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Maria Divanira de Lima Arcoverde
Rossana Delmar de Lima Arcoverde
Leitura, Interpretação e Produção TextualD I S C I P L I N A
Gêneros textuais
ou discursivos
Autores
aula
08
Copyright © 2007  Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Reitor
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Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
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Universidade Estadual da Paraíba
Reitora
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Vice-Reitor
Aldo Bezerra Maciel
Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE
Eliane de Moura Silva
A6751 Arcoverde, Maria Divanira de Lima.
   Leitura, interpretação e produção textual./ Maria Divanira de Lima Arcoverde, Rossana Delmar de Lima Arcoverde. – Campina
Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.
Conteúdo:  Fasc. 1- Linguagem: diferentes concepções;  Fasc. 2 - leitura – perspectivas teóricas;  Fasc. 3 - o jogo discursivo
no processo de leitura;  Fasc. 4 - leitura – antes e além da palavra;  Fasc. 5 - a leitura como prática social;  Fasc. 6 – produção
textual-perspectivas teóricas;  Fasc. 7 – a tessitura do texto;  Fasc.  8 – gêneros textuais ou discursivos;  Fasc. 9 – gêneros
textuais e ensino;  Fasc. 10 – a escrita como processo;  Fasc. 11 – recursos de textualidade – coesão;  Fasc. 12 – recursos
de textualidade – coerência;  Fasc. 13 – produzindo gêneros textuais – o resumo;  Fasc. 14 – produzindo gêneros textuais –
a resenha;  Fasc. 15 – produzindo gêneros textuais – o memorial
ISBN: 978-85-87108-59-3
1. Leitura (Lingüística).  2. Produção de textos.  3. Educação a Distância.  I. Título.
22 ed. CDD 418.4
Coordenador de Edição
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Projeto Gráfico
Ivana Lima (UFRN)
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
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Ilustradora
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Editoração de Imagens
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Diagramadores
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Revisores de Estrutura e Linguagem
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)
Revisoras de Língua Portuguesa
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 
1
2
Apresentação
Esta aula é só o começo para você entender a importância dos gêneros textuais na vida
social. Daqui por diante, vamos trabalhar com vários gêneros textuais.
Assim, vamos destacar as diferentes noções que explicam a existência da diversidade de
gêneros, discutindo também algumas implicações didáticas que fazem com que os gêneros
textuais adentrem nos espaços da escola e sirvam como instrumento de ensino, em especial,
na prática de produção textual.
Para tanto, vamos desenvolver um trabalho com alguns gêneros, de modo que
reconheçamos a constituição dos gêneros e sua relação direta com as práticas sociais de
uso da linguagem nas diversas esferas da atividade de comunicação humana.
A compreensão desta aula decorre das discussões que vivenciamos nas aulas anteriores.
Assim, será importante você revisar concepções sobre a linguagem (Aula 01), bem como as
diferentes abordagens que explicam o processo de produção textual (Aula 06).
É importante, então, que você continue atento e interagindo com o material, buscando
as relações necessárias para o entendimento do conteúdo. Desse modo, você pode tirar
dúvidas, revisar as aulas e conversar com seus colegas, tutor e professores para esclarecer
as possíveis dúvidas que surgirem.
Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você
articule o que aprendeu nas aulas anteriores e entenda
como se constitui o gênero textual ou discursivo;
aprenda sobre a composição de gêneros textuais diversos.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos
Para começo de conversa...
E
m qualquer lugar onde haja linguagem, atividade humana, há gêneros textuais ou
discursivos, orais ou escritos. Na vida há uma multiplicidade deles, porque também
são diversas as esferas de produção da linguagem. Assim, no supermercado nos
defrontamos com vários deles, desde o panfleto que, em geral, recebemos logo que entramos
no ambiente, bem como uma infinidade de placas, indicações de ofertas, letreiros, até a
conta final que recebemos no caixa.
Assim, de situações em situações, nos mais diversos lugares sempre há gêneros em
formatos também diversos.
Os gêneros são tão diversos quanto permite a esfera da atividade humana em que se
produz a linguagem. Assim, cada esfera elabora seus gêneros, de acordo com aspectos
sociais próprios, finalidades comunicativas e especificidades das situações de interação em
que os enunciados estão sendo produzidos.
A denominação de gênero discursivo é apresentada pela primeira vez pelo autor russo
Mikhail Bakhtin como “tipos relativamente estáveis de enunciados” (BAKHTIN, 1979, p.
279). Os gêneros de que os interlocutores sociais fazem uso nas interações verbais são tão
diversos e heterogêneos quanto à diversidade de esferas de circulação social nas interações
verbais e na diversidade da atividade humana.
