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SEXO E PODER
NO BRASIL

Obra de Carlos Fonseca
Estudo de caso


Fornicação entre padres e freiras;



Fornicação entre padres e padres;



Sexo entre senhores e mulatas;



Sexo entre sinazinhas e escravos;
“[...] Ali AndAvAm entre eles três ou
quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos
muito pretos, compridos pelas espáduas, e suas
vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das
cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos

nenhuma vergonha... e certo era tão bem feita, e tão
redonda, e sua vergonha (que ela não tinha) tão
graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra, vendolhe tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua
como elA.”

Carta de Pero Vaz de Caminha
“esqueçAm As relAções cordiAis entre os desbrAvAdores portugueses e
suas dominadas. Negras e índias podem ter eventualmente se
beneficiado dos efeitos de uma união com o invasor, mas na maioria dos
casos a violência era o estopim. O colono, mandado para povoar e

defender uma terra distante, longe das legítimas esposas,
encorajava-se com a visão das escravas (que frequentemente usavam
apenas saias) e as nativas (nuas, por hábito). Estupros (inclusive de
crianças) e coação foram o motor inicial da miscigenação, em especial
nas primeiras décadas, antes da chegada das europeias em número
suficiente para desbrutalizar a sociedade. Com o tempo, passou a
valer o velho ditado do século XVIII: “brAncA pArA cAsAr, mulAtA
para foder, negra para trabalhaR”

FREYRE apud. PRIORE, 2006, p. 6
PAÍS TENTADOR
A Inquisição estava, é claro, atenta para os desvios
nos costumes. O homossexualismo foi equiparado à
heresia, e os amásios eram perseguidos e quase
forçados e se casar. Os processos do Santo Ofício
estavam repletos de descrições detalhadas
envolvendo membrum virile (pênis), vas naturalis
(vagina), vas preposterum (ânus). Até as posições
eram detalhadas (mulier super virum, ou mulher

por cima do homem)...
AS SACANAGENS CLERICAIS
Apesar dos esforços da Igreja, a regra
era o concubinato. Casamentos de papel
passado, até havia em quantidade, mas os
amasiamentos eram muito mais numerosos.
Amancebar-se valia inclusive para os...
padres. Não raros eram os sacerdotes que

se uniam a mucamas que os serviam.
Histórias Íntimas – Mary Del Priori
“Aos olhos dos jesuítAs, sempre queixosos dAs
dificuldades da catequese, do clima, e da falta de
recursos, o frenesi sexual campeava, antes de tudo,
entre os índios: sempre nus, poligâmicos, incestuosos. [...]
em relação aos primeiros colonos... quase todos... não
satisfeitos em fazer suas escravas de mancebas,
lançavam-se às livres, pedindo-as aos índios por

mulheres. E se os padres ousassem admoestá-los para
que se casassem com uma só índia, como Deus mandava,
eram ofendidos, ameaçados e até perseguidos pelos
escAndAlosos colonos”
Quarto grande e Senzala
Hora de levantar o camisolão
A regra era ir para a cama
semivestido. Recorria-se muito “aos
matos”, principalmente os mais pobres.
Sexo sem nudez. Como se dizia à época,
era a hora de “levantar a camisa”,
“abaixar os calções” ou “arriar as fraldas”.
Pouco
espaço
também
para
as
preliminares...
“os pecAdos mortAis dA cArne, os sonhos eróticos, o mero pensAr em quAlquer
indecência, nada disso interessava aos inquisidores enquanto simples
manifestações da fragilidade do corpo, da tentação fugaz do demônio e da
corrupção geral da criatura humana resultante da primeira e irreversível
queda. [...] não eram os pecados da carne ou os crimes morais que
despertavam a atenção inquisitorial. Ao Santo Ofício interessavam ... os
erros de doutrina passíveis de serem captados não apenas em afirmações ou
idéias contestatórias à verdade oficial e divina, mas em atitudes ou
comportamentos que, por sua obstinação desafiadora àquela verdade,
implicavam suspeita de heresia, presunção de que o indivíduo pecava e
insistia em fazê-lo, recusando-se a qualquer emenda e urdindo maneiras de
burlar a disciplina normatizadora da Igreja. Interessavam-lhe, enfim,
ainda que no campo das moralidades e do erotismo, os indivíduos que, por
livre arbítrio – e não por eventual tentação demoníaca – escolhiam
doutrinas ou modos de viver francamente hostis aos preceitos do
cAtolicismo.”
Século XX
Quando a religião deixa de ter tanto peso na vida do brasileiro, com a
expulsão dos jesuítas no século XVIII, entra em cena a medicina e suas noções
de higiene e saúde pública. Os médicos começam a mostrar que o sexo é
responsável por várias doenças. De pecaminoso, ele passa a ser sujo. E é
somente no século XX que o tema se torna público, a partir da publicação de
diversos livros e dos movimentos sociais como o feminismo e a contracultura.
Nas últimas décadas, o comportamento sexual se viu ainda modificado pela
invenção da pílula e pelo surgimento da Aids, por exemplo. “todos os fatos da
história marcaram nossa educação sexual. Quanto melhor os compreendermos,

