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Fernando Lopes-Graça
Biografia
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Nascido em Tomar, em 1906, Fernando Lopes-Graça
iniciou os seus estudos musicais na sua cidade natal, tendo-os
concluído no Conservatório Nacional de Lisboa, que frequentou
entre 1923 e 1931. Nessa instituição foi discípulo de piano dos
professores Adriano Merea e José Viana da Mota, estudou
composição com Tomás Borba, e ciências musicais com Luís de
Freitas Branco. Frequentou ainda o curso de Letras das
Universidadesde Lisboa(1928-31) e de Coimbra(1932-4), embora
não chegasse a conclui-lo. As primeiras obras do seu catálogo
foram apresentadas em Lisboa em concertos organizados em
colaboração com outros colegas do Conservatório, na mesma
épocaemque iniciavaumnotável trabalhocomocronistamusical,
manifestando um raro talento literário e uma ampla cultura. Em 1932 começou a ensinar na
Academia de Música de Coimbra, cidade onde permaneceu radicado até 1936. Os anos de
Coimbra foram precedidos e encerrados com duas detenções por motivos políticos que o
impediramde ensinaremescolaspúblicasduranteos anosposteriores,apesarde terganhopor
oposiçãouma vaga de professorde piano no ConservatórioNacional de Lisboaem 1931. Estes
anoscoincidiramcomumprimeiroperíodo,quepoderíamosqualificarcomomodernista,noseu
percurso como compositor, durante o qual o seu estilo revelou a influência de autores como
Arnold Schönberg e Paul Hindemith. Nas suas primeiras obras, muitas delas destruídas ou
revistas posteriormente, também se destaca um atento estudo da prosódia da língua
portuguesa,manifestadonassuascanções de poetascomo AdolfoCasaisMonteiro,José Régio
ou Fernando Pessoa. O seu gosto pelos géneros vocais, estimulado pelo relacionamento
constante com poetas contemporâneos, permaneceu ao longo de toda a sua vida.
Lopes-Graça instalou-se em Paris em 1937. Na capital francesa frequentou o curso de
Musicologia da Sorbonne, assistindo às aulas de Paul-Marie Masson, e teve alguns contactos
com o compositorCharlesKoechlin.EmPariscompôs várias obras para piano, a música para o
bailadorealistaLaFièvre duTempse realizouassuasprimeirasharmonizaçõesparavoze piano
de canções tradicionais portuguesas. Uma parte da sua produção derivou num “nacionalismo
essencial”, nas suas palavras, caracterizado pelo tratamento do material retirado da música
tradicional e pela assimilação dos seus rasgos harmónicos, melódicose rítmicos. Temos dois
exemplos na Sonata para piano nº 2 e na primeira versão do Quarteto com piano, onde a
referênciaestilizadaàscançõespopularessurge juntocomousode umacolorísticaharmoniae
de ritmospercutidosalternadoscompolirritmiaslineares.Estanovatendêncianoseuestilode
compor manifestaainfluênciade BelaBartóke de Manuel de Fallae a dosescritosde Koechlin
publicados nestes anos.
Lopes-Graçaregressou aLisboaem1939,tendoretomadoasuaatividadecomocronista
musical, musicólogo e professor e iniciando o seu labor como organizador de concertos e
maestrocoral. Ensinoupiano,harmoniae contrapontona Academiade Amadoresde Música e
constituiuasociedade Sonataque,entre 1942 e 1960, promoveuaapresentaçãode programas
inteiramente preenchidospormúsicado séculoXX.A sua primeiraobraimportante apóso seu
regressode Parisfoi oConcertoparapianoe orquestranº1,composiçãoque ganhouoprimeiro
prémiode composiçãopatrocinadopeloCírculode CulturaMusical em1940.Recebeuamesma
distinção em 1942, com a cantata História Trágico-Marítima sobre textos de Miguel Torga, em
1944, com a Sinfonia per orchestra, e, em 1952, com a Sonata para piano nº 3. Lopes-Graça
tambémretomouassuascolaboraçõesnaspublicaçõesperiódicasSearaNovae ODiabo,como
crítico musical e teatral respetivamente.Participou,comBentode JesusCaraça,na organização
daBibliotecaCosmose publicouvárioslivros onde,paraalémde editarseleçõesdosseusartigos
jornalísticos, se dedicou à difusão, com intuito pedagógico, de diversos assuntos de caráter
musical.
