A Teoria do Agendamento estabelece que a mídia determina os temas sobre os quais o público pensa ao destacar alguns assuntos e ignorar outros. Originalmente proposta por McCombs e Shaw na década de 1970, a teoria sugere que a mídia não diz o que pensar, mas sim em que pensar, pautando a agenda pública.
Teoria do Agendamento: a mídia e a opinião pública
1. A Teoria do Agendamento ou Agenda-settingtheory, no original, em inglês, é uma teoria de
Comunicação formulada por Maxwell McCombs e DonaldShaw na década de 1970. De acordo
com este pensamento, a mídia determina a pauta (em inglês, agenda) para a opinião pública
ao destacar determinados temas e preterir, ofuscar ou ignorar outros tantos.
[editar] História
As ideias básicas da Hipotese do Agendamento podem ser atribuídas ao trabalho de Walter
Lippmann, um proeminente jornalista estadunidense. Ainda em 1922, Lippmann propôs a tese
de que as pessoas não respondiam diretamente aos fatos do mundo real, mas que viviam em
um pseudo-ambiente composto pelas "imagens em nossas cabeças". A mídia teria papel
importante no fornecimento e geração destas imagens e na configuração deste pseudo-
ambiente.
A premissa básica da teoria em sua forma moderna, entretanto, foi formulada originalmente
por Bernard Cohen em 1963: "Na maior parte do tempo, [a imprensa] pode não ter êxito em
dizer aos leitores o que pensar, mas é espantosamente exitosa em dizer aos leitores sobre o
que pensar" (pág.13).
Ao estudarem a forma como os veículos de comunicação cobriam campanhas políticas e
eleitorais, Shaw e McCombs constataram que o principal efeito da imprensa é pautar os
assuntos da esfera pública, dizendo às pessoas não "o que pensar", mas "em que pensar".
Geralmente se refere ao agendamento como uma função da mídia e não como teoria
(McCombs&Shaw, 1972).
[editar] Contexto e Fundamentos
A teoria explica a correspondência entre a intensidade de cobertura de um fato pela mídia e a
relevância desse fato para o público. Demonstrou-se que esta correspondência ocorre
repetidamente.
Acredita-se que o agendamento ocorra porque a imprensa deve ser seletiva ao noticiar os
fatos. Profissionais de notícias atuam como gatekeepers (porteiros) da informação, deixando
passar algumas e barrando outras, na medida em que escolhem o que noticiar e o que ignorar.
O que o público sabe e com o que se importa em dado momento é, em grande parte, um
produto do gatekeepingmidiático.
2. A função de agendamento é um processo de três níveis:
1.Media Agenda (Agenda Midiática) - questões discutidas na mídia
2.Public Agenda (Agenda Pública ou da Sociedade Civil) - questões discutidas e pessoalmente
relevantes para o público
3.Policy Agenda (Agenda de Políticas Públicas) - questões que gestores públicos consideram
importantes
Um dos debates entre pesquisadores são as questões de causalidade: é a agenda midiática que
pauta a agenda da sociedade, ou é vice-versa? Iyengar e Kinder estabeleceram uma relação de
causalidade com um estudo experimental no qual identificaram que o priming, a clareza da
apresentação e a posição eram todos determinantes da importância dada a uma matéria de
jornal. Entretanto, a questão de se há influência da agenda pública na agenda midiática
continua aberta a questionamentos.
No estudo a respeito da influência que a mídia exerce no pensamento do cidadão, há duas
teorias que investigam a respeito : A “agenda setting” e a “espiral do silêncio”. A mídia ao
selecionar determinados temas a serem veiculados, por outro lado apaga os demais temas que
não entraram na pauta de informação daquele dia. Um assunto que é noticiado com
determinada força no ambiente macro-social acaba colocando no esquecimento outros
assuntos não veiculados, mesmo sendo de grande importância para a sociedade.
O termo “agenda setting” significa pauta de fixação, uma forma de direcionar a atenção que os
leitores e telespectador de uma reportagem seguirão, ou seja, a mídia aponta quais os temas
serão considerados de interesse coletivo. Segundo Walter Lippmann, o conhecimento que as
pessoas têm do mundo exterior é formado pela seleção midiática de símbolos presentes no
mundo real, criando uma relação entre a agenda midiática e agenda pública.
