1. Rosemary Zillig Chile
Técnica em Nutrição
Aleitamento Materno
e
Banco de Leite Humano
São Paulo
Maio – 2008
2. Rosemary Zillig Chile
Técnica em Nutrição
Aleitamento Materno
E
Banco de Leite Humano
Apostila Informativa do Aleitamento
Materno e Banco de Leite Humano
(B.L.H.)
São Paulo
Maio – 2008
3. "O ser humano se engrandece no exato grau em que trabalha para o bem-estar
do seu semelhante."
Mahatma Ghandi
4. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 5
1. HISTÓRICO DO ALEITAMENTO MATERNO ................................................................. 6
1.1. Projeto Carteiro Amigo ........................................................................................... 12
1.2. Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IAHC ......................................................... 13
1.2.1. Passos para um Hospital conquistar o direito de ser parceiro “Amigo da
Criança” ........................................................................................................................ 15
2. A FORMAÇÃO DO LEITE NA GESTAÇÃO .................................................................. 31
2.1. Produção de Leite e Prolactina .............................................................................. 32
2.2. Composição do Leite Materno ............................................................................... 33
2.2.1. O colostro............................................................................................................. 35
2.2.2. Leite maduro ........................................................................................................ 36
2.2.3. Leite do começo da mamada .............................................................................. 36
2.2.4. Leite do fim da mamada ...................................................................................... 36
2.3. Como o leite flui do organismo da mãe para o bebê ............................................ 38
2.3.1. Ajudando e Inibindo o Reflexo da Ocitocina ..................................................... 39
2.4. Até quando amamentar? ........................................................................................ 40
2.5. Vantagens do Aleitamento Materno para o bebê .................................................. 40
2.5.1. Amamentação pode aumentar o QI, Quociente Intelectual, dos bebês ........... 44
2.6. Síntese das Vantagens do Aleitamento Materno para a mãe ............................... 45
2.7. Síntese das Vantagens do Aleitamento Materno para a família........................... 46
2.8. Vantagens para o planeta ....................................................................................... 47
2.9. Vantagens do aleitamento materno para o hospital ............................................. 47
2.10. Cuidados com a nutrição materna ..................................................................... 47
GUIA PARA AMAMENTAÇÃO ..................................................................................... 50
Colocando o seio na boca do bebê ............................................................................ 51
Posições para amamentar ........................................................................................... 52
Dificuldades e problemas mais comuns .................................................................... 56
i) Ingurgitamento mamário (seios muito cheios e doloridos) ...................................... 56
ii) Fissuras do mamilo (bico do peito rachado): ............................................................ 57
iii) Mastite (inflamação da mama): ................................................................................... 57
iv) Ducto bloqueado (mama empedrada ou ingurgitada): .............................................. 58
v) Hipogalactia (diminuição do leite): ............................................................................. 59
vi) Manutenção da amamentação .................................................................................... 60
vii) Mitos e tabus ................................................................................................................ 60
Problemas relacionados com o bebê ......................................................................... 61
A) Diarréia .......................................................................................................................... 61
5. B) Pseudo-constipação intestinal (“Prisão de Ventre”) .................................................. 61
C) Recém nascido de baixo peso ..................................................................................... 62
Contracepção ............................................................................................................... 63
Desmame ...................................................................................................................... 67
Como retirar o leite materno ....................................................................................... 68
i. Retirada de Leite Manual ................................................................................................ 69
ii. Procedimento de retirada .............................................................................................. 69
iii. Depois da Extração....................................................................................................... 71
iv. Como estocar o leite materno ...................................................................................... 71
v. Conservação .................................................................................................................. 72
A Importância do Pai na Amamentação ..................................................................... 73
Conciliando a amamentação e o trabalho fora de casa ............................................ 73
3. O PAPEL DO ALEITAMENTO MATERNO NO DESENVOLVIMENTO DENTOFACIAL
DO BEBE ...................................................................................................................... 75
3.1. Beneficios para a saúde oral .................................................................................. 76
4. O DIREITO DE AMAMENTAR E DE SER AMAMENTADO - LEGISLAÇÕES
CRIADAS QUE GARANTEM ESTE DIREITO ............................................................... 79
4.1. Licença maternidade............................................................................................... 80
4.1.1. Licença Maternidade de 6 meses é aprovada no Senado para empresas
cidadãs ......................................................................................................................... 80
4.2. Direito à garantia no emprego ................................................................................ 82
4.3. Direito à creche ....................................................................................................... 82
4.4. Direto de pausas para amamentar ......................................................................... 82
4.5. Alojamento Conjunto .............................................................................................. 82
4.6. Lei do Acompanhante ............................................................................................. 83
4.7. Norma de Comercialização..................................................................................... 83
4.8. Estatuto da Criança e do Adolescente .................................................................. 84
4.9. Hospital Amigo da Criança ..................................................................................... 84
4.10. Resolução da Diretoria Colegiada Nº. RDC Nº. DE 171, DE 4 de Setembro de
2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o funcionamento de Bancos de
Leite Humano. .............................................................................................................. 84
4.11. Passos para uma Empresa Amiga da Amamentação ....................................... 85
Promover compreensão e compromisso na empresa............................................... 86
Estabelecer um grupo de trabalho para elaborar um plano de ação ....................... 86
Avaliação ...................................................................................................................... 87
Execução e publicidade............................................................................................... 87
5. MÃE CANGURU ............................................................................................................ 88
6. 6. BANCO DE LEITE HUMANO - BLH.............................................................................. 90
6.1. Procedimentos para ser doadora de leite humano ............................................... 95
6.2. Identificação e controle .......................................................................................... 95
6.3. Quem recebe o leite doado? .................................................................................. 95
6.4. Instruções para a Coleta de Leite Humano ........................................................... 95
6.5. Orientações sobre Amamentação.......................................................................... 97
7. O PAPEL DO NUTRICIONISTA NO ESTÍMULO AO ALEITAMENTO MATERNO ....... 99
A) No Pré-natal .................................................................................................................. 99
B) Período Puerperal na Maternidade ............................................................................ 100
C) No Puerpério e pós-alta da Maternidade ................................................................... 101
7.1. Atribuições Específicas ao Nutricionista em Bancos de Leite Humano,
Segundo a Resolução CFN Nº200/1998. .................................................................. 101
7.2. Outras ações a serem realizadas pelo profissional Nutricionista ..................... 102
CONCLUSÃO.................................................................................................................... 104
ANEXO I - REGULAMENTO TÉCNICO PARA O FUNCIONAMENTO DE BANCOS DE
LEITE HUMANO .......................................................................................................... 105
ANEXO II - AMAMENTAÇÃO PREVINE DISTÚRBIOS ORTODÔNTICOS ...................... 115
ANEXO III - VOCÊ É UM PROFISSIONAL DE SAÚDE AMIGO DA AMAMENTAÇÃO? .. 118
ANEXO IV - WABA TEMA da SEMANA MUNDIAL DE 2008 JÁ ESTÁ DEFINIDO ......... 120
ANEXO V - COMO TRANSPORTAR E DOAR LEITE MATERNO .................................... 121
ANEXO VI – BANCO DE LEITE HUMANO DO HOSPITAL REGIONAL SUL .................. 130
ANEXO VII – NOSSO PEQUENO MANUAL DE AMAMENTAÇÃO – DOENÇAS
MATERNAS................................................................................................................. 137
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 143
7. ÍNDICE DAS ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Projeto Carteiro Amigo ............................................................................................... 13
Figura 2 - Placar dos Hospitais Amigos da Criança ........................................................................ 16
Figura 3 - Relação dos Hospitais Amigos da Criança ..................................................................... 30
Figura 4 - Fisiologia do seio ......................................................................................................... 31
Figura 5 - Reflexo da Prolactina ou reflexo da Produção ............................................................... 33
Figura 6 - Características do Colostro - Fonte: OMS/CDR/93.6 ................................................. 36
Figura 7 - Tabela com os Principais Componentes Imunológicos do Leite Materno ........................ 37
Figura 8 - Tabela de Comparação do Leite Materno com Outros Leites - De: OMS/CDR/93.6 ...... 38
Figura 9 - Reflexo da Ocitocina .................................................................................................... 39
Figura 10 - Amamentando........................................................................................................... 50
Figura 11 - Maneira de Amamentar ............................................................................................. 51
Figura 12 – Posições diversas para amamentar ............................................................................ 53
Figura 13 - Posições Especiais para Amamentar - Gêmeos ............................................................ 54
Figura 14 - Outras Posições para Amamentar Gêmeos e bebês de idades diferentes ..................... 55
Figura 15 - Mulheres da Fábrica ônix, retirando leite no intervalo ................................................ 68
Figura 16 - Maneiras de colher leite do seio ................................................................................. 69
Figura 17 - Como proceder na coleta de leite ............................................................................... 70
Figura 18 - Maneira incorreta de colher leite ............................................................................... 70
Figura 19 - Tempo de conservação .............................................................................................. 72
Figura 20 - Diferença entre os leites: Materno, Animal e Artificial Fonte: OMS/CDR/93.6 ...... Erro!
Indicador não definido.
Figura 21 - Ilustração dos cursos do site aleitamento.com .......................................................... 115
Figura 22 - coleta de leite/ano................................................................................................... 132
Figura 23 - coleta leite/ano ....................................................................................................... 133
Figura 24 - Gráfico Crescimento da coleta de leite externa ......................................................... 134
8. 5
INTRODUÇÃO
A idéia de reunir informações sobre o Aleitamento Materno e Banco de Leite
Humano, surgiu após a conclusão do Curso Técnico em Nutrição e Dietética,
efetuado na Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, especificamente no
contato com a Disciplina de O.C.D. - Orientação e Controle de Diagnóstico, onde
se pôde ter acesso ao assunto em questão e a posterior visita complementar ao
Banco de Leite Humano do Hospital Regional Sul, na região de Santo Amaro,
intermediando contato com sua idealizadora, Dra. Rosângela Gomes dos Santos,
que generosamente forneceu informativos para consulta, despertando interesse
em aprofundamentos futuros e conseqüente participação no III Encontro de
Aleitamento Materno da Região Sul do Município de São Paulo de 2007,
contribuindo com maior assimilação do tema e de sua importância nas diversas
áreas: Saúde, estudantil e comunidade em geral.
