1. A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL NO
SÉCULO XIX
Trabalho realizado por:
Beatriz Cunha Nº7
Jéssica Silva Nº16
Juliana Cunha Nº20
2. ÍNDICE
1. O mundo industrializado no século XIX
1.1. A expansão da revolução industrial
1.2. Os contrastes e antagonismos sociais
1.3. Os novos modelos culturais
2. O caso Português
3. INTRODUÇÃO
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina
de História.
Neste trabalho vamos abordar o tema “A civilização
industrial no século XIX”.
6. 1.1.1 A HEGEMONIA INGLESA E AS NOVAS
POTÊNCIAS INDUSTRIALIZADAS
A Grã-Bretanha foi, até cerca do século XIX, o
berço da revolução industrial e deste modo manteu
a sua hegemonia econômica e técnica
Grã-Bretanha exportava para todos os outros
continentes:
-bens de consumo
-equipamentos
-tecnologia e capital para investimento em infra-
estruturas
Deste modo, a Inglaterra foi o principal abastecedor
do Mundo.
7. AS NOVAS POTÊNCIAS
INDUSTRIALIZADAS.
Aos poucos, todos os outros países iniciaram a sua
industrialização. Entre todos, destacaram-se:
França- que no fim das guerras napoleónicas, investiu na
construção de caminhos de ferro, o que aumentou a
circulação de produtos e a criação de um mercado nacional.
As primeiras indústrias foram a têxtil e a metalúrgica.
Alemanha- desenvolveu a indústria têxtil e a metalúrgica.
Estados Unidos da América- a abundancia de mão-de-obra
(devido aos emigrantes europeus), à riqueza do subsolo, à
fertilidade dos campos, ao desenvolvimento dos transportes e
à aplicação de inventos técnicos, tudo proporcionou o
aumento da produtividade e investimentos nos ramos da
indústria.
Japão- marcaram-se pela produção têxtil e a indústria
metalúrgica. O estado financiou empresas, adquirindo
equipamentos e contratou técnicos e estrangeiros.
8. A revolução industrial foi iniciada pela Inglaterra
mas, rapidamente se expandiu por todo o globo até
ao inicio da 2°guerra mundial.
9. 1.1.2 OS TRANSPORTES
No primeiro terço do século XIX, de início na Grã-
Bretanha, deu-se uma revolução nos transportes,
essencialmente pela aplicação da máquina a vapor
tanto nos transportes ferroviários como marítimos.
10. TRANSPORTES FERROVIÁRIOS
Nos transportes ferroviários, a partir de 1814,
com a invenção da locomotiva a vapor (por
Stephenson), o caminho-de-ferro divulgou-se de tal
forma que rapidamente se estendeu por toda a
Grã-Bretanha.
Progressivamente, foi introduzido nos outros
continentes.
A construção de pontes, viadutos e túneis permitiu
equipar a Europa com milhares de quilómetros de
rede ferroviária.
O comboio foi, de início, criticado por uns e
apoiado por outros.
11. TRANSPORTES MARÍTIMOS
Nos transportes marítimos e fluviais verificou-se
a mesma evolução , sendo os grandes veleiros –
clipeers - substituídos gradualmente pela
navegação a vapor – steamers. Na segunda
metade do século XIX, construíram-se grandes
navios com casco de ferro que passaram a ser
utilizados para o transporte de mercadorias.
Formaram-se companhias de navegação com
navios cada vez mais potentes e seguros. O
desenvolvimento dos transportes marítimos
originou a abertura de canais.
12. 1.1.3. FORMAÇÃO DOS MERCADOS NACIONAIS E
ACELERAÇÃO DAS TROCAS INTERCONTINENTAIS
O alargamento das redes de transporte permitiu a
deslocação mais rápida, a um custo menor e para
distancia maior, de pessoas e de mercadorias. Isto
favoreceu o desenvolvimento do comércio, abastecendo
as zonas do interior, mas também escoar os seus
produtos para o litoral. Com isto alargaram-se assim, os
mercados nacionais.
As ligações entre todos os continentes favoreceram o
crescimento do comércio mundial. Os países
industrializados podiam agora, mais facilmente, ir
buscar grandes quantidades de matérias-primas, aos
continentes Africanos e Asiáticos, como também fazer
chegar os seus produtos a todas as partes do Mundo.