Após a Segunda Guerra Mundial, grande parte da atividade de Lopes-Graça foi
determinadapelasuaparticipaçãonoMovimentodeUnidadeDemocrática,assimcomonoPCP,
do qual se tornou militante na década de 40. É de 1945, por exemplo, o seu plano para a
organização estatal da música, inédito até à sua publicação em 1989, um bom indício das
esperanças postas na mudança política que foram partilhadas por muitos nesta época. É
também deste ano o início da composição das célebres Canções Heróicas, canções de
intervenção que Lopes-Graça, apesar da proibição que pesava sobre a sua execução pública,
continuoua comporaté 1974, e inclusive emanosposteriores.A criação,igualmenteem1945,
do Coro doGrupo Dramático Lisbonense fezparte destemovimento.Este foi oantecedentedo
Coro da Academia de Amadores de Música, fundado em 1950. Para além do trabalho de
regência, Lopes-Graça escreveu para este agrupamento dezenas de harmonizações corais de
canções tradicionais portuguesas, que constituíram o seu repertório. Por último, também em
1945, Lopes-Graça começou a colaborar regularmente na revista Vértice, onde publicou ao
longo da segunda metade da década quatro artigos essenciais para entender as suas atitudes
estéticas e políticas: “Necessidade e capricho da música contemporânea” (1945), “Sobre o
conceito de popular na música” (1947), “O valor da tradição nas culturas musicais” e “Valor
estético,pedagógicoe patrióticodacançãopopularportuguesa”(ambosde 1949).Oseuapreço
reivindicativo da música tradicional continuou manifestando-se nas suas obras musicais da
década de 50, nomeadamente na Sonata nº 3 e nas Glosas, ambas para piano.
O fim da sua atividade pedagógica na Academia de Amadores
de Música, em1954, foi consequênciade umdespachoministerial que
anulou a sua autorização para dar aulas em instituições privadas de
ensino. Conseguiu, porém, manter a sua ligação com a instituição
através da revista Gazeta Musical (1950-1957), fundada por ele
juntamente com João José Cochofel, e da edição do Dicionário de
Música (1954-8), empresa iniciada a partir do projeto de um dos seus
professores, o então já falecido Tomás Borba, e através da direção
musical do mencionado Coro da Academia de Amadores de Música,
que teve nestesanosum dos seusperíodosde mais intensaatividade.
O dicionáriofoi editadopelaEditorial Cosmose durante estesanosfoi
a principal fonte de ingressos do compositor. O seu encontro com
Michel Giacometti data de fins da década de 50, quando após um
primeiroencontropessoal ambosderaminícioaumtrabalhoconjuntoque se manteve durante
décadas.Oprimeirofrutodestacolaboraçãonasceuem 1960,anoemque foi editadooprimeiro
volume discográficodacoleção “AntologiadaMúsica Regional Portuguesa”,dedicadoà região
de Trás-os-Montes. Ambos, em 1981, editaram no Círculo de Leitores o Cancioneiro Popular
Português.
Odesenvolvimentoposteriordaobramusical deLopes-Graçatempermitidodefiniruma
terceirafase iniciadanasegundametade dadécadade cinquenta,e marcadapor obras comoo
ciclovocal As mãose os frutos(1959), sobre poemasde Eugéniode Andrade,oCanto de Amor
e de Morte,quintetocompianocompostoem1961,e a Sonataparapianonº5, escritaem1977.