O presente trabalho foi confeccionado através de documentos científicos
disponíveis no acervo bibliográfico físico e virtual de autoria de renomados
profissionais, devidamente respeitados e capacitados em suas respectivas áreas
de atuação, junto à órgãos competentes, sendo devidamente aqui, citados seus
créditos, procurando transcrever de forma fiel seus apontamentos.
Após a familiarização com o assunto, conveniente também seria para o
profissional interessado em complementar essas informações buscar
oportunidades de atuação prática por meio de estágio, voluntariado, curso ou
atuação remunerada em ambiente real de Bancos de Leite Humano e Lactário
enriquecendo seu currículo profissional.
Ressalta-se também, a necessidade de enfoque mais abrangente do tema nos
Cursos de Graduação e Técnicos inter-relacionados, visto este campo de atuação
ser uma área em franco desenvolvimento, proporcionando uma atividade
multidisciplinar entre as equipes envolvidas.
Justamente pelo fato da crescente notoriedade que o assunto vem obtendo no
meio científico, as informações aqui apresentadas passam por avaliações,
pesquisas e reciclagens constantes para sua melhor conceituação, informação e
manutenção da saúde, sendo rapidamente aperfeiçoadas à cada momento.
Portanto, deve-se utilizar este, como um prenúncio de muitas pesquisas que
ainda estarão por ser desenvolvidas.
9. 6
1. HISTÓRICO DO ALEITAMENTO MATERNO
O leite materno é o alimento adequado para as crianças nos primeiros meses de
vida, tanto do ponto de vista nutritivo e imunológico quanto no plano psicológico.
Publicações européias do final do período medieval e início da era moderna
exaltavam a importância do aleitamento materno para a infância. Do ano de 1500
à 1700, as mulheres inglesas saudáveis não amamentavam seus filhos, embora o
aleitamento materno fosse reconhecido como um regulador de nova gravidez.
Essas mulheres preferiam ter de 12 à 20 bebês, do que amamentá-los, pois
acreditavam que a amamentação era prejudicial esteticamente para seu
organismo. Com isso, o desmame era iniciado precocemente, sendo utilizados em
substituição, cereais ou massas para suprir essa carência.
Conforme normas médicas e religiosas a relação sexual durante o período de
amamentação que era de 18 a 24 meses, foi proibida por entenderem que tal
procedimento tornaria o leite humano mais fraco e com risco de envenenamento
em caso de nova gravidez, considerando-se também que, o colostro era visto
como um leite ruim e não deveria ser oferecido à criança. A alimentação das
crianças era, portanto, à base de leite de animais e de um alimento chamado
“panado”, feito à base de pão (farinha) e água.
Àquela época, havia um dispositivo na Constituição Francesa que visava proteger
crianças nascidas de famílias ditas indigentes, através da utilização de amas-de-
leite, que não poderiam amamentar mais do que duas crianças, além da própria e,
cada criança deveria ter um berço, a fim de não correr o risco de ser levada à
cama pela mãe e morresse sufocada durante o sono.
O Código de Hammurabi (cerca de 1800 a. C.) já continha regulamentações sobre
amas-de-leite, significando amamentar criança de outra mulher, sempre na forma
de aluguel. Na Bíblia também é referida a prática das amas-de-leite e do
aleitamento materno, sendo comparado à palavra de Deus entendida como o leite
genuíno.
Nos tempos espartanos, a mulher, se esposa do rei, era obrigada a amamentar o
filho mais velho, plebéias amamentavam todas as crianças. Plutarco relata que o
segundo filho do rei Themistes foi preterido por seu irmão mais velho, somente
porque ele não havia sido amamentado por sua mãe e sim por uma estranha.
10. 7
Ocorria da prática de utilização de amas-de-leite um aumento crescente de
mortes infantis, associadas às doenças adquiridas por estas. Suas enfermidades
contaminavam os bebês e muitas, com receio de que estivessem “repassando
afeto” à estes, passavam a oferecer o leite de vaca em pequenos chifres furados
(precursores das mamadeiras) porque se acreditava “que sugando o leite,
sugava-se também o caráter e as paixões de quem os amamentava”. Além disso,
esse procedimento passou a acarretar importantes riscos à saúde das crianças,
pois além da oferta em um recipiente não estéril, as mulheres desconheciam a
quantidade exata de água que deveria ser misturada ao leite, sem considerar o
risco de contaminação dessa água.
No Brasil, existem relatos dos séculos XVI e XVII, imprecisos e contraditórios, ao
tratar dos antigos índios Tupinambás onde os filhos das indígenas eram
amamentados durante um ano e meio e, neste período, eram transportados em
pedaços de panos, conhecidos por typoia ou typyia.
Mesmo se as mulheres tivessem que trabalhar na roça, não largavam seus filhos:
carregavam as crianças nas costas ou encaixavam-nas nos quadris. Do mesmo
modo que os animais, as índias nutriam e defendiam seus filhos de todos os
perigos. Se soubessem que o bebê tinha mamado em outra mulher, não
sossegavam enquanto a criança não colocasse para fora todo o leite estranho.
No séc. XIX, com a implantação das faculdades e academias de medicina,
surgiram vários projetos destinados a combater as altas taxas de mortalidade. As
mulheres que não podiam amamentar e que tinham recursos eram orientadas a
contratar uma ama-de-leite em domicílio, fiscalizando todos os cuidados
proporcionados ao bebê. Ressaltavam que “essa conduta só deveria ser adotada
em casos desesperados e que a babá, uma segunda mãe, seria a personagem
central da família burguesa, que logo adquiriu autoridade sobre a mãe ignorante.
Pensava-se que o simples fato de contrariá-la, poderia azedar o leite e preferia-se
calar a arriscar a saúde do bebê. As amas-de-leite, no entanto, “simulavam serem
boas mães” e, visando a conservar sua remuneração, apropriavam-se das
crianças, estimulando-as a permanecer a maior parte do tempo com elas.
O sistema de amas-de-leite prosperou até fins do século XIX. Depois disso, o
aleitamento artificial, sob forma de mamadeira com leite de vaca, possibilitado
11. 8
pelo progresso de esterilização, viria a substituir a amamentação vista como
mercenária.
Na metade do século XIX, uma grande quantidade de pesquisas orientadas por
médicos, buscava um substituto para o leite materno a ser utilizado durante o
período de desmame. São descritas na literatura diferentes opções: leite de vaca,
adicionando-se açúcar e água; adição de creme e água; limonada para aumentar
o pH do leite, neste último favorecendo uma melhor digestão do leite pelo trato
intestinal; dentre outros recursos.
Com essas e outras “descobertas” orientadas pelos interesses da indústria de
alimentos, os profissionais de saúde consideravam estar proporcionando uma
melhor nutrição para as crianças observando-se em conseqüência um recuo na
prática do aleitamento materno.
Os médicos passaram a aderir às novas alternativas, prescrevendo-as como
benéficas para a alimentação infantil. Essas práticas associavam-se a um forte
marketing que passou a desempenhar um papel decisivo como influenciador de
um novo movimento na sociedade: a “cultura da mamadeira”.
Neste mesmo período, a indústria de alimentos substitutivos do leite materno
combinou açúcar e trigo com leite de vaca sem recomendação suficiente sobre os
problemas possíveis. As propagandas descreviam os produtos como
“cientificamente preparados”, entretanto as avaliações não comprovavam esta
afirmação que passou a ser uma prática de alimentação “natural”.
Ocorreu então supervalorização dos “substitutivos do leite materno, ressaltando-
se a equivalência perfeita do produto e sua facilidade reforçada pela
recomendação de eminentes pediatras para a utilização de fórmulas infantis na
dieta da criança. Decorrente deste proceder, a partir de 1922 cresce a veiculação
de propagandas de leite em pó. Em 1933, na revista “A Cigarra”, notícias da
fabricação no Brasil, dos leites em pó pela “Indústria Nacional de Alimentos
Infantis” enfatizavam que a produção do leite no país proporcionaria um produto
mais barato, substitutivo do leite materno com maior benefício caso ocorresse
sua falta, mensagem difundida ao longo de muitas décadas, citando alguns
benefícios práticos esquecendo-se novamente de esclarecer que, durante o
preparo, poderia haver contaminação, expondo principalmente as crianças que
tinham condições de vida precárias.
12. 9
Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, desaparece a publicidade de
leites em pó importados e verifica-se que tanto a revista “A Cigarra” como “O
Cruzeiro” reduzem os anúncios relacionados com a alimentação infantil e, quando
citados, eram direcionados às crianças maiores. Observa-se o fato de que no
Jornal de Pediatria passa a veicular anúncio do leite em pó em contracapa,
acrescentando-se: “diante do custo que essa veiculação envolve, chama-se
atenção para a importância da contribuição da indústria de leite em pó na
sustentação econômica de revistas especializadas”.
No final dos anos 40, início dos anos 50, os produtos são apresentados como
uma opção para facilitar a tarefa de alguns médicos que passam a prescrevê-los
indiscriminadamente às mães, como a forma mais prática e viável para seus
filhos, pois asseguravam ser um “produto confiável”. Nos anos subseqüentes,
emerge a utilização de leites em pó, desde o momento da secção do cordão
umbilical, exaltando-se a composição do produto que teria toda a segurança na
substituição do leite materno.
Outros produtos complementares ao leite em pó surgem como auxiliares no
preparo da mamadeira “traduzindo um deslocamento flagrante do eixo da
propaganda de alimentos infantis, originalmente centrado no aleitamento natural”.
