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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os assuntos contidos neste livro trazem, como pano de fundo, o
estudo da sociedade reinante, visto que sociedade e educação são
fatores includentes. Elas se interagem, se interferem e se refletem: uma
é resultante da outra.
O antropólogo Darcy Ribeiro, autor da nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), disse: “Nosso subdesenvolvimento não é
anormalidade, é uma enfermidade. Precisa ser tratada. E tem cura”.
A cura esta, fortemente, calcada na educação, na sociedade
politizada, que coloque sua militância na alça da consciência e da
competência. Uma sociedade esclarecida é a grande força propulsora
da educação, aquela que a empurra para cima, garantindo a promoção
humana, o crescimento do País.
A escola tem em suas mãos o potencial da nação, seus alunos, tem
na educação a grande chance da transformação social, de fazer a
população carente emergir, mudar de rumo. A conscientização da
necessidade da boa educação para todos é capaz de mobilizar ações
coletivas, ações que venham a espalhar pétalas de luzes nos caminhos
sombrios da sociedade e que só a educação pode clarear.
Cada povo tem a educação que o espelha. Esforcemo-nos para que
a nossa espelhe um povo culto, ordeiro, empreendedor. Durante todo o
livro, vimos espalhando sementinhas do saber, que a seu tempo,
esperamos, se revertam no nascimento de árvores frondosas,
promissoras. Que outras sementes, juntando-se a estas, se rompam
em outras árvores que, no seu conjunto, formem o cerne, a frente
robustecida de combate, com núcleos de influência semeando
permanentemente.
Esses núcleos, meus irmãos de luta, somos preferentemente nós,
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professores, na sublime missão de iluminar caminhos, de realizar as
aspirações humanas e sociais. Que façamos por merecer o nobre
encargo que o magistério nos confere e que Deus nos proteja nessa
empreitada. Temos que acreditar para realizar, crer para ver.
Guardo na memória um pensamento que vem de encontro ao meu
conceito de professor. Passo-o a vocês: “O professor não deve
considerar o aluno apenas como aprendiz de textos, mas
principalmente como a pessoa que precisa aprender também a conviver
melhor consigo mesma e com seus semelhantes; aprender a descobrir,
nos textos que lê, a mensagem de vida que freqüentemente se
encontra encoberta”.
O mestre deve ser a pessoa que ajuda seus alunos a desvendarem
os caminhos de suas existências, dentro do fisicamente pequeno, mas,
vivencialmente, imenso espaço de uma sala de aula.
Semeamos a terra, o conhecimento, o amor, deixando as boas
sementes germinando para o bem da humanidade. Os semeadores
sonham, como nós, em ver concretizada a sua obra, esperando as
sementes germinarem.
Com respeito e carinho,
Izabel Sadalla Grispino
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