Nas diversas esferas de circulação, “a utilização da língua se efetua em forma de
enunciados” (BAKHTIN, 1979, p. 279) ou pela heterogeneidade de gêneros que os constitui
e, de acordo com as condições e finalidades de cada uma dessas esferas, podemos encontrar
uma diversidade de gêneros discursivos que se modificam e se ampliam a cada novo contexto
social e histórico de circulação.
Os gêneros que circulam nas diferentes esferas refletem o conjunto possível de temas
e de relações nas formas e estilos de dizer e de enunciar. Nesse contexto, o enunciado
constitui a unidade fundamental da língua e está sempre inscrito nas relações sociais,
incorpora o estilo, composição e tema. Esses aspectos estão “indissoluvelmente” vinculados
e se concretizam em forma de gêneros, sejam de esferas cotidianas (gêneros primários) ou
de esferas mais complexas, formais e públicas (gêneros secundários) .
Para uma melhor compreensão sobre o que são gêneros textuais, vejamos o quadro
sinóptico proposto por Marcuschi (2002, p. 23):
Mikhail Bakhtin
“Os estudos que Mikhail
Bakhtin desenvolveu sobre
os gêneros discursivos
considerando não a
classificação das espécies,
mas o dialogismo do
processo comunicativo,
estão inseridos no campo
dessa emergência.
Aqui as relações
interativas são processos
produtivos de linguagem.
Conseqüentemente,
gêneros e discursos
passam a ser focalizados
como esferas de uso da
linguagem verbal ou da
comunicação fundada
na palavra (MACHADO,
2005, p. 152).
Gêneros primários
Os gêneros primários
(simples) se constituem
em circunstâncias da
vida cotidiana.
Gêneros
secundários
Os gêneros secundários
aparecem em
circunstâncias de uma
comunicação cultural mais
complexa e relativamente
mais evoluída,
principalmente escrita.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 
Atividade 1
1
2
3
4
suaresposta
1.
Gêneros textuais
1. Realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas.
2. Constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas.
3. Sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente limitado de designações concretas determinadas
pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função.
4. Exemplo de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva,
reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio,
instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea,
conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais etc.
Vamos refletir um pouco mais sobre o que são gêneros textuais
Que outros gêneros você conhece que não foram listados no
quadro acima?
Agora, escolha um desses gêneros que você citou e responda em que
situação de uso de linguagem ele pode ser utilizado?
Considerando essa situação, a linguagem empregada deve ser formal
ou informal? Por quê?
Então, você classificaria esse gênero textual como primário ou
secundário? Justifique.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos
suaresposta
2.
3.
4.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 
Um pouco mais de conversa ...
C
onforme a concepção bakhtiniana, produzir linguagem é o mesmo que produzir
discursos sociais. Institui-se, nessa abordagem, a linguagem em sua essência
e natureza dialógicas e sócio-históricas, ressaltando-se a diversidade e riqueza
da produção da linguagem, perpassada por fatores lingüísticos e não-lingüísticos. Nesse
sentido, a produção dos gêneros discursivos está diretamente relacionada ao meio social,
às condições de produção, aos interlocutores sociais e às esferas de circulação social dos
discursos, sejam orais ou escritos.
Os gêneros podem ser transformados, pois não são estáticos, mas “relativamente
estáveis”. Por isso, em cada novo momento histórico podem surgir muitos gêneros novos.
Nesse sentido, vemos hoje uma série de outros gêneros, a exemplo dos gêneros que circulam
no contexto da Internet (e-mail, chats, blogs, hipertextos).
Vejamos agora um exemplo de um gênero textual.
O gênero notícia, por exemplo, relata fatos de interesse público de maneira objetiva e
clara. As notícias transmitem informações sobre os fatos que acontecem, que aconteceram
ou que ainda estão para acontecer.
Ao escrever uma notícia, o redator procura dar informações com detalhes, quase
sempre respondendo às perguntas: o quê; quem?; quando?; onde?; como?; por quê?.
O gênero notícia, em geral, tem a função principal de mencionar os acontecimentos
mais relevantes, de modo que possa atrair o interesse do público a que se destina. Numa
notícia predomina a narração por meio de uma linguagem objetiva e impessoal. Entretanto,
muitas vezes, quem escreve uma notícia vai além da simples informação sobre o que e
como aconteceu o fato. Assim, é comum se observar uma escrita permeada por um sentido
ideológico e interesse político específico, pois quem escreve também tem a pretensão de
formar uma opinião sobre o que está informando.
