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Avé Marias
O Sentimento de um Ocidental – Visão global
I - AVE-MARIAS
É a 1ª parte do longo poema «O sentimento de um ocidental»
Estrutura externa:
 11 estrofes;
 Estrofe (quadra)
 1º verso de cada estrofe decassilábico e os 3 últimos são
alexandrinos:
 Esquema rimático mantem-se: ABBA;
Esta estrutura serve a intenção de Cesário poder narrar de forma mais
longa as suas deambulações reais e subjetivas..
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de
sofrer.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.
 Cesário pretende descrever com
objetividade a realidade
observada do sujeito poético que
deambula pelas ruas de Lisboa,
ao final da tarde.
 O sujeito poético observa o
espaço que se apresenta
sombrio.
 Tratando-se de uma cidade
ocidental moderna existe
confusão e poluição como se
pode ver pelas enumerações e
sensações olfativas e visuais.
 A vivência citadina traz desespero
e sofrimento
I - AVE-MARIAS
Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros
Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos,
Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por
becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes!
 No entanto, a observação da
realidade leva o sujeito poético
a voltar-se para a sua própria
interioridade por onde vai
deambulando também.
 Aqui, as pessoas que partem
de comboio levam-no a
imaginar as exposições noutros
países da Europa Uso da
gradação crescente e do ponto
de exclamação que indicam
entusiasmo (e imaginação pela
vivência de outros).
 De seguida, analisando
realidade compara os edifícios a
gaiolas e os carpinteiros a
morcegos dando asas à sua
imaginação
I - AVE-MARIAS
E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinido de louças e talheres
Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.
 A deambulação por Lisboa
aviva no sujeito poético a
memória épica do passado
português.
 Este lembra de forma lírica e
épica o passado histórico de
Portugal e o poeta Camões,
visto ser tricentenário da sua
morte.
 Repara como lamenta com
tristeza e amargura a perda
gloriosa desse passado, usando
para isso a antítese
(estimula/incomoda e o recurso
ao presente).
 Saindo dessa memória épica, o
sujeito poético cai na realidade
moderna, mas incomodativa por
ser tão barulhenta e vistosa.
I - AVE-MARIAS
Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.
Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infeção!
 Ao longo do poema, surgem
personagens-tipo que repre-
sentam a sua classe social e
profissional.
 Estas personagens dão vida e
agitação à cidade.
 Contudo, o sujeito poético
preocupa-se com a situação dos
trabalhadores
 Tomando como exemplo as
varinas, faz uma critica social às
más condições de trabalho, de
habitação e de higiene.
I - AVE-MARIAS
II – Noite fechada
Toca-se às grades, nas cadeias. Som
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas!
O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças,
Bem raramente encerra uma mulher de "dom"!
E eu desconfio, até, de um aneurisma
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes;
À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes,
Chora-me o coração que se enche e que se abisma.
Espaços, iluminam-se os andares,
E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos
Alastram em lençol os seus reflexos brancos;
E a Lua lembra o circo e os jogos malabares.
Duas igrejas, num saudoso largo,
Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero:
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo,
Assim que pela História eu me aventuro e alargo.
O sujeito poético continua o seu
percurso, observando a realidade
que o rodeia, enumerando os novos
espaços que observa:.
 as cadeias
 o Aljube
 a "velha Sé"
 os andares
 as tascas
 os cafés
 as tendas
 os estancos
 as igrejas
II – Noite fechada
Na parte que abateu no terremoto,
Muram-me as construções retas, iguais, crescidas;
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,
E os sinos dum tanger monástico e devoto.
Mas, num recinto público e vulgar,
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras,
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras,
Um épico doutrora ascende, num pilar!
E eu sonho o Cólera, imagino a Febre,
Nesta acumulação de corpos enfezados;
Sombrios e espetrais recolhem os soldados;
Inflama-se um palácio em face de um casebre.
Partem patrulhas de cavalaria
Dos arcos dos quartéis que foram já conventos;
Idade Média! A pé, outras, a passos lentos,
Derramam-se por toda a capital, que esfria.
 "as íngremes subidas"
 "o recinto público e vulgar"
 "um palácio em face de um
casebre"
 os quartéis
«épico doutrora»:
Camões como símbolo

Símbolo da epopeia só
possível
como memória — irrepetível
II – Noite fechada
Triste cidade! Eu temo que me avives
Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes,
Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes,
Curvadas a sorrir às montras dos ourives.
