Apresentação da Pesquisadora Científica Célia Regina de Gouveia Souza durante o X Seminário Estratégias para Redução de Riscos e Desastres a Eventos Geodinâmicos no Estado de São Paulo.
Atuação do Instituto Geológico na Prevenção aos Desastres Naturais
A Abertura do Esporão Arenoso da Enseada da Baleia (Ilha do Cardoso, Cananéia): Um Exemplo de Gestão de Risco Costeiro
1. A Abertura do Esporão Arenoso da
Enseada da Baleia (Ilha do Cardoso,
Cananéia):
Um Exemplo de Gestão de Risco Costeiro
Celia Regina de Gouveia Souza
Instituto Geológico-SMA/SP e
Programa de Pós-Graduação Geografia Física FFLCH-USP
2. Equipe Principal Envolvida
Fundação Florestal:
Edison R. do Nascimento
Mário Nunes
Donisette Barbosa
Jeannette Geenen
Kátia Pisciotta
Maria Aparecida Resende
Rafael P. Costa
Defesa Civil:
Kathleen Chaves
3. gura 1. Áreas visitadas no esporão arenoso ou restinga de Ararapira (base: ortofotos Emplasa
Enseada da Baleia – Área de Monitoramento
Vila da Enseada da Baleia – Comunidade
Monitoramento
Marujá
Área do Ribas
Vila Rápida
Vila do Pontal do Leste
Vila de Ararapira
PR
SP
(Ortofotos Emplasa, 2010-2011)
4. Comunidades Tradicionais
9 famílias (cerca de 30 pessoas)
Principais atividades
econômicas:
•Turismo de base comunitária
•Pesca artesanal
6 famílias (cerca de 30 pessoas)
Principal atividade econômica:
•Pesca artesanal
Enseada da Baleia
(antiga)
Vila Rápida
5. Histórico...
1) 1993: “detectado” (percebido) o processo erosivo.
2) Estudos de Mihály (1993) e Angulo et al. (2007) - fotografias
aéreas e levantamentos de campo
Largura do esporão:
90-100 m em 1980 42 m em 1993 35 m em 1996
41 m em 2001 33 m em 2004 20 m em 2006
18 m em 2007
3) Julho/2007: Geól. Mario Nunes (FF) inicia monitoramento
da erosão lagunar e da largura do esporão; monitortamento
semestral a partir de dezembro/2010.
4) 2011: Ofício no 1572/2011 do MP estadual (GAEMA) –
risco de rompimento em 2012 (?).
6. Histórico...
5) 2012:
Criação do GT Interinstitucional.
Laudo Antropológico - comunidades tradicionais.
Laudo Geológico – novo tipo de monitoramento (semestral),
com controle da LC oceânica;
a) taxas de recuo/erosão da margem lagunar desaceleraram a
partir de 2007;
b) margem oceânica (praia) progradou 7,3 m desde 2010;
c) não haverá rompimento, pelo menos durante a continuidade da
progradação da praia.
6) 2015: novo Laudo Geológico - estabelecimento do marco C2 como
referencial de criticidade, para remoção das comunidades (risco
iminente) e acionamento do Plano de Contingência; novos marcos
de monitoramento fora do embaíamento; obtenção de taxas de
processos sedimentares e projeção de cenários futuros.
7. Histórico...
7) 2016:
03 fortes eventos (maio, agosto, outubro) com marés altas
anômalas e ressacas revertem a progradação da LC.
28-29/out a largura do esporão foi reduzida para 2,3 m, restando
apenas o cordão C2. É acionado o estado de alerta (situação
crítica de risco iminente).
Nov/2016: elaboração do Plano de Contingência, pela
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
Dez/2016: seleção (base ambiental e jurídica) de uma área para
realocação das comunidades, dentro da UC, acordada entre
comunidade da Enseada da Baleia, FF, IG, SMA,
CEDEC/REDEC/COMDEC e Prefeitura de Cananéia.