A notícia apresenta, comumente, uma estrutura padrão, composta de duas partes: o lead
e o corpo. Nesse gênero, o título, o olho e o lead, além de atrair a atenção do leitor, estimulam
sua curiosidade, fazendo-o levantar hipóteses, as quais só serão ou não confirmadas depois
da leitura completa da notícia.
Vamos então ler e analisar a notícia a seguir para compreender como se organizam os
enunciados nesse gênero.
Lead
É um relato sucinto dos
aspectos essenciais
do fato e consiste
normalmente no primeiro
parágrafo da notícia.
Seu objetivo é dar as
informações básicas
ao leitor e motivá-lo a
continuar a leitura.
Olho
O olho da notícia é
um trecho escrito em
destaque, que completa
as informações dadas no
título da matéria.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos
Atividade 2
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 
O que?
Onde?
Com quem?
Quando?
Por quê?
Para quê?
1) Com base na leitura da notícia em estudo, identifique e escreva os aspectos que a
compõem:
2) Que trecho da notícia pode confirmar sua resposta anterior?
3) Qual o olho da notícia?
4) O que chamou sua atenção nesta notícia? Por quê?
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos
Continuando nossa conversa...
C
omo você pode perceber, os gêneros textuais ou discursivos apresentam aspectos
específicos que definem sua composição. Nesse sentido, é em conformidade com a
esfera comunicativa, o propósito do enunciador e o contexto em que vai circular que
se dá a constituição dos gêneros.
Quandovamosproduzirqualquerescrita,selecionamosumgêneroparaformatarnossos
enunciados. Não escrevemos aleatoriamente. Produzimos gêneros textuais ou discursivos,
de acordo com finalidades específicas.
Nesse sentido, é válido lembrar que
os gêneros não são entidades naturais como as borboletas, as pedras, os rios e as
estrelas, mas são artefatos culturais construídos historicamente pelo ser humano.
Não podemos defini-los mediante certas propriedades que lhe devam ser necessárias
e suficientes. Assim, um gênero pode não ter uma determinada propriedade e ainda
continuar sendo aquele gênero. Por exemplo, uma carta pessoal ainda é uma carta,
mesmo que a autora tenha esquecido de assinar o nome no final e só tenha dito no
início: ‘querida mamãe’. (Marcuschi, 2002, p. 30. )
A título de exemplo, observe-se a petição a seguir, escrita pelo poeta Ronaldo da Cunha
Lima, que embora escrito em forma de poema, continua sendo uma petição.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 
Como você vê, o gênero pode apresentar uma configuração híbrida e apresentar
formatos diferentes, mesmo com características de um outro gênero. Nesses casos,
é importante que ao buscarmos a designação de um gênero estejamos atentos ao seu
propósito comunicativo, ao conteúdo temático e ao estilo, muito mais do que a forma
composicional com que ele se apresenta.
http://www.infonet.com.br/direitoepoesia/caldeiraopoetico_textos.asp?identificacao=%3Cb%3EHABEAS%20PINHO%20%3C/b%3E Consulta em 29/05/2007
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos10
Atividade 3
suaresposta
Conversando um pouco mais...
Para os estudiosos do Grupo de Genebra (Bernard Schneuwly, Joaquim Dolz, Auguste
Pasquier), pode-se resumir da seguinte maneira a composição de um gênero textual:
Vamos agora analisar e produzir alguns gêneros textuais?
Você conhece algum outro exemplo de gênero textual híbrido? Caso conheça
apresente para seus colegas e discuta sobre o conteúdo que esses gêneros
apresentam. Se não conhece, pesquise na Internet, em livros, jornais e revistas.
Por que será que ele foi produzido assim?
SCHENEUWLY, 2004, P. 25.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 11
Atividade 4
1) Qual a esfera de produção de linguagem se apresenta esse gênero (cotidiana ou formal
pública)? Justifique.
2) Que tipo de linguagem foi empregada (formal, coloquial)?
Observe o gênero textual a seguir, analise-o e responda às questões.
PINSKY, Mirna. Carta errante, avó atrapalhada menina aniversariante. São Paulo, FTD, 1994, P. 9.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos12
3) Qual o propósito que justificaria esse tipo de linguagem usada?
4) Levante hipóteses e responda: quem escreveu a carta, para quem, quando e em
que situação?
Produzindo o gênero textual: carta pessoal
CEREJA e MAGALHÃES, 2000, P. 19.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 13
Atividade 5
suaresposta
Suponha a seguinte situação:
Você não vê um(a) amigo(a) há muito tempo e está ansioso(a) para contar
as novidades sobre o curso que está realizando na Universidade. Conte sobre
sua alegria de ser um(a) aluno(a) universitário(a), sobre seus conflitos, suas
dificuldades ou qualquer tema de sua preferência.