Durante anos, foi utilizada a prática de fornecimento de produtos lácteos aos
profissionais de saúde (Médicos e Nutricionistas, em especial), estratégicos para
o fornecimento de mensagens dirigidas às mães. Outros veículos de
disseminação eram utilizados, tais como: “serviços assistenciais dos hospitais-
escola; reuniões científicas; cursos de atualização e congressos, com o patrocínio
e divulgação dessas indústrias; manutenção de um serviço próprio de divulgação
científica, além da contribuição para o sustento de revistas científicas com a
publicação sistemática desses anúncios”.
Diante do desconhecimento a respeito da lactação e da importância do controle
médico da alimentação infantil, configura-se um momento propício à propagação
de idéias distorcidas, impedindo inclusive, a percepção por parte dos profissionais
do seu envolvimento frente à disseminação do leite artificial.
A partir da disponibilidade do leite em pó no mercado, as mães passam a ter que
optar entre amamentar seus filhos no seio ou oferecer o leite na mamadeira.
Conseqüentemente, houve uma mudança do comportamento dessas mulheres,
13. 10
fato evidenciado pela perda da autoconfiança, pois anteriormente, todas as
mulheres seguiam a tradição de suas avós e de suas mães, amamentando seus
filhos no seio verificando-se uma diminuição deste tipo de aleitamento. Em
contrapartida, surgem respostas contra-hegemônicas que promovem alterações
significativas e ante ao debate e as estratégias voltadas ao incentivo à
amamentação, as indústrias abandonaram, especialmente nas grandes cidades,
a prática de entrega de latas de leite em pó para as mulheres que deixavam as
maternidades, tal como faziam anteriormente. Suspenderam-se, também, as
campanhas publicitárias de massa para divulgar o produto. No entanto,
continuaram com a estratégia de divulgação, ainda que de forma mais moderada,
prioritariamente aos Médicos Pediatras, profissionais intermediários na difusão de
sua ideologia e de seus produtos.
Com a regulamentação do Código de Substitutos do leite humano na Assembléia
Mundial de Saúde, em maio de 1981, a implantação e implementação de diversos
programas e estratégias de promoção ao aleitamento materno, coordenados pelo
Programa Nacional de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde do Brasil,
muitas normas foram disseminadas e passou-se a refletir mais sobre o resgate do
aleitamento materno exclusivo.
Diversas estratégias foram adotadas, dentre elas:
a iniciativa do “Hospital Amigo da Criança” em 1992;
a criação de Bancos de Leite Humano em diversas cidades brasileiras;
a realização de cursos de aconselhamento em amamentação;
o projeto “Carteiro Amigo”, etc.
No início observou-se resistência na implantação dessas estratégias, decorrentes
das mudanças de rotinas que os serviços necessitaram realizar.
A aprovação da NBCAL, Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para
Lactentes, Resolução 31 de 12 de outubro de 1992, do Conselho Nacional de
Saúde representou um marco importante para a história do aleitamento materno
no Brasil, pois se constituiu um instrumento legal para regular a promoção
comercial e o uso apropriado dos alimentos à venda como substitutos ou
complementos do leite materno, bem como de bicos, chupetas e mamadeiras.
Passo importante na contribuição para a adequada nutrição dos lactentes, ao
14. 11
mesmo tempo em que os defende dos riscos associados à não amamentação ou
desmame precoce, além do papel essencial de incentivar o aleitamento materno.
Nos anos de 1998 e 1999, o Ministério da Saúde passou a receber um número
crescente de denúncias de violação à Resolução 31/92. A entrada no mercado de
novas fórmulas infantis para lactentes, alimentos complementares, mamadeiras,
bicos e chupetas foram apontadas como as principais causas, visto que a
abertura do mercado brasileiro propiciou a entrada de produtos estrangeiros que
não dispunham, em seus países de origem, de legislação semelhante à NBCAL.
Além disso, a Internet também surgiu como meio usado pelas indústrias, em
especial de chupetas e mamadeiras, para promover e vender seus produtos,
infringindo, também, a norma em vigor.
Nos anos de 1999 e 2000, a Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento
Materno, do Ministério da Saúde, atendendo às recomendações do art. 11,
inciso 2, do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite
Materno, e visando atingir a meta estabelecida na Reunião Mundial de Cúpula em
Favor da Infância, de terminar com a distribuição gratuita de sucedâneos do leite
materno nos serviços de saúde, realizou em parceria com a Rede IBFAN - Rede
Internacional em Defesa do Direito de Amamentar, o Ministério Público, o
PROCON, as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a Sociedade
Brasileira de Pediatria e as Vigilâncias Sanitárias Estaduais, cursos da NBCAL em
diversos Estados brasileiros, acompanhados de um trabalho de monitoramento,
sobre o cumprimento da norma pelas indústrias, profissionais e serviços de
saúde.
A Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, no ano 2000,
constituiu um grupo de trabalho, para elaboração de revisão da NBCAL, com a
participação de Técnicos dos Ministérios da Saúde, da Agricultura e Público,
Assessoria Parlamentar do Senado Federal, Rede IBFAN, UNICEF, OPAS,
Sociedade Brasileira de Pediatria, CONAR, INMETRO, representantes de
indústrias de alimentos infantis, de chupetas e mamadeiras e alguns consultores
do programa de aleitamento materno.
O texto elaborado por esse Grupo de Trabalho, após avaliação da Área Técnica
de Saúde da Criança, foi publicado, parte como Portaria Ministerial 2.051, em
2001 e parte como Resoluções da Diretoria Colegiada da ANVISA, após consulta
15. 12
pública (RDC 221 e 222/2002). Em 2003, foram feitos treinamentos sobre a
NBCAL para profissionais das Vigilâncias Sanitárias e das Secretarias de Saúde
em 24 Estados brasileiros, em parceria com a ANVISA e IBFAN.
Na Semana Mundial de Aleitamento de 2005, foi publicada a Portaria GM 1449,
que institui o Grupo de Trabalho com objetivo de estabelecer critérios para o
Primeiro Monitoramento Oficial da Norma Brasileira de Comercialização de
Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e
Mamadeiras. Além disso, foi publicada no dia 04 de janeiro de 2006, a Lei 11265
que regulamenta a comercialização de alimentos para lactentes e crianças de
primeira infância e também de produtos de puericultura correlatos. Às empresas
de alimentos foram dados 12 meses para adequação e àquelas de bicos,
chupetas e mamadeiras, 18 meses.
1.1. Projeto Carteiro Amigo
No ano de 2002, cerca de 16.000 Carteiros, devidamente treinados por
profissionais das diversas Secretarias de Saúde dos Estados, repassaram
informações básicas e distribuíram panfletos instrutivos sobre a importância do
aleitamento materno beneficiando diretamente mais de 3.200.000 pessoas, em
856 municípios nas diversas Unidades da Federação, utilizando-se de sua
penetração e confiabilidade adquiridas junto às comunidades em que atuam.
O Projeto, objeto de Protocolo de atuação, nasceu em 1996 quando a Secretaria
de Saúde do Estado do Ceará e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
preocupados com o quadro de desnutrição e morbi-mortalidade infantil, adotaram
como estratégia, em conjunto com o UNICEF, o reforço à qualidade da
informação à comunidade.
Os resultados posteriormente levantados demonstraram aumento da prática da
amamentação, diminuição da desnutrição e dos índices de morbi-mortalidade
infantil, principalmente, por problemas pulmonares e intestinais, razão pela qual o
projeto foi estendido à todas as regiões do Brasil, com a seguinte abrangência:
16. 13
Nº DE FOLDERS PÚBLICO REGIÕES
ANO
CARTEIROS DISTRIBUÍDOS BENEFICIADO(Quantitativo) ABRANGIDAS
1999 3.264 362.000 650.000 Nordeste
Norte, Nordeste e
2000 6.080 500.000 1.000.000
Centro-Oeste
2001 15.969 1.300.000 2.000.000 Todas as regiões
2002 16.033 1.632.899 3.200.000 Todas as regiões
Figura 1 - Projeto Carteiro Amigo
Esta ação conjunta do Ministério da Saúde com o Ministério das Comunicações,
por meio dos Correios, constituiu exemplo de ação compartilhada em benefício da
saúde infantil, demonstrando preocupação social e servindo de incentivo para o
êxito das políticas de saúde, empreendidas pelo Governo em conjunto com a área
Empresarial, em sintonia com as orientações da Organização Mundial da Saúde e
do respectivo Ministério.
O Projeto "Carteiro Amigo" - Incentivo ao Aleitamento Materno teve sua relevância
reconhecida pela sociedade por meio da concessão dos seguintes prêmios:
Prêmio TOP SOCIAL/2000, promovido pela Associação Brasileira dos
Dirigentes de Vendas e Marketing, com o objetivo de distinguir as
organizações que desenvolvem ações sociais com critério e responsabilidade;
Diploma Empresa Amiga da Amamentação, concedido pelo Ministério da
Saúde;
Prêmio Helio Beltrão/2001, referente ao Concurso de Inovação na Gestão
concedido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, pela Escola
de Administração Pública e Instituto Helio Beltrão.
1.2. Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IAHC
Ao assinar a “Declaração de Innocenti”, em encontro realizado em Spedale degli
Innocenti, na Itália, o Brasil, um dos 12 países escolhidos para dar partida à
iniciativa, formalizou o compromisso de fazer dos “Dez Passos” uma realidade
nos hospitais do País.
17. 14
A Declaração foi produzida e adotada por representantes de organizações não
governamentais, ONGs, defensores da amamentação de países de todo o
mundo, no encontro "Breastfeeding in the 1990s: A Global Initiative" organizado
pela OMS/UNICEF com apoio da A.I.D United States Agency for International
Development e da SIDA - Swedish International Development Authority, em,
Florença, na Itália, entre os dias 30 de Julho e 1º de Agosto de 1990. Ela reflete o
conteúdo dos documentos produzidos para o encontro e pontos de vista
apresentados nos grupos e sessões de plenária.