E mais: as costureiras, as floristas
Descem dos magasins, causam-me sobressaltos;
Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos
E muitas delas são comparsas ou coristas.
E eu, de luneta de uma lente só,
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados:
Entro na brasserie; às mesas de emigrados,
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó.
 "as "montras dos ourives"
 os magasins
 a brasserie…
 Nesta segunda parte, face à
desolação e à soturnidade do
presente, o sujeito poético
também evoca o passado
("Assim que pela História eu me
aventuro e alargo") através do
"severo inquisidor", do "épico de
outrora" e da Idade Média.
III - AO GÁS
III - AO GÁS
O deambular progressivo do sujeito poético permite-lhe completar o quadro citadino.
São referidos novos espaços e personagens
 Espaços
 os "passeios de lajedo"
 os "moles hospitais"
 as "lojas tépidas"
 a "catedral de um comprimento imenso"
 o "cutileiro"
 a "padaria"
 as "casas de confeções e modas", com
balcões de mogno
 as “longas descidas" e as esquinas
 Personagens
 "as impuras"
 as "burguesinhas do Catolicismo"
 "o forjador"
 um "ratoneiro imberbe"
 "a lúbrica pessoa"
 uma "velha, de bandós!"
 "os caixeiros"
 "um cauteleiro rouco"
 o "velho professor (...) de latim"
E saio. A noite pesa, esmaga. Nos
Passeios de lajedo arrastam-se as impuras.
Ó moles hospitais! Sai das embocaduras
Um sopro que arrepia os ombros quase nus.
Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso
Ver círios laterais, ver filas de capelas,
Com santos e fiéis, andores, ramos, velas,
Em uma catedral de um comprimento imenso
As burguesinhas do Catolicismo
Resvalam pelo chão minado pelos canos;
E lembram-me, ao chorar doente dos pianos,
As freiras que os jejuns matavam de histerismo.
Num cutileiro, de avental, ao torno,
Um forjador maneja um malho, rubramente;
E de uma padaria exala-se, inda quente,
Um cheiro salutar e honesto a pão no forno.
III - AO GÁS
Acentua-se a ideia de
aprisionamento/clausura: 
«Cercam-me as lojas, tépidas»
 A cidade está iluminada pela luz
artificial dos candeeiros a gás.
 A cidade é descrita como espaço
impuro
• Espaço da doença
— o hospital como metonímia —
e da prostituição
• Espaço em que o espírito consumista
começa a imperar
 Impureza da cidade
≠
 Honestidade do trabalho
(representada pelo cutileiro e do
padeiro 
«cheiro salutar e honesto do pão»
E eu que medito um livro que exacerbe,
Quisera que o real e a análise mo dessem;
Casas de confeções e modas resplandecem;
Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe.
Longas descidas! Não poder pintar
Com versos magistrais, salubres e sinceros,
A esguia difusão dos vossos revérberos,
E a vossa palidez romântica e lunar!
Que grande cobra, a lúbrica pessoa,
Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo!
Sua excelência atrai, magnética, entre luxo,
Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa.
E aquela velha, de bandós! Por vezes,
A sua traîne imita um leque antigo, aberto,
Nas barras verticais, a duas tintas. Perto,
Escarvam, à vitória, os seus mecklemburgueses.
III - AO GÁS
conceção poética

fazer uma poesia de análise e
crítica
à sociedade:

Retrata espaços associados
ao consumismo e à
burguesia:
Desdobram-se tecidos estrangeiros;
Plantas ornamentais secam nos mostradores;
Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores,
E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros.
Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes
Os candelabros, como estrelas, pouco a pouco;
Da solidão regouga um cauteleiro rouco;
Tornam-se mausoléus as armações fulgentes.
"Dó da miséria!... Compaixão de mim!..."
E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso,
Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso,
Meu velho professor nas aulas de Latim!
III - AO GÁS
« «Mas tudo cansa!»
≠
 Reencontra o velho professor
de latim:
«Pede-me sempre esmola um
homenzinho idoso,
IV – Horas mortas
Nesta quarta parte, o sujeito poético deambula pelas ruas da cidade às escuras
 as personagens marginais dominam a cidade:
 as "imorais",
 os assassinos,
 os "tristes bebedores",
 os "dúbios caminhantes“
 e até os cães, que se transformam em lobos.