Concluída sua carta, avalie-a e troque-a com um(a) colega, de modo que um
leia o que o outro escreveu e apresente sugestões para melhorar a produção
textual. Incorpore ao seu texto as sugestões que seu colega fizer e reescreva-o.
Em seguida, envie-a para o destinatário que você escolheu e aguarde a resposta.
Afixe sua carta no mural do Pólo em que você estuda. Registre aqui sua carta.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos14
Concluindo nossa conversa...
É por meio da noção de produção de gêneros textuais ou discursivos que percebemos
o papel dialógico e social da linguagem. Conhecer e valorizar a diversidade de gêneros
existentes permite ao usuário da língua, identificar seus aspectos principais e produzir textos
orais ou escritos em condições específicas.
Cabe lembrar ainda, que a utilização da língua efetua-se em forma de enunciados
(orais ou escritos) e a diversidade de usos é imensa. É preciso, portanto, analisar as
circunstâncias sociais de uso da linguagem e fazer as devidas escolhas. Ou seja, em que
gênero vou enunciar e graças à dinâmica dialógica da linguagem, as opções são muitas,
pois como afirma Bakhtin (1979, p. 279)
a riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da
atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessa atividade comporta um repertório
de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria
esfera se desenvolve e fica mais complexa.
Leituras complementares
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.,
MACHADO, A. R. e BEZERRA, M. A. (Orgs.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Editora
Lucerna, 2002, p. 19-57.
O autor apresenta várias conceituações relevantes no campo e levanta argumentos para
diferenciar tipo textual de gênero textual, duas noções, que para o autor, devem ser
claramente distinguidas, pois sua confusão pode esvaziar a noção de gênero textual de
sua carga sociocultural, historicamente construída, ferramenta essencial, para alguns, na
socialização do aluno via linguagem escrita.
MACHADO, I. Gêneros discursivos. In: BRAIT, B. (Org.) Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo:
Contexto, 2005, p. 151-166.
A autora contempla, neste artigo, a noção de gêneros discursivos na visão bakhtiniana,
focalizando-os numa dimensão que mostra suas especificidades, bem como apresenta uma
análise das formas interativas que se realizam pelo discurso para a constituição dos gêneros.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 15
Resumo
Auto-avaliação
Os gêneros textuais ou discursivos são tão diversos quanto permite a esfera da
atividadehumanaemqueseproduzalinguagem.Assim,cadaesferaelaboraseus
gêneros, de acordo com aspectos sociais próprios, finalidades comunicativas e
especificidades das situações de interação em que os enunciados estão sendo
produzidos. Os gêneros podem ser transformados, pois não são estáticos,
mas “relativamente estáveis”. Em cada novo momento histórico podem surgir
muitos gêneros novos. Três elementos os caracterizam: conteúdo temático,
estilo e construção composicional. A escolha de um gênero se determina pela
esfera, as necessidades da temática, o conjunto dos participantes e a vontade
enunciativa ou intenção do locutor.
Leia as afirmações a seguir e teça comentários.
Seus comentários ajudarão você a identificar os pontos positivos de sua
aprendizagem e também os aspectos que você ainda deverá melhorar. Assim,
avalie seu desempenho como aluno nesta aula.
Os gêneros textuais se constituem em situações da vida cotidiana
e formais mais complexas.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos16
Em qualquer lugar onde haja linguagem, atividade humana, há
gêneros textuais.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 17
Referências
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São
Paulo: Martins Fontes, 1979, p. 277-326.
CEREJA, W. R. e MAGALHÃES, T. C. Texto e Interação: uma proposta de produção textual à
partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 2000.
GOMES-SANTOS, S. N. Recontando histórias na escola: gêneros discursivos e produção
escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
MACHADO, I. Gêneros discursivos. In: BRAIT, B. (Org.) Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo:
Contexto, 2005, p. 151-166.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.,
MACHADO, A. R. e BEZERRA, M. A. (Orgs.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Editora
Lucerna, 2002, p. 19-57.
MEURER, J. L. e MOTTA-ROTH, D. (Orgs.) Gêneros textuais e práticas discursivas:
subsídios para o ensino da linguagem. Bauru: SP: EDUSC, 2002.
ROJO, R. H. R. A teoria dos gêneros em Bakhtin: construindo uma perspectiva enunciativa
para o ensino de compreensão e produção de textos na escola. In: BRAIT, B. Estudos
enunciativos no Brasil: histórias e perspectivas. Campinas, SP: Pontes, 2001, p. 163-185.
