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A IDENTIDADE NORDESTINA NA ESCRITA DA WEB: UMA ANÁLISE DO
DISCURSO DA FANPAGE SURICATE SEBOSO

Dayana dos Santos Costa (UFMA)
Mayara Crystina Rego da Silva (UFMA)
Orientador (a): Profª Drª Veraluce da Silva Lima (UFMA)
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
INTRODUÇÃO
Discurso enquanto instrumento de construção de marcas identitárias
de um povo.
Levantamento de vocábulos pertencentes à fala do nordeste
brasileiro, análisando desses vocábulos, almejando a valorização por
parte dos falantes e o reconhecimento das peculiaridades da língua
falada pelo povo nordestino, mediante os “atores” na rede social
Facebook, na Fanpage Suricate Seboso.
Pressupostos epistemológicos nos estudos de Araújo (2004), Hall
(2004), Bakhtin (1998), Silva (2000), Tarallo (2002), Modesto (2011),
Baumam (2001).
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
Discurso e Identidade Cultural
A construção das identidades sociais está sempre em processo,
através de um constante reposicionamento.
Através do discurso, podemos observar aspectos de uma
comunidade de falantes, como: costumes, valores, entre outros.
Segundo Araújo (2004, p. 232 e 233),o discurso é (...) uma
prática em meio a outras tantas práticas, formado com regras
anônimas, históricas, determinadas no tempo e no espaço, que definem
para uma dada época e para uma dada área social, econômica,
geográfica ou linguística, as condições de exercício da função
enunciativa”.
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
Discurso e Identidade Cultural
As identidades sociais são construídas discursivamente durante
as interações sociais.
Silva (2000, p. 106) afirma que a identificação é “construída a
partir do reconhecimento de alguma origem comum, ou de
características que são partilhadas com outros grupos ou pessoas, ou
ainda a partir de um mesmo ideal”.
O sujeito, através das redes sociais, constrói sua marca
identitária, a qual se faz presente nos discursos.
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
Discurso na Web: A construção de uma identidade e sua
relação com a Sociolinguística
A língua então funciona como elemento de interação entre o
indivíduo e a sociedade em que ele atua.
Segundo Tarallo (1997, p. 08) em toda comunidade de fala são
frequentes as formas linguísticas em variação. A essas formas em
variação dá-se o nome de variantes. Variantes linguísticas são
diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto
e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes dá-se o
nome de variável linguística.

5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
Discurso na Web: A construção de uma identidade e sua relação
com a Sociolinguística
Segundo Modesto (2011, p.19), do ponto de vista da
Sociolinguística, de uma forma geral, a internet trouxe á linguagem
novas formas de variações estilísticas, e potencializou o alcance da
expressividade nas conversações digitais simétricas.

5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
• A identidade nordestina na escrita digital da Fanpage
Suricate Seboso
Neste tópico, apresentamos a análise de discursos produzidos na
fanpage Suricate Seboso que busca desvelar a identidade do falar
nordestino.

5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
Na frase Mãe já tô aki viu?!, temos a
transcrição da fala na escrita. Nesse
verbo, está presente a aférese, “um
fenômeno ainda bastante ativo que atua
principalmente sobre as vogais átonas
[...] no início dos vocábulos, mas, às
vezes, em sílabas inteiras” (VIARO, 2011,
p.139).
Em dicumer, estão presentes os
fenômenos da juntura intervocabular e
da transcrição fonética (CAGLIARI, 1999).
A juntura se manifesta na junção de
DE+COMER, com a preposição assumindo
o lugar do artigo “o”.
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

Ilustração: Mayara Rêgo
Fonte:https://www.facebook.com/suricateseboso?
fref=ts

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
A expressão môr>amor apresenta o
apagamento da vogal inicial a e a ênfase
do termo pelo emprego do acento
circunflexo em “o”. No caso da expressão
corralinda, temos a juntura vocabular e a
rotacização do “s”: coisa>corra.
Já em Caba Safado encontra-se um termo
que sofre síncope, processo fonológico que
consiste na supressão de um fonema no
meio da palavra: caba>cabra.
Encontram-se construções do tipo “gosto
Tam”, “C tá em casa”, “Bixo”,
“Senrregoen” (sem + vergonha). Nessas
palavras, o autor consegue demonstrar a
criatividade da linguagem.
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

Ilustração: Mayara Rêgo
Fonte:https://www.facebook.com/suricateseboso?
fref=ts

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
No nordeste, assim como em todo o Brasil,
há crenças e tradição. No post analisado,
temos o exemplo de uma dessas tradições
nordestinas, revelada pelo enunciado “Sai
de baixo dessa mesa, se não tu num cresce
mais praga!!”
No discurso analisado, a expressão praga
tem o sentido atribuído por Albuquerque
(2006): pessoa atentada, “coisa ruim”.