O Ministério da Saúde e o Grupo de Defesa da Saúde da Criança, com o apoio do
UNICEF e da OPAS, Organização Pan-Americana de Saúde, em março de 1992,
deram os primeiros passos sobre a proteção, a promoção e apoio ao Aleitamento
Materno reconhecendo que é um processo único e uma atividade que, mesmo
tomada isoladamente, é capaz de reduzir a morbi-mortalidade infantil ao:
diminuir a incidência de doenças infecciosas;
proporcionar nutrição de alta qualidade para a criança, favorecendo seu
crescimento e desenvolvimento;
contribuir para a saúde da mulher, reduzindo riscos de certos tipos de
câncer, de anemia e ampliando o espaçamento entre partos;
proporcionar benefícios econômicos para a família e à nação;
quando bem adotado, proporcionar satisfação à maioria das mulheres.
Pesquisas recentes demonstram que estes benefícios aumentam com a
exclusividade do aleitamento materno e sua manutenção na infância.
Ficou definido na Declaração que esta alimentação ideal deve ser alcançada por
meio da criação de um processo de conscientização e apoio para que as mães
possam alimentar suas crianças dessa maneira. Medidas devem ser tomadas
para assegurar que a mulher esteja devidamente alimentada para elevar seu
próprio nível de saúde e o de sua família. Além disso, deve ser garantido que a
mulher tenha acesso às informações e serviços sobre planejamento familiar,
permitindo-lhe praticar o aleitamento materno.
Atingir este objetivo exige de muitos países reforços na cultura do aleitamento
materno, defendendo vigorosamente esta prática contra as incursões da cultura
da mamadeira. Requer compromissos e campanhas de mobilização social,
18. 15
utilizando o prestígio e a autoridade de líderes reconhecidos da sociedade em
todos os setores.
Esforços devem ser desenvolvidos para aumentar a confiança da mulher na sua
habilidade de amamentar, que envolvam a remoção de constrangimentos e
influências que manipulam sua percepção e seu comportamento, e criar uma
abrangente estratégia de comunicação dirigida a todos os setores da sociedade
que envolva todos os meios de comunicação.
Estabeleceu-se na época que todos os países, até o ano de 1995, deveriam:
nomear uma autoridade competente como coordenador nacional de
aleitamento materno e estabelecer um comitê nacional composto por membros
do Governo e de organizações não-governamentais;
assegurar que as maternidades colocassem em prática todos os "Dez Passos
para o Sucesso do Aleitamento Materno";
implementar totalmente o Código Internacional de Comercialização de
Substitutos do Leite Materno e as subseqüentes resoluções da Assembléia da
Organização Mundial da Saúde;
elaborar uma legislação criativa de proteção ao direito ao aleitamento da
mulher trabalhadora e estabelecer meios para sua implementação.
1.2.1. Passos para um Hospital conquistar o direito de ser parceiro “Amigo
da Criança”
Auto-avaliação das práticas adotadas em relação ao aleitamento materno,
estabelecendo como roteiro o questionário fornecido pelo Ministério da
Saúde, que deve ser preenchido pela direção ou chefias do serviço do
hospital e ser enviado ao Programa de Saúde da Criança com cópias para
as Secretarias de Saúde dos Estados;
Equipe treinada pelo Programa de Saúde da Criança deve realizar pré-
avaliação no estabelecimento e entregar o Certificado de Compromisso.
Neste documento, o hospital é orientado a solucionar as dificuldades
existentes na adoção dos “Dez Passos” e estabelecer o prazo para cumprir
esta meta;
Solucionadas as dificuldades, o hospital deve solicitar ao Programa de
Saúde da Criança a visita de uma equipe para a avaliação global;
19. 16
Se for indicado ao credenciamento, o hospital receberá, em solenidade
oficial, uma placa que o identificará como Amigo da Criança.
Após esta indicação pelo Ministério da Saúde, fica instituído os Dez Passos para
o Aleitamento Materno que são:
1) Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, a qual deve ser
rotineiramente transmitida à equipe de serviço;
2) Treinar a equipe, capacitando-a para implementar esta norma;
3) Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo da
amamentação;
4) Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto;
5) Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se
vierem a ser separadas de seus filhos;
6) Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite
materno, a não ser que tenha indicação clínica;
7) Praticar o alojamento conjunto: permitir que mães e bebês permaneçam juntos
24 horas por dia;
8) Encorajar a amamentação sob livre demanda;
9) Não dar bicos artificiais ou chupetas à crianças amamentadas;
10) Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à amamentação, para aonde
as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.
Figura 2 - Placar dos Hospitais Amigos da Criança
20. 17
Placar dos
Hospitais Amigos
da Criança
Acre – 1
Alagoas - 7
Amapá - 1
Amazonas - 5
Bahia - 8
Ceará - 37
Distrito Federal - 11
Espírito Santo - 4
Goiás - 22
Maranhão - 23
Mato Grosso do Sul - 4
Minas Gerais - 18
Pará - 10
Paraná - 19
Paraíba - 21
Pernambuco - 11
Piauí - 12
Rio de Janeiro - 15
Rio Grande do Norte - 32
Rio Grande do Sul - 16
Santa Catarina - 19
São Paulo - 35
Sergipe - 2
Tocantins - 4
Total - 337
Hospitais Amigos da
Criança por região
- Norte - 21
- Nordeste - 153
- Centro-Oeste - 37
- Sudeste - 72
- Sul - 54
21. 18
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Instituto Materno Infantil de Pernambuco – Recife, PE 1992
Hospital Guilherme Álvaro – Santos, SP 15/6/93
Maternidade Escola Assis Chateaubriand – Fortaleza, CE 8/9/93
Hospital Regional de Taguatinga – Taguatinga, DF 26/11/93
Hospital Clériston Andrade – Feira de Santana, BA 15/12/93
Maternidade Escola Januário Cicco – Natal, RN 13/4/94
Hospital de Clínicas Dr. Paulo Sacramento Ltda. – HPS – Jundiaí, SP 12/5/94
Maternidade Darcy Vargas – Joinville, SC 21/6/94
Maternidade D. Catarina Kuss – Mafra, SC 17/5/94
Hospital Geral César Cals – Fortaleza, CE 21/6/94
Hospital e Maternidade São Pio X – Ceres, GO 29/9/94
Hospital e Maternidade São José Pinto do Carmo – Baturité, CE 23/11/94
Hospital e Maternidade Alexander Fleming – Rio de Janeiro, RJ 12/1/95
Hospital e Maternidade N.Sra. das Graças – Cascavel, CE 29/12/94
Hospital de Maternidade São Vicente de Paulo – Barbalha, CE 10/4/95
Irmandade Sta. Casa de Misericórdia de Porto Alegre – Porto Alegre, RS 27/3/95
Maternidade Maria do Amparo – São Luís, MA 2/5/95
Hospital Manoel Novaes – Santa Casa de Misericórdia – Itabuna, BA 16/5/95
Hospital Regional Leônidas Melo – Barras, PI 12/7/95
Hospital Sofia Feldman – Belo Horizonte, MG 20/7/95
Hospital Inácia P. dos Santos/Hospital da Mulher – Feira de Santana, BA 22/8/95
Sociedade de Proteção à Maternidade e à Infância de Acari / Hospital e
1/9/95
Maternidade de Acari – Acari, RN
Hospital José Pedro Bezerra /Hospital Santa Catarina – Natal, RN 4/9/95
Hospital Regional Dom Malan – Petrolina, PE 15/9/95
Hospital Regional de Sobradinho – Sobradinho, DF 15/9/95
Hospital de Clínicas do Paraná – Curitiba, PR 10/11/95
Hospital Santa Luísa de Marilac – Aracati, CE 23/11/95
Maternidade Frei Damião – João Pessoa, PB 4/12/95
22. 19
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Sociedade Beneficente N.Sra. do Bom Conselho – Arapiraca, AL 18/12/95
Centro Integrado de Saúde Amaury Medeiros – CISAM – Recife, PE 15/12/95
Unidade Mista de Saúde Dr. Antonio Pedreira de Albuquerque Martins – Teresina,
18/12/95
PI
Unidade de Saúde de Touros – FNS – Touros, RN 18/12/95
Santa Casa de Misericórdia São Miguel dos Campos – São Miguel dos Campos,
18/12/95
AL
Hospital Evangélico de Londrina – Londrina, PR 18/12/95
Hospital N.Sra. das Graças – Curitiba, PR 10/12/95
Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró –
19/12/95
Maternidade Almeida Castro – Mossoró, RN
Hospital Agamenon Magalhães – Recife, PE 15/12/95
ABEMP–Associação Beneficente Médica de Pajuçara – Maracanaú, CE 4/1/96
Hospital Dr. Henderson Josino Bandeira de Moura – Patú, RN 4/3/96
Unidade Mista de Saúde de Caicó – Caicó, RN 4/3/96
Unidade Mista Roque Silva Mota – Tejuçuoca, CE 13/3/96
Centro Hospitalar de Mossoró –Casa de Saúde e Maternidade Santa. Luzia –
9/4/96
Mossoró, RN
Maternidade Carmela Dutra – Florianópolis, SC 16/4/96
Hospital Duarte Filho – Mossoró, RN 9/4/96
Real Sociedade Portuguesa de Santa Maria – Arapiraca, AL 4/7/96