13. 1.1.4. NOVAS FONTES DE ENERGIA E NOVAS
INDÚSTRIAS; MODIFICAÇÕES DO QUOTIDIANO
força do vapor começou a ser substituída nos finais
do século XIX, por duas novas fontes de energia:
Eletricidade- que revolucionou a iluminação de
cidades juntamente com a invenção da lâmpada
eléctrica. Assim, nas centrais termoeléctricas e
hidroelétricas, foi permitido produzir grandes
quantidades de eletricidade.
Petróleo e os seus derivados- que deram uma
base para uma revolução nos transportes. Deste
modo, o motor elétrico e o motor de explosão,
ocuparam o lugar da maquina a vapor.
14. Com o desenvolvimento de novas fontes de
energia deu-se o desenvolvimento de novas
indústrias:
química
meios de comunicação
metalurgia
15. Estas novas energias e equipamentos, permitiram
uma maior produção de bens de consumo, dando-
se uma nova etapa chamada de Segunda
Revolução Industrial.
16. MODIFICAÇÕES NO QUOTIDIANO.
O dia-a-dia das pessoas foi alterado assim que se
deu uma revolução industrial, pois com esta,
surgiram novos hábitos, necessidades e
comodidades- elevador, fogão, aspirador- o que
tornou a vida das pessoas mais fácil, tendo agora
uma quantidade alargada de objetos à sua
disposição.
Os armazéns onde tudo se vendia foi outra das
muitas inovações. Foram também criadas novas
formas de lazer como passeios de automóveis e
cinematógrafo.
18. 1.1.5. O LIBERALISMO ECONÓMICO: A AFIRMAÇÃO
DO CAPITALISMO FINANCEIRO
A revolução industrial foi possível graças à
existência de capital, mão-de-obra e de uma
economia mais liberta do controlo do Estado,
liberalismo económico. Segundo esta teoria
deveria existir inteira liberdade de produção,
circulação de produtos, de preços e salários.
A pratica do liberalismo trouxe um maior
crescimento económico mas também provocou
grandes desequilíbrios na economia. A lei da oferta
e da procura passou a aplicar-se não só ao preço
dos produtos mas também aos salários dos
trabalhadores.
19. A AFIRMAÇÃO DO CAPITALISMO FINANCEIRO
Para promover o desenvolvimento industrial,
reforçaram-se e cresceram as instituições e as
formas de financiamento:
Sociedade por ações, grandes empresas
formavam-se como sociedades anónimas;
Bancos, cresceram os bancos de
investimento que financiavam grandes
investimentos industriais.
O capitalismo industrial e financeiro, resultado da
associação dos capitais industriais e bancários,
passou a controlar a economia.
21. 1.2.1. REVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA E
CRESCIMENTO URBANO. A EMIGRAÇÃO.
No século XIX, acentuou-se o crescimento
demográfico que de iniciara no século anterior,
devido principalmente:
aumento da produção agrícola, que originou
uma melhor alimentação;
progressos na medicina, com a descoberta
de novas, de novos processos de anestesia
e desinfeção e Raios X;
melhoria dos hábitos de higiene.
22. CRESCIMENTO URBANO
Coma Revolução Industrial, as cidades tornaram-
-se centros das atividades dos setores secundário e
terciário.
Grande número de camponeses, atraídos por
melhores condições de vida, abandonaram os
campos para ir para as cidades – êxodo rural.
23. A EMIGRAÇÃO
Neste século surgiu também uma vaga de
emigração europeia para outros continentes, em
especial os EUA.
Os emigrantes oriundos países mais
industrializados procuravam novas oportunidades
para conseguirem uma vida melhor, visto que na
América abundavam terras por cultivar e matérias-
primas as oportunidades de trabalho eram mais
promissoras.
Os emigrantes oriundos dos países menos
industrializados sujeitavam-se a qualquer emprego,
já que na sua terra a mao-de-obra rural não fora
absorvida pela industria.
24. 1.2.2. O GÉNERO DE VIDA CITADINO E A
SOCIEDADE BURGUESA
A vida nas cidades
As cidades foram-se tornando mais populosas mas
também cada vez mais um mundo de contrastes.
Nas zonas do centro e dos bairros residenciais
abastados, vivia-se com todo o conforto. Enquanto nos
bairros operários, vivia-se em casas degradadas, ruas
sujas e sem comodidades urbanísticas e ambiente
ruidoso e poluído.
O modo de vida citadino era diferente conforme a
classe social. Os mais ricos tinham acesso mais fácil a
instituições de ensino, educativas, lazer e sociais.