Estas duas obras contam-se entre a produção mais intensa e exigente em termos formais e
expressivos do compositor, evidenciando uma nova orientação no seu estilo. Embora nunca
chegasse a abandonar completamente as referências explícitas à canção tradicional no seu
catálogo, nestes anos, o compositor passou a explorar de maneira intensiva o ritmo e a
harmonia, sendo o trabalho sobre este parâmetrobaseado na utilização de um número muito
reduzido de relações intervalares, em estruturas mais elaboradas. Esta é também a época do
Concerto da camera col violoncelo obbligato, encomenda de Mstislav Rostropovich que o
interpretou em primeira audição num concerto em Moscovo, e do Quarteto de cordas nº 1,
vencedordoprémiode composiçãoRainierIIIde Mónaco em1965. Nesse anoforam gravadas
pela primeira vez obras sinfónicas da sua autoria interpretadas pela Orquestra do Porto sob a
regência de Silva Pereira, que tinha dirigido no ano anterior um concerto inteiramente
preenchido com composições para orquestra de Lopes-Graça, promovido pela delegação
portuense da Juventude Musical Portuguesa.
O fim do Estado Novo traduziu-se no reconhecimento oficial da importância de Lopes-
Graça para a cultura portuguesa através de diversas homenagens e encomendas estatais.No
que dizrespeitoàdivulgaçãoda sua obra,devemosreferirareedição,aolongodas décadasde
70 e de 80, dos seus livros numa coleção da Editorial Caminho e a gravação em disco de um
considerável númerode obrasdasua autoria,editadaspelaetiquetadiscográficaPortugalSom,
entãodependente daSecretariade EstadodaCultura.Osanos transcorridosdesde 1974 até ao
seu falecimento foram para Lopes-Graça criativamente muito férteis. São prova disso as duas
sonatas para piano e um quarteto, o impressionante Requiempara as vítimas do fascismo em
Portugal (1979) e as Sete predicaçõesde “OsLusíadas”(1980),o bailadoDançares,umasinfonia
para orquestra de formação clássica, numerosas canções, composições instrumentais mais
brevese peças de circunstância.Da sua últimaprodução para voz e piano,destacam-se osDez
Novos Sonetos de Camões, Aquela nuvem e outras (sobre poemas infantis de Eugénio de
Andrade) e canções sobre textos de Fernando Pessoa e de José Saramago. Se o expressivo
Requiem sintetiza a vertente mais dramática do seu catálogo, surgiram neste período outras
composiçõescomcaracterísticas novas.Lopes-Graçacultivoua partir dos anos 80 uma espécie
de neoclassicismo revisitadoparaformaçõesinstrumentaisquenuncatinhamfeitoparte doseu
catálogo. Na realidade, essa ideia de neoclassicismo relaciona-se ao longo de toda a sua obra
com uma interessantereflexãosobre ade tradição,que se evidencianorecursoe manipulação
constante de citaçõesmusicais.Sonatanº6, a SinfoniettahomenagemaHaydne Geórgicassão
exemplos desta última fase, obras onde também se revela através da paródia o seu peculiar
sentido do humor.
Morreu a 27 de Novembro de 1994, na Parede.
http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xx/fernando-lopes-graca.html#.Xs6mAUBFyUk
Ano Principais obras
1927 Variações sobre um tema popular português (piano).
1931 Primeiras versões das Sonatinas para violino e piano nº 1 e nº 2.
1934 Canções para voz e piano sobre poemas de Fernando Pessoa, Adolfo
Casais Monteiro e António Botto.
1936 Cançõessobre poesiade AfonsoDuarte,CarlosQueiroze José Régio.
1938
Escreve a músicapara o bailado“realista” La fièvredu temps e iniciao
trabalho de harmonização de canções tradicionais portuguesas para voz e
piano.
1939 Sonata nº 2 (piano) e canções sobre sonetos de Camões.
1940
Concerto para piano e orquestra nº 1 e suite orquestral A febre do
tempo, baseado no bailado anterior.