Maternidade Dr. Adalberto Pereira da Silva – Anápolis, GO 5/7/96
Hospital Sta. Rita e Maternidade Sta. Olímpia – Palmeira dos Índios, AL 4/7/96
Instituto de Saúde Elpídeo de Almeida – ISEA – Campina Grande, PB 9/7/96
Maternidade Hildete Falcão Batista – Aracaju, SE 12/7/96
Beneficência Camiliana – Hospital São José – Balsas, MA 16/7/96
Hospital Maternidade Jesus, Maria, José – Quixadá, CE 30/7/96
Maternidade Santa Mônica – Lago da Pedra, MA 5/8/96
Unidade de Saúde Wall Ferraz – Teresina, PI 12/8/96
Fundação Hospitalar Dr. Carlindo Dantas – Hospital Seridó – Caicó, RN 10/9/96
23. 20
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Hospital Universitário Ana Bezerra – Santa Cruz, RN 10/9/96
Hospital Maternidade Dr. Sadi Mendes – Parnamirim, RN 10/9/96
Hospital e Maternidade Santa Maria – Araripina, PE 20/9/96
Hospital Regional da Ceilândia – Ceilândia, DF 29/9/96
Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos – Lages, SC 2/10/96
Hospital Materno Infantil de Brasília – Brasília, DF 8/10/96
Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto – Ouro Preto, MG 25/10/96
Hospital Policlínica de Juazeiro Ltda. – Juazeiro do Norte, CE 31/10/96
Unidade Mista de Saúde São Francisco – Itapagé, CE 13/11/96
Maternidade Climério de Oliveira – Salvador, BA 13/11/96
Hospital Pd João Maria – Maternidade Anaíla Regina – Currais Novos, RN 13/11/96
Hospital e Maternidade Santa Terezinha – Massaranduba, PB 2/12/96
Hospital Regional de Planaltina – Planaltina, DF 6/12/96
Hospital Geral de Camaçari – Camaçari, BA 9/12/96
Unidade Mista Elpídeo Cavalcante de Albuquerque – Fleixeiras, AL 9/12/96
Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho – Macaíba, RN 10/12/96
Hospital e Maternidade Santo Antonio – Barbalha, CE 10/12/96
Hospital e Maternidade São Lucas – Juazeiro do Norte, CE 10/12/96
Hospital e Maternidade Sagrada Família – Santarém, PA 20/12/96
Hospital Regional de Caraúbas – Caraúbas, RN 6/1/97
Maternidade São José – Itabaiana, SE 4/4/97
CLIPSI – Clínica ,Pronto-Socorro Infantil e Hospital Geral de Campina Grande –
14/4/97
Campina Grande, PB
Hospital e Maternidade Municipal "Dr. Silvério Fontes – Santos, SP 18/4/97
Hospital Local Dr. José de Brito Magalhães – Piracuruca, PI 4/5/97
Hospital e Maternidade Maria Júlia Maranhão – Araruna, PB 23/5/97
Sociedade Beneficente São Francisco de Assis de Tupã – Tupã, SP 26/8/97
Maternidade Dona Evangelina Rosa – Teresina, PI 29/7/97
24. 21
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Maternidade Cândida Vargas – João Pessoa, PB 13/10/97
Maternidade Dr. Peregrino Filho – Patos, PB 3/11/97
Hospital Materno Infantil Sinhá Castelo – Caxias, MA 10/11/97
Hospital Universitário da UFSC – Florianópolis, SC 18/11/97
Hospital de Clínicas de Porto Alegre – Porto Alegre, RS 11/12/97
Hospital e Maternidade Paulo Sarasate – Redenção, CE 15/12/97
Sociedade de Proteção à Maternidade e à Infância de Catolé do Rocha – Catolé
31/12/97
do Rocha, PB
Hospital Regional do Gama – Gama, DF 13/2/98
Hospital Regional de Brazlândia – Brazlândia, DF 13/3/98
Maternidade Leila Diniz – Rio de Janeiro, RJ 23/3/98
Hospital Aroldo Tourinho – Montes Claros, MG 17/4/98
Beneficência Camiliana – Formosa, GO 21/5/98
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará – Belém, PA 15/6/98
Fundação Assistencial da Paraíba – FAP – Campina Grande, PB 27/7/98
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Anápolis – Anápolis, GO 9/9/98
Hospital Barão de Lucena – Recife, PE 16/9/98
Hospital e Maternidade Prof. Waldemar de Alcântara – Itapiuna, CE 6/10/98
Hospital Maternidade Venâncio Raimundo de Sousa – Horizonte, CE 20/10/98
Hospital de Guarnição de João Pessoa – João Pessoa, PB 22/10/98
Centro Médico Comunitário Bairro Novo – Curitiba, PR 26/10/98
Hospital Regional Jesus Nazareno – Caruaru, PE 13/11/98
Consórcio Regional de Saúde do Hospital Lenoir Ferreira – Chapecó, SC 16/11/98
Maternidade Pública Municipal de Betim – Betim, MG 19/11/98
Hospital Maternidade Praça XV – Rio de Janeiro, RJ 25/11/98
Hospital Evangélico de Curitiba – Curitiba, PR 1/12/98
Clínica e Maternidade Nossa Senhora do Rosário Ltda – Curitiba, PR 3/12/98
Grupo Hospitalar Conceição – Hospital Fêmina S/A – Porto Alegre, RS 4/12/98
25. 22
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Hospital Universitário do Maranhão / Fundação Josué Montello – São Luís, MA 6/1/99
Maternidade Marly Sarney – São Luís, MA 6/1/99
Hospital Municipal de Itapira – Itapira, SP 14/1/99
Hospital Universitário de Brasília – HUB – Brasília, DF 10/3/99
Sociedade Beneficente São Camilo – Hospital São Francisco de Assis – Grajaú,
10/3/99
MA
Maternidade Odete Valadares – Belo Horizonte, MG 3/5/99
Hospital Municipal de Paracatu – Paracatu, MG 5/5/99
Maternidade Nossa Senhora de Lourdes – Goiânia, GO 6/5/99
Hospital Universitário Pedro Ernesto – Rio de Janeiro, RJ 6/5/99
Sociedade Assistencial de Beberibe / Hospital. Monsenhor Dourado – Beberibe,
28/5/99
CE
Casa de Saúde e Maternidade Senhora da Luz – Guarabira, PB 18/6/99
Associação Monlevade de Serviços Sociais Hospital Margarida – João Monlevade,
13/7/99
MG
Maternidade Dona Íris – Goiânia, GO 20/7/99
Instituto Hospitalar General Edson Ramalho – João Pessoa, PB 23/7/99
Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz – Rio de Janeiro, RJ 28/7/99
U.I.S. Dr. Luiz M. de Área Leão/Hospital e Maternidade do Satélite - Teresina, PI 3/8/99
Hospital Regional de Tamboril – Tamboril, CE 11/8/99
Santa Casa de Misericórdia de Cururupu – Cururupu, MA 30/8/99
Hospital Regional Adélia Matos Fonseca – Itapecuru-Mirim, MA 6/10/99
Hospital Materno Infantil – Goiânia, GO 28/10/99
Prefeitura Municipal B. Corda / Hospital Materno Infantil – Barra do Corda, MA 11/11/99
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sobral – Sobral, CE 1/12/99
Hospital das Forças Armadas – HFA – Brasília, DF 9/12/99
Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros – São Paulo, SP 31/12/99
Hospital Escola Materno Infantil Presidente Vargas – Porto Alegre, RS 31/12/99
Unidade Integrada de Saúde Herculano Pinheiro – Rio de Janeiro, RJ 31/12/99
Fundação Hospitalar Rio Negrinho – Rio Negrinho, SC 4/1/00
26. 23
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Hospital do Trabalhador/Funpar/Fund. UFPR/Ciência/Tecn. e Cultura Curitiba, PR 20/1/00
Hospital e Maternidade Don Luis I – Belém, PA 10/2/00
Hospital de Caridade São Pedro D' Alcântara – Cidade de Goiás, GO 28/2/00
Hospital Universitário Clemente Faria – Unimontes – Montes Claros, MG 13/3/00
Hospital Santa Terezinha – Erechim, RS 12/4/00
Hospital Maternidade Luiz Argôllo – Santa Casa de Misericórdia de Santo Antonio
12/4/00
de Jesus – Antonio de Jesus, BA
Hospital das Clínicas UFPE – Recife, PE 12/4/00
Hospital Dr. Dório Silva – Serra, ES 12/4/00
Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná – Londrina, PR 26/4/00
Hospital Municipal Lucilla Ballalai – Londrina, PR 26/4/00
Hospital Regional da Asa Norte – HRAN – Brasília, DF 10/5/00
Hospital Materno Infantil Santa Rita de Cássia – Planaltina, GO 1/6/00
Hospital Nossa Senhora da Conceição – Porto Alegre, RS 13/6/00
Hospital Geral de Fortaleza – Fortaleza, CE 27/6/00
Fundação Hospitalar de Blumenau - Hospital Santo Antônio – Blumenau, SC 18/7/00
Hospital Vila Rica Ltda – Vila Rica, MT 15/8/00
Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar – Osasco, SP 25/8/00
Sociedade de Proteção à Maternidade e à Infância – Parnaíba, PI 31/8/00
Santa Casa de Misericórdia de Tupã – Tupã, SP 6/9/00
Maternidade Senhora Juvenal de Carvalho – Fortaleza, CE 19/9/00
Hospital Regional Antônio Paulino Filho – Guarabira, PB 28/9/00
Hospital Maternidade Gov. Flávio Ribeiro Coutinho – Santa Rita, PB 28/9/00
Hospital Centenário de Pau dos Ferros – Pau dos Ferros, RN 23/10/00
Hospital Santa Neusa – Grajaú, MA 9/11/00
Hospital Municipal Benito Mussoline de Sousa – Vargem Grande, MA 16/11/00
Hospital Municipal de Campos Belos – Campos Belos, GO 13/12/00
Complexo Hospitalar Professor Humberto Nóbrega – Maternidade Santa Maria –
14/12/00
João Pessoa, PB
27. 24
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Hospital e Maternidade Municipal de Peruíbe – Dr. Dalmar Americano da Costa –
18/12/00
Peruíbe, SP
Hospital Central Coronel Pedro Germano – Natal, RN 19/12/00
Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco – Timon, MA 22/12/00