 É também o momento em que o espaço se torna agressivo para o sujeito
poético, essa agressividade está presente:
no colocar dos taipais e no ranger das fechaduras;
 na consciência de que a cidade é uma prisão, uma antecâmara da morte -
"Mas se vivemos, os emparedados. / Sem árvores, no vale escuro das
muralhas!..."; "prédios sepulcrais";
•no sentir de um nojo físico pela cidade - "Nauseiam-me (...) os ventres das
tabernas".
•Face a esta cidade opressiva, o sujeito poético apenas pode:
evocar a beleza e a serenidade do campo - "Pois sobem, no silêncio, infaustas e
trinadas, / As notas pastoris de uma longínqua flauta";
•expressar desejos impossíveis ou de difícil realização - "Se eu não morresse,
O teto fundo de oxigénio, de ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a quimera azul de transmigrar.
Por baixo, que portões! Que arruamentos!
Um parafuso cai nas lajes, às escuras:
Colocam-se taipais, rangem as fechaduras,
E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos.
E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente
IV – Horas mortas
Noite profunda

Luz baça das estrelas:
 Alusão a um ambiente pastoril:
 Desejo de perfeição e
imortalidade.
 Registo de sensações
visuais e auditivas:
 «lágrimas de luz»
 «Um parafuso cai nas lajes»
 Desejo de evasão:
 «Enleva-me a quimera azul
de transmigrar»
Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis,
Pousando, vos trarão a nitidez às vidas!
Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas,
Numas habitações translúcidas e frágeis.
Ah! Como a raça ruiva do porvir,
E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes,
Nós vamos explorar todos os continentes
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Mas se vivemos, os emparedados,
Sem árvores, no vale escuro das muralhas!...
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E os gritos de socorro ouvir, estrangulados.
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Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas;
Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas,
Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores.
IV – Horas mortas
:
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português
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  • 2. O Sentimento de um Ocidental – Visão global
  • 3. I - AVE-MARIAS É a 1ª parte do longo poema «O sentimento de um ocidental» Estrutura externa:  11 estrofes;  Estrofe (quadra)  1º verso de cada estrofe decassilábico e os 3 últimos são alexandrinos:  Esquema rimático mantem-se: ABBA; Esta estrutura serve a intenção de Cesário poder narrar de forma mais longa as suas deambulações reais e subjetivas..
  • 4. Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Toldam-se duma cor monótona e londrina.  Cesário pretende descrever com objetividade a realidade observada do sujeito poético que deambula pelas ruas de Lisboa, ao final da tarde.  O sujeito poético observa o espaço que se apresenta sombrio.  Tratando-se de uma cidade ocidental moderna existe confusão e poluição como se pode ver pelas enumerações e sensações olfativas e visuais.  A vivência citadina traz desespero e sofrimento I - AVE-MARIAS
  • 5. Batem os carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Ocorrem-me em revista, exposições, países: Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas: Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos, Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes!  No entanto, a observação da realidade leva o sujeito poético a voltar-se para a sua própria interioridade por onde vai deambulando também.  Aqui, as pessoas que partem de comboio levam-no a imaginar as exposições noutros países da Europa Uso da gradação crescente e do ponto de exclamação que indicam entusiasmo (e imaginação pela vivência de outros).  De seguida, analisando realidade compara os edifícios a gaiolas e os carpinteiros a morcegos dando asas à sua imaginação I - AVE-MARIAS
  • 6. E evoco, então, as crónicas navais: Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Singram soberbas naus que eu não verei jamais! E o fim da tarde inspira-me; e incomoda! De um couraçado inglês vogam os escaleres; E em terra num tinido de louças e talheres Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.  A deambulação por Lisboa aviva no sujeito poético a memória épica do passado português.  Este lembra de forma lírica e épica o passado histórico de Portugal e o poeta Camões, visto ser tricentenário da sua morte.  Repara como lamenta com tristeza e amargura a perda gloriosa desse passado, usando para isso a antítese (estimula/incomoda e o recurso ao presente).  Saindo dessa memória épica, o sujeito poético cai na realidade moderna, mas incomodativa por ser tão barulhenta e vistosa. I - AVE-MARIAS