Dividiam o seu dia entre os negócios e lazer.
Em contrapartida os mais pobres trabalhavam o dia
inteiro e regressavam á noite ao seu bairro pobre e
sujo.
25. A SOCIEDADE BURGUESA
A revolução industrial deu á burguesia um papel
determinante.
Alta burguesia, constituída por grandes capitalistas,
detinha o poder económico e politico, fazendo-se eleger
para os parlamentos ou ocupando cargos no governo.
Defendiam valores tais como: trabalho, competência,
disciplina, poupança, responsabilidade, austeridade
moral e defesa de propriedade e da família.
Média e pequena burguesia, constituída por
advogados, médicos, engenheiros, jornalistas e oficiais
do exercito, entre outros. Esta classe media foi
ganhando importância politica á medida que o direito ao
voto se foi alargando. Esta classe representava a
opinião publica.
26. 1.2.3. O OPERARIADO INDUSTRIAL: PAUPERISMO E
AGITAÇÃO SOCIAL; O MOVIMENTO SINDICAL; AS
PROPOSTAS SOCIALISTAS
A revolução industrial provocou o aparecimento e
a consolidação da classe operaria ou proletariado
. Devido á excedente mão-de-obra os operários
viam-se obrigados a aceitar salários baixos,
trabalhando, por vezes, 10horas por dia em
ambientes sujos e ruidosos e sem qualquer direito
a assistência social na velhice ou invalidez.
Este estado de pobreza operariado - pauperismo-
foi-se agravando, originando um clima de
descontentamento e de agitação social.
27. O MOVIMENTO SINDICAL
O descontentamento dos operários perante esta
situação conduziu-os á formação dos primeiros
sindicatos. Após quase um século os trabalhadores
conseguiram alcançar direitos importantes, como:
Direito á greve;
Horário de trabalho e um dia se descanso
semanal;
Subsídios de desemprego, doença, acidente e
velhice;
Negociação de contratos colectivos de trabalho;
Regulamentação de trabalho infantil e feminino.
28. AS PROPOSTAS SOCIALISTAS
Alguns pensadores como Karl Mark e Friedrich
Engls propuseram a construção de uma nova
sociedade baseada no principio socialista em que o
trabalho devia contribuir para o bem-estar de todos
e não para enriquecer uma minoria.
O capitalismo daria lugar ao Socialismo e depois
ao Comunismo, ou seja, uma sociedade sem
classes.
Estas teorias constituíam a base do socialismo
cientifico ou Marxismo.
30. 1.3.1. O TRIUNFO DO CIENTISMO
Cientismo- é a teoria que defendia a verdade
cientifica como a única forma de conhecimento
válido.
A segunda metade do século XIX (19) foi marcada
nos países industrializados, por uma confiança no
desenvolvimento científico como fator de
progresso. Acreditava-se que só a ciência podia
contribuir para um conhecimento rigoroso dos
fenómenos da natureza e do próprio homem.
31. As aplicações técnicas e as investigações laboratoriais
descobertas proporcionaram grandes avanços
científicos:
Física-descoberta do raio X
-descoberta da radioatividade
Química-novos produto para a agricultura
Biologia-descoberta dos vírus da tuberculose, da
cólera e ainda o tratamento de várias doenças
Também alargaram o seu conhecimento na área das
Ciências Sociais e Humanas, e passaram a aplicar
métodos rigorosos de investigação, visto que facilitavam
um maior conhecimento do homem.
32. 1.3.2. O ROMANCE REALISTA: A CRITICA À
SOCIEDADE BURGUESA
O século XIX (19) foi marcado por dois movimentos
literários e artísticos- o Romantismo e o Realismo.
O Romantismo defendia a tradição, os valores
conservados de uma geração para outra, a
exaltação dos sentimentos e das emoções fortes.
Valorizava a liberdade criativa apelando a
imaginação e à fantasia.
Em relação ao Romantismo destacaram-se:
Beethoven e Chopin-Musica
Tomás da Anunciação e Turner-
Pintura
Almeida Garrett e Byron-Literatura
33. Pelo contrário os defensores do Realismo,
procuravam descrever a realidade tal e qual como
ela era, criticando os costumes das classes
privilegiadas procurando mostrar a miséria e as
injustiças das classes sociais médias baixas.