Hospital São Francisco de Canindé – Canindé, CE 27/12/00
Hospital Geral de Itapecerica da Serra – Seconci, SP 18/1/01
Santa Casa de Misericórdia de Ubatuba – Ubatuba, SP 23/1/01
Hospital Nossa Senhora da Conceição – Tubarão, SC 2/2/01
Hospital Bom Jesus – Ituporanga, SC 5/2/01
Hospital de Caridade São Vicente de Paulo – Jundiaí, SP 1/3/01
Hospital Maternidade Interlagos – São Paulo, SP 2/4/01
Unidade Mista de Felipe Camarão – Natal, RN 3/4/01
Irmandade Nossa Senhora das Mercês – Montes Claros, MG 3/4/01
Maternidade e Clínica de Mulheres Bárbara Heliodora – Rio Branco, AC 2/5/01
Hospital São Lucas – Curitiba, PR 2/5/01
Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa – Ponta Grossa, PR 2/5/01
Fundação Hospitalar de Curitibanos – Hospital Hélio Anjos Ortiz, SC 18/6/01
Hospital Central do Exército – Rio de Janeiro, RJ 26/6/01
Maternidade Nascer Cidadão – Goiânia, GO 2/8/01
Hospital Municipal "Dr. José de Carvalho Florence" – São José dos Campos, SP 6/9/01
Hospital Santo Antonio Maria Zaccaria – Bragança, PA 6/9/01
Hospital e Maternidade Jaraguá – Jaraguá do Sul, SC 12/9/01
Fundação Universitária de Cardiologia/Hospital Pd. Jeremias – Cachoeirinha, RS 17/9/01
Casa de Saúde e Maternidade de Coelho Neto, MA 17/10/01
Hospital Regional Materno Infantil – Imperatriz, MA 22/10/01
Hospital Maternidade Nova Friburgo, RJ 22/10/01
Hospital Regional Dep. Manoel Gonçalves de Abrantes - Sousa, PB 26/10/01
Unidade Mista Hospitalar de Solânea - Solânea, PB 26/10/01
28. 25
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Unidade Mista de São José Ribamar - São Luís, MA 16/11/01
Maternidade Nazira Assub - São Luís, MA 16/11/01
Hospital Municipal Modesto de Carvalho - Itumbiara, GO 5/12/01
Hospital Municipal de Maracanú, CE 18/12/01
Venerável Ordem Terceira de São Francisco - Belém, PA 21/12/01
Hospital São João Batista - Volta Redonda, RJ 21/12/01
Hospital Evangélico Dr. E Sra. Goldsby King/Hospital da Mulher - Dourados, MS 22/1/02
Maternidade Maria das Neves - Brejinho, RN 22/1/02
Hospital de Caridade São Braz - Porto União, SC 28/1/02
Fundação Hospitalar de Três Barras, SC 29/1/02
Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Junior - Rio Grande, RS 8/3/02
Santa Casa de Misericórdia de Catalão, GO 18/3/02
Hospital Carmela Dutra - Rio de Janeiro, RJ 11/4/02
Hospital Municipal Santa Madadena - São João D'Aliança, GO 16/4/02
Hospital Dona Regina - Palmas, TO 29/4/02
Hospital de Caridade e Beneficência - Cachoeira do Sul, RS 27/5/02
Hospital Padre Luso - Palmas, TO 18/6/02
Hospital Geral de Bragança, PA 25/6/02
Fundação Universitária de Cardiologia - Hospital de Alvorada, RS 24/7/02
Sociedade Educação e Caridade Hospital D. João Becker - Gravataí, RS 24/7/02
Santa Casa de Misercórdia de Limeira, SP 29/7/02
Hospital Dr. Estevam Ponte - Sobral, CE 26/8/02
Hospital Regional São Paulo - Assec - Xanxerê, SC 9/9/02
Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen - Itajaí, SC 12/9/02
Hospital Veloso Costa - Bacabal, MA 12/9/02
Mater-Maternidade do Complexo Aeroporto - Ribeirão Preto, SP 20/9/02
Hospital São Francisco de Assis - Jacareí, SP 30/9/02
Hospital Ana Isabel de Carvalho - Jataí, GO 3/10/02
29. 26
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Casa de Saúde Nossa Senhora da Conceição - Campos Belos, GO 28/10/02
Associação Aquidauanense de Assistência Hospitalar - Aquidauana, MS 29/10/02
Hospital Divina Providência - Marituba, PA 29/10/02
Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna - Belém, PA 29/10/02
Hospital Geral do Promorar - Maternidade Olavo Mendes de Carvalho - Teresina,
29/10/02
PI
São Raimundo Maternidade Municipal - Piracuruca, PI 29/10/02
Centro Municipal de Saúde Serafim de Carvalho - Jataí, GO 29/10/02
Hospital Municipal de Morrinhos, GO 30/10/02
Associação Pro Matre Rio de Janeiro, RJ 30/10/02
Hospital Municipal Maternidade - Escola de Vila Nova Cachoeirinha “Dr. Mário de
31/10/02
Moraes Altenfelder Silva” - São Paulo, SP
Unidade Mista de Saúde João Moisés Sousa - Nova Olinda, PB 18/11/02
Maternidade Alvorada - Manaus, AM 18/11/02
Unidade Mista Dr. Ricardo Simione - São Miguel do Gostoso, RN 18/11/02
Hospital Municipal de Itanhaém, SP 9/12/02
Associação de Proteção à Maternidade e à Infância - União da Vitória, PR 18/12/02
Hospital Municipal Dr. Manuelito - Paranaiguara, GO 18/12/02
Santa Casa de Misericórdia de Barbacena, MG 18/12/02
Hospital e Maternidade de Ribeirão do Pinhal, PR 18/12/02
Unidade Mista Professor Bandeira Filho - Recife, PE 18/12/02
Associação Beneficente às Famílias Carentes de Pacajus - Hospital Dr. Paulo
24/12/02
Afonso - Pacajus, CE
Sociedade Beneficente São Camilo - Hospital Cura D'ars - Fortaleza, CE 24/12/02
Hospital Municipal de Estreito, MA 24/12/02
Hospital das Clínicas de Chapadinha, MA 24/12/02
Casa da Saúde Adília Maria - Boa Viagem, CE 26/12/02
Hospital Regional Rosa Pedrossian - Campo Grande, MS 26/12/02
Sociedade Beneficente Nossa Senhora Auxiliadora - Três Lagoas, MS 26/12/02
Hospital Geral de Caxias do Sul, RS 26/12/02
30. 27
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Hospital Regional Deputado Affonso Ghizzo - Araranguá, SC 26/12/02
Hospital Beatriz Ramos Indaial, SC 26/12/02
Hospital Universitário de Grajaú, SP 26/12/02
Hospital Universitário de São Bernardo do Campo, SP 26/12/02
Hospital Maternidade Santa Luzia - Carnaubais, RN 27/12/02
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, SP 27/12/02
Hospital das Clínicas de Marília - Unidade Materno Infantil - Marília, SP 27/12/02
Hospital Municipal Esaú Matos - Vitória da Conquista, BA 7/1/03
Hospital Universitário Lauro Wanderley - João Pessoa, PB 14/1/03
Fundução Hospitalar e de Assistência Social - Domingos Martins, ES 28/2/03
Hospital Maternidade Santa Helena - Itapemirim, ES 28/2/03
Hospital e Maternidade Santa Inês - Camboriú, SC 11/3/03
Fundação S.O.S. Vida - Hospital de Bragança - Bragança, PA 2/4/03
Hospital São Lucas - Pato Branco, PR 3/4/03
Hospital e Maternidade Dom Orione - Araguaína, TO 5/5/03
Maternidade Municipal Humberto Carrano - Lapa, PR 19/5/03
Hospital da Mulher 'Mãe Luzia' - Macapá, AP 20/5/03
Santa Casa de Misericórdia - Passos, MG 22/5/03
Hospital Municipal e Maternidade Profº Mário Degni - Vila Antônio - São Paulo, SP 27/5/03
Hospital Público Regional Prefeito Osvaldo R. Franco - Betim, MG 2/6/03
Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço - São Lourenço do Sul, RS 3/6/03
Sociedade Beneficente Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, SP 23/6/03
Hospital Municipal de Crixás, GO 17/7/03
Hospital de Referência de Augustinópolis, TO 5/8/03
Unidade Materno Infantil Integrada das Quintas – Natal, RN 12/9/03
Hospital Universitário Regional de Maringá, PR 15/9/03
Sociedade Beneficente - Hospital Santa Cruz - Pedro II, PI 16/9/03
Hospital Josefina Getirana Netta - Pedro II, PI 16/9/03
31. 28
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Centro de Atenção à Saúde da Mulher – Campinas, SP 25/9/03
Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima – Recife, PE 13/10/03
Hospital Maternidade Belarmina Monte - São Gonçalo do Amarante, RN 13/10/03
Hospital Municipal de Itapuranga, GO 21/10/03
Unidade Mista - Casa de Parto São Sebastião, DF 24/10/03
Maternidade Benedito Leite - São Luís, MA 4/11/03
Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes – Itapajé, CE 6/11/03
Santa Casa de Paracuru, CE 6/11/03
Hospital da Base Aérea de Natal – Parnamirim, RN 11/11/03
Hospital Municipal da Mulher - Cabo Frio, RJ 13/11/03
Hospital Flávio Leal – Piraí, RJ 17/11/03
Hospital Universitário São Francisco de Paula – Pelotas, RS 2/12/03
Casa Providência / Hospital Alzira Vargas do Amaral Peixoto - Petrópolis, RJ 3/12/03
Hospital e Maternidade Santa Isabel – Jucás, CE 15/12/03
Hospital Municipal de Quixelô, CE 16/12/03
Hospital Nossa Senhora da Conceição - Pará de Minas, MG 17/12/03
Hospital Regional Dr. Pontes Neto – Quixeramobim, CE 18/12/03
Hospital Regional de Belém, PB 19/2/04
Instituto de Perinatologia da Bahia – IPERBA - Salvador, BA 4/3/04
Hospital Municipal São Camilo – Esteio, RS 18/3/04
Casa Maternal Denilma Bulhões – Maceió, AL 14/4/04
Hospital Estadual Sumaré- Dr. Leandro Franceschini - Sumaré, SP 25/3/04
Maternidade Hilda Brandão da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, MG 3/9/04
