguística e preconceito na fala do ex-presidente Lula.UENP
1) O documento discute as variações linguísticas presentes no discurso do presidente Lula, incluindo variações sociais e estilísticas.
2) Historicamente, o ensino de português no Brasil se concentrou apenas na variedade escrita, ignorando as variações regionais.
3) Análises do discurso de Lula mostraram que a linguagem humana é inerentemente variável, mesmo entre figuras importantes como chefes de estado.
1) O documento apresenta um módulo sobre variações linguísticas da língua portuguesa para estudantes de um curso de auxiliar de secretariado.
2) O plano de disciplina inclui objetivos de estudar diferentes variedades linguísticas e respeitar suas diferenças regionais.
3) As atividades propostas no módulo incluem discussões sobre linguagem, identidade cultural e variação, além de avaliações das participações dos alunos.
1) O documento apresenta um módulo sobre variações linguísticas da língua portuguesa para estudantes de um curso de auxiliar de secretariado.
2) O plano de disciplina inclui objetivos de estudar diferentes variedades linguísticas e respeitar suas diferenças regionais.
3) As atividades propostas no módulo incluem discussões sobre linguagem, identidade cultural e registros linguísticos.
O documento discute a diversidade linguística no Brasil, a imposição de um padrão de língua portuguesa e as propostas para reconhecer e valorizar as variedades regionais na educação. Aborda a influência do português e das línguas indígenas e africanas, e defende que os alunos devem ter o direito de conhecer as variedades que usam.
1) O Brasil possui grande diversidade linguística, com mais de 200 línguas faladas, incluindo línguas indígenas e de imigrantes.
2) Muitas dessas línguas minoritárias estão ameaçadas de extinção, especialmente as línguas indígenas devido aos processos colonizadores violentos.
3) É importante preservar a diversidade linguística do Brasil por razões cognitivas, culturais e de identidade coletiva.
O documento discute as variações linguísticas, definindo-as como modificações que ocorrem em todas as línguas devido a influências históricas, geográficas e sociais. Apresenta exemplos de variações em músicas populares brasileiras e conversas online, mostrando como a língua muda conforme o contexto. Defende que todas as variedades linguísticas devem ser valorizadas na escola.
Este documento discute a variação linguística no Brasil e seu ensino em sala de aula. Apresenta a diversidade linguística do país e como a norma padrão é estigmatizada em detrimento de outras variedades. Defende que o ensino deve ser descritivo ao invés de prescritivo, reconhecendo todas as formas como igualmente válidas.
Este documento discute variantes linguísticas como dialetos e registros. Explica que a linguagem não deve ser vista apenas como comunicação, mas como interação entre locutores. Também define cultura como valores e experiências de uma pessoa ou grupo, e como a língua expressa e transforma a cultura. Identifica dialetos como normas de uso dentro de grupos, enquanto registros variam de acordo com cada situação de interação.
Este documento discute o preconceito linguístico na perspectiva da formação docente nos anos finais do ensino fundamental. A pesquisa aborda como os professores muitas vezes demonstram preconceito com a forma como os alunos se expressam, discriminando dialetos e falas regionais. É importante que os educadores valorizem as diferentes linguagens e culturas para construir cidadãos críticos e combater estereótipos.
Este documento discute a variação linguística no português brasileiro e europeu em três frases:
(1) Apresenta os tipos de variação linguística - diacrônica, diatópica e diastrática - e como as línguas variam no tempo e espaço de acordo com fatores sociais; (2) Resume a história do português europeu e brasileiro, desde o latim até os dias atuais, destacando influências como a língua geral e a vinda da família real portuguesa ao
Os caminhos da variação léxico‑semântica no Brasil, em Portugal e em MoçambiqueAlexandre António Timbane
O léxico é a face mais evidente da língua e varia ou muda sob
influência de variáveis sociais. A pesquisa discute a variação léxico-semântica na lusofonia – com especial atenção para o Brasil, Portugal e Moçambique –buscando, através da análise de corpora escritos, explicar as complexidades da língua como entidade coletiva, além de demonstrar como a variação léxico-
semântica participa na mudança. Analisando os neologismos nos Jornais “Verdade” (Moçambique), “O Liberal” (Brasil) e “Destak” (Portugal) baseando-se no Houaiss (2009), como corpus de exclusão, observaram-se diferenças lexicais
nos três países lusófonos. Concluiu-se que cada palavra ganha significado dentro da cultura; há necessidade de elaboração de dicionários para cada variedade do português, pois nenhum dicionário atende plenamente aos consulentes da lusofonia.
Toda a variação/mudança é incentivada/motivada pela cultura, pela tradição, pelo desenvolvimento econômico, tecnológico e político que se apresenta em cada lugar geográfico. A imprensa escrita lusófona consolida a criatividade lexical.
O documento discute os mitos da unidade linguística do português falado no Brasil. Apesar de a maioria falar português, existem altos níveis de diversidade e variabilidade na língua, principalmente devido às desigualdades sociais. Muitos brasileiros são marginalizados por não dominarem a norma culta ensinada nas escolas. É necessário que a educação reconheça a diversidade linguística do país ao invés de impor uma única norma.
O documento discute a variação linguística e seu ensino. Apresenta diferentes tipos de variação como variação regional, histórica e social. Defende que o ensino de língua portuguesa deve levar em conta a diversidade linguística e não se limitar à norma padrão.
Pnaic 30 de julho matutino e vespertino atual (1)Naysa Taboada
Este documento resume uma formação de orientadores de estudo sobre o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A formação incluiu atividades como leitura de um conto, discussão sobre diversidade linguística e reflexões sobre como abordar esse tema no ciclo de alfabetização. O texto defende a importância de se considerar as diferentes línguas presentes no Brasil e como isso deve influenciar o currículo e a avaliação de forma inclusiva.