  • 7. Num trem de praça arengam dois dentistas; Um trôpego arlequim braceja numas andas; Os querubins do lar flutuam nas varandas; Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas! Vazam-se os arsenais e as oficinas; Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, Correndo com firmeza, assomam as varinas. Descalças! Nas descargas de carvão, Desde manhã à noite, a bordo das fragatas; E apinham-se num bairro aonde miam gatas, E o peixe podre gera os focos de infeção!  Ao longo do poema, surgem personagens-tipo que repre- sentam a sua classe social e profissional.  Estas personagens dão vida e agitação à cidade.  Contudo, o sujeito poético preocupa-se com a situação dos trabalhadores  Tomando como exemplo as varinas, faz uma critica social às más condições de trabalho, de habitação e de higiene. I - AVE-MARIAS
  • 8. II – Noite fechada Toca-se às grades, nas cadeias. Som Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças, Bem raramente encerra uma mulher de "dom"! E eu desconfio, até, de um aneurisma Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes; À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes, Chora-me o coração que se enche e que se abisma. Espaços, iluminam-se os andares, E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos Alastram em lençol os seus reflexos brancos; E a Lua lembra o circo e os jogos malabares. Duas igrejas, num saudoso largo, Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, Assim que pela História eu me aventuro e alargo. O sujeito poético continua o seu percurso, observando a realidade que o rodeia, enumerando os novos espaços que observa:.  as cadeias  o Aljube  a "velha Sé"  os andares  as tascas  os cafés  as tendas  os estancos  as igrejas
  • 9. II – Noite fechada Na parte que abateu no terremoto, Muram-me as construções retas, iguais, crescidas; Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas, E os sinos dum tanger monástico e devoto. Mas, num recinto público e vulgar, Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, Um épico doutrora ascende, num pilar! E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, Nesta acumulação de corpos enfezados; Sombrios e espetrais recolhem os soldados; Inflama-se um palácio em face de um casebre. Partem patrulhas de cavalaria Dos arcos dos quartéis que foram já conventos; Idade Média! A pé, outras, a passos lentos, Derramam-se por toda a capital, que esfria.  "as íngremes subidas"  "o recinto público e vulgar"  "um palácio em face de um casebre"  os quartéis «épico doutrora»: Camões como símbolo  Símbolo da epopeia só possível como memória — irrepetível
  • 10. II – Noite fechada Triste cidade! Eu temo que me avives Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes, Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes, Curvadas a sorrir às montras dos ourives. E mais: as costureiras, as floristas Descem dos magasins, causam-me sobressaltos; Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos E muitas delas são comparsas ou coristas. E eu, de luneta de uma lente só, Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: Entro na brasserie; às mesas de emigrados, Ao riso e à crua luz joga-se o dominó.  "as "montras dos ourives"  os magasins  a brasserie…  Nesta segunda parte, face à desolação e à soturnidade do presente, o sujeito poético também evoca o passado ("Assim que pela História eu me aventuro e alargo") através do "severo inquisidor", do "épico de outrora" e da Idade Média.
  • 11. III - AO GÁS
  • 12. III - AO GÁS O deambular progressivo do sujeito poético permite-lhe completar o quadro citadino. São referidos novos espaços e personagens  Espaços  os "passeios de lajedo"  os "moles hospitais"  as "lojas tépidas"  a "catedral de um comprimento imenso"  o "cutileiro"  a "padaria"  as "casas de confeções e modas", com balcões de mogno  as “longas descidas" e as esquinas  Personagens  "as impuras"  as "burguesinhas do Catolicismo"  "o forjador"  um "ratoneiro imberbe"  "a lúbrica pessoa"  uma "velha, de bandós!"  "os caixeiros"  "um cauteleiro rouco"  o "velho professor (...) de latim"
  • 13. E saio. A noite pesa, esmaga. Nos Passeios de lajedo arrastam-se as impuras. Ó moles hospitais! Sai das embocaduras Um sopro que arrepia os ombros quase nus. Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso Ver círios laterais, ver filas de capelas, Com santos e fiéis, andores, ramos, velas, Em uma catedral de um comprimento imenso As burguesinhas do Catolicismo Resvalam pelo chão minado pelos canos; E lembram-me, ao chorar doente dos pianos, As freiras que os jejuns matavam de histerismo. Num cutileiro, de avental, ao torno, Um forjador maneja um malho, rubramente; E de uma padaria exala-se, inda quente, Um cheiro salutar e honesto a pão no forno. III - AO GÁS Acentua-se a ideia de aprisionamento/clausura:  «Cercam-me as lojas, tépidas»  A cidade está iluminada pela luz artificial dos candeeiros a gás.  A cidade é descrita como espaço impuro • Espaço da doença — o hospital como metonímia — e da prostituição • Espaço em que o espírito consumista começa a imperar  Impureza da cidade ≠  Honestidade do trabalho (representada pelo cutileiro e do padeiro  «cheiro salutar e honesto do pão»