SCHNEUWLY, B. e DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campina: SP: Mercado de
Letras, 2004.
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos18
Anotações
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 19
Anotações
Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos20
Anotações
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Gêneros textuais: compreendendo sua constituição e relação com as práticas sociais

  • 1. Maria Divanira de Lima Arcoverde Rossana Delmar de Lima Arcoverde Leitura, Interpretação e Produção TextualD I S C I P L I N A Gêneros textuais ou discursivos Autores aula 08
  • 2. Copyright © 2007  Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância – SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lúcia do Amaral Universidade Estadual da Paraíba Reitora Marlene Alves Sousa Luna Vice-Reitor Aldo Bezerra Maciel Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE Eliane de Moura Silva A6751 Arcoverde, Maria Divanira de Lima.    Leitura, interpretação e produção textual./ Maria Divanira de Lima Arcoverde, Rossana Delmar de Lima Arcoverde. – Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007. 15 fasc. “Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”. Conteúdo:  Fasc. 1- Linguagem: diferentes concepções;  Fasc. 2 - leitura – perspectivas teóricas;  Fasc. 3 - o jogo discursivo no processo de leitura;  Fasc. 4 - leitura – antes e além da palavra;  Fasc. 5 - a leitura como prática social;  Fasc. 6 – produção textual-perspectivas teóricas;  Fasc. 7 – a tessitura do texto;  Fasc.  8 – gêneros textuais ou discursivos;  Fasc. 9 – gêneros textuais e ensino;  Fasc. 10 – a escrita como processo;  Fasc. 11 – recursos de textualidade – coesão;  Fasc. 12 – recursos de textualidade – coerência;  Fasc. 13 – produzindo gêneros textuais – o resumo;  Fasc. 14 – produzindo gêneros textuais – a resenha;  Fasc. 15 – produzindo gêneros textuais – o memorial ISBN: 978-85-87108-59-3 1. Leitura (Lingüística).  2. Produção de textos.  3. Educação a Distância.  I. Título. 22 ed. CDD 418.4 Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfico Ivana Lima (UFRN) Revisora Tipográfica Nouraide Queiroz (UFRN) Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN) Ilustradora Carolina Costa (UFRN) Editoração de Imagens Adauto Harley (UFRN) Carolina Costa (UFRN) Diagramadores Bruno de Souza Melo (UFRN) Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN) Ivana Lima (UFRN) Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN) Revisores de Estrutura e Linguagem Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG) Revisoras de Língua Portuguesa Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
  • 3. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 1 2 Apresentação Esta aula é só o começo para você entender a importância dos gêneros textuais na vida social. Daqui por diante, vamos trabalhar com vários gêneros textuais. Assim, vamos destacar as diferentes noções que explicam a existência da diversidade de gêneros, discutindo também algumas implicações didáticas que fazem com que os gêneros textuais adentrem nos espaços da escola e sirvam como instrumento de ensino, em especial, na prática de produção textual. Para tanto, vamos desenvolver um trabalho com alguns gêneros, de modo que reconheçamos a constituição dos gêneros e sua relação direta com as práticas sociais de uso da linguagem nas diversas esferas da atividade de comunicação humana. A compreensão desta aula decorre das discussões que vivenciamos nas aulas anteriores. Assim, será importante você revisar concepções sobre a linguagem (Aula 01), bem como as diferentes abordagens que explicam o processo de produção textual (Aula 06). É importante, então, que você continue atento e interagindo com o material, buscando as relações necessárias para o entendimento do conteúdo. Desse modo, você pode tirar dúvidas, revisar as aulas e conversar com seus colegas, tutor e professores para esclarecer as possíveis dúvidas que surgirem. Objetivos Ao final desta aula, esperamos que você articule o que aprendeu nas aulas anteriores e entenda como se constitui o gênero textual ou discursivo; aprenda sobre a composição de gêneros textuais diversos.