1941 Três danças portuguesas, para orquestra.
1942
PrimeirasversõesdoConcertoparapianoe orquestranº2e dacantata
para voz e orquestra História Trágico-Marítima, baseada em poemas de
Miguel Torga.
1943 Sinfonia per orchestra.
1946
Canções sobre poemas de José Gomes Ferreira, Cochofel,Carlos de
Oliveirae ArmindoRodrigues.Primeirasharmonizaçõesdas Cançõesregionais
portuguesas. Publicação das Marchas, danças e canções, consideradas as
primeiras Canções heróicas.
1947 Trovas, para voz e piano, sobre textos tradicionais.
1949 Scherzo heróico para orquestra. Harmoniza as Six old english songs.
1950
Compõe,entre outras,asseguintesobras: Primeira cantata do Natale
Onzeencomendaçõesdasalmas,ambaspara coro; Vinte e quatro prelúdiose
Glosas sobre canções tradicionais portuguesas para piano; canções sobre
poemasde Teixeirade Pascoaes,FernandoPessoa,Luísde Camõese JoãoJosé
Cochofel.
1952 Sonata para piano nº 3.
1953 Primeira versão das Quatro canções de Federico Garcia Lorca.
1957
Conclui o segundo caderno das Melodias rústicas portuguesas para
pianoe iniciaos Cinco nocturnos.Nestesanos,dedica-se sobretudoà música
vocal e à revisão de obras anteriores.
1959
Conclui os Cinco nocturnos e o ciclo vocal As mãos e os frutos sobre
poesia de Eugénio de Andrade, obras que o próprio compositor considerou
pontos de viragem no seu percurso criativo.
1960
Dandocontinuidadeàpredominânciadamúsicavocal noseucatálogo,
escreve cançõessobre poesiade FernandoPessoa,VitorinoNemésio,Luísde
Camões,Albertode Lacerda e Sá de Miranda. Iniciaa primeiradasoito suites
para piano In memoriam Bela Bartók.
1961
Compõe a primeira versão do Canto de amor e de morte e a Sonata
para piano nº 4. Iniciaos Quatro bosquejosparaorquestrade cordas, Mar de
Setembro (sobre poemas de Eugénio de Andrade) e os Três sonetos à noite
(Bocage). "A Menina do Mar" um conto em quatro actos (sobre o conto
homónimo de Sophia de Mello Breyner).
1962 Concertino para violeta.
1963 Cinco canções de “Os dias íntimos” (J. J. Cochofel)
1964
Quarteto de arcos nº 1. Dá início à cantata-melodrama D. Duardos e
Flérida, baseada na obra de Gil Vicente, que será concluída em 1969.
1966
Sete lembranças para Vieira da Silva, para quinteto de sopro, e
Concerto de câmara com o violoncelo obrigado, por encomenda de Mstislav
Rostropovich.
1971 Versão para orquestra dos Seis cantos sefardins.
1974
Finalizaa orquestraçãoda Fantasia sobreum canto religioso da Beira
Baixa, para piano e orquestra.
1975 Conclui as oito suites In Memoriam Béla Bartók.
1979 Conclui o Requiem pelas vítimas do fascismo em Portugal.
1980
Sinfonieta em homenagem a Haydn, por encomenda da Orquestra
Gulbenkian.
1981
Sonatapara pianonº 6 e Sete apotegmas.Compõea“Perpétuaparaa
campa de Carlosde Oliveira”,primeiradas MúsicasFúnebres emmemóriade
amigos falecidos."
1982 Quarteto de arcos nº 2.
1984 Conclui o bailado Dançares.
1986 Em louvor à paz, para orquestra.
1987
Aquela nuvem e outras (Eugénio de Andrade) e outras canções,
também para voz e piano, sobre textos de Pessoa e de dois dos seus
heterónimos (Ricardo Reis e António de Campos).
1989
Geórgicas, dedicada ao agrupamento Opus Ensemble. Canciones de
Tierras Altas (Antonio Machado).