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Egito antigo resumo - aula de história.pdfsthefanydesr
O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA DOCENTE
1. Santana, Jessé & Neves, Maria (2015).
As Variações Linguísticas e suas Implicações na Prática Docente.
Millenium, 48 (jan/jun). Pp. 75-93.
75
AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA DOCENTE
LINGUISTIC VARIATIONS
AND THEIR IMPLICATIONS IN THE TEACHING PRACTICE
JESSÉ OVÍDIO DE SANTANA ¹
MARIA DO BOM PARTO FERREIRA DAS NEVES ²
¹ Graduado em Pedagogia pela Faculdade Guararapes
e Especialista em Prática Pedagógica Aplicada à Língua Portuguesa pela FUNESO.
Professor da rede de Ensino Fundamental da Prefeitura do Recife em Pernambuco – Brasil.
(e-mail: jessedosanjos@ig.com.br)
² Graduada em Pedagogia pela Faculdade Guararapes
e Professora de Inglês, Especialista em Ensino de Língua Inglesa e uso de Novas Tecnologias – Brasil.
(e-mail: professoramarianeves@r7.com)
Resumo
As variações linguísticas constituem, junto com o
português padrão, a Língua Portuguesa do Brasil, falada por
mais de 190 milhões de brasileiros (IBGE, 2010). A
diversidade de linguagem presente na população contribui
para a complexidade das diferentes falas. No entanto, muitas
vezes, durante o ensino da língua materna, essas diferenças
são desprezadas e consideradas um desvio da norma padrão.
Através de uma pesquisa de cunho investigativo, com revisão
bibliográfica de autores renomados na temática, o presente
artigo busca discutir as implicações das variações linguísticas
no ensino da Língua Portuguesa, nos anos iniciais de
escolaridade, destacando a importância do combate ao
preconceito linguístico e fundamentando epistemologicamente
a influência da escola na sua propagação. Buscamos definir,
ainda, os conceitos de variação linguística e de Português
padrão e apresentar os fatores que influenciam o ensino da
variação linguística.
Palavras-chave: docência, Língua Portuguesa, práxis,
variações linguísticas.
2. Santana, Jessé & Neves, Maria (2015).
As Variações Linguísticas e suas Implicações na Prática Docente.
Millenium, 48 (jan/jun). Pp. 75-93.
76
Abstract
The linguistic variations, together with the Standard
Portuguese Language, establish the Portuguese Language of
Brazil, which is spoken by more than 200 million Brazilians
(IBGE, 2010).
The population‟s language diversity contributes to
the complexity of different ways of speaking. However, most
of the time, during the mother tongue teaching, those
differences are not appreciated and still are considered a
deviation of the standard rule. Through an investigation
research, with literature review of well-known authors in this
subject, this article discusses the implications of linguistic
variations teaching and its difficulties in elementary school
years, highlighting the importance of fighting against the
linguistic prejudice and showing school‟s influence on their
spread. We seek yet to define the concepts of linguistics
variations and standard rule and present the factors that
influence the teaching of linguistic variation.
Keywords: teaching, Portuguese Language, praxis, linguistic
variations.
Introdução
A comunicação é uma das principais funções da língua. Através dela os
homens se desenvolvem, argumentam, perguntam, ensinam e instruem outros. A língua
faz parte da nossa identidade e da nossa cultura e está presente nas experiências do
nosso cotidiano. Com a invenção da escrita, a humanidade deixou o período da pré-
história e passou a fazer História. Foi um divisor de águas, pois com o uso da escrita
pôde perpetuar-se o conhecimento já adquirido e multiplicá-lo para que outras pessoas
aprendessem.
O Brasil recebeu de seus colonizadores a Língua Portuguesa e hoje, segundo o
IBGE, (2015) - Instituto brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 200 milhões de
brasileiros falam esse idioma, já temperado com dezenas de variedades, o que enriquece
nossa língua há 512 anos. No entanto, muitas coisas mudaram nesses cinco séculos, e a
Língua Portuguesa ganhou novas palavras, perdeu outras, por ocasião de desuso, e
recebe constantemente a influência dos empréstimos linguísticos de outras culturas.
Porém, um país com dimensões continentais e com tamanha diversidade cultural, é
acometido também por diferenças marcantes que vão desde as diferentes classes sociais
até àquelas ligadas às relações etnico-raciais. Portanto, seria impossível que não
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existissem variações que acompanhassem essa evolução da sociedade e, sobretudo, da
língua, e daí o surgimento das mais diversas variedades linguísticas, tal como aconteceu
com a Língua Portuguesa, que surgiu depois de inúmeras reformulações do Latim.
Atualmente, é nas escolas que podemos notar uma ocorrência mais acentuada
desse fenômeno, principalmente nos anos iniciais de escolaridade, uma vez que os
estudantes trazem uma bagagem linguística bem mais recheada dessas variedades, e é
nessa fase que se tem o primeiro contato com a língua padrão. É nesse período que o
docente se vê em conflito com seu saber e sua prática, realizando intervenções que
podem ser desrespeitosas e preconceituosas em relação às variações linguísticas. É
necessário que esses docentes possam entender que falar diferente da norma
considerada “padrão” não é errado, tal como discute Bagno (2008).
As escolas brasileiras preocupam-se em ensinar aos estudantes como devem
falar de acordo com a norma padrão. Sem a preocupação da reflexão e do embasamento
teórico, perde-se a oportunidade de pensar que a forma como se fala é uma variação da
língua e que existe uma língua oficial para a escrita ou para momentos sociais em que
esta seja necessária, uma vez que se precisa de formalidade. Saber identificar que
momentos são estes e qual variação se pode utilizar irá provocar reflexões no estudante
sobre o modo de agir e pensar em relação à sua fala e mesmo às variedades linguísticas
das quais dispõe, conscientizando-o de que nenhuma variação é melhor ou pior que a
outra, mas sim, diferente. Práticas de reflexão e conscientização como essas
contribuirão, certamente, para desarraigar de nossas escolas, dos docentes e dos
estudantes o preconceito linguístico.