7) Jan/2017: expedida autorização pela CETESB, para supressão de
vegetação (secundária e em estado médio de regeneração) na
área selecionada. Realocação efetivada até meados de 2017.
8) 27/Ago/2018: rompimento do esporão!
9) Plano de Contingência para remoção/realocação da Vila
Rápida.
8.
9. Monitoramento a partir de 2012
Maio/2012
Larg. 20,2 metros
Março/2015
Larg. 23,4 metros
Novembro/2016
Larg. 2,3 metros
Tx Erosão Lagunar =
1,89 m/ano (0,16
m/mês)
Tx Progradação Praia
= 2,42 m/ano
(0,20m/mês)
Tx Erosão Lagunar =
2,36 m/ano (0,20 m/mês)
Tx Erosão Praia = 10,3
m/ano (0,86 m/mês)
jun/2012
nov/2016
+7,30 m (ago/2010-mai/2012)
+7,30 m (mai/2012-mai/2015)
-17,16 m (maio/2015-nov/2016)
-5,66 m
-3,94 m
Alerta!
10. (a) (b)
(c) (d)
C2
BORDA DA LAGUNA
ZDRC1
C1 C0C3 ZDRC0
ZDRúltima
C3 C2
C1
C0
Depressão entre
C2 e C1 (ZDRC1)
C2
C1
C0
ZDRC1
Área de monitoramento na
Enseada da Baleia em
Março/2015:
(a) Vista geral do esporão
arenoso, e localização dos
cordões arenosos que o
compõem.
(b) Falésia em C3, causada
pela erosão acelerada no
lado lagunar (cerca de 3,5
m de altura em relação ao
nível da água).
(c) Vista do esporão arenoso,
a partir da praia, e pontos
de controle do
monitoramento.
(d) Vista do esporão a partir
de C3, com visada para a
praia oceânica. (ZDR =
Zona de Deixa de
Ressaca).
11. C0C1
C2
C2 C1
17/03/2015 12:15 PM
ZDRC1
ZDRC1
Área de Monitoramento na Linha de Costa Oceânica :
Comparação entre
Maio/2012 e Março/2015
13. Síntese dos Dados do Monitoramento
Julho/2007 a Maio/2015
10,40 m de Recuo Progradou 14,80 m
Aumentou em 4,4 m
Entre maio/2015 e outubro/2016:
Tx Erosão Lagunar = 2,36 m/ano (0,20 m/mês)
Tx Erosão Praia = 10,3 m/ano (0,86 m/mês)
14. interior da UC; atividades tradicionais;
baixa suscetibilidade à erosão; ao
norte do Canal do Varadouro;
vegetação degradada/alterada
(regeneração até estágio médio);
soluções adequadas para água/esgoto
e energia elétrica; baixo impacto
ambiental; regularização fundiária.
Critérios de Seleção de
Área para a Realocação
Desembocadura do
Canal do Varadouro
Risco de
longo
prazo!
Nova Enseada
25. ENTENDENDO O FENÔMENO...
(fotografia de um quadro de arquivo
particular encontrado em um Café na
cidade de Cananéia)
Esporão Arenoso de Ararapira em 1865
26. 1962
Enseada da Baleia
Canal do Varadouro:
6 km extensão, 50 m largura
e 6 m profundidade
Escavado nos anos de 1950
(inaugurado em 1952)
27. 07/06/2016
Hipótese para a
formação e evolução
dos embaíamentos e
o rompimento do
esporão...
(maré vazante + fluxo
fluvial/chuvas)
(marés, ondas,
correntes,
ciclos e eventos
extremos)
28. (07/06/2016
)
O que pode acontecer no futuro... ???
Efeitos morfossedimentares (novos riscos) – novo ciclo
Efeitos na salinidade
Efeitos na biota (manguezal e canal)
Efeitos na pesca
Risco