5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

Ilustração: Mayara Rêgo
Fonte:https://www.facebook.com/suricateseboso?
fref=ts

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As expressões que demos destaque na análise do corpus são
consideradas tipicamente nordestinas e, agregadas a outros fenômenos
linguísticos, como a construção da negação (nãm mermã nãm),
caracterizam esse falar curioso.
Constatamos, na pesquisa realizada, que a fanpage propõe um
retrato, ainda que resumido, da realidade cotidiana em que o nordestino
está inserido, objetivando aprimorar e tornar possível o acesso ao léxico e
à cultura do nordeste. Constatamos, também, que a fanpage Suricate
Seboso é uma forma de propagação e valorização da cultura do nordeste
brasileiro e ainda uma forma de constituir marcas identitárias deste povo
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

.

UFPE.Recife/PE
Novembro/2013
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Gilberto. Dicionário de termos nordestinos. Pernambuco.
2006.
ARAÚJO, I. L. A noção de discurso em Foucault. In: Do signo ao discurso:
introdução à filosofia da linguagem. São Paulo. Parábola Editorial, 2004.
MODESTO, Artaxerxes Thiago Tácito. PROCESSOS INTERACIONAIS NA
INTERNET: Analise da Composição Digital. São Paulo, 2011. Tese
(Doutorado)- Programa de Pós-graduação em Filosofia e Língua
Portuguesa, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos
estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.
TARALLO, F. A pesquisa sociolinguística. Ed. Ática, 1982.
VIARO, Mário Eduardo. Etimologia. São Paulo: Contexto, 2011.
5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias
Aprendizagem móvel dentro e fora da escola

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Novembro/2013

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Identidade Nordestina na Web