Em relação ao Realismo destacaram-se:
Charles Dickens e Eça de Queirós-Literatura
Silva Porto e Daumier-Pintura
34. 1.3.3. A ARQUITECTURA DO FERRO
Com o desenvolvimento das cidades e as questões
urbanísticas criaram problemas que pediam respostas
aficasses tais como cobertura de grandes superfícies
grandes alojamentos em pequenos espaços ou o
traçado dos caminhos de ferro.
Assim com a revolução industrial
surgiram novos materiais
como o ferro e o vidro, permitindo construção de
estruturas solidas e mais leves, e o vidro usado como
revestimento permitia a entrada de luz natural. Surge
assim uma nova arquitetura de estruturas metálicas e
de caracter utilitário. A era industrial foi marcada por:
estações ferroviárias, pavilhões de exposições,
mercados, grandes armazéns e pontes.
35. CURIOSIDADE :TORRE EIFFEL
A Torre Eiffel foi construída para a exposição Universal
de Paris, de 1889.O seu criador foi Gustav Eiffel a sua
altura de origem era de cerca de 312m.
36. 1.3.4. O IMPRESSIONISMO
Na segunda metade do seculo XIX (19), em França, apareceu na pintura
uma nova expressão artística- O Impressionismo. Desenvolveu uma
nova visão da natureza utilizando pinceladas soltas. Geralmente as
telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar
melhor as nuances da luz e da natureza, os impressionistas pintavam
as suas telas com os reflexos e efeitos que a luz do sol produz nas
cores da natureza. A fonte das cores estava nos raios do sol. Uma
mudança no ângulo destes raios implica na alteração de cores e tons.
Os temas mais retratados eram o quotidiano da pequena media
burguesia, tal como os seus passeios e piqueniques, os espetáculos e
os cabarets.
Em Portugal esta corrente não teve muita
influencia, tendo apenas
sido Henrique Pousão e José
Malhoa os pintores que dela
se aproximaram.
38. 2.1. O ATRASO DA AGRICULTURA PORTUGUESA. AS
TRANSFORMAÇÕES NA AGRICULTURA
DOC.2 pag.64 (do manual):
“Faz dó percorrer as campinas do Minho quando os agrícolas
são mais intensivos: vê-se uma agricultura bárbara (...). Não se
dão às terras as larvas prescritas pela ciência; os adubos são
maus (...) e são empregados em menor quantidade do que
requer uma cultura intensiva; o afolhamento é ao acaso,
ignorando-se que é da conveniente ordem das culturas que em
grande parte depende a sua boa produção; os adubos minerais
aplicados como corretivos são desconhecidos (...). uma série de
práticas insustentáveis, um geral esbanjamento agrícola, que
arrasta os rendeiros à miséria! Cruel ignorância, que consome
vidas a cavar a terra ingrata e que deixa os cultivadores a
mendigar no fim da vida o pão de cada dia”. Mota Prego
“Revista de Guimarães” in Ramalho Ortigão, As Farpas:
Crónicas Mensal da Política, das Letras e dos Costumes, 1877
(adaptado).
39. RAZÕES PARA UMA AGRICULTURA POUCO
DESENVOLVIDA, EM PORTUGAL:
Continuavam a existir propriedades indivisas-
morgadios;
Existia ainda muitos baldios, que poderiam ser
aproveitados para a plantação;
Continuava-se a utilizar técnicas e utensílios
rudimentares;
O uso insuficiente de fertilizantes;
Devido à concorrência de produtos estrangeiros, à
falta de uma boa rede de comunicações e de
transportes existia assim, dificuldades de
escoamento da produção.
40. AS TRANSFORMAÇÕES NA AGRICULTURA
Devido a este atraso agrícola, alguns governantes,
adotaram novas medidas para estabelecer uma
nova ordem económica, tentando modernizar a
agricultura.
41. A agricultura portuguesa, sofreu, deste modo um
desenvolvimento na agricultura.
Porém, em Portugal ainda não estava a acontecer
uma verdadeira revolução agrícola.
43. 2.3. ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA SOCIAL
Produção para
consumo próprio.
Sucessivas crises
agrícolas.
Fraca produtividade da
economia portuguesa.
Agravando-se devido:
Fim dos baldios
que tinham uso
para pastagens
comuns.
Compra de terras
aos pequenos
proprietários pela
burguesia.
Concorrência de
produtos
estrangeiros.
Propagação de
epidemias que
atacaram as
vinhas em todo o
País.
Muitos agricultores foram forçados a vender as
suas terras e irem viver para novos locais
procurando melhores condições de vida.