1. A utopia do monolinguísmo
Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, os índios já habitavam
nossas terras. Estes índios falavam diversas línguas, entre elas o tupi. Com a
colonização das terras, a Língua Geral, que nada mais era que a mistura do Tupi com o
Português, era a forma de comunicação mais usada. Em 1757, o Marquês de Pombal
decreta a proibição da Língua Geral e “oficializa” a Língua Portuguesa com o objetivo
de alcançar o monolinguísmo. Apesar desta ação e de muitos acreditarem que no Brasil
fala-se somente uma língua, sabemos que esta afirmação não é verdadeira, pois a
Língua Portuguesa apresenta grande variação de região para região, de estado para
estado, sem esquecer a língua indígena que é, ainda, usada por diversas tribos, e sem
esquecer também a língua das dezenas de colônias de imigrantes que vivem pelo país,
tal como afirma Bagno (2008, p. 27), ao lembrar-nos de que o Brasil é um lugar onde:
(...) são faladas mais de dezenas de línguas diferentes, entre
línguas indígenas, línguas trazidas pelos imigrantes
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europeus e asiáticos, língua surgidas das situações de
contato nas extensas zonas fronteiriças com os países
vizinhos, além de falarem diversas línguas africanas
trazidas pelas vítimas do sistema escravista.
Para o monolinguísmo existir só deveria haver uma língua falada por todos e
da mesma forma. Tal contexto autoriza Bagno (2008, p. 27), a dizer que “o
monolinguísmo é uma ficção”, embora isso ainda seja uma ideia que circula entre
muitos brasileiros, inclusive os docentes, que seriam os principais atuantes contra este
mito. O fato é que a Linguística Moderna já defende que “não existe nenhuma língua no
mundo que seja uniforme e homogênea” (Bagno, 2008, p. 27). Ele ainda defende que
“o português europeu, obviamente, não é nem nunca foi uma língua homogênea e
uniforme: apresenta dialetos regionais bem distintos uns dos outros, além de variação
social” (Ibid, 46).
Tendo conhecimento da não uniformização do português europeu, fica inviável
cobrar que os falantes brasileiros cheguem a um patamar não atingido pelos os
portugueses. Para Geraldi (1997, p. 50), “língua é o conjunto das variedades utilizadas
por uma determinada comunidade, reconhecidas como heterogênias. Isto é, formas
diversas entre si, mas pertencentes à mesma língua”, e assim, segundo a definição do
autor, fica claro que mesmo possuindo variação, uma língua continuará exercendo seu
papel em uma determinada sociedade, o que não a tornará melhor ou pior que outras.
Quando se trata do ser humano, a homogeneidade é quase inatingível. Segundo
Marcuschi (2007, p. 43),
(...) toda vez que emprego a palavra língua não me refiro a
um sistema de regras determinado, abstrato, regular e
homogêneo, nem a relação linguísticas imanentes. Ao
contrário, minha concepção da língua pressupõe um
fenômeno heterogêneo (com múltiplas formas de
manifestação), variável (dinâmico, suscetível à mudança),
histórico e social (fruto de práticas sociais e históricas),
indeterminada sob o ponto de vista semântico e sintático
(submetido às condições de produção) e que se manifesta
em situação de uso concretas, com texto e discurso.
Para Freire (2007, p. 150), as línguas também possuem também
heterogeneidade:
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(...) é importante termos em mente que as línguas são
heterogêneas, não são sistemas perfeitos, prontos, acabados.
Pode haver nelas heterogeneidade de origem externa ou
interna à língua, e a heterogeneidade de um tipo pode gerar
também heterogeneidade do outro tipo
Muitas coisas mudam, adaptando-se à necessidade da vida cotidiana dos
sujeitos, criam-se coisas novas para uma necessidade que, há tempos atrás não era
imprescindível, como o uso do celular ou computador. O mesmo acontece com a língua,
que perde e ganha novas palavras com o passar dos anos. Porém este fato não a deixará
pobre, uma vez que a proporção de criação de novas palavras é em ritmo muito mais
veloz do que o desuso de certas palavras, pois “a língua não é um bloco compacto,
homogêneo, parado no tempo e no espaço, mas sim um universo complexo, rico,
dinâmico e heterogênico” (Bagno, 2008, p. 136). Ou seja, a língua é uma parte efetiva
da linguagem que compõe um princípio individual, porém não é determinada por um
único ser, e sim por um grupo social, tornando-se produto do meio.
A Língua Portuguesa no Brasil apresenta diferentes estilos, principalmente se
comparada à língua falada em Portugal. Segundo Terra (2008, p. 64), “a diferença mais
perceptível é de ordem fonética, ou seja, na maneira de produzir os sons da língua”.
Bom exemplo disso são as palavras “beijo” e “favor” que, em Portugal, se pronunciam
diferente.
Outras diferenças estão relacionadas com a semântica, isto é, com o significado
das palavras, como “autoclismo” que significa “Caixa de descarga de águas privada” e
“hospedeira de bordo”, que quer dizer “aeromoça”. Algumas palavras que são comuns
aos brasileiros, em Portugal gerariam certa estranheza, como nos assegura Terra (2008,
p. 64), quando diz que:
(...) vocábulos de origem indígena e africana, como
“maloca”, “macumba”, vatapá, etc., muitos comuns para
nós, não são tão comuns para os portugueses, uma vez que
a língua falada por eles, por razões históricas, não recebeu
contribuições dos povos indígenas e africanos.
No Brasil, as variações linguísticas presentes carregam suas riquezas, heranças
culturais e representam a identidade do povo brasileiro. Pela individualidade de cada
povo, essas variações podem sofrer influência de vários fatores, pois “esse caráter
individual da fala é responsável pela diversidade da língua: cada falante acaba
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utilizando-a de maneira peculiar, de modo que a forma utilizada por um falante
individualmente é diferente da utilizada pelos demais” (Terra, 2008, p. 84).