  • 1. A IDENTIDADE NORDESTINA NA ESCRITA DA WEB: UMA ANÁLISE DO DISCURSO DA FANPAGE SURICATE SEBOSO Dayana dos Santos Costa (UFMA) Mayara Crystina Rego da Silva (UFMA) Orientador (a): Profª Drª Veraluce da Silva Lima (UFMA) 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 2. INTRODUÇÃO Discurso enquanto instrumento de construção de marcas identitárias de um povo. Levantamento de vocábulos pertencentes à fala do nordeste brasileiro, análisando desses vocábulos, almejando a valorização por parte dos falantes e o reconhecimento das peculiaridades da língua falada pelo povo nordestino, mediante os “atores” na rede social Facebook, na Fanpage Suricate Seboso. Pressupostos epistemológicos nos estudos de Araújo (2004), Hall (2004), Bakhtin (1998), Silva (2000), Tarallo (2002), Modesto (2011), Baumam (2001). 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 3. Discurso e Identidade Cultural A construção das identidades sociais está sempre em processo, através de um constante reposicionamento. Através do discurso, podemos observar aspectos de uma comunidade de falantes, como: costumes, valores, entre outros. Segundo Araújo (2004, p. 232 e 233),o discurso é (...) uma prática em meio a outras tantas práticas, formado com regras anônimas, históricas, determinadas no tempo e no espaço, que definem para uma dada época e para uma dada área social, econômica, geográfica ou linguística, as condições de exercício da função enunciativa”. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 4. Discurso e Identidade Cultural As identidades sociais são construídas discursivamente durante as interações sociais. Silva (2000, p. 106) afirma que a identificação é “construída a partir do reconhecimento de alguma origem comum, ou de características que são partilhadas com outros grupos ou pessoas, ou ainda a partir de um mesmo ideal”. O sujeito, através das redes sociais, constrói sua marca identitária, a qual se faz presente nos discursos. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 5. Discurso na Web: A construção de uma identidade e sua relação com a Sociolinguística A língua então funciona como elemento de interação entre o indivíduo e a sociedade em que ele atua. Segundo Tarallo (1997, p. 08) em toda comunidade de fala são frequentes as formas linguísticas em variação. A essas formas em variação dá-se o nome de variantes. Variantes linguísticas são diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes dá-se o nome de variável linguística. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 6. Discurso na Web: A construção de uma identidade e sua relação com a Sociolinguística Segundo Modesto (2011, p.19), do ponto de vista da Sociolinguística, de uma forma geral, a internet trouxe á linguagem novas formas de variações estilísticas, e potencializou o alcance da expressividade nas conversações digitais simétricas. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 7. • A identidade nordestina na escrita digital da Fanpage Suricate Seboso Neste tópico, apresentamos a análise de discursos produzidos na fanpage Suricate Seboso que busca desvelar a identidade do falar nordestino. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 8. Na frase Mãe já tô aki viu?!, temos a transcrição da fala na escrita. Nesse verbo, está presente a aférese, “um fenômeno ainda bastante ativo que atua principalmente sobre as vogais átonas [...] no início dos vocábulos, mas, às vezes, em sílabas inteiras” (VIARO, 2011, p.139). Em dicumer, estão presentes os fenômenos da juntura intervocabular e da transcrição fonética (CAGLIARI, 1999). A juntura se manifesta na junção de DE+COMER, com a preposição assumindo o lugar do artigo “o”. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola Ilustração: Mayara Rêgo Fonte:https://www.facebook.com/suricateseboso? fref=ts UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 9. A expressão môr>amor apresenta o apagamento da vogal inicial a e a ênfase do termo pelo emprego do acento circunflexo em “o”. No caso da expressão corralinda, temos a juntura vocabular e a rotacização do “s”: coisa>corra. Já em Caba Safado encontra-se um termo que sofre síncope, processo fonológico que consiste na supressão de um fonema no meio da palavra: caba>cabra. Encontram-se construções do tipo “gosto Tam”, “C tá em casa”, “Bixo”, “Senrregoen” (sem + vergonha). Nessas palavras, o autor consegue demonstrar a criatividade da linguagem. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola Ilustração: Mayara Rêgo Fonte:https://www.facebook.com/suricateseboso? fref=ts UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 10. No nordeste, assim como em todo o Brasil, há crenças e tradição. No post analisado, temos o exemplo de uma dessas tradições nordestinas, revelada pelo enunciado “Sai de baixo dessa mesa, se não tu num cresce mais praga!!” No discurso analisado, a expressão praga tem o sentido atribuído por Albuquerque (2006): pessoa atentada, “coisa ruim”. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola Ilustração: Mayara Rêgo Fonte:https://www.facebook.com/suricateseboso? fref=ts UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS As expressões que demos destaque na análise do corpus são consideradas tipicamente nordestinas e, agregadas a outros fenômenos linguísticos, como a construção da negação (nãm mermã nãm), caracterizam esse falar curioso. Constatamos, na pesquisa realizada, que a fanpage propõe um retrato, ainda que resumido, da realidade cotidiana em que o nordestino está inserido, objetivando aprimorar e tornar possível o acesso ao léxico e à cultura do nordeste. Constatamos, também, que a fanpage Suricate Seboso é uma forma de propagação e valorização da cultura do nordeste brasileiro e ainda uma forma de constituir marcas identitárias deste povo 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola . UFPE.Recife/PE Novembro/2013
  • 12. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Gilberto. Dicionário de termos nordestinos. Pernambuco. 2006. ARAÚJO, I. L. A noção de discurso em Foucault. In: Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo. Parábola Editorial, 2004. MODESTO, Artaxerxes Thiago Tácito. PROCESSOS INTERACIONAIS NA INTERNET: Analise da Composição Digital. São Paulo, 2011. Tese (Doutorado)- Programa de Pós-graduação em Filosofia e Língua Portuguesa, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. TARALLO, F. A pesquisa sociolinguística. Ed. Ática, 1982. VIARO, Mário Eduardo. Etimologia. São Paulo: Contexto, 2011. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias Aprendizagem móvel dentro e fora da escola UFPE.Recife/PE Novembro/2013