A “agenda setting” segue fatores condicionados à mensagem e recepção, considerando a
necessidade de orientação do público sobre determinado assunto. No quesito mensagem, a
análise mais forte está nas manchetes políticas, pois a mídia aponta e interfere na formação da
opinião pública a respeito da luta do poder. Neste caso a mídia utiliza como artifícios a
dramatização dos acontecimentos nela noticiados, personalização do conteúdo na matéria, e a
apropriação de dinâmica nos acontecimentos para acelerar o entendimento do receptor da
mensagem.
3. Na televisão, o “agenda setting” é utilizado em notícias de interesse geral como forma de
influencia na agenda pública, ocorre através de uma cobertura intensa num curto espaço de
tempo. A teoria da “espiral do silêncio” foi criada por Noelle-Neuman em 1972.
A teoria da “espiral do silêncio” inicia quando há o medo do isolamento social por parte do
indivíduos, fazendo o indivíduo se sentir isolado caso discorde da opinião pública dominante
imposta pelos veículos de comunicação. O silêncio das opiniões minoritárias, ou colocadas
como minoritárias, tende a se tornar cada vez mais isolantes à medida que a opinião geral
toma mais força através da mídia.
Teoria do Agendamento, o jornalismo como distribuidor de saberes.
"(...)em consequência da ação dos jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o
público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos
dos cenários públicos. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios
conhecimentos aquilo que o mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além
disso, o público tende aquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflete de perto a
ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos problemas, às pessoas."
DonaldShaw , 1979 (In: WOLG , 1994)
A origem do conceito de agendamento está no pensamento de Walter Lippman. Jornalista
norte-americano de grande atuação em pesquisas de opinião nos Estados Unidos da primeira
metade do século passado, Lippman constituiu uma das mais respeitadas obras de estudos da
cultura de massa e opinião pública da época, com ressonância até hoje. Para ele, " a notícia
não é um espelho das condições sociais, mas um relato de um aspecto que se impôs". É
seguindo esta linha de pensamento , que o autor aproxima os conceitos de notícia e opinião
pública.
No entanto, a formulação clássica do conceito surge nos Estados Unidos no final da década de
sessenta com Maxwell E. McCombs e DonaldShaw.
A Teoria do Agendamento pressupõe que as notícias são como são porque os veículos de
comunicação nos dizem em que pensar, como pensar e o que pensar sobre os fatos noticiados.
4. A teoria do agendamento defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a
considerar mais importantes os assuntos veiculados na imprensa, sugerindo que os meios de
comunicação agendam nossas conversas. Ou seja, a mídia nos diz sobre o que falar e pauta
nossos relacionamentos.
A hipótese do agendasetting não defende que a imprensa pretende persuadir. A influência da
mídia nas conversas dos cidadãos advém da dinâmica organizacional das empresas de
comunicação, com sua cultura própria e critérios de noticiabilidade. Nas palavras de Shaw,
citado por Wolf, "as pessoas têm tendência para incluir ou excluir de seus próprios
conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo". É
disso que se trata o agendamento.
Na maioria dos casos, estudos baseados nessa teoria referêm-se a confluência entre a agenda
midiática e agenda pública. Entretanto, seus objetivos não são verificar mudanças de voto ou
de atitude, mas sim a influência da mídia na opinião dos cidadãos sobre que assuntos devem
ser prioritariamente abordados pelos políticos. No Rio de Janeiro, por exemplo, o assunto
violência tem espaço diário nos jornais. Adivinhem que tema os políticos mais falam?
A ação da mídia no conjunto de conhecimentos sobre a realidade social forma a cultura e age
sobre ela. Para NoelleNeumann, citada por Wolf, essa ação tem três características básicas:
Acumulação: é a capacidade da mídia para criar e manter relevância de um tema.
Consonância: as semelhanças nos processos produtivos de informação tendem a ser mais
significativas do que as diferenças.
Onipresença: o fato da mídia estar em todos os lugares com o consentimento do público, que
conhece sua influência.
Concluindo, a teoria do agendamento nos diz, que as notícias pautam nosso dia a dia, nossas
conversas e isso acontece com o poder da mídia de selecionar o mais importante e nos fazer
enchegar que aquilo é sim o mais importante. As vezes o poder convencimento da mídia
parece manipulação, mas não é, a mídia simplesmente expõe as notícias que julgam
importante e o público, tradicionalmente, acredita sem duvidar e repassa aquele assunto para
frente, sem questionar.