Para Mussalin & Bentes (2006, p. 34), “de uma perspectiva geral, podemos
descrever as variedades linguísticas a partir de dois parâmetros básicos: a variação
geográfica ou (ou diatópica) e a variação social (ou diastrática)”. As autoras ainda
asseguram que:
A variação geográfica ou diatópica está relacionada às
diferenças linguísticas distribuídas no espaço físico,
observáveis entre falantes de origens geográficas distintas.
A variação social ou diastrática, por sua vez, relaciona-se a
um conjunto de fatores e que têm a ver com a identidade
dos falantes e também com a organização sociocultural da
comunidade de fala (Mussalin & Bentes, 2006, p. 34).
Esses tipos de variações ficam evidentes quando se escuta um falante da região
sul e um da região nordeste, inclusive atribuindo nomes diferentes para o mesmo
substantivo, como no sudeste chamam a mandioca de aipim e no nordeste chamam de
macaxeira.
Em relação aos aspectos sociais, as autoras supracitadas destacam que fatores
como a classe social, idade, sexo, situação ou contexto social são determinantes nesse
processo. É neste momento que o conhecimento da sociolinguística, ciência que estuda
a língua falada dentro de um contexto social, se torna importante para o entendimento
desse fenômeno que ocorre em nosso cotidiano linguístico.
Estar ciente disso é fundamental para que se compreenda que o monolinguísmo
não passa de um sonho irrealizável pelo falante de qualquer idioma. A variação
existente na Língua Portuguesa é um fato mais que normal em se tratando de um idioma
falado por mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, de diferentes realidades,
porém com o mesmo propósito de ter uma língua oficial que, apesar de algumas
diferenças na fala, possui uma unidade, o que a torna compreensível para todos.
2. O conceito de erro: a fala e a escrita e o ensino da Língua Portuguesa
Nem tudo que se escreve se fala, nem tudo que se fala se escreve. Em nosso
cotidiano, empregamos a linguagem informal ou coloquial. Usamos na linguagem oral
as palavras sem nos preocuparmos com o formalismo, e elas raramente serão escritas
em um texto, pois “nesse caso, o falante não está preocupado com o que é „certo‟ ou
„errado‟ segundo as regras ditadas pela comunidade” (Terra, 2008, p. 84). Já na escrita
acontece o oposto, a preocupação torna-se evidente, pois ela precisa ser planejada,
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elaborada e completa. Mas também muitas palavras escritas não são utilizadas em nosso
cotidiano.
Historicamente a língua surgiu muito antes da escrita (Marcuschi, 2007). Ela é
uma manifestação da prática social, e está presente em todos os contextos sociais de
nossas vidas. A criança em seus primeiros anos de vida aprende primeiro a falar, pois
essa é uma das formas de comunicação que possibilitará sua socialização.
Marcuschi (2007, p. 18) diz que “mais do que uma decorrência de uma
disposição biogenética, o aprendizado e o uso da língua natural é uma forma de inserção
cultural e de socialização”. O autor afirma ainda que “a oralidade enquanto prática
social é inerente ao ser humano e não será substituída por nenhuma outra tecnologia”, já
que a língua é e sempre será a abertura à razão, à identidade social, cultural, regional,
grupal dos sujeitos, pois a língua é socialmente desenvolvida e moldada (Ibid, p. 36).
Mas, tanto a língua quanto a gramática percorrem um caminho paralelo, pois,
“assim como a fala não apresenta propriedades intrínsecas negativas, também a escrita
não tem propriedades intrínsecas privilegiadas. São modos de representações cognitivas
e sociais que se revelam em práticas específicas" (Marcuschi, 2007, p. 35). O que
acontece com a oralidade, também ocorre com a escrita. Neste caso, da mesma forma
que devemos utilizar uma linguagem falada adequada a um determinado contexto, a
escrita também pode adequar-se a casos específicos.
Mesmo antes de os sujeitos serem submetidos a um processo sistemático de
alfabetização, as pessoas convivem com determinadas situações de leitura e escrita que
contribuem para o aperfeiçoamento de seu processo de letramento. A convivência diária
com símbolos, propagandas, cartazes, nomes de ruas, placas, avisos, jornais, revistas,
livros etc., faz com que o sujeito se familiarize com o texto escrito e compreenda o
significado.
Para Marcuschi (2007, p. 25), “letrado é o indivíduo que participa de forma
significativa de eventos de letramento e não apenas aquele que faz um uso formal da
escrita”. Soares (2002, p. 2) define letramento como “o estado ou condição de
indivíduos ou de grupos sociais de sociedades letradas que exercem efetivamente as
práticas sociais de leitura e de escrita, participam competentemente de eventos de
letramento”. O letramento está presente no cotidiano das pessoas, em diversas formas
do uso da escrita, possibilitando a compreensão da informação, sem necessariamente
precisar decodificar as palavras.
A fala ocorre através de um processo natural, é apreendida por meio da
tradição oral e tem caráter funcional, é inovadora por suas tendências livres (Bagno
2004). Koch (2007) defende a ideia de que a fala apresenta características distintas,
como ser incompleta, não planejada, fragmentária, pouco elaborada, ter predominância
de frases curtas, e com pouco uso de passivas. Porém, a fala é estigmatizada e
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marginalizada por não obedecer sempre à norma padrão, principalmente quando falada
pelas classes populares.
