Analisa-se consonância entre as políticas de acesso e permanência no ensino superior público. Os resultados mostra que há dissonâncias entre as duas medidas, como resultado temos uma evasão cada vez mais crescente no ensino superior público, apesar do processo de democratização do acesso dos últimos anos.

1. A EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO: O
DESCOMPASSO ENTRE A POLÍTICA DE ACESSO E
PERMANÊNCIA NA UNIVERSIDADE
Autores:
MARCELO BATISTA GOMES 1
LAÍSE DO NASCIMENTO SILVA 2
MARIELLA SOUSA DA SILVA 2
LUCAS FELIPE SANTOS MOREIRA 2
MARIA KÉLVIA FERREIRA DE ARAÚJO 2
1 Mestre em Políticas Públicas - UFPI – Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Piauí – Campus Piripiri.
2 Discente do Bacharelado em Administração – IFPI – Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Piauí – Campus Piripiri.
GT 13: Impasses e Desafios das Políticas de Educação

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•Analisa-se a evasão na
universidade, verificando
dados sobre a ampliação do
acesso e evasão no ensino
superior público no Brasil e no
Piauí.
O que se examina:

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• Quais os fatores motivadores da evasão no
ensino superior público nos últimos anos?
• Quais os números da evasão entre os
cotistas que ingressaram na UFPI entre 2006
e 2008?
• Que ações as instituições de ensino têm
adotado para combater a evasão nos seus
cursos superiores e consolidar a política de
ampliação do acesso com a política de
permanência na educação superior pública?
Perguntas:

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•O objetivo é verificar a
consonância entre as políticas
de acesso e permanência na
educação superior pública,
visto que uma é complemento
da outra.
Objetivos:

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• Pesquisa bibliográfica sobre a
situação da evasão no ensino
superior;
• Dados quantitativos sobre a evasão
dos cotistas na UFPI, quando da
implementação do sistema de cotas
na instituição;
• Pesquisa quantitativa e qualitativa
sobre a evasão nos cursos superiores
do IFPI campus de Piripiri.
Metodologia

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Resultados
 A evasão no ensino superior público no Brasil
 O fenômeno da evasão no ensino superior brasileiro
amplia-se em consonância com a consolidação do Exame
Nacional do Ensino Médio – ENEM.
 Esse cenário abre um campo de análise que permite o
acompanhamento desse processo, explorando os limites e
as potencialidades da democratização do acesso ao
ensino superior no Brasil.

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Resultados
 O MEC conceituou evasão do curso como sendo
a “saída definitiva do curso de origem sem
conclusão, ou a diferença entre ingressantes e
concluintes, após uma geração completa.
 O abandono do aluno sem a finalização do curso,
representa uma perda de tempo e recursos
públicos.

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Resultados
 Na criação do REUNI o governo requeria a formulação de
um projeto de reestruturação e expansão que focasse nos
problemas da evasão, ocupação de vagas ociosas.
 Foi criado o Programa Nacional de Assistência Estudantil
(Pnaes), com o objetivo de contribuir para a melhoria do
desempenho acadêmico e agir, preventivamente, nas
situações de repetência e evasão decorrentes da
insuficiência de condições financeiras.

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Resultados
 No Brasil, em 2008, o percentual de concluintes em
relação aos ingressantes de 2005 foi de 57,3%.
 A taxa de evasão nos cursos presenciais no país
em 2014 foi de 27,9% nas instituições privadas e
18,3% nas públicas e o índice geral de evasão no
país de 25,4%.
 Na modalidade EAD o índice chegou a 32,5% na
rede privada e 26,8% na pública.

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Resultados
A evasão entre os cotistas na UFPI
Cotistas matriculados na UFPI entre 2006 a 2008. 1.309
Cotistas que abandonaram os seus cursos 234 (17,9%)
Índice nacional de evasão em 2012 (Inst. Lobo (2012)) 17,14%
Maior percentual entre os campi da UFPI Bom Jesus (39,4%)
Menor Percentual entre os campi da UFPI Parnaíba (12,6%)

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Resultados
Evasão nos centros da UFPI Campus Ministro Petrônio
Portela em Teresina (sede)
Centro de Ciências da Natureza - CCN 27,3%
Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL 21,3%
Centro de Ciências da Saúde - CCS 20,6%
Centro de Tecnologia - CT 14,7%
Centro de Ciências Agrárias - CCA 11,4%
Centro de Ciências da Educação - CCE 5,9%

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Resultados
Maiores índices de evasão entre os cotistas segundo os
cursos da UFPI entre 2006 e 2008
Matriculas Evadidos %evasão
Bacharelado em Física 4 3 75%
Ciências Sociais 15 9 60%
Bacharelado em Química 11 6 54,5%
Ciências Econômicas 23 9 39,1%
Licenciatura em Física (Diurno) 13 5 38,5%
Farmácia 16 6 37,5%
Filosofia 16 6 37,5%
Bacharelado em Ciências da Computação 22 8 36,4%
Engenharia de Agrimensura 11 4 36,4%
Medicina 21 7 33,3%

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Resultados
 O que se observou é que não existe um
fator único que justifique esses percentuais
de evasão entre os cursos. Se os
bacharelados apresentam os maiores
percentuais, o outro extremo também
apresenta cursos em que nenhum cotista
evadiu-se, como em Arquitetura e
Urbanismo e em Engenharia Elétrica.