Hospital Regional Senador Cândido Ferraz - São Raimundo Nonato, PI 29/9/04
Hospital São Vicente de Paula - União dos Palmares, AL 2/9/04
Hospital e Maternidade Aluízio Alves - Lajes, RN 25/10/04
Maternidade Cel. Leôncio Vieira de Resende - Jardim Limoeiro Serra, ES 16/11/04
Policlínica e Maternidade Arnaldo Marques - Recife, PE 22/11/04
32. 29
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Hospital Geral de Nova Iguaçu, RJ 26/11/04
Hospital e Maternidade Ester Cavalcante Assunção - Itaitinga, CE 23/11/04
Hospital maternidade São Vicente de Paulo - Itapipoca, CE 24/11/04
Hospital Geral de Fortaleza, CE 1/12/04
.Hospital Municipal Gerson Dias - Itacarambi, MG 22/2/05
Hospital Municipal de Bocaiúva – Dr. Gil Alves - Bocaiúva, MG 24/2/05
Maternidade Municipal de Contagem, MG 25/2/05
Maternidade Azilda da Silva Marreiro - Manaus, AM 22/2/05
Maternidade Cidade Nova Dona Nazira Daou - Manaus, AM 24/2/05
Maternidade “Balbina Mestrinho” - Manaus, AM 26/2/05
Hospital Municipal do Campo Limpo Dr. Fernando Mauro Rocha - São Paulo, SP 11/3/05
Maternidade de Referência – Zona Leste – Ana Braga - Manaus, AM 11/3/05
Hospital Municipal Ignácio Proença de Gouvêa - São Paulo, SP 16/3/05
Hospital Municipal Tide Setúbal - São Paulo, SP 18/3/05
Maternidade Marlene Teixeira - Aparecida de Goiânia, GO 29/4/05
Hospital Ministro Costa Cavalcante - Foz do Iguaçu, PR 27/4/05
Hospital Universitário do Oeste do Paraná - Cascavel, PR 29/4/05
Hospital Municipal Monsenhor Pedro Moura - Nova Cruz, RN 11/3/05
Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal - Santo Antônio, RN 22/3/05
Hospital EstaduaL Mário Covas - Santo André, SP 31/5/05
Hospital Regional Sul - São Paulo, SP 31/5/05
Hospital Geral de Taipas “Kátia de Souza Rodrigues” - São Paulo, SP 30/6/05
Ação Social Sociedade Beneficente Santo Antônio - Alenquer, PA 7/10/05
Hospital Geral Luiza Alcântara e Silva – São Gonçalo do Amarante, CE 16/12/05
Hospital Nossa Senhora da Conceição de Rio Casca – Rio Casca, MG 15/2/06
Fundação Civil Casa de Misericórdia de Franca – Franca, SP 12/5/06
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo – São Paulo, SP 30/6/06
Hospital e Maternidade Dr. Juca – Arez, RN 30/6/06
33. 30
Hospital Amigo da
Instituição
Criança desde
Hospital e Maternidade Victor Ferreira do Amaral – Curitiba, PR 29/7/06
Hospital Municipal”Dr. Clóvis Bezerra Cavalcante – Bananeiras, PB 9/8/06
Unidade Mista Josefa Maria da Conceição – Itaiçaba, CE
5/10/06
Aguardando publicação no Diário Oficial
Santa Casa de Caridade de Bagé – Bagé, RS
5/12/06
Aguardando publicação no Diário Oficial
Figura 3 - Relação dos Hospitais Amigos da Criança
34. 31
2. A FORMAÇÃO DO LEITE NA GESTAÇÃO
Seios inchados, sensíveis, aréolas (o círculo da pele ao redor do mamilo), mais
escurecidas são alguns sinais que surgem no início da gravidez. Um outro sinal é
o aparecimento de pequenos carocinhos em torno da aréola chamados “glândulas
de Montgomery”, que também têm um papel fundamental na amamentação. Estes
pequenos caroços produzem uma substância oleosa que limpa, lubrifica e protege
o mamilo de infecções durante a amamentação.
Figura 4 - Fisiologia do seio
Talvez ainda mais impressionante que esta transformação visível é as grandes
mudanças que ocorrem dentro dos seios. A placenta estimula a liberação do
estrogênio e da progesterona, que por sua vez, estimulam o complexo sistema
biológico que faz a lactação possível.
Antes da gravidez, os seios eram compostos de uma combinação do tecido de
sustentação, glândulas lactíferas e gordura (a quantidade de gordura varia entre
as mulheres, e é por isso que os seios têm variedade de tamanhos e formas).
Na fisiologia do organismo ao nascer a maioria dos ductos lactíferos, uma rede
de canais por onde passa o leite através do seio, já estão formados. As glândulas
mamárias permanecem “em repouso” até a puberdade, quando uma inundação
do estrogênio faz com que os seios cresçam e desenvolvam-se. Durante a
gravidez, essas glândulas começam a trabalhar a todo vapor.
Quando o bebê nasce, o tecido glandular substituiu a maioria das células lipídicas
o que explica o aumento do seio onde cada um poderá ter, até cerca de 680
gramas.
35. 32
Entre as células gordurosas e o tecido glandular ficam essa intrincada rede de
canaletas ou canais chamados ductos lactíferos. Os hormônios da gravidez
provocam um aumento de número e tamanho nesses ductos e estes se ramificam
em canais menores e terminam em pequenas glândulas redondas chamadas
alvéolos que formam “cachos”, chamados lóbulos. Cada mama tem entre 15 e 20
lóbulos com um ducto lactífero para cada lóbulo.
O leite é produzido dentro dos alvéolos, que são cercados por células musculares
que espremem as glândulas e mandam o leite para fora através dos ductos.
Pequenos ductos conduzem a um ducto maior que se alarga em um “reservatório”
chamado seio lactífero, que fica logo abaixo da aréola. Os seios lactíferos agem
como reservatórios que guardam o leite até que o bebê o sugue através de
minúsculas aberturas no mamilo. Esse complexo sistema de ductos está
completamente formado em algum momento durante o segundo trimestre,
facilitando a nutrição do bebê, mesmo se ele nascer prematuramente.
2.1. Produção de Leite e Prolactina
O leite começará a ser produzido em “escala total” cerca de 72 horas depois do
nascimento do bebê. Uma vez que a placenta é expelida, os níveis de estrogênio
e progesterona diminuem drasticamente no corpo. Ao mesmo tempo, o nível da
prolactina aumenta.
Prolactina é um hormônio secretado pela adeno-hipófise que estimula a
produção de leite pelas glândulas mamárias. O aumento de produção da
prolactina provoca a Hiperprolactinemia, causando nas mulheres alteração
mestrual e infertilidade. No homem, gera impotência sexual por prejudicar a
produção de testosterona e também o aumento das mamas (ginecomastia). A
prolactina é produzida em maior quantidade durante a gravidez, mas também no
pós-parto devido a pressões psicológicas e físicas ou medicações. A causa da
hiperprolactinemia é um tumor benigno. Quando menor que 1 cm é chamado de
microprolactinoma e quando maior que 1 cm é chamado de macroprolactinoma.
Este hormônio produzido na glândula pituitária sinaliza ao corpo para produzir
lotes de leite para nutrir o bebê. Os estudos mostram também que a prolactina
pode fazer a mãe sentir-se mais "maternal," por isso alguns especialistas
chamam este, de “hormônio materno”.
36. 33
Enquanto o corpo se prepara para a lactação, ele bombeia sangue extra nos
alvéolos, fazendo os seios ficarem firmes e cheios. As veias sangüíneas
inchadas, combinadas com uma abundância de leite, podem deixar os seios
temporariamente dolorosos e ingurgitados, mas se houver amamentação
freqüente, em poucos dias poderá aliviar todo desconforto.
Figura 5 - Reflexo da Prolactina ou reflexo da Produção
Cada vez que a criança suga, estimula as terminações nervosas do mamilo. Estes
nervos levam o estímulo para a parte anterior da glândula pituitária que produz a
prolactina. Esta, através da circulação sanguínea, atinge as mamas que
produzem o leite. A prolactina atua depois que a criança mama e produz leite para
a próxima mamada. Essas etapas, desde a estimulação do mamilo até a
secreção do leite, são chamadas de Reflexo de Produção ou Reflexo da
Prolactina.
A glândula pituitária produz mais prolactina durante a noite do que durante o dia.
Portanto, o aleitamento materno à noite ajuda a manter uma boa produção de
leite.
2.2. Composição do Leite Materno
O leite materno é um líquido rico em gordura, minerais, vitaminas, enzimas e
imunoglobulinas ou anticorpos que protegem contra doenças. São um grupo de
37. 34
glicoproteínas presentes no soro e nos líquidos orgânicos e são produzidas pelos
linfócitos B, precursores que depois de terem entrado em contato com o antígeno,
originam os plasmócitos de diferentes linhagens e clones celulares, que irão
produzir as cinco frações de imunoglobulinas, denominadas imunoglobulinas G,
A, M, D e E. Apesar de apresentarem muitas semelhanças, diferem entre si no
tamanho, na composição de aminoácidos, no conteúdo de carboidratos e na
carga elétrica.
O leite maduro é formado em 87% de água, os restantes 13% são uma poderosa
combinação de elementos, fundamentais para o crescimento e desenvolvimento
da criança.