Para Koch (2007), a escrita também apresenta características distintas, pois ela
é planejada, completa, não fragmentária, elaborada, predomina-se frases complexas e
subordinação abundante. É oficial e prestigiada pelas classes dominantes, pois quem
não a domina, muitas vezes é considerado um ignorante. É quando a língua parece ser
um fator de exclusão. Para Marcuschi (2007), a escrita tornou-se opressora e fator de
exclusão social, sendo imposta, assumindo um papel privilegiado na sociedade e parte
desse princípio quando destaca que a escrita também está presente em diversos
contextos de nossas vidas, como no trabalho, na família, na escola, etc. A língua escrita
é um conjunto de símbolos que podem ser interpretados de várias formas de acordo com
uma série de fatores. Ela serve de registro permanente, sendo utilizada para a
transmissão do saber e da cultura, possibilitando a facilidade de leitura de documentos e
livros (Bagno, 2004). Na escrita, a gramática que se usa é apenas uma das variações
existentes na Língua Portuguesa, só que, neste caso, esta é considerada padrão. “A
língua escrita é a manifestação formal do letramento e sua aquisição se dá através dos
meios formais: a escola” (Marcuschi, 2007, p. 18). Por ser adquirida nesse contexto,
“apresenta um caráter prestigioso e torna-se um bem cultural desejável (Ibid., p. 18). O
autor ainda afirma que os usos da escrita, no entanto, quando arraigados numa dada
sociedade, impõem-se com uma violência inusitada e adquirem um valor social até
superior à oralidade (Marcushi, 2007, p. 17).
Cada contexto exige um uso da escrita de formas variadas e, por isso,
“inevitáveis relações entre escrita e contexto devem existir, fazendo surgir gêneros
textuais e formas comunicativas, bem como terminologias e expressões típicas”
(Marcuschi, 2007, p. 19). Determinar a superioridade de uma sobre a outra seria um
terrível engano, pois há vários aspectos que devem ser considerados, além dessa relação
que não é solidamente ligada e também não é imutável.
O debate em questão é a ideia arcaica em que nossa gramática está se
sepultando, dissipando-se nas escolas, pois muitas regras gramaticais ainda
correspondem à norma padrão de Portugal, o que a torna totalmente obsoleta e diferente
do que se fala e se escreve no Brasil, forçando a memorização de regras fixas, que não
acrescentam nada às nossas vidas. A esse respeito, Cagliari (2007, p. 37) afirma que:
A escola comumente leva o aluno a pensar que a linguagem
correta é a linguagem escrita, que a linguagem escrita é por
natureza lógica, clara, explícita, ao passo que a linguagem
falada é por natureza mais confusa, incompleta, sem lógica,
etc., nada mais falso. A fala tem aspectos contextuais e
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pragmáticos que a escrita não revela, e a escrita tem
aspectos que a linguagem oral não usa.
Esse é um dos principais motivos que contribuem para a construção social da
ideia de que falar português é difícil. Conhecer e entender uma gramática normativa é
realmente complicado, no entanto, usar a Língua Portuguesa para se comunicar
oralmente, independentemente de sua variação, todos conseguem. Assim, faz-se urgente
e necessário identificar até onde vai a gramática, que, com as suas regras, estabelece a
norma padrão, e até onde vai a língua, que, ao ser falada na comunicação coloquial do
dia a dia, muitas vezes dispensa o uso dessa norma padrão. Não se podem desprezar
centenas de falantes por não seguirem a gramática.
O que existe, de um lado, em termos de representação ou
imaginário linguístico, é uma norma padrão ideal,
inatingível, e do outro lado, em termos de realidade
linguística e social, a massa de variedades reais, concretas,
como se encontram na sociedade (Bagno, 2004, p. 161).
Uma língua pode existir sem gramática, apesar disso, não existe gramática sem
uma língua anterior existente. E por que esta falsa concepção que a língua é subordinada
a gramática? O universo linguístico do português brasileiro é tão rico, mas esta riqueza
ficou de fora da gramática para não comprometer a soberania nacional da escrita padrão,
a qual não permite introdução da linguagem popular. Logo, as variações linguísticas,
que tanto fazem parte da cultura dos falantes brasileiros, foram e são excluídas de sua
própria língua.
Mesmo com toda esta pressão que a língua sofre em consequência da
gramática, o que se escuta Brasil afora são variações da língua. É imprescindível rever a
forma que abordamos em sala de aula os diversos tipos de variações linguísticas, pois na
verdade nem uma variação é melhor que outra.
3. O ensino das vaiações linguísticas nos anos iniciais
As aulas de Língua Portuguesa costumam centrar-se no ensino da gramática,
ensinando centenas de regras, que muitas vezes se distanciam da realidade dos falantes
brasileiros. Com isso, causam certa antipatia por parte dos estudantes, pois eles se
sentem como aprendizes de um idioma estrangeiro que, por mais que se esforcem,
dificilmente chegarão à fluência. Para Antunes (2003, p. 40):
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O conhecimento teórico disponível a muitos professores,
em geral, se limita a noções e regras gramaticais apenas,
como se tudo o que é uma língua em funcionamento
coubesse dentro do que é uma gramática. Teorias
lingüísticas do uso da prosódia, de morfossintaxe, da
semântica, da pragmática, teorias do texto, concepções de
leitura, de escrita, concepções, enfim, acerca do uso
interativo e funcional das línguas, é o que pode embasar um
trabalho verdadeiramente eficaz do professor de português.
Para Terra (2008), “a gramática normativa apresenta características
semelhantes aos códigos de natureza ética ou moral, que nos impõem o que devemos ou
não fazer, o que é permitido e o que é proibido” (Terra, 2008, p 53). Sendo assim,
parece tornar o ensino autoritário e descontextualizado com a prática linguística de
muitos estudantes, que têm que decorar as regras para realização de uma prova, mas
que, na sua vida, muitas delas não serão utilizadas.
De que adianta ter centenas de regras gramáticais, as quais não representam o
modo como a grande massa dos falantes brasileiros usa a língua? Muitas dessas regras,
no entanto, para os dias atuais, são obsoletas. É o que pensa Terra (2008, p. 59) quando
nos diz que:
Dado o caráter estático da norma e o caráter dinâmico da
fala, a distância entre ambas é, em cada momento maior. A
fala, por ser a realização concreta da língua, representando
sua diversidade, evolui a cada instante, acompanhando as
transformações da sociedade.