1990 Tríptico de D. João (José Saramago).
1992 Jardim perdido, para coro (Sophia de Mello Breyner Andresen).

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  • 1. Fernando Lopes-Graça Biografia ========================================================= Nascido em Tomar, em 1906, Fernando Lopes-Graça iniciou os seus estudos musicais na sua cidade natal, tendo-os concluído no Conservatório Nacional de Lisboa, que frequentou entre 1923 e 1931. Nessa instituição foi discípulo de piano dos professores Adriano Merea e José Viana da Mota, estudou composição com Tomás Borba, e ciências musicais com Luís de Freitas Branco. Frequentou ainda o curso de Letras das Universidadesde Lisboa(1928-31) e de Coimbra(1932-4), embora não chegasse a conclui-lo. As primeiras obras do seu catálogo foram apresentadas em Lisboa em concertos organizados em colaboração com outros colegas do Conservatório, na mesma épocaemque iniciavaumnotável trabalhocomocronistamusical, manifestando um raro talento literário e uma ampla cultura. Em 1932 começou a ensinar na Academia de Música de Coimbra, cidade onde permaneceu radicado até 1936. Os anos de Coimbra foram precedidos e encerrados com duas detenções por motivos políticos que o impediramde ensinaremescolaspúblicasduranteos anosposteriores,apesarde terganhopor oposiçãouma vaga de professorde piano no ConservatórioNacional de Lisboaem 1931. Estes anoscoincidiramcomumprimeiroperíodo,quepoderíamosqualificarcomomodernista,noseu percurso como compositor, durante o qual o seu estilo revelou a influência de autores como Arnold Schönberg e Paul Hindemith. Nas suas primeiras obras, muitas delas destruídas ou revistas posteriormente, também se destaca um atento estudo da prosódia da língua portuguesa,manifestadonassuascanções de poetascomo AdolfoCasaisMonteiro,José Régio ou Fernando Pessoa. O seu gosto pelos géneros vocais, estimulado pelo relacionamento constante com poetas contemporâneos, permaneceu ao longo de toda a sua vida. Lopes-Graça instalou-se em Paris em 1937. Na capital francesa frequentou o curso de Musicologia da Sorbonne, assistindo às aulas de Paul-Marie Masson, e teve alguns contactos com o compositorCharlesKoechlin.EmPariscompôs várias obras para piano, a música para o bailadorealistaLaFièvre duTempse realizouassuasprimeirasharmonizaçõesparavoze piano de canções tradicionais portuguesas. Uma parte da sua produção derivou num “nacionalismo essencial”, nas suas palavras, caracterizado pelo tratamento do material retirado da música tradicional e pela assimilação dos seus rasgos harmónicos, melódicose rítmicos. Temos dois exemplos na Sonata para piano nº 2 e na primeira versão do Quarteto com piano, onde a referênciaestilizadaàscançõespopularessurge juntocomousode umacolorísticaharmoniae de ritmospercutidosalternadoscompolirritmiaslineares.Estanovatendêncianoseuestilode compor manifestaainfluênciade BelaBartóke de Manuel de Fallae a dosescritosde Koechlin publicados nestes anos. Lopes-Graçaregressou aLisboaem1939,tendoretomadoasuaatividadecomocronista musical, musicólogo e professor e iniciando o seu labor como organizador de concertos e maestrocoral. Ensinoupiano,harmoniae contrapontona Academiade Amadoresde Música e constituiuasociedade Sonataque,entre 1942 e 1960, promoveuaapresentaçãode programas inteiramente preenchidospormúsicado séculoXX.A sua primeiraobraimportante apóso seu regressode Parisfoi oConcertoparapianoe orquestranº1,composiçãoque ganhouoprimeiro