Recém nascidos perdem 25% do calor do seu corpo através da evaporação de
água dos seus pulmões e pele e a maioria vão mamar entre 9 e 11 vezes por dia,
mantendo facilmente o equilíbrio de fluidos no corpo. A gordura no leite humano
proporciona uma fonte de energia para seu crescimento e desenvolvimento, o
colesterol necessário e ácidos essenciais de gordura. O leite materno é rico em
ácidos graxos insaturados de cadeia longa, importante para o desenvolvimento e
mielinização do cérebro que se inicia no desenvolvimento pré-natal e completa-se
no lactente. Ela só ocorre caso haja nutrição adequada, sendo deficiente na
carência de proteínas que decorre do desmame precoce. As lesões carenciais da
mielinização tem recuperação difícil e com freqüência, resultam em déficit
intelectual. São comuns em crianças desnutridas, presentes nas favelas
brasileiras, notadamente nas nordestinas.
Ácidos aracdônico, linoléico e gorduras poliinsaturadas, existem em maiores
concentrações no leite humano do que no leite de vaca, ambos importantes na
síntese de prostaglândinas.
As proteínas do leite humano são estruturais e qualitativamente diferentes das do
leite de vaca. Do conteúdo protéico do leite humano 80% é lactoalbumina,
enquanto que no leite de vaca essa proporção é de caseína. A relação proteínas
do soro / caseína do leite humano é aproximadamente 80 / 20 já a do leite bovino
é 20 / 80. A baixa concentração de caseína no leite humano resulta na formação
de coalho gástrico mais leve, com flóculos de mais fácil digestão e com reduzido
tempo de esvaziamento gástrico.
38. 35
O leite humano contém também, diferentemente do leite de vaca, maiores
concentrações de aminoácidos essenciais de alto valor biológico (cistina e
taurina) que são fundamentais ao crescimento do sistema nervoso central. Isso é
particularmente importante para o prematuro, que não consegue sintetizá-los a
partir de outros aminoácidos por deficiência enzimática.
O principal carboidrato é a lactose, mas quantidades maiores que 30 açúcares já
foram identificados no leite humano, como a galactose, frutose e outros
oligossacarídeos. A concentração de lactose é de 4% no colostro e de até 7% no
leite maduro. A lactose facilita a absorção de cálcio e ferro e promove a
colonização intestinal com Lactobacillus bifidus.
O leite materno nem sempre tem exatamente a mesma composição. Há algumas
modificações importantes e normais. A composição do leite também apresenta
pequenas variações com a alimentação da mãe, mas essas alterações raramente
têm algum significado.
2.2.1. O colostro
Nos primeiros dias do recém-nascido, do seio da mãe irá surgir uma substância
cremosa, altamente protéica, com baixa gordura, chamada colostro.
Provavelmente, nos últimos meses da gravidez já houve secreções semelhantes
dessa substância grossa e amarelada (algumas mulheres têm até mesmo um
pouco de colostro no segundo trimestre da gravidez).
Este "primeiro leite" é cheio de anticorpos contra doenças, como já visto
anteriormente, chamados de imunoglobulinas, que fortalecem o sistema
imunológico do bebê.
O colostro é amarelo e mais grosso que o leite maduro e é secretado apenas em
pequenas quantidades. Mas isto é suficiente para uma criança normal e é
exatamente isso que precisa para os primeiros dias. Contém mais anticorpos e
mais células brancas que o leite maduro e dá a primeira “imunização” para
proteger a criança contra a maior parte das bactérias e vírus.
É também rico em fatores de crescimento que estimulam o intestino imaturo da
criança a se desenvolver. O fator de crescimento prepara o intestino para digerir e
absorver o leite maduro e impede a absorção de proteínas não digeridas. Se a
39. 36
criança recebe leite de vaca ou outro alimento antes de receber o colostro, estes
alimentos podem lesar o intestino e causar alergias.
O colostro é laxativo e auxilia a eliminação do mecônio (primeiras fezes muito
escuras) que ajuda a evitar a icterícia.
Propriedade Importância
Rico em anticorpos Protege contra infecções e alergias.
Muitos leucócitos Protege contra infecções.
Laxante Expulsa o mecônio, ajuda a prevenir a icterícia.
Fatores de crescimento Acelera a maturação intestinal, previne alergia e
intolerância.
Rico em vitamina A Reduz a gravidade de algumas infecções (como
sarampo e diarréia); previne doenças oculares
causadas por deficiência de vitamina A.
Figura 6 - Características do Colostro - Fonte: OMS/CDR/93.6
2.2.2. Leite maduro
Em uma ou duas semanas, o leite aumenta em quantidade e muda seu aspecto e
composição. Este é o leite maduro que contém todos os nutrientes que a criança
precisa para crescer.
O leite materno maduro parece mais ralo que o leite de vaca,
o que faz com que muitas mães pensem que seu leite é fraco. É importante
esclarecer que esta aparência aguada é normal e que o leite materno fornece
água suficiente, mesmo em climas muito quentes.
2.2.3. Leite do começo da mamada
O leite do começo surge no início da mamada, parece acinzentado e aguado e
é rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água.
2.2.4. Leite do fim da mamada
O leite que surge no final da mamada parece mais branco do que o leite do
começo porque contém mais gordura. A gordura torna o leite do fim mais rico em
energia e fornece mais da metade desta, do leite materno.
40. 37
A criança precisa tanto do leite do começo quanto do fim para crescer e se
desenvolver. É importante deixar que ela pare espontaneamente de mamar, pois
a interrupção da mamada pode fazer com que receba pequena quantidade de
leite do fim e conseqüentemente, menos gordura.
Componentes Mecanismo
IgA Secretora Impermeabilização anti-séptica das mucosas (digestiva, respiratória,
urinária)
Lactoferrina Ação Bacteriostática (retirada de ferro)
Lisozima Ação bactericida (Lise das bactérias)
Macrófagos Fagocitose (engloba as bactérias)
Fator bífido Lactobacilos – ácidos orgânicos: bactericida.
Figura 7 - Tabela com os Principais Componentes Imunológicos do Leite Materno
O leite de vaca, também contém fatores imunológicos de ótima qualidade, mas
para o bezerro. Esses fatores só funcionam para a própria espécie, ou seja, não
vale de um animal para outro, de espécie diferente. Contudo, alguns desses
fatores até poderiam funcionar, mas eles são destruídos pela armazenagem e
pela fervura do leite.
Características Leite Humano Leite Animal Leites artificiais
Propriedades presente ausente ausente
Anti-infecciosas
Fatores de presente ausente ausente
Crescimento
Proteína quantidade adequada, excesso, parcialmente
fácil de digerir difícil de digerir modificado
41. 38
Características Leite Humano Leite Animal Leites artificiais
Lipídeos suficiente em ácidos deficiente em ácidos deficiente em
graxos essenciais, graxos essenciais, não ácidos graxos
lipase para digestão apresenta lipase essenciais, não
apresenta lipase
Minerais quantidade correta em excesso parcialmente
correto
Ferro pouca quantidade, bem pouca quantidade, mal adicionado, mal
absorvido absorvido absorvido
Vitaminas quantidade suficiente deficiente A e C vitaminas
adicionadas
Água suficiente necessário extra pode ser
necessário mais
Figura 8 - Tabela de Comparação do Leite Materno com Outros Leites - De: OMS/CDR/93.6
2.3. Como o leite flui do organismo da mãe para o bebê
A criança suga o mamilo estimulando a glândula pituitária a liberar a ocitocina,
assim como a prolactina em sua corrente sangüínea.
A ocitocina ou oxitocina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e
armazenado na hipófise posterior (neuro-hipófise), e tem a função de promover as
contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação.
Também é um hormônio ligado ao que as pessoas sentem ao, por exemplo,
abraçar seu parceiro. De acordo com um estudo da Universidade de Zurique,
caso a ocitocina fosse pingada no nariz de pessoas prestes a começar uma
discussão, diminuiria a produção de cortisol, um hormônio produzido em resposta
ao estresse da discussão.
Quando alcança o seio, a ocitocina faz com que os minúsculos músculos em
torno dos alvéolos cheios de leite, contraiam-se. O leite é expelido para os ductos
por onde é transportado para os seios lactíferos, que ficam logo abaixo da aréola.
Enquanto suga, o bebê pressiona o leite que está dentro desses seios lactíferos e
faz com que jorrem direto em sua boca.
42. 39
A criança não consegue quantidade
suficiente de leite somente pela
sucção, precisa do reflexo de
“descida” para ajudar. Se o reflexo
não funcionar a criança não
conseguirá leite suficiente.
Figura 9 - Reflexo da Ocitocina
2.3.1. Ajudando e Inibindo o Reflexo da Ocitocina
O Reflexo da Ocitocina é mais complicado do que o Reflexo da Prolactina. Os
sentimentos, os pensamentos e as sensações da mãe podem afetar esse
processo e freqüentemente seus sentimentos ajudam, mas algumas vezes podem
inibi-lo.
A glândula de uma nutriz pode produzir ocitocina se pensar no filho com carinho,
ao trocar olhares com ele ou se escutar seu choro. A seguir, ela sente a contração
na mama e o leite pode “descer”, suas mamas estão prontas para amamentar.
Por outro lado, outros sentimentos podem inibir o reflexo da “descida” do leite, tais
como:
se a mãe estiver preocupada ou com medo, por alguma razão;
se ela tiver dor ,especialmente se a amamentação for dolorosa;
se ela estiver envergonhada.
Portanto, se a nutriz tem sentimentos positivos e confiança em sua capacidade de
amamentar, o leite “desce” tranquilamente, mas se tem dúvidas, suas
preocupações podem inibir a “descida” do leite.
Nos primeiros dias de amamentação, ela pode sentir algumas contrações em seu
abdômen enquanto o bebê suga. Esse pequeno desconforto sinaliza a liberação