Ensina-se a língua portuguesa como se fosse só gramática, tudo que uma língua
tem de riqueza e dinamismo é posto em segundo plano. Alguns professores questionam:
por que os estudantes não gostam da Língua Portuguesa? “O que a escola ensina não é a
língua, mas a nomenclatura. As aulas de Língua Portuguesa costumam se caracterizar
por ensinar o nome das coisas” (Terra, 2008, p 79). Pressupõe-se que o mais importante
da língua não é ensinado. O seu uso social e a funcionalidade entre os homens que a
utilizam parecem não ser lembrados durante as aulas.
Estas mesmas aulas de português, quando dispõem de tempo para o ensino das
variações linguísticas, o fazem de maneira intolerante, como aponta Bagno (2008, p. 16):
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É preciso evitar a prática distorcida de apresentar a variação
como se ela existisse apenas nos meios rurais ou menos
escolarizados, como se também não houvesse variação (e
mudança) linguística entre os falantes urbanos, socialmente
prestigiados e altamente escolarizados, inclusive nos
gêneros escritos mais monitorados.
Considerando as variações como algo que compromete a existência da Língua
Portuguesa, os próprios livros didáticos contribuem para agravar esta situação,
favorecendo umas variações e criticando outras. Bagno (2008, p. 16) defende que:
Todos os aprendizes devem ter acesso às variedades
linguísticas urbanas de prestígio, não porque sejam as
únicas formas “certas” de falar e de escrever, mas porque
constituem, junto com outros bens sociais, um direito do
cidadão, de modo que ele possa se inserir plenamente na
vida urbana contemporânea, ter acesso aos bens culturais
mais valorizados e dispor dos mesmos recursos de
expressão verbal (oral e escrita) dos membros das elites
socioculturais e socioeconômicas.
O ensino da Língua Portuguesa necessita com urgência de uma reorganização,
não só no ensino das variações linguísticas, como em todas as áreas, como defendem os
Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa (PCNs):
Essas evidências de fracasso escolar apontam à necessidade
de reestruturação do ensino de Língua Portuguesa, com o
objetivo de encontrar formas de garantir, de fato, a
aprendizagem da leitura e da escrita (Secretaria de
Educação Fundamental,1997, p. 19).
A escola não pode discriminar o estudante pelo seu jeito de se comunicar. Pois,
essa maneira de falar representa muito mais que um processo comunicativo, é a
identidade do falante. Nela, é possível perceber de onde vem este falante, a que classe
social pertence, que cultura possui, etc.
É de grande relevância para o falante do português saber identificar e
diferenciar sua variação lingüística das demais, não para desprestigiar, e sim para
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respeitar e encantar-se com a riqueza que a língua materna possui. É uma das propostas
dos PCNs da Língua Portuguesa dos anos iniciais:
(...) conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio
sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais
de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer
discriminação baseada em diferenças culturais, de classe
social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características
individuais e sociais (Secretaria de Educação Fundamental,
1997, p. 15).
O conhecimento das diversas variações linguísticas também possui sua
finalidade para a compreensão da linguagem do cinema, teatro e telenovelas, para a
caracterização do modo de falar dos personagens, que muitas vezes o fazem de forma
exagerada e totalmente diferente da realidade, por falta de informação ou
intencionalmente. Um bom exemplo disso são os sotaques dos personagens nordestinos
exibidos nas novelas, que muitas vezes são exagerados e tornam-se cômicos,
representando quase sempre pessoas de classes populares e notadamente com pouco
nível de instrução. Segundo Bagno (2008) esse sotaque deve ser de um nordestino de
marte.
Por conta desta ação e do ensino discriminatório, é que o preconceito
linguístico vem se expandindo. Com a mesma importância que o ensino da norma
padrão representa para qualquer cidadão no seu uso social, as variações não padrão
também estão presente. Durante o dia e, dependendo de com quem se fala, é necessário
mudar o jeito de falar para ser compreendido. É o que acontece com os inúmeros
gêneros textuais, cada um com sua função para auxiliar a escrita.
O direito que é dado para todos aprenderem a norma padrão deve ser o mesmo
para o ensino das variações. O estudante não pode em momento algum sentir-se
linguisticamente inferior, nem superior às outras variações, pois “diferença não é
deficiência nem inferioridade” (Bagno, 2008, p. 29). O autor ainda defende que:
Seria mais justo e democrático explicar ao aluno que ele
pode dizer “bulacha” ou “bolacha”, mas que só pode
escrever bolacha, porque é necessária uma ortografia única
para toda a língua, para que todos possam ler e
compreender o que está escrito (Bagno, 2008, p. 69).
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O que se espera da escola e dos docentes é uma mudança nesta concepção do
que é ensinar uma língua para o próprio falante do idioma. Que deixe de olhar para a
gramática como se fosse um livro sagrado e olhe mais para os estudantes de língua
Portuguesa, não como assassinos da língua, mas sim continuadores. A falta de
conhecimento dos docentes e das escolas de ciências como a Linguística e a
Sociolinguística deixa o ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa intolerante. A
definição de Linguística, segundo Cagliari (2007. P. 42) é:
(...) a linguística é o estudo científico da linguagem. Está
voltada para a explicação de como a linguagem humana
funciona e de como são as línguas em particular, quer
fazendo o trabalho descritivo usando os conhecimentos
adquiridos para beneficiar outras ciências e artes que usam
de algum modo, a linguagem falada ou escrita
É imprescindível que os estudantes aprendam seu idioma de forma lúdica
quando for possível ou de maneira prazerosa. Que não se considerem incapazes de falar
sua própria língua e que vejam que a comunicação humana é um instrumento tão
poderoso, que pode até resolver conflitos ideológicos, políticos e sociais quando se faz
necessário um diálogo.