  • 2. prémiode composiçãopatrocinadopeloCírculode CulturaMusical em1940.Recebeuamesma distinção em 1942, com a cantata História Trágico-Marítima sobre textos de Miguel Torga, em 1944, com a Sinfonia per orchestra, e, em 1952, com a Sonata para piano nº 3. Lopes-Graça tambémretomouassuascolaboraçõesnaspublicaçõesperiódicasSearaNovae ODiabo,como crítico musical e teatral respetivamente.Participou,comBentode JesusCaraça,na organização daBibliotecaCosmose publicouvárioslivros onde,paraalémde editarseleçõesdosseusartigos jornalísticos, se dedicou à difusão, com intuito pedagógico, de diversos assuntos de caráter musical. Após a Segunda Guerra Mundial, grande parte da atividade de Lopes-Graça foi determinadapelasuaparticipaçãonoMovimentodeUnidadeDemocrática,assimcomonoPCP, do qual se tornou militante na década de 40. É de 1945, por exemplo, o seu plano para a organização estatal da música, inédito até à sua publicação em 1989, um bom indício das esperanças postas na mudança política que foram partilhadas por muitos nesta época. É também deste ano o início da composição das célebres Canções Heróicas, canções de intervenção que Lopes-Graça, apesar da proibição que pesava sobre a sua execução pública, continuoua comporaté 1974, e inclusive emanosposteriores.A criação,igualmenteem1945, do Coro doGrupo Dramático Lisbonense fezparte destemovimento.Este foi oantecedentedo Coro da Academia de Amadores de Música, fundado em 1950. Para além do trabalho de regência, Lopes-Graça escreveu para este agrupamento dezenas de harmonizações corais de canções tradicionais portuguesas, que constituíram o seu repertório. Por último, também em 1945, Lopes-Graça começou a colaborar regularmente na revista Vértice, onde publicou ao longo da segunda metade da década quatro artigos essenciais para entender as suas atitudes estéticas e políticas: “Necessidade e capricho da música contemporânea” (1945), “Sobre o conceito de popular na música” (1947), “O valor da tradição nas culturas musicais” e “Valor estético,pedagógicoe patrióticodacançãopopularportuguesa”(ambosde 1949).Oseuapreço reivindicativo da música tradicional continuou manifestando-se nas suas obras musicais da década de 50, nomeadamente na Sonata nº 3 e nas Glosas, ambas para piano. O fim da sua atividade pedagógica na Academia de Amadores de Música, em1954, foi consequênciade umdespachoministerial que anulou a sua autorização para dar aulas em instituições privadas de ensino. Conseguiu, porém, manter a sua ligação com a instituição através da revista Gazeta Musical (1950-1957), fundada por ele juntamente com João José Cochofel, e da edição do Dicionário de Música (1954-8), empresa iniciada a partir do projeto de um dos seus professores, o então já falecido Tomás Borba, e através da direção musical do mencionado Coro da Academia de Amadores de Música, que teve nestesanosum dos seusperíodosde mais intensaatividade. O dicionáriofoi editadopelaEditorial Cosmose durante estesanosfoi a principal fonte de ingressos do compositor. O seu encontro com Michel Giacometti data de fins da década de 50, quando após um primeiroencontropessoal ambosderaminícioaumtrabalhoconjuntoque se manteve durante décadas.Oprimeirofrutodestacolaboraçãonasceuem 1960,anoemque foi editadooprimeiro volume discográficodacoleção “AntologiadaMúsica Regional Portuguesa”,dedicadoà região de Trás-os-Montes. Ambos, em 1981, editaram no Círculo de Leitores o Cancioneiro Popular Português.