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Resultados
A evasão no IFPI – Campus Piripiri
Licenciatura em Matemática 13 (5,8%)
Bacharelado em Administração 6 (12,2%)
Matriculas canceladas por não terem iniciado o curso 7 (14,3%)
Trancaram o curso de Design de Modas 4 (12,9%)

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Resultados
Os motivos da evasão no IFPI – Campus Piripiri
Falta de transporte
Condição financeira insuficiente
Choque com o horário do trabalho
Falta de afinidade com o curso

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Conclusões
 O processo de democratização do acesso
ao ensino superior no Brasil, favoreceu o
acesso, mas os beneficiados enfrentam
dificuldades para permanecer e concluir o
curso na duração prevista.
 Mais da metade tem postergado a
conclusão e, consequentemente oneram
tanto a instituição, como a si próprios, pois
adiam o ingresso no mercado de trabalho.

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Conclusões
 Os alunos cotistas beneficiados pela assistência
estudantil na UFPI, atestaram a necessidade das
medidas complementares, disseram ser elas
cruciais para a permanência, por garantirem os
meios para a aquisição de materiais, pagar
copias, alimentação e transporte. Um deles disse,
inclusive, que, sem o benefício, teria desistido do
curso, no caso do IFPI, constatamos com alguns
alunos que a falta do benefício estudantil foi a
causa da desistência do curso.

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Conclusões
 Se por um lado as cotas possibilitaram uma
democratização do acesso à universidade pública,
por outro, ela ainda precisa de medidas para que
além do acesso os cotistas possam concluir com
qualidade o curso para o qual ingressaram.
 Nas duas instituições, os dados mostram a
necessidade de aprimorar a política de assistência
e de apoio financeiro e pedagógico aos estudantes,
para que a evasão seja reduzida.

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BRASIL. Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005. Institui o Programa Universidade para
Todos - PROUNI, regula a atuação de entidades beneficentes de assistência social no
ensino superior; altera a Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004, e dá outras providências.
Diário Oficial da União, publicado em 14/01/2005. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11096.htm>. Aceso em: 11
mar. 2008.
BRASIL. Portaria MEC Nº 569, de 23 de fevereiro de 2006. Regulamenta o art. 11 da Lei
no 11.180, de 23 de setembro de 2005; descreve procedimentos para recebimento da bolsa-
permanência para alunos beneficiados com bolsa integral pelo PROUNI. Disponível em:
<http://www.sinepemg.org.br/legislacao/ens_superior/prouni/index.html>. Aceso em: 11
mar. 2008.
BRASIL. Decreto nº. 6.096 de 24 de abril de 2007. Institui o Programa de Apoio a Planos
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6096.htm>. Aceso em: 11
mar. 2008.
BRASIL. Ministério da Educação, Plano de Desenvolvimento da Educação: razões,
princípios e programas. 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf> Acesso em 30 set. 2010.
Referências

20. www.ifpi.edu.br
GILIOLI, Renato de Sousa Porto. Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Evasão
em instituições federais de ensino superior no Brasil: expansão da rede, SISU e desafios.
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http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/estnottec/areas-da-
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em: mar. 2017.
INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse
Estatística do Ensino Superior: 2009. Brasília: MEC/INEP/DEED, 2010. Disponível em:
<http://portal.inep.gov.br/superior-censosuperior-sinopse>. Acesso em: mar. 2017.
LOBO, Maria Beatriz de Carvalho Melo. Panorama da evasão no ensino superior brasileiro:
aspectos gerais das causas e soluções. Cadernos ABMES, Belo Horizonte, n. 25, p. 1-23, dez.,
2012. Disponível em < http://www.institutolobo.org.br/imagens/pdf/artigos/art_087.pdf>. Acesso
em: mar. 2017.
SEMESP. Sindicato das mantenedoras de ensino Superior. Mapa do Ensino Superior: 2016.
São Paulo: SEMESP, 2016. Disponível em: < emesp.org.br>. Acesso em: mar. 2017.
SIMAS, Anna. As graduações campeãs de desistência. Gazeta do povo, Maringá-PR, 30 de
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ZAGO, Nadir; PAIXÃO, Lea Pinheiro; PEREIRA, Thiago Ingrassia. Acesso e permanência no
ensino superior: problematizando a evasão em uma nova universidade federal. Educação em
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http://www.uemg.br/openjournal/index.php/educacaoemfoco/index>. Acesso em: mar. 2017.
Referências

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ATENÇÃO!