  • 4. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos Para começo de conversa... E m qualquer lugar onde haja linguagem, atividade humana, há gêneros textuais ou discursivos, orais ou escritos. Na vida há uma multiplicidade deles, porque também são diversas as esferas de produção da linguagem. Assim, no supermercado nos defrontamos com vários deles, desde o panfleto que, em geral, recebemos logo que entramos no ambiente, bem como uma infinidade de placas, indicações de ofertas, letreiros, até a conta final que recebemos no caixa. Assim, de situações em situações, nos mais diversos lugares sempre há gêneros em formatos também diversos. Os gêneros são tão diversos quanto permite a esfera da atividade humana em que se produz a linguagem. Assim, cada esfera elabora seus gêneros, de acordo com aspectos sociais próprios, finalidades comunicativas e especificidades das situações de interação em que os enunciados estão sendo produzidos. A denominação de gênero discursivo é apresentada pela primeira vez pelo autor russo Mikhail Bakhtin como “tipos relativamente estáveis de enunciados” (BAKHTIN, 1979, p. 279). Os gêneros de que os interlocutores sociais fazem uso nas interações verbais são tão diversos e heterogêneos quanto à diversidade de esferas de circulação social nas interações verbais e na diversidade da atividade humana. Nas diversas esferas de circulação, “a utilização da língua se efetua em forma de enunciados” (BAKHTIN, 1979, p. 279) ou pela heterogeneidade de gêneros que os constitui e, de acordo com as condições e finalidades de cada uma dessas esferas, podemos encontrar uma diversidade de gêneros discursivos que se modificam e se ampliam a cada novo contexto social e histórico de circulação. Os gêneros que circulam nas diferentes esferas refletem o conjunto possível de temas e de relações nas formas e estilos de dizer e de enunciar. Nesse contexto, o enunciado constitui a unidade fundamental da língua e está sempre inscrito nas relações sociais, incorpora o estilo, composição e tema. Esses aspectos estão “indissoluvelmente” vinculados e se concretizam em forma de gêneros, sejam de esferas cotidianas (gêneros primários) ou de esferas mais complexas, formais e públicas (gêneros secundários) . Para uma melhor compreensão sobre o que são gêneros textuais, vejamos o quadro sinóptico proposto por Marcuschi (2002, p. 23): Mikhail Bakhtin “Os estudos que Mikhail Bakhtin desenvolveu sobre os gêneros discursivos considerando não a classificação das espécies, mas o dialogismo do processo comunicativo, estão inseridos no campo dessa emergência. Aqui as relações interativas são processos produtivos de linguagem. Conseqüentemente, gêneros e discursos passam a ser focalizados como esferas de uso da linguagem verbal ou da comunicação fundada na palavra (MACHADO, 2005, p. 152). Gêneros primários Os gêneros primários (simples) se constituem em circunstâncias da vida cotidiana. Gêneros secundários Os gêneros secundários aparecem em circunstâncias de uma comunicação cultural mais complexa e relativamente mais evoluída, principalmente escrita.
  • 5. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos Atividade 1 1 2 3 4 suaresposta 1. Gêneros textuais 1. Realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas. 2. Constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas. 3. Sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente limitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função. 4. Exemplo de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais etc. Vamos refletir um pouco mais sobre o que são gêneros textuais Que outros gêneros você conhece que não foram listados no quadro acima? Agora, escolha um desses gêneros que você citou e responda em que situação de uso de linguagem ele pode ser utilizado? Considerando essa situação, a linguagem empregada deve ser formal ou informal? Por quê? Então, você classificaria esse gênero textual como primário ou secundário? Justifique.
  • 6. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos suaresposta 2. 3. 4.
  • 7. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos Um pouco mais de conversa ... C onforme a concepção bakhtiniana, produzir linguagem é o mesmo que produzir discursos sociais. Institui-se, nessa abordagem, a linguagem em sua essência e natureza dialógicas e sócio-históricas, ressaltando-se a diversidade e riqueza da produção da linguagem, perpassada por fatores lingüísticos e não-lingüísticos. Nesse sentido, a produção dos gêneros discursivos está diretamente relacionada ao meio social, às condições de produção, aos interlocutores sociais e às esferas de circulação social dos discursos, sejam orais ou escritos. Os gêneros podem ser transformados, pois não são estáticos, mas “relativamente estáveis”. Por isso, em cada novo momento histórico podem surgir muitos gêneros novos. Nesse sentido, vemos hoje uma série de outros gêneros, a exemplo dos gêneros que circulam no contexto da Internet (e-mail, chats, blogs, hipertextos). Vejamos agora um exemplo de um gênero textual. O gênero notícia, por exemplo, relata fatos de interesse público de maneira objetiva e clara. As notícias transmitem informações sobre os fatos que acontecem, que aconteceram ou que ainda estão para acontecer. Ao escrever uma notícia, o redator procura dar informações com detalhes, quase sempre respondendo às perguntas: o quê; quem?; quando?; onde?; como?; por quê?. O gênero notícia, em geral, tem a função principal de mencionar os acontecimentos mais relevantes, de modo que possa atrair o interesse do público a que se destina. Numa notícia predomina a narração por meio de uma linguagem objetiva e impessoal. Entretanto, muitas vezes, quem escreve uma notícia vai além da simples informação sobre o que e como aconteceu o fato. Assim, é comum se observar uma escrita permeada por um sentido ideológico e interesse político específico, pois quem escreve também tem a pretensão de formar uma opinião sobre o que está informando. A notícia apresenta, comumente, uma estrutura padrão, composta de duas partes: o lead e o corpo. Nesse gênero, o título, o olho e o lead, além de atrair a atenção do leitor, estimulam sua curiosidade, fazendo-o levantar hipóteses, as quais só serão ou não confirmadas depois da leitura completa da notícia. Vamos então ler e analisar a notícia a seguir para compreender como se organizam os enunciados nesse gênero. Lead É um relato sucinto dos aspectos essenciais do fato e consiste normalmente no primeiro parágrafo da notícia. Seu objetivo é dar as informações básicas ao leitor e motivá-lo a continuar a leitura. Olho O olho da notícia é um trecho escrito em destaque, que completa as informações dadas no título da matéria.
