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A REPETÊNCIA ESCOLAR
A repetência escolar gera o atraso na escola, representando um
sério problema da educação. A repetência tem mais impacto na queda
do rendimento escolar do que os fatores socioeconômicos. Aluno fora
da faixa etária da série que cursa estaciona ou regride, comprovam as
avaliações.
Os alunos com defasagem idade/série rebaixam a auto-estima, o
conceito que têm de si mesmos, comprometendo a aprendizagem. A
criança, à medida que fica com mais idade, vai mudando o
comportamento, diferenciando-se das demais que estão na mesma
sala.
No processo de ensino-aprendizagem, além da cognição, é preciso
levar em conta o desenvolvimento do corpo e das emoções, que
podem, inclusive, bloquear a aprendizagem, levar em conta as fases
específicas do desenvolvimento mental. Crianças de idades diferentes
aprendem diferentemente, as mais novas não alcançam, por exemplo,
a abstração, o raciocínio hipotético.
O que se constata é que os ciclos, na progressão continuada,
criados para evitar a repetência, não foram, ainda, devidamente
implementados. A lógica da programação dos trabalhos continua a
mesma; a reorganização curricular, que os ciclos supõem, continua
praticamente a mesma; muitas escolas ainda não a introduziram. A
forma pela qual o conhecimento é transmitido e articulado entre as
matérias não pode deixar de ser considerado pelo professor. É uma
visão que o sistema de ciclos impõe a quem ensina.
Alunos, que repetem com freqüência o ano, carregam o estigma da
inferioridade, acabando por levá-lo a uma situação de exclusão social.
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Na aprendizagem não se pode deixar de considerar o ambiente em que
o aluno vive. Segundo o relatório do Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (Saeb) de 2001, divulgado em dezembro de 2002, os
alunos das escolas rurais têm desempenho inferior aos das urbanas,
fato tido como dificuldade de acesso a uma maior variedade de bens
culturais, assim como de ter pais analfabetos sou semi-analfabetos.
O professor, antes de reprovar o aluno, deve considerar as
diferentes variáveis e optar, preferentemente, por uma mudança de
metodologia, por diferentes abordagens do conhecimento, descobrindo
no educando suas tendências, suas aptidões. Considerar o perfil do
aluno, visto que alunos de origens e formações diferentes têm,
conseqüentemente, reações diferentes. Experiência de vida e
amadurecimento pessoal contam muito na assimilação dos conteúdos
das disciplinas do currículo. A repetência acaba tirando o pobre da
escola.
O professor deve, também, reformular-se quanto ao sentido de erro.
Deve entender que a tentativa de acertar e errar, muitas vezes, é a
essência do processo de aprendizagem. Não ver o erro como falha, não
repreendê-lo de tal forma que acaba por desanimar o aluno. Deve, sim,
ser visto como oportunidade de identificar necessidades de reforço.
Ninguém aprende, ninguém cresce, sem nunca errar; o erro é
trampolim para uma maior elucidação do assunto, para se atingir uma
aprendizagem mais plena.
São vários os fatores que permitem ao professor avaliar com rigor a
evolução da aprendizagem, que é específica em cada aluno. São várias
as possibilidades de levá-lo à aprendizagem, evitando a sua repetência
escolar.
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