SlideShare uma empresa Scribd logo
 
Francielle Ribeiro Alves
 João da Cruz e Sousa,
considerado o mestre do
simbolismo brasileiro, nasceu em
Desterro, hoje cidade de
Florianópolis – SC. Filho de
escravos alforriados, nasceu livre.
Foi criado como filho adotivo do
Marechal-de-Campo Guilherme
Xavier de Sousa e Clarinda
Fagundes de Sousa, de quem
herdou o sobrenome.
 “Missal” foi publicada em 1893 e
marcou o início do Simbolismo no
Brasil. Missal só não passou
despercebida, enquanto obra, por
força de uma pequena parte da crítica
e de um público ainda mais restrito. O
mérito só veio com o tempo e com o
reconhecimento da genialidade de
seu autor. Os textos de Missal são
escritos em prosa, cabe lembrar que
a poesia brasileira praticamente
desconhecia a prosa entre suas
publicações, poucos ou quase
ninguém havia lido Charles
Baudelaire (um dos iniciadores do
Simbolismo), o que gerou um certo
estranhamento quanto a Missal.
 
 A musicalidade, repetição quanto ao jogo de verbos, de
substantivos e de adjetivos, todos produzindo e
sugerindo imagens sinestésicas.
“Torvo, trêmulo e triste na noite, esse bêbado que eu via
constantemente à porta dos cafés e dos teatros, parara em
frente do cais deserto, na alta, profunda hora solitária.
Espadaúdo, de grande estatura, ombros fortes como um
cossaco, costumava sempre bater a cidade em marchas
vertiginosas, na andadura bamba dos ébrios, indo pernoitar
depois ali, perto das vagas, amigas eternas de sua nevrose..”
 “O seu aspecto, ao mesmo tempo piedoso e feroz,
traduzia a expressão terrível que deixa o bronze
inflamado da Dor calcinando naturezas nervosas e
violentas.”
 Jogo de Contrastes e de antíteses
“E a luz do astro noturno e branco, da Verônica do Azul,
congelada de mágoas, envolvia a face atormentada do bêbado
como num longo sudário de piedades eternas…”
 Apreço pela temática da noite
 “Nos límpidos espaços nem um movimento, um frêmito
leve de aragem perturbava a harmoniosa tranqüilidade
da noite clara, por entre os finos rendilhados prateados
das estrelas.”
 “Um luar baço, enevoado, de quando em quando
brilhava, abria, rasgando as nuvens, num clarão que
iluminava amplas fachas do céu de um tom esverdeado,
como folhagens tenras e frescas laçadas pela chuva.”
 Os poemas de Cruz e Sousa abandonam o significado
explícito e lógico para buscar a ilogicidade e a
sugestão vaga, regras, aliás, de fundamental
importância para a poética simbolista. A multiplicidade
de imagens e de sonoridades gera uma explosão
sensorial no leitor, conduzindo-o a um estado de
espanto geral e de choque diante do inusitado. As
imagens, aparentemente inconciliáveis, múltiplas e
repetidas, despertam um psiquismo intenso. Essa
fusão de abstrações cria o sensorialismo simbolista.
 Podemos entender que “Bêbado” é ,senão, a
representação do poeta Simbolista. Este bêbado que “
gesticulava e falava [...] proferia palavras[...] confusas”
um ser nebuloso que possui a “alma sem humor”, uma
névoa em seu entendimento (razão), “visões de
sonâmbulo” é como o poeta simbolista, que há de vagar
sozinho, com as suas visões oblíquas, do alto da sua
torre de marfim, distante das pessoas e suas visões
comuns acerca da vida e todas as coisas do mundo.
“E ele gesticulava e falava, movia os braços, proferia
palavras ásperas e confusas, como os tartamudos.”
“Um desses seres tenebrosos, quase sinistros, a quem
faltou um pouco de graça, um pouco de ironia e riso para
florir e iluminar a vida.”
“Porque o álcool, pondo uma névoa no entendimento,
apaga, desfaz a ação presente das idéias e fá-las recuar
ao passado, levantando e fazendo viver, trazendo à flor do
espírito, indecisamente, embora, as perspectivas, as
impressões e sensações do passado.”
 CAPOBIANCO, Juan Marcello. Cruz e Sousa em 1893:
A incompreensão crítica de Missal e Broquéis.. UFF.
Revista Philologus, Ano 20, N° 58 – Supl.: Anais do VI
SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014
 CLEMENTE, Elvo. Elementos Simbolistas em Missal e
Broquéis. Puc- RS. 1993.
 CRUZ E SOUSA, João da. PÉREZ, José (org.). Missal,
Evocações. In: Cruz e Sousa: Prosa. 2 ed. São Paulo :
Cultura, 1945. v. 2. pp.5-126. (Série Clássica Brasileiro-
Portuguesa, Os mestres da língua, 14).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)
rillaryalvesj
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMASEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
Marcelo Fernandes
 