É nítido que não só o ensino das variações linguísticas, como o de toda Língua
Portuguesa está acontecendo de forma descontextualizada, para não dizer errada.
É o que Cagliari (2007) mostra:
Neste país, o aluno passa 8 anos na escola de 1° grau, 3
anos na de 2° grau e pode passar mais 4 anos na faculdade,
sem contar o ano de cursinho preparatório e as reprovações
[...] e, se um especialista em problemas relacionados à
Língua Portuguesa fizer uma pesquisa séria para ver o que
esse aluno aprendeu em mais de uma década de estudos,
sem dúvidas ficará decepcionado. Então o que o aluno faz
nesses anos todos de escola? Será que o ser humano precisa
de tanto tempo para aprender tão pouco? O que está errado
nesta história? (Cagliari, 2007, p. 23).
Parece que a parte pedagógica do ensino não se importa com a bagagem que o
estudante tem linguisticamente desde que entra na escola. É como se ele tivesse que
esquecer tudo que já aprendeu socialmente sobre Língua Portuguesa e tenha que
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aprender outra língua que nada tem a ver com a forma que ele se expressa. É
fundamental que o docente assuma o papel de estudioso, investigador, cientista,
buscando construir o próprio conhecimento da língua, assumindo uma postura crítica
que consequentemente o auxiliará a ressignificar sua prática, pois segundo Bagno
(2008, p. 115), como docentes devemos:
(...) acionar nosso sendo crítico toda vez que nos
depararmos com um comando gramatical e saber filtrar as
informações realmente úteis, deixando de lado (e
denunciando, de preferência) as afirmações
preconceituosas, autoritárias e intolerantes. Da parte do
professor em geral, (...) essa mudança de atitude deve
refletir-se na não-aceitação de dogmas, na adoção de uma
nova postura (crítica) em relação a seu próprio objeto de
trabalho: a norma culta.
A escola e os docentes, principalmente dos anos iniciais, estão tão incutidos da
norma padrão, que parecem acreditar que sua principal função é ensinar a criança a falar
segundo essa norma. É um terrível engano que podemos cometer se aderirmos essa
ideia, quando sabemos que isso não corresponde ao que nos diz os PCNs:
Não é papel da escola ensinar o aluno a falar: isso é algo
que a criança aprende muito antes da idade escolar. Talvez
por isso, a escola não tenha tomado para si a tarefa de
ensinar quaisquer usos e formas da língua oral. Quando o
faz, foi de maneira inadequada: tentou corrigir a fala
“errada” dos alunos – por não ser coincidente com a
variação linguística de prestigio social, com a esperança de
evitar que escrevesse errado. Reforçou assim o preconceito
contra aqueles que falam diferente da variedade prestigiada.
(Secretaria de Educação Fundamental, 1997, p. 48)
Se fosse assim, o estudante chegaria ao ambiente escolar mudo e, com o
avançar das séries, começaria a falar como o que acontece com quem está aprendendo
um novo idioma, como aponta Cagliari (2007, p. 83):
Para o aluno, o respeito às variedades linguísticas muitas
vezes significa a compreensão do seu mundo e dos outros.
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As Variações Linguísticas e suas Implicações na Prática Docente.
Millenium, 48 (jan/jun). Pp. 75-93.
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Um aluno na escola não pode chegar à conclusão que seus
pais são “burros” porque falam errado, não pode achar que
as pessoas de sua comunidade são incapazes porque falam
errado, não têm valor porque falam errado, ao passo que a
cultura só está com quem fala o dialeto padrão, que a
lógica do raciocínio só pode ser expressa nessa variedade
lingüística, que o bom, belo e perfeito só pode ser expresso
através das “palavras bonitas” do dialeto-padrão.
Não se trata de uma apologia ao falar diferente da norma padrão, mas tão só de
respeitar as variações que não seguem a normatização. Tendo em vista que toda
sociedade se constitui da individualidade de cada um “não se trata de ensinar a falar ou
a fala “correta”, mas sim as falas adequadas ao contexto de uso” (Secretaria de
Educação Fundamental, 1997 p. 22).
Uma união entre um homem e uma mulher ganha mais credibilidade quando
existe uma certidão de casamento. A escravidão só terminou com a assinatura da Lei
Áurea. Como se percebe a sociedade dá um status de seriedade para a escrita. Por ter
um papel muito relevante no mundo letrado, como nos diz Cagliari (2007, p. 96): “O
ensino do português tem sido fortemente dirigido para a escrita, chegando mesmo a se
preocupar mais com a aparência da escrita do que com o que ela realmente faz
representar”.
Porém, não se pode esquecer que, da mesma forma que a escrita tem uma
funcionalidade, a fala também tem. É o que afirmam os PCNs:
O domínio da língua, oral e escrita, é fundamental para a
participação social efetiva, pois é por meio dela que o
homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e
defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de
mundo, produz conhecimento. Por isso, ao ensiná-la, a
escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus
alunos o acesso ao saberes linguísticos, necessários para o
exercício da cidadania, direito inalienável de todos
(Secretaria de Educação Fundamental, 1997, p. 19)
Por isso o ensino da Língua Portuguesa concentra-se na escrita (produção
textual, resolução de questões, leitura silenciosa). Já a fala raramente é trabalhada em
sala de aula e quando acontece é de forma errônea, criticando a maneira como certo
grupo social fala. Da mesma forma que não existe variação superior a outra, o mesmo
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As Variações Linguísticas e suas Implicações na Prática Docente.
Millenium, 48 (jan/jun). Pp. 75-93.
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ocorre entre a escrita e a fala durante o ensino; as duas têm que ser coniventes no
processo de ensino-aprendizagem, uma vez que “pode-se perceber agora que o ensino
da Língua Portuguesa não só é problemático pelo que se ensina, mas também é falho
porque se deixa de ensinar muita coisa” (Cagliari, 2007, 48). As aulas de Língua
Portuguesa podem dar o direito para o estudante falar, discutir seu idioma, brincar com
a fonologia das palavras, como acontece com a escrita.