  • 3. Odesenvolvimentoposteriordaobramusical deLopes-Graçatempermitidodefiniruma terceirafase iniciadanasegundametade dadécadade cinquenta,e marcadapor obras comoo ciclovocal As mãose os frutos(1959), sobre poemasde Eugéniode Andrade,oCanto de Amor e de Morte,quintetocompianocompostoem1961,e a Sonataparapianonº5, escritaem1977. Estas duas obras contam-se entre a produção mais intensa e exigente em termos formais e expressivos do compositor, evidenciando uma nova orientação no seu estilo. Embora nunca chegasse a abandonar completamente as referências explícitas à canção tradicional no seu catálogo, nestes anos, o compositor passou a explorar de maneira intensiva o ritmo e a harmonia, sendo o trabalho sobre este parâmetrobaseado na utilização de um número muito reduzido de relações intervalares, em estruturas mais elaboradas. Esta é também a época do Concerto da camera col violoncelo obbligato, encomenda de Mstislav Rostropovich que o interpretou em primeira audição num concerto em Moscovo, e do Quarteto de cordas nº 1, vencedordoprémiode composiçãoRainierIIIde Mónaco em1965. Nesse anoforam gravadas pela primeira vez obras sinfónicas da sua autoria interpretadas pela Orquestra do Porto sob a regência de Silva Pereira, que tinha dirigido no ano anterior um concerto inteiramente preenchido com composições para orquestra de Lopes-Graça, promovido pela delegação portuense da Juventude Musical Portuguesa. O fim do Estado Novo traduziu-se no reconhecimento oficial da importância de Lopes- Graça para a cultura portuguesa através de diversas homenagens e encomendas estatais.No que dizrespeitoàdivulgaçãoda sua obra,devemosreferirareedição,aolongodas décadasde 70 e de 80, dos seus livros numa coleção da Editorial Caminho e a gravação em disco de um considerável númerode obrasdasua autoria,editadaspelaetiquetadiscográficaPortugalSom, entãodependente daSecretariade EstadodaCultura.Osanos transcorridosdesde 1974 até ao seu falecimento foram para Lopes-Graça criativamente muito férteis. São prova disso as duas sonatas para piano e um quarteto, o impressionante Requiempara as vítimas do fascismo em Portugal (1979) e as Sete predicaçõesde “OsLusíadas”(1980),o bailadoDançares,umasinfonia para orquestra de formação clássica, numerosas canções, composições instrumentais mais brevese peças de circunstância.Da sua últimaprodução para voz e piano,destacam-se osDez Novos Sonetos de Camões, Aquela nuvem e outras (sobre poemas infantis de Eugénio de Andrade) e canções sobre textos de Fernando Pessoa e de José Saramago. Se o expressivo Requiem sintetiza a vertente mais dramática do seu catálogo, surgiram neste período outras composiçõescomcaracterísticas novas.Lopes-Graçacultivoua partir dos anos 80 uma espécie de neoclassicismo revisitadoparaformaçõesinstrumentaisquenuncatinhamfeitoparte doseu catálogo. Na realidade, essa ideia de neoclassicismo relaciona-se ao longo de toda a sua obra com uma interessantereflexãosobre ade tradição,que se evidencianorecursoe manipulação constante de citaçõesmusicais.Sonatanº6, a SinfoniettahomenagemaHaydne Geórgicassão exemplos desta última fase, obras onde também se revela através da paródia o seu peculiar sentido do humor. Morreu a 27 de Novembro de 1994, na Parede. http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xx/fernando-lopes-graca.html#.Xs6mAUBFyUk Ano Principais obras 1927 Variações sobre um tema popular português (piano). 1931 Primeiras versões das Sonatinas para violino e piano nº 1 e nº 2.