mais fácil entender a forma como pensamos e vivemos nossas relações”. No
Brasil Colônia conseguimos ver a essência do que somos: profundamente
contraditórios quando o assunto é sexo.
Entre a Luxúria e o pudor:
A história do sexo no brasil
Caio Sergio do Carmo
As faces do sexo:
Como ele foi usado como forma de
legitimar o poder
“não há escrAvidão sem deprAvAção sexuAl. É dA essênciA mesmA do
regime. Em primeiro lugar o próprio interesse econômico favorece a
depravação, criando nos proprietários de homens imoderado desejo de
possuir o maior número possível de crias. [...] Dentro de semelhante
atmosfera moral, criada pelo interesse econômico dos senhores, como
esperar que a escravidão atuasse senão no sentido da dissolução, da
libidinagem, da luxúria? O que se queria era que os ventres das

mulheres gerassem. Que as negras produzissem muleques...”
Componentes:
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Sexo e poder

  • 1. SEXO E PODER NO BRASIL Obra de Carlos Fonseca
  • 2. Estudo de caso  Fornicação entre padres e freiras;  Fornicação entre padres e padres;  Sexo entre senhores e mulatas;  Sexo entre sinazinhas e escravos;
  • 3. “[...] Ali AndAvAm entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha... e certo era tão bem feita, e tão redonda, e sua vergonha (que ela não tinha) tão graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra, vendolhe tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como elA.” Carta de Pero Vaz de Caminha
  • 4. “esqueçAm As relAções cordiAis entre os desbrAvAdores portugueses e suas dominadas. Negras e índias podem ter eventualmente se beneficiado dos efeitos de uma união com o invasor, mas na maioria dos casos a violência era o estopim. O colono, mandado para povoar e defender uma terra distante, longe das legítimas esposas, encorajava-se com a visão das escravas (que frequentemente usavam apenas saias) e as nativas (nuas, por hábito). Estupros (inclusive de crianças) e coação foram o motor inicial da miscigenação, em especial nas primeiras décadas, antes da chegada das europeias em número suficiente para desbrutalizar a sociedade. Com o tempo, passou a valer o velho ditado do século XVIII: “brAncA pArA cAsAr, mulAtA para foder, negra para trabalhaR” FREYRE apud. PRIORE, 2006, p. 6
  • 6. A Inquisição estava, é claro, atenta para os desvios nos costumes. O homossexualismo foi equiparado à heresia, e os amásios eram perseguidos e quase forçados e se casar. Os processos do Santo Ofício estavam repletos de descrições detalhadas envolvendo membrum virile (pênis), vas naturalis (vagina), vas preposterum (ânus). Até as posições eram detalhadas (mulier super virum, ou mulher por cima do homem)...
  • 7. AS SACANAGENS CLERICAIS Apesar dos esforços da Igreja, a regra era o concubinato. Casamentos de papel passado, até havia em quantidade, mas os amasiamentos eram muito mais numerosos. Amancebar-se valia inclusive para os... padres. Não raros eram os sacerdotes que se uniam a mucamas que os serviam.
  • 8. Histórias Íntimas – Mary Del Priori