1ª Fase Do Modernismo
1ª Fase Do Modernismo1ª Fase Do Modernismo
1ª Fase Do Modernismo
Amandeixom
 
3ª fase do modernismo - Clarice Lispector
3ª fase do modernismo - Clarice Lispector3ª fase do modernismo - Clarice Lispector
3ª fase do modernismo - Clarice Lispector
Colégio Santa Luzia
 
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...
Cláudia Heloísa
 
Realismo naturalismo parnasianismo
Realismo naturalismo parnasianismoRealismo naturalismo parnasianismo
Realismo naturalismo parnasianismo
Andrezza Cameski
 
Crônicas para jovens, Clarice Lispector.pptx
Crônicas para jovens,  Clarice Lispector.pptxCrônicas para jovens,  Clarice Lispector.pptx
Crônicas para jovens, Clarice Lispector.pptx
CrisBiagio
 
Macunaíma
MacunaímaMacunaíma
Análise do poema os sapos, de manuel bandeira
Análise do poema os sapos, de manuel bandeiraAnálise do poema os sapos, de manuel bandeira
Análise do poema os sapos, de manuel bandeira
ma.no.el.ne.ves
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geração
Luciene Gomes
 
2ª geração modenista (POESIA)
2ª geração modenista (POESIA)2ª geração modenista (POESIA)
2ª geração modenista (POESIA)
Nathaly Caldas Costa
 
Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)
Josie Ubiali
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
Andriane Cursino
 
Antônio gonçalves dias power point para apresentar
Antônio gonçalves dias power point para apresentarAntônio gonçalves dias power point para apresentar
Antônio gonçalves dias power point para apresentar
Mari Abreu
 
3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog
Luciene Gomes
 
Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...
Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...
Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...
luisprista
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
luarefletindo
 
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
Danillo Rodrigues
 
Poesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaPoesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernista
Luciene Gomes
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
Cláudia Heloísa
 

Mais procurados (20)

2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)
 
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMASEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
SEMINÁRIO DE LITERATURA - JORGE DE LIMA
 
1ª Fase Do Modernismo
1ª Fase Do Modernismo1ª Fase Do Modernismo
1ª Fase Do Modernismo
 
3ª fase do modernismo - Clarice Lispector
3ª fase do modernismo - Clarice Lispector3ª fase do modernismo - Clarice Lispector
3ª fase do modernismo - Clarice Lispector
 
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...
 
Realismo naturalismo parnasianismo
Realismo naturalismo parnasianismoRealismo naturalismo parnasianismo
Realismo naturalismo parnasianismo
 
Crônicas para jovens, Clarice Lispector.pptx
Crônicas para jovens,  Clarice Lispector.pptxCrônicas para jovens,  Clarice Lispector.pptx
Crônicas para jovens, Clarice Lispector.pptx
 
Macunaíma
MacunaímaMacunaíma
Macunaíma
 
Análise do poema os sapos, de manuel bandeira
Análise do poema os sapos, de manuel bandeiraAnálise do poema os sapos, de manuel bandeira
Análise do poema os sapos, de manuel bandeira
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geração
 