  • 14. E eu que medito um livro que exacerbe, Quisera que o real e a análise mo dessem; Casas de confeções e modas resplandecem; Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe. Longas descidas! Não poder pintar Com versos magistrais, salubres e sinceros, A esguia difusão dos vossos revérberos, E a vossa palidez romântica e lunar! Que grande cobra, a lúbrica pessoa, Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo! Sua excelência atrai, magnética, entre luxo, Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa. E aquela velha, de bandós! Por vezes, A sua traîne imita um leque antigo, aberto, Nas barras verticais, a duas tintas. Perto, Escarvam, à vitória, os seus mecklemburgueses. III - AO GÁS conceção poética  fazer uma poesia de análise e crítica à sociedade:  Retrata espaços associados ao consumismo e à burguesia:
  • 15. Desdobram-se tecidos estrangeiros; Plantas ornamentais secam nos mostradores; Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores, E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros. Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes Os candelabros, como estrelas, pouco a pouco; Da solidão regouga um cauteleiro rouco; Tornam-se mausoléus as armações fulgentes. "Dó da miséria!... Compaixão de mim!..." E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso, Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso, Meu velho professor nas aulas de Latim! III - AO GÁS « «Mas tudo cansa!» ≠  Reencontra o velho professor de latim: «Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso,
  • 16. IV – Horas mortas Nesta quarta parte, o sujeito poético deambula pelas ruas da cidade às escuras  as personagens marginais dominam a cidade:  as "imorais",  os assassinos,  os "tristes bebedores",  os "dúbios caminhantes“  e até os cães, que se transformam em lobos.  É também o momento em que o espaço se torna agressivo para o sujeito poético, essa agressividade está presente: no colocar dos taipais e no ranger das fechaduras;  na consciência de que a cidade é uma prisão, uma antecâmara da morte - "Mas se vivemos, os emparedados. / Sem árvores, no vale escuro das muralhas!..."; "prédios sepulcrais"; •no sentir de um nojo físico pela cidade - "Nauseiam-me (...) os ventres das tabernas". •Face a esta cidade opressiva, o sujeito poético apenas pode: evocar a beleza e a serenidade do campo - "Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas, / As notas pastoris de uma longínqua flauta"; •expressar desejos impossíveis ou de difícil realização - "Se eu não morresse,
  • 17. O teto fundo de oxigénio, de ar, Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras; Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras, Enleva-me a quimera azul de transmigrar. Por baixo, que portões! Que arruamentos! Um parafuso cai nas lajes, às escuras: Colocam-se taipais, rangem as fechaduras, E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos. E eu sigo, como as linhas de uma pauta A dupla correnteza augusta das fachadas; Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas, As notas pastoris de uma longínqua flauta. Se eu não morresse, nunca! E eternamente Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! Esqueço-me a prever castíssimas esposas, Que aninhem em mansões de vidro transparente IV – Horas mortas Noite profunda  Luz baça das estrelas:  Alusão a um ambiente pastoril:  Desejo de perfeição e imortalidade.  Registo de sensações visuais e auditivas:  «lágrimas de luz»  «Um parafuso cai nas lajes»  Desejo de evasão:  «Enleva-me a quimera azul de transmigrar»
  • 18. Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis, Pousando, vos trarão a nitidez às vidas! Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas, Numas habitações translúcidas e frágeis. Ah! Como a raça ruiva do porvir, E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes, Nós vamos explorar todos os continentes E pelas vastidões aquáticas seguir! Mas se vivemos, os emparedados, Sem árvores, no vale escuro das muralhas!... Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas E os gritos de socorro ouvir, estrangulados. E nestes nebulosos corredores Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas; Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas, Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores. IV – Horas mortas :  Nova evocação do passado português («frotas dos avós»), aliada ao desejo de restaurar a grandeza no «porvir» explorando «todos os continentes»
  • 19. O Sentimento de um Ocidental – Síntese
  • 20. O Sentimento de um Ocidental – Síntese