  • 8. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos Atividade 2
  • 9. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos O que? Onde? Com quem? Quando? Por quê? Para quê? 1) Com base na leitura da notícia em estudo, identifique e escreva os aspectos que a compõem: 2) Que trecho da notícia pode confirmar sua resposta anterior? 3) Qual o olho da notícia? 4) O que chamou sua atenção nesta notícia? Por quê?
  • 10. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos Continuando nossa conversa... C omo você pode perceber, os gêneros textuais ou discursivos apresentam aspectos específicos que definem sua composição. Nesse sentido, é em conformidade com a esfera comunicativa, o propósito do enunciador e o contexto em que vai circular que se dá a constituição dos gêneros. Quandovamosproduzirqualquerescrita,selecionamosumgêneroparaformatarnossos enunciados. Não escrevemos aleatoriamente. Produzimos gêneros textuais ou discursivos, de acordo com finalidades específicas. Nesse sentido, é válido lembrar que os gêneros não são entidades naturais como as borboletas, as pedras, os rios e as estrelas, mas são artefatos culturais construídos historicamente pelo ser humano. Não podemos defini-los mediante certas propriedades que lhe devam ser necessárias e suficientes. Assim, um gênero pode não ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Por exemplo, uma carta pessoal ainda é uma carta, mesmo que a autora tenha esquecido de assinar o nome no final e só tenha dito no início: ‘querida mamãe’. (Marcuschi, 2002, p. 30. ) A título de exemplo, observe-se a petição a seguir, escrita pelo poeta Ronaldo da Cunha Lima, que embora escrito em forma de poema, continua sendo uma petição.
  • 11. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos Como você vê, o gênero pode apresentar uma configuração híbrida e apresentar formatos diferentes, mesmo com características de um outro gênero. Nesses casos, é importante que ao buscarmos a designação de um gênero estejamos atentos ao seu propósito comunicativo, ao conteúdo temático e ao estilo, muito mais do que a forma composicional com que ele se apresenta. http://www.infonet.com.br/direitoepoesia/caldeiraopoetico_textos.asp?identificacao=%3Cb%3EHABEAS%20PINHO%20%3C/b%3E Consulta em 29/05/2007
  • 12. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos10 Atividade 3 suaresposta Conversando um pouco mais... Para os estudiosos do Grupo de Genebra (Bernard Schneuwly, Joaquim Dolz, Auguste Pasquier), pode-se resumir da seguinte maneira a composição de um gênero textual: Vamos agora analisar e produzir alguns gêneros textuais? Você conhece algum outro exemplo de gênero textual híbrido? Caso conheça apresente para seus colegas e discuta sobre o conteúdo que esses gêneros apresentam. Se não conhece, pesquise na Internet, em livros, jornais e revistas. Por que será que ele foi produzido assim? SCHENEUWLY, 2004, P. 25.
  • 13. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 11 Atividade 4 1) Qual a esfera de produção de linguagem se apresenta esse gênero (cotidiana ou formal pública)? Justifique. 2) Que tipo de linguagem foi empregada (formal, coloquial)? Observe o gênero textual a seguir, analise-o e responda às questões. PINSKY, Mirna. Carta errante, avó atrapalhada menina aniversariante. São Paulo, FTD, 1994, P. 9.
  • 14. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos12 3) Qual o propósito que justificaria esse tipo de linguagem usada? 4) Levante hipóteses e responda: quem escreveu a carta, para quem, quando e em que situação? Produzindo o gênero textual: carta pessoal CEREJA e MAGALHÃES, 2000, P. 19.