2ª geração modenista (POESIA)
2ª geração modenista (POESIA)2ª geração modenista (POESIA)
2ª geração modenista (POESIA)
 
Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Antônio gonçalves dias power point para apresentar
Antônio gonçalves dias power point para apresentarAntônio gonçalves dias power point para apresentar
Antônio gonçalves dias power point para apresentar
 
3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog
 
Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...
Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...
Miguel Torga (ExposiçãO Com Poemas Com Estrofes Dos Alunos Do 10 º Ano Em 200...
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
GONÇALVES DIAS - ROMANTISMO (Vida, obra e características)
 
Poesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaPoesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernista
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 

Destaque

Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativosPronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos
Karin Cristine
 
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e SouzaPORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
BlogSJuniinho
 
Ismália - Aphonsus de Guimaraens
Ismália - Aphonsus de GuimaraensIsmália - Aphonsus de Guimaraens
Ismália - Aphonsus de Guimaraens
Mima Badan
 
Cruzesousa vol1 poesia
Cruzesousa vol1 poesiaCruzesousa vol1 poesia
Cruzesousa vol1 poesia
Carlos Alê
 
1 1 arte e literatura
1 1 arte e literatura1 1 arte e literatura
1 1 arte e literatura
Luan02
 
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousaAcrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Karin Cristine
 
Simbolismo SemináRio
Simbolismo   SemináRioSimbolismo   SemináRio
Simbolismo SemináRio
mrbo
 
Simbolismo 2017 revisado
Simbolismo  2017 revisadoSimbolismo  2017 revisado
Simbolismo 2017 revisado
Karin Cristine
 
Poetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistasPoetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistas
José Alexandre Dos Santos
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
Cláudia Heloísa
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
Naldinho Amorim
 

Destaque (11)

Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativosPronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos
 
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e SouzaPORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
 
Ismália - Aphonsus de Guimaraens
Ismália - Aphonsus de GuimaraensIsmália - Aphonsus de Guimaraens
Ismália - Aphonsus de Guimaraens
 
Cruzesousa vol1 poesia
Cruzesousa vol1 poesiaCruzesousa vol1 poesia
Cruzesousa vol1 poesia
 
1 1 arte e literatura
1 1 arte e literatura1 1 arte e literatura
1 1 arte e literatura
 
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousaAcrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
 
Simbolismo SemináRio
Simbolismo   SemináRioSimbolismo   SemináRio
Simbolismo SemináRio
 
Simbolismo 2017 revisado
Simbolismo  2017 revisadoSimbolismo  2017 revisado
Simbolismo 2017 revisado
 
Poetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistasPoetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistas
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 

Semelhante a Análise Bêbado - Cruz e Sousa

Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)
FACETEG - UPE
 
Simbolismo autores
Simbolismo   autoresSimbolismo   autores
Simbolismo autores
Karin Cristine
 
SIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptxSIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptx
MatoseRodriguesAdvoc
 
Aula 18 simbolismo em portugal e no brasil
Aula 18   simbolismo em portugal e no brasilAula 18   simbolismo em portugal e no brasil
Aula 18 simbolismo em portugal e no brasil
Jonatas Carlos
 
18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil
18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil
18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil
AlineEliasReisSantos
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Literatura simbolismo
Literatura simbolismoLiteratura simbolismo
Literatura simbolismo
Ana Maria Marques
 
Simulado lit-prise 3 ok
Simulado lit-prise 3 okSimulado lit-prise 3 ok
Simulado lit-prise 3 ok
Shislaine Mary Carvalho
 
Simbolismo2
Simbolismo2Simbolismo2
Simbolismo2
edvaldo63
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
edvaldo63
 
Literatura simbolismo
Literatura simbolismoLiteratura simbolismo
Literatura simbolismo
José Ricardo Lima
 
simbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdf
simbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdfsimbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdf
simbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdf
MnicaOliveira567571
 
Memorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloMemorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estilo
FilipaFonseca
 
Os Maias(1)
Os Maias(1)Os Maias(1)
Os Maias(1)
Ferreira09
 
Os Maias(1)
Os Maias(1)Os Maias(1)
Os Maias(1)
emilia1966
 
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos  andré,douglas, luis augustoLira dos vinte anos  andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
teresakashino
 