Diante dos pressupostos, entende-se que as variações linguísticas não são
muito apreciadas pela escola, por apresentarem características que “promovem” o
desvio da norma padrão, pois “a escola, como espelho da sociedade, não admite o
diferente e prefere adotar só as noções de certo e errado, numa falsa visão da realidade”
(Cagliari, 2007, p. 65).
Com essa premissa, como o professor dos anos iniciais pode ensinar a Língua
Portuguesa, sem desvalorizar as variações linguísticas?
Aprender português (...) não é só aprender como a língua (e
suas variedades) funcionam, mas também estudar ao
máximo os usos linguísticos; e isso não significa só
aprender a ler e escrever, mas inclui ainda a formação para
aprender e usar as variedades linguísticas diferentes,
sobretudo o dialeto-padrão. A escola dessa forma não só
ensinaria português, como desempenharia ainda o papel
imprescindível de promover socialmente os menos
favorecidos pela sociedade (Cagliari, 2007, p. 83).
Geralmente, as variações linguísticas são alvo de discriminação,
principalmente, por serem relacionadas à fala de pessoas das camadas sociais menos
privilegiadas. A escola e o professor precisam demonstrar o respeito pela liberdade de
expressão dessas pessoas e a língua precisa ser ensinada de forma a combater esse
preconceito.
Os PCNs discutem que a língua deve ser também objeto de reflexão, apoiando-
se em dois fatores: “a capacidade humana de refletir, analisar, pensar sobre os fatos e os
fenômenos da linguagem, e a propriedade que a linguagem tem de poder referir-se a si
mesma, de falar sobre a própria linguagem” (Secretaria de Educação Fundamental,
1997, p. 53).
É possível fazer com que o estudante aprenda sobre a linguagem verbal e sobre
os contextos sociais nos quais ela se aplica. Um dos principais objetivos do ensino da
Língua Portuguesa nos primeiros ciclos é trabalhar com o estudante a capacidade de
“participar de diferentes situações de comunicação oral, acolhendo e considerando as
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As Variações Linguísticas e suas Implicações na Prática Docente.
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opiniões alheias e respeitando os diferentes modos de falar” (Secretaria de Educação
Fundamental, 1997, p. 68).
A formação do sujeito está além da sala de aula, mas é nela que podemos
intervir nesse processo, pois a partir do momento em que o estudante reflete sobre suas
atitudes, ele também pode ter uma compreensão ampla dos fatores que implicam em
determinadas situações que envolvam as variações linguísticas, se reconhecendo como
agente transformador que pode e deve combater o preconceito linguístico. A escola
pode e deve formar bons usuários da língua padrão, mas fazendo com que possam
reconhecer e utilizar as variedades linguísticas, respeitando-as como característica de
um determinado grupo social, tal como aponta Cagliari (2007, p. 84).
Se os alunos aprenderem a verdade linguística das
variantes, geração após geração, a sociedade mudará seu
modo de encarar esse fenômeno e passará a ter um
comportamento social mais adequado com relação às
diferenças linguísticas.
Com isso, teremos falantes conscientes da diversidade linguística da Língua
Portuguesa, abolindo a intolerância e o desrespeito com as variações linguísticas.
Geraldi (1997) diz que miséria social e miséria de língua confundem-se. Essa
frase nos faz refletir sobre o que acontece com vários brasileiros que se sentem
miseráveis, por não ter o básico para sobreviver, e mais ainda, por não falar a língua
padrão exigida pela gramática, que considera a sua forma de falar errada e que não
pertence à língua portuguesa.
Milhares de pessoas são excluídas socialmente por não seguirem a
normatização de uma determinada gramática, escolhida há séculos numa sociedade
totalmente diferente da de hoje. Como nos afirma Bagno (2008, p. 29) “assim, tal como
existem milhões de brasileiros sem escola, sem teto, sem trabalho, sem saúde, também
existem milhões de brasileiros que poderíamos chamar de sem línguas”. Isso nos faz
refletir sobre o nosso papel de docente e nossa prática em sala de aula e, também, sobre
a nossa relação com os milhares de estudantes que deverão passar por nós, que refletirão
nossos pontos de vista e nossas esperanças, pois que é através deles que poderemos
combater o preconceito linguístico.
Considerações finais
As variações linguísticas trazem características próprias que enriquecem a
pluralidade cultural do nosso país. É através delas que podemos nos expressar de
diversas formas, aplicando-as em diversos contextos sociais.
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Os docentes não podem desconsiderar a existência desse fenômeno, pois,
diariamente, nos deparamos com ele em sala de aula. É importante estarmos cientes que
o processo de intervenção faz parte de nossa responsabilidade, mas não podemos agir de
forma inconsequente, tratando as variações como apenas um desvio da norma padrão,
mas, pelo contrário, mostrando aos nossos estudantes que eles podem falar de diversas
maneiras, de acordo com a ocasião, estando conscientes que a norma padrão é exigida
nos contextos formais, e que se faz necessária sua utilização principalmente nos usos da
escrita.
O preconceito linguístico existe, e cabe a nós sermos os primeiros interessados
a combatê-lo. Precisamos mostrar aos nossos estudantes que, assim como existem
pessoas diferentes, há falas diferentes, provocando reflexões acerca desse elemento e
suas implicações para sua condição de cidadão.
Ao docente compete o papel de investir na sua formação, estudando,
investigando, questionando, para buscar resultados que fundamentem seus argumentos
em sala de aula, pois a partir do exercício da reflexão e da criticidade, ele poderá
auxiliar na transformação e na formação de estudantes críticos e conscientes do respeito
e da importância das variações linguísticas para a construção de sua identidade pessoal,
cultural e social.
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Recebido: 14 de fevereiro de 2014.
Aceite: 26 de março de 2015.