O documento discute a prevenção da recaída no uso de álcool e drogas, identificando sinais e situações de risco que podem levar à recaída. É importante que o indivíduo receba treinamento para desenvolver autocontrole e habilidades para lidar com estados emocionais negativos, conflitos familiares, pressões sociais e outros gatilhos, a fim de interromper o processo que pode levar à recaída. A recaída não deve ser vista como fracasso, mas como oportunidade para ampliar a conscient
2. A recaída é um processo que leva o indivíduo a retomar
o uso abusivo de álcool e/ou drogas. Como processo, a
recaída apresenta alguns sinalizadores que,
considerados em tempo, podem ser interrompidos por
habilidades e estratégias que, abordadas e executadas,
fazem com que o mesmo retorne ao foco de sua
recuperação e reverta tal processo.
Por se tratar de um fenômeno consideravelmente
poderoso e perigoso, é necessário que o indivíduo
receba instruções em grupos e reuniões para conhecer
tal processo e receber treinamento para desenvolver o
autocontrole (equilíbrio).
3. A recaída se constitui num desafio para o
indivíduo, uma vez que é difícil entender
e/ou identificar seus motivos.
Quando focalizamos o comportamento de
dependentes químicos, podemos perceber
algumas características que o diferenciam
de um indivíduo que não tem esse
comprometimento, um indivíduo que
consegue manter um relacionamento
social estável.
4. Desta visão, o indivíduo deve, através de
exercícios de autoconhecimentoe autocontrole,
identificar situações, pessoas, lugares e estados
emocionais, comportamentos e atitudes que
podem mantê-lo em recuperação ou preceder
uma recaída.
A Prevenção da Recaída é um conjuntode
habilidades e modificaçõesdo estilo de vida da
pessoa para evitar uma recaída e visa:
A aquisiçãode habilidades para lidar com as
situações de risco.
A modificação do estilo de vida.
5. É importante desenvolver habilidades para lidar
com as situações de risco e mudar o estilo de
vida.
Frente a uma situação de risco, a pessoa tem 2
(duas) opções:
Enfrenta ou não a situação (resposta de
enfrentamento)
Vejamos agora algumas situações consideradas
de risco, entre outras, e facilitadoras para a
recaída:
9. TRABALHO E O AMBIENTE DE
TRABALHO:
Fim do expediente
Convites dos colegas
Hábitos de risco
Brincadeiras constrangedoras
Etc.
10. INFLUÊNCIA DE AMIGOS:
PRINCIPALMENTE POR AMIGOS DA
ATIVA E AMIZADES QUE NÃO
CONHECEM A PROBLEMÁTICA DA
DOENÇA E ACABAM TORNANDO-SE
FACILITADORAS DE UMA RECAÍDA,
ETC.
14. HÁBITO DE USAR ÁLCOOL E/OU
DROGAS
No término do trabalho;
Em fins de semana;
Quando amigos oferecem;
Em visitas;
Etc.
15. LIDAR COM O TRATAMENTO:
Quando está indo muito lentamente no
tratamento;
É mais fácil do que imaginava;
Excesso de confiança na recuperação;
Pensa que não vai ser feliz sem usar;
Já está velho demais para parar de usar e /
ou beber;
Quando sente que não está colocando em
prática o plano de recuperação;
Etc.
17. Temos que observar alguns sinais e
sintomas físicos e emocionais que
ocorrem neste processo e, caso não
identificados ou trabalhados a tempo,
podem levar o indivíduo a uma
recaída.
20. VOLTA DA NEGAÇÃO:
Ignora ou nega sentimentos e
dificuldades;
Medo;
Ansiedade;
Preocupação com o próprio bem estar;
21. COMPORTAMENTO EVASIVO* E
DEFENSIVO
Evita pensamentos honestos da
própria situação;
Preocupação com os outros e não
consigo mesmo;
Comportamento impulsivo;
Solidão;
22. CONSTRUÇÃO DA CRISE:
Devido à negação dos problemas;
“Baixo Astral”;
Focaliza e dá um valor maximizado
a um determinado problema(Visão
de túnel);
Perda da capacidade de pensar;
25. A recaída não deve ser considerada como um sinal de insucesso
no tratamento. Ela pode ser utilizada como uma oportunidade
para ampliar a conscientizaçãodo dependente sobre suas
dificuldades e seus conflitos. E pode ser vista também como
oportunidade de rever as convicções em torno da abstinência.
É comum observarmos alguns residentes alimentando
expectativas de conquistar ou reconquistar valores e situações
que não dependem exclusivamente do esforço individual, mas
dos agentes socializantes, do ambiente e do tempo. Muitos
acabam se desestimulando, perdendo a motivação quando se
deparam com frustrações, insucessos, preconceitose outros
fatos e fatores, e retornam aos antigos hábitos, pensamentos, e
mecanismos de defesa, como justificativa, racionalização,
negação, projeção etc.
26. Sabemos que a fissura é o desejo de usar a droga e que
não significa recaída. Mas também sabemos que
pensamentos e sentimentos gerados por uma situação
(“de risco” , por exemplo) podem levar a atitudes e
comportamentos (“ de risco”).
Por exemplo, um dependente que sente desejo de usar
por ter visto algum “sinalizador” (garrafa, lata, cinza,
cachimbo, música, amigo da ativa, etc.) deve ter
habilidade de interromper esse processo, mudando o
pensamento e focalizar as consequências negativas do
uso, como a dor, a culpa, a solidão, a paranoia, as
perdas, etc.
27. Esse processo funciona como uma
balança de dois pratos: é preciso
equilíbrio para que o dependente
químico não entre no processo de
euforia ou no processo de depressão
e, assim,evite ou interrompa os
mecanismos negativos de ação /
reação diante destes
comportamentos.