Análise de emparedado, de cruz e souza
Análise de emparedado, de cruz e souzaAnálise de emparedado, de cruz e souza
Análise de emparedado, de cruz e souza
ma.no.el.ne.ves
 
Literatura Nos Vestibulares Do Rs
Literatura Nos Vestibulares Do RsLiteratura Nos Vestibulares Do Rs
Literatura Nos Vestibulares Do Rs
Edir Alonso
 
Simbolismo teoria
Simbolismo teoriaSimbolismo teoria
Simbolismo teoria
VIVIAN TROMBINI
 
Simbolismo[1]
Simbolismo[1]Simbolismo[1]
Simbolismo[1]
Renato Oliveira
 

Semelhante a Análise Bêbado - Cruz e Sousa (20)

Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)
 
Simbolismo autores
Simbolismo   autoresSimbolismo   autores
Simbolismo autores
 
SIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptxSIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptx
 
Aula 18 simbolismo em portugal e no brasil
Aula 18   simbolismo em portugal e no brasilAula 18   simbolismo em portugal e no brasil
Aula 18 simbolismo em portugal e no brasil
 
18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil
18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil
18 simbolismo-em-portugal-e-no-brasil
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Literatura simbolismo
Literatura simbolismoLiteratura simbolismo
Literatura simbolismo
 
Simulado lit-prise 3 ok
Simulado lit-prise 3 okSimulado lit-prise 3 ok
Simulado lit-prise 3 ok
 
Simbolismo2
Simbolismo2Simbolismo2
Simbolismo2
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Literatura simbolismo
Literatura simbolismoLiteratura simbolismo
Literatura simbolismo
 
simbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdf
simbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdfsimbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdf
simbolismo-120918170412-phpapp02 (2).pdf
 
Memorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloMemorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estilo
 
Os Maias(1)
Os Maias(1)Os Maias(1)
Os Maias(1)
 
Os Maias(1)
Os Maias(1)Os Maias(1)
Os Maias(1)
 
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos  andré,douglas, luis augustoLira dos vinte anos  andré,douglas, luis augusto
Lira dos vinte anos andré,douglas, luis augusto
 
Análise de emparedado, de cruz e souza
Análise de emparedado, de cruz e souzaAnálise de emparedado, de cruz e souza
Análise de emparedado, de cruz e souza
 
Literatura Nos Vestibulares Do Rs
Literatura Nos Vestibulares Do RsLiteratura Nos Vestibulares Do Rs
Literatura Nos Vestibulares Do Rs
 
Simbolismo teoria
Simbolismo teoriaSimbolismo teoria
Simbolismo teoria
 
Simbolismo[1]
Simbolismo[1]Simbolismo[1]
Simbolismo[1]
 

Último

Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
edivirgesribeiro1
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
ReinaldoSouza57
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
fernandacosta37763
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
1000a
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
MessiasMarianoG
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
joseanesouza36
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Biblioteca UCS
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
livrosjovert
 
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sonsAula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Érika Rufo
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
Suzy De Abreu Santana
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
DECIOMAURINARAMOS
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
NatySousa3
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
AdrianoMontagna1
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
wagnermorais28
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
Pastor Robson Colaço
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Professor Belinaso
 

Último (20)

Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
 
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sonsAula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
 