  • 4. 1934 Canções para voz e piano sobre poemas de Fernando Pessoa, Adolfo Casais Monteiro e António Botto. 1936 Cançõessobre poesiade AfonsoDuarte,CarlosQueiroze José Régio. 1938 Escreve a músicapara o bailado“realista” La fièvredu temps e iniciao trabalho de harmonização de canções tradicionais portuguesas para voz e piano. 1939 Sonata nº 2 (piano) e canções sobre sonetos de Camões. 1940 Concerto para piano e orquestra nº 1 e suite orquestral A febre do tempo, baseado no bailado anterior. 1941 Três danças portuguesas, para orquestra. 1942 PrimeirasversõesdoConcertoparapianoe orquestranº2e dacantata para voz e orquestra História Trágico-Marítima, baseada em poemas de Miguel Torga. 1943 Sinfonia per orchestra. 1946 Canções sobre poemas de José Gomes Ferreira, Cochofel,Carlos de Oliveirae ArmindoRodrigues.Primeirasharmonizaçõesdas Cançõesregionais portuguesas. Publicação das Marchas, danças e canções, consideradas as primeiras Canções heróicas. 1947 Trovas, para voz e piano, sobre textos tradicionais. 1949 Scherzo heróico para orquestra. Harmoniza as Six old english songs. 1950 Compõe,entre outras,asseguintesobras: Primeira cantata do Natale Onzeencomendaçõesdasalmas,ambaspara coro; Vinte e quatro prelúdiose Glosas sobre canções tradicionais portuguesas para piano; canções sobre poemasde Teixeirade Pascoaes,FernandoPessoa,Luísde Camõese JoãoJosé Cochofel. 1952 Sonata para piano nº 3. 1953 Primeira versão das Quatro canções de Federico Garcia Lorca. 1957 Conclui o segundo caderno das Melodias rústicas portuguesas para pianoe iniciaos Cinco nocturnos.Nestesanos,dedica-se sobretudoà música vocal e à revisão de obras anteriores. 1959 Conclui os Cinco nocturnos e o ciclo vocal As mãos e os frutos sobre poesia de Eugénio de Andrade, obras que o próprio compositor considerou pontos de viragem no seu percurso criativo. 1960 Dandocontinuidadeàpredominânciadamúsicavocal noseucatálogo, escreve cançõessobre poesiade FernandoPessoa,VitorinoNemésio,Luísde Camões,Albertode Lacerda e Sá de Miranda. Iniciaa primeiradasoito suites para piano In memoriam Bela Bartók. 1961 Compõe a primeira versão do Canto de amor e de morte e a Sonata para piano nº 4. Iniciaos Quatro bosquejosparaorquestrade cordas, Mar de Setembro (sobre poemas de Eugénio de Andrade) e os Três sonetos à noite
  • 5. (Bocage). "A Menina do Mar" um conto em quatro actos (sobre o conto homónimo de Sophia de Mello Breyner). 1962 Concertino para violeta. 1963 Cinco canções de “Os dias íntimos” (J. J. Cochofel) 1964 Quarteto de arcos nº 1. Dá início à cantata-melodrama D. Duardos e Flérida, baseada na obra de Gil Vicente, que será concluída em 1969. 1966 Sete lembranças para Vieira da Silva, para quinteto de sopro, e Concerto de câmara com o violoncelo obrigado, por encomenda de Mstislav Rostropovich. 1971 Versão para orquestra dos Seis cantos sefardins. 1974 Finalizaa orquestraçãoda Fantasia sobreum canto religioso da Beira Baixa, para piano e orquestra. 1975 Conclui as oito suites In Memoriam Béla Bartók. 1979 Conclui o Requiem pelas vítimas do fascismo em Portugal. 1980 Sinfonieta em homenagem a Haydn, por encomenda da Orquestra Gulbenkian. 1981 Sonatapara pianonº 6 e Sete apotegmas.Compõea“Perpétuaparaa campa de Carlosde Oliveira”,primeiradas MúsicasFúnebres emmemóriade amigos falecidos." 1982 Quarteto de arcos nº 2. 1984 Conclui o bailado Dançares. 1986 Em louvor à paz, para orquestra. 1987 Aquela nuvem e outras (Eugénio de Andrade) e outras canções, também para voz e piano, sobre textos de Pessoa e de dois dos seus heterónimos (Ricardo Reis e António de Campos). 1989 Geórgicas, dedicada ao agrupamento Opus Ensemble. Canciones de Tierras Altas (Antonio Machado). 1990 Tríptico de D. João (José Saramago). 1992 Jardim perdido, para coro (Sophia de Mello Breyner Andresen).