  • 15. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 13 Atividade 5 suaresposta Suponha a seguinte situação: Você não vê um(a) amigo(a) há muito tempo e está ansioso(a) para contar as novidades sobre o curso que está realizando na Universidade. Conte sobre sua alegria de ser um(a) aluno(a) universitário(a), sobre seus conflitos, suas dificuldades ou qualquer tema de sua preferência. Concluída sua carta, avalie-a e troque-a com um(a) colega, de modo que um leia o que o outro escreveu e apresente sugestões para melhorar a produção textual. Incorpore ao seu texto as sugestões que seu colega fizer e reescreva-o. Em seguida, envie-a para o destinatário que você escolheu e aguarde a resposta. Afixe sua carta no mural do Pólo em que você estuda. Registre aqui sua carta.
  • 16. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos14 Concluindo nossa conversa... É por meio da noção de produção de gêneros textuais ou discursivos que percebemos o papel dialógico e social da linguagem. Conhecer e valorizar a diversidade de gêneros existentes permite ao usuário da língua, identificar seus aspectos principais e produzir textos orais ou escritos em condições específicas. Cabe lembrar ainda, que a utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais ou escritos) e a diversidade de usos é imensa. É preciso, portanto, analisar as circunstâncias sociais de uso da linguagem e fazer as devidas escolhas. Ou seja, em que gênero vou enunciar e graças à dinâmica dialógica da linguagem, as opções são muitas, pois como afirma Bakhtin (1979, p. 279) a riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais complexa. Leituras complementares MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P., MACHADO, A. R. e BEZERRA, M. A. (Orgs.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002, p. 19-57. O autor apresenta várias conceituações relevantes no campo e levanta argumentos para diferenciar tipo textual de gênero textual, duas noções, que para o autor, devem ser claramente distinguidas, pois sua confusão pode esvaziar a noção de gênero textual de sua carga sociocultural, historicamente construída, ferramenta essencial, para alguns, na socialização do aluno via linguagem escrita. MACHADO, I. Gêneros discursivos. In: BRAIT, B. (Org.) Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005, p. 151-166. A autora contempla, neste artigo, a noção de gêneros discursivos na visão bakhtiniana, focalizando-os numa dimensão que mostra suas especificidades, bem como apresenta uma análise das formas interativas que se realizam pelo discurso para a constituição dos gêneros.
  • 17. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 15 Resumo Auto-avaliação Os gêneros textuais ou discursivos são tão diversos quanto permite a esfera da atividadehumanaemqueseproduzalinguagem.Assim,cadaesferaelaboraseus gêneros, de acordo com aspectos sociais próprios, finalidades comunicativas e especificidades das situações de interação em que os enunciados estão sendo produzidos. Os gêneros podem ser transformados, pois não são estáticos, mas “relativamente estáveis”. Em cada novo momento histórico podem surgir muitos gêneros novos. Três elementos os caracterizam: conteúdo temático, estilo e construção composicional. A escolha de um gênero se determina pela esfera, as necessidades da temática, o conjunto dos participantes e a vontade enunciativa ou intenção do locutor. Leia as afirmações a seguir e teça comentários. Seus comentários ajudarão você a identificar os pontos positivos de sua aprendizagem e também os aspectos que você ainda deverá melhorar. Assim, avalie seu desempenho como aluno nesta aula. Os gêneros textuais se constituem em situações da vida cotidiana e formais mais complexas.
  • 18. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos16 Em qualquer lugar onde haja linguagem, atividade humana, há gêneros textuais.
  • 19. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 17 Referências BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1979, p. 277-326. CEREJA, W. R. e MAGALHÃES, T. C. Texto e Interação: uma proposta de produção textual à partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 2000. GOMES-SANTOS, S. N. Recontando histórias na escola: gêneros discursivos e produção escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2003. MACHADO, I. Gêneros discursivos. In: BRAIT, B. (Org.) Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005, p. 151-166. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P., MACHADO, A. R. e BEZERRA, M. A. (Orgs.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002, p. 19-57. MEURER, J. L. e MOTTA-ROTH, D. (Orgs.) Gêneros textuais e práticas discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru: SP: EDUSC, 2002. ROJO, R. H. R. A teoria dos gêneros em Bakhtin: construindo uma perspectiva enunciativa para o ensino de compreensão e produção de textos na escola. In: BRAIT, B. Estudos enunciativos no Brasil: histórias e perspectivas. Campinas, SP: Pontes, 2001, p. 163-185. SCHNEUWLY, B. e DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campina: SP: Mercado de Letras, 2004.
  • 20. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos18 Anotações
  • 21. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos 19 Anotações
  • 22. Aula 08  Leitura, Interpretação e Produção de Textos20 Anotações
  • 23.