Análise Bêbado - Cruz e Sousa

  • 2.  João da Cruz e Sousa, considerado o mestre do simbolismo brasileiro, nasceu em Desterro, hoje cidade de Florianópolis – SC. Filho de escravos alforriados, nasceu livre. Foi criado como filho adotivo do Marechal-de-Campo Guilherme Xavier de Sousa e Clarinda Fagundes de Sousa, de quem herdou o sobrenome.
  • 3.  “Missal” foi publicada em 1893 e marcou o início do Simbolismo no Brasil. Missal só não passou despercebida, enquanto obra, por força de uma pequena parte da crítica e de um público ainda mais restrito. O mérito só veio com o tempo e com o reconhecimento da genialidade de seu autor. Os textos de Missal são escritos em prosa, cabe lembrar que a poesia brasileira praticamente desconhecia a prosa entre suas publicações, poucos ou quase ninguém havia lido Charles Baudelaire (um dos iniciadores do Simbolismo), o que gerou um certo estranhamento quanto a Missal.
  • 5.  A musicalidade, repetição quanto ao jogo de verbos, de substantivos e de adjetivos, todos produzindo e sugerindo imagens sinestésicas. “Torvo, trêmulo e triste na noite, esse bêbado que eu via constantemente à porta dos cafés e dos teatros, parara em frente do cais deserto, na alta, profunda hora solitária. Espadaúdo, de grande estatura, ombros fortes como um cossaco, costumava sempre bater a cidade em marchas vertiginosas, na andadura bamba dos ébrios, indo pernoitar depois ali, perto das vagas, amigas eternas de sua nevrose..”
  • 6.  “O seu aspecto, ao mesmo tempo piedoso e feroz, traduzia a expressão terrível que deixa o bronze inflamado da Dor calcinando naturezas nervosas e violentas.”  Jogo de Contrastes e de antíteses “E a luz do astro noturno e branco, da Verônica do Azul, congelada de mágoas, envolvia a face atormentada do bêbado como num longo sudário de piedades eternas…”
  • 7.  Apreço pela temática da noite  “Nos límpidos espaços nem um movimento, um frêmito leve de aragem perturbava a harmoniosa tranqüilidade da noite clara, por entre os finos rendilhados prateados das estrelas.”  “Um luar baço, enevoado, de quando em quando brilhava, abria, rasgando as nuvens, num clarão que iluminava amplas fachas do céu de um tom esverdeado, como folhagens tenras e frescas laçadas pela chuva.”
  • 8.  Os poemas de Cruz e Sousa abandonam o significado explícito e lógico para buscar a ilogicidade e a sugestão vaga, regras, aliás, de fundamental importância para a poética simbolista. A multiplicidade de imagens e de sonoridades gera uma explosão sensorial no leitor, conduzindo-o a um estado de espanto geral e de choque diante do inusitado. As imagens, aparentemente inconciliáveis, múltiplas e repetidas, despertam um psiquismo intenso. Essa fusão de abstrações cria o sensorialismo simbolista.
  • 9.  Podemos entender que “Bêbado” é ,senão, a representação do poeta Simbolista. Este bêbado que “ gesticulava e falava [...] proferia palavras[...] confusas” um ser nebuloso que possui a “alma sem humor”, uma névoa em seu entendimento (razão), “visões de sonâmbulo” é como o poeta simbolista, que há de vagar sozinho, com as suas visões oblíquas, do alto da sua torre de marfim, distante das pessoas e suas visões comuns acerca da vida e todas as coisas do mundo. “E ele gesticulava e falava, movia os braços, proferia palavras ásperas e confusas, como os tartamudos.”
  • 10. “Um desses seres tenebrosos, quase sinistros, a quem faltou um pouco de graça, um pouco de ironia e riso para florir e iluminar a vida.” “Porque o álcool, pondo uma névoa no entendimento, apaga, desfaz a ação presente das idéias e fá-las recuar ao passado, levantando e fazendo viver, trazendo à flor do espírito, indecisamente, embora, as perspectivas, as impressões e sensações do passado.”
  • 11.  CAPOBIANCO, Juan Marcello. Cruz e Sousa em 1893: A incompreensão crítica de Missal e Broquéis.. UFF. Revista Philologus, Ano 20, N° 58 – Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014  CLEMENTE, Elvo. Elementos Simbolistas em Missal e Broquéis. Puc- RS. 1993.  CRUZ E SOUSA, João da. PÉREZ, José (org.). Missal, Evocações. In: Cruz e Sousa: Prosa. 2 ed. São Paulo : Cultura, 1945. v. 2. pp.5-126. (Série Clássica Brasileiro- Portuguesa, Os mestres da língua, 14).