  • 9. “Aos olhos dos jesuítAs, sempre queixosos dAs dificuldades da catequese, do clima, e da falta de recursos, o frenesi sexual campeava, antes de tudo, entre os índios: sempre nus, poligâmicos, incestuosos. [...] em relação aos primeiros colonos... quase todos... não satisfeitos em fazer suas escravas de mancebas, lançavam-se às livres, pedindo-as aos índios por mulheres. E se os padres ousassem admoestá-los para que se casassem com uma só índia, como Deus mandava, eram ofendidos, ameaçados e até perseguidos pelos escAndAlosos colonos”
  • 10. Quarto grande e Senzala
  • 11.
  • 12. Hora de levantar o camisolão A regra era ir para a cama semivestido. Recorria-se muito “aos matos”, principalmente os mais pobres. Sexo sem nudez. Como se dizia à época, era a hora de “levantar a camisa”, “abaixar os calções” ou “arriar as fraldas”. Pouco espaço também para as preliminares...
  • 13. “os pecAdos mortAis dA cArne, os sonhos eróticos, o mero pensAr em quAlquer indecência, nada disso interessava aos inquisidores enquanto simples manifestações da fragilidade do corpo, da tentação fugaz do demônio e da corrupção geral da criatura humana resultante da primeira e irreversível queda. [...] não eram os pecados da carne ou os crimes morais que despertavam a atenção inquisitorial. Ao Santo Ofício interessavam ... os erros de doutrina passíveis de serem captados não apenas em afirmações ou idéias contestatórias à verdade oficial e divina, mas em atitudes ou comportamentos que, por sua obstinação desafiadora àquela verdade, implicavam suspeita de heresia, presunção de que o indivíduo pecava e insistia em fazê-lo, recusando-se a qualquer emenda e urdindo maneiras de burlar a disciplina normatizadora da Igreja. Interessavam-lhe, enfim, ainda que no campo das moralidades e do erotismo, os indivíduos que, por livre arbítrio – e não por eventual tentação demoníaca – escolhiam doutrinas ou modos de viver francamente hostis aos preceitos do cAtolicismo.”
  • 14. Século XX Quando a religião deixa de ter tanto peso na vida do brasileiro, com a expulsão dos jesuítas no século XVIII, entra em cena a medicina e suas noções de higiene e saúde pública. Os médicos começam a mostrar que o sexo é responsável por várias doenças. De pecaminoso, ele passa a ser sujo. E é somente no século XX que o tema se torna público, a partir da publicação de diversos livros e dos movimentos sociais como o feminismo e a contracultura. Nas últimas décadas, o comportamento sexual se viu ainda modificado pela invenção da pílula e pelo surgimento da Aids, por exemplo. “todos os fatos da história marcaram nossa educação sexual. Quanto melhor os compreendermos, mais fácil entender a forma como pensamos e vivemos nossas relações”. No Brasil Colônia conseguimos ver a essência do que somos: profundamente contraditórios quando o assunto é sexo.
  • 15. Entre a Luxúria e o pudor: A história do sexo no brasil Caio Sergio do Carmo
  • 16. As faces do sexo: Como ele foi usado como forma de legitimar o poder “não há escrAvidão sem deprAvAção sexuAl. É dA essênciA mesmA do regime. Em primeiro lugar o próprio interesse econômico favorece a depravação, criando nos proprietários de homens imoderado desejo de possuir o maior número possível de crias. [...] Dentro de semelhante atmosfera moral, criada pelo interesse econômico dos senhores, como esperar que a escravidão atuasse senão no sentido da dissolução, da libidinagem, da luxúria? O que se queria era que os ventres das mulheres gerassem. Que as negras produzissem muleques...”