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PÉ DIABÉTICO
Papel da Cirurgia

Sofia Jardim Neves | Serviço de Cirurgia do CHCB
PÉ DIABÉTICO

Quando?
• Infecção
• Úlcera e feridas crónicas
• Isquémia

Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Infecção
• Aguda
• Crónica

• Superficial
- Celulite, erisipela
• Profunda
- Fasceíte necrotizante, necrose muscular, abcesso fáscia profunda,
artrite e osteomielite
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Infecção
Tratamento cirúrgico precoce
• Identificar porta de entrada (úlceras, lesão traumática aguda)
- (+) plantar, espaços interdigitais
• Drenagem
• Desbridamento cirúrgico
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• Biópsia + cultura para microbiologia e antibiograma
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Infecção
Tratamento cirúrgico tardio
• Na fase da necrose irreversível
- Drenagem de infecção profunda não realizada a tempo; destruíção
tecidular maciça com destruíção de todas as estruturas plantares
- Amputação
IMPORTANTE:
 Em qualquer doente, mesmo no não diabético, a amputação significa
uma sobrecarga mecânica global, particularmente no membro restante.
 Eliminação da amputação desnecessária no pé neuropático (Declaração
de St. Vicent, Itália, 1998)

• Na fase das sequelas
PÉ DIABÉTICO

Úlcera/Feridas crónicas
• Prioritário controlar a infecção
• Desbridamento cirúrgico, com drenagem de pus
- Risco de encerramento falso, apenas à superfície
- Remoção periódica dos bordos
- Pensos, com possibilidade de novos desbridamentos
• Programar o encerramento da úlcera
- Primário
- Enxerto de pele

Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Isquémia distal - Revascularização ou Amputação primária?
Objectivo 1º: aliviar a dor, se presente, cicatrização das úlceras, prevenir a perda
do membro, melhorar a mobilidade e a qualidade de vida do doente e, aumentar
sobrevida, sem recorrer à amputação
• O controlo dos factores de risco cardiovasculares é essencial em todos os
doentes diabéticos e com doença arterial periférica obstructiva
• A revascularização deve ser realizada sempre que possível e exequível
• Alguns doentes, particularmente os com várias co-morbilidades
associadas, por vezes beneficiam mais com uma amputação primária
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Revascularização
• A revascularização, por cirurgia convencional ou por procedimentos
endovasculares, nos doentes com isquemia crítica dos membros inferiores, tem
um papel importante na prevenção da perda do membro e na melhoria da
qualidade de vida e sobrevida destes doentes
• Até 15% das revascularizações de úlceras isquémicas do pé, apesar do
sucesso técnico, podem falhar a cicatrização e conduzir a uma amputação
major
• Conceito de angiossoma do pé e tornozelo (“The angiosome concept”, Jan
Taylor, 1978 e Christopher Attinger, 2006) → melhor planeamento, adequação
dos meios terapêuticos e tratamento da isquemia dos membros inferiores
Papel da Cirurgia

PÉ DIABÉTICO

Revascularização
• Conceito de angiossoma
- Definido como uma unidade anatómica de tecido (pele, tecido celular
subcutâneo, fáscia, músculo e osso) nutrido por uma artéria (Taylor and Palmer, “The
vascular territories (angiossomes) of the body: Experimental studies andclinical applications”. Br J Plast. Surg.)

- Descreveu 40 angiossomas no corpo humano, em 3D, dos quais 6 estão
localizados no pé e tornozelo, distribuídos por 3 artérias da perna: artéria tibial
posterior, artéria tibial anterior e artéria peroneal
Planear incisões, exposição adequada, fluxo
sanguíneo adequado em ambos os lados da
incisão e preservação dos nervos sensitivos e
motores
Papel da Cirurgia

PÉ DIABÉTICO

Revascularização
TransAtlantic Inter-Society Consensus (TASC)
• Dados epidemiológicos,

diagnósticos e de seguimento
• Classifica as lesões ateroscleróticas
em 4 tipos (A a D)
• Tratamento endovascular para as
lesões tipo A
• Cirurgia para as lesões tipo D
• Lesões intermédias dependentes de
vários factores associados

Norgren et al., “Inter-Society Concensus for the management of
Pheripheral Arterial disease (TASC II), Eur J Endovasc Surg. 2007
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Revascularização
Cirurgia Convencional/Clássica – Bypass arterial
• Artéria in-flow (sem doença arterial hemodinamicamente
significativa proximal) - artéria femoral comum, superficial ou
poplítea
• Run-off (artéria distal receptora da pontagem com
continuidade até ao pé)
• Conduto (veia homóloga) - (+) grande veia safena homolateral;
alternativas: grande veia safena contralateral, veia safena
externa, veias do membro superior, próteses sintéticas de
politetrafluoretileno (PTFE)
• A angiografia identifica a artéria dadora, receptora e
o conduto ideal
PÉ DIABÉTICO

Revascularização
Cirurgia Convencional/Clássica – Bypass arterial

Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Revascularização
Cirurgia Convencional/Clássica – Bypass arterial
• ↑ número de complicações
relacionadas com a
anestesia
• ↑ morbimortalidade
• Convalescença mais
prolongada
• No entanto, a sua patência
médio-longo prazo é
superior aos procedimentos
endovasculares
PÉ DIABÉTICO

Revascularização
Cirurgia Endovascular
• Baseia-se no tratamento de estenoses e/ou oclusões
arteriais através da punção percutânea de um vaso,
geralmente a artéria femoral
• Usados fios-guias e cateteres para ultrapassar as
estenoses ou oclusões, que depois se dilatam com balões
de angioplastia
• Colocação de stents, se necessário
• Resultados favoráveis em artérias proximais, em lesões
únicas no mesmo segmento e em estenoses curtas

Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Revascularização
Cirurgia endovascular
• Procedimento com menor risco mas com menor patência a médio/longo prazo

• A sua opção tem de ser integrada no caso clínico em causa
• Limitações: tipo de lesões e a reestenose precoce, o que leva a uma menor
durabilidade do procedimento
• Futuro: melhoria da tecnologia e do material utilizado na cirurgia
endovascular, como o uso de stents impregnados com substâncias
imunomodeladoras, que inibem a hiperplasia neointimal responsável pela
estenose
Papel da Cirurgia

PÉ DIABÉTICO

Revascularização
Simpatectomia lombar
Leva a um ↑ do fluxo nutritivo cutâneo por vasodilatação periférica
Indicação relativa na arteriopatia periférica grau 3 ou grau 4 com lesões
circunscritas e superficiais
no entanto, não tem indicação no doentes diabéticos
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Cirurgia
• A cirurgia do pé diabético, na ausência de isquémia crítica do membro, baseia-

se em 3 variáveis:
- Presença ou não de neuropatia, presença ou não de ferida e presença ou não
de infecção/sépsis

• Classificação:
- Classe I: Electiva
- Classe II: Profilática
- Classe III: Curativa
- Classe IV: Emergente
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Amputação
Factores de risco:

Indicações gerais:
• Curativa ou Emergente
• Remoção de todo o tecido
infectado e gangrenado
• Controlar ou impedir a
progressão da infecção
• Excisão de partes do pé que
frequentemente ulceram
• Lesões por queimadura
profunda

Frykberg et al., “Diabetic foot disorders: a clinical practice guideline”. The
Journal of foot andankle surgery. 2006

• Criar uma unidade funcional,
que possa acomodar sapatos
normais ou modificados
PÉ DIABÉTICO

Amputação
Amputações minor/ “económicas”
• Amputações de dedo
- Total ou parcial
o pele nunca deve ser totalmente encerrada se infecção
o local cirúrgico deve permitir ampla drenagem
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Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Amputação
Amputações minor /“económicas”
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Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Amputação
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Burns M., Wheeless’ Textbook of Orthopaedics
PÉ DIABÉTICO

Amputação
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Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Amputação
Amputações major
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- Protização

Papel da Cirurgia
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Conclusões
• Desbridamento cirúrgico sempre indicado em feridas a partir do grau 3 da
classificação PEDIS.
• Na presença de abcesso plantar profundo preconiza-se desbridamento
cirúrgico agressivo com drenagem obrigatória e, culturas do fundo da ferida
para microbiologia e antibiograma adequado.
• Se osteomielite, ressecção do máximo de tecido ósseo afectado e
drenagem, tendo sempre em atenção a funcionalidade do pé.
• A tendência ao encerramento/cura da úlcera plantar do pé neuropático é
persistente. Atenção ao risco de encerramento “em falso”, que posteriormente
levará à infecção profunda.
PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

Conclusões
• A revascularização é o tratamento ideal para o pé isquémico com úlcera.
Deve ser tentada sempre que possível.
• Os objectivos da revascularização são aliviar a dor isquémica, cicatrização
de úlceras, prevenir a perda do membro e melhorar a qualidade de vida.
• Os procedimentos endovasculares são preferíveis.
• Eliminar a amputação desnecessária no pé neuropático.
• No pós-operatório é importante o apoio da unidade de Fisiatria.
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PÉ DIABÉTICO

Papel da Cirurgia

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5 pé diabético papel da cirurgia

  • 1. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Sofia Jardim Neves | Serviço de Cirurgia do CHCB
  • 2. PÉ DIABÉTICO Quando? • Infecção • Úlcera e feridas crónicas • Isquémia Papel da Cirurgia
  • 3. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Infecção • Aguda • Crónica • Superficial - Celulite, erisipela • Profunda - Fasceíte necrotizante, necrose muscular, abcesso fáscia profunda, artrite e osteomielite
  • 4. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Infecção Tratamento cirúrgico precoce • Identificar porta de entrada (úlceras, lesão traumática aguda) - (+) plantar, espaços interdigitais • Drenagem • Desbridamento cirúrgico - imperativo e urgente em caso de síndrome de compartimento agudo - anestesia local (troncular) caso necessário • Biópsia + cultura para microbiologia e antibiograma
  • 5. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Infecção Tratamento cirúrgico tardio • Na fase da necrose irreversível - Drenagem de infecção profunda não realizada a tempo; destruíção tecidular maciça com destruíção de todas as estruturas plantares - Amputação IMPORTANTE:  Em qualquer doente, mesmo no não diabético, a amputação significa uma sobrecarga mecânica global, particularmente no membro restante.  Eliminação da amputação desnecessária no pé neuropático (Declaração de St. Vicent, Itália, 1998) • Na fase das sequelas
  • 6. PÉ DIABÉTICO Úlcera/Feridas crónicas • Prioritário controlar a infecção • Desbridamento cirúrgico, com drenagem de pus - Risco de encerramento falso, apenas à superfície - Remoção periódica dos bordos - Pensos, com possibilidade de novos desbridamentos • Programar o encerramento da úlcera - Primário - Enxerto de pele Papel da Cirurgia
  • 7. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Isquémia distal - Revascularização ou Amputação primária? Objectivo 1º: aliviar a dor, se presente, cicatrização das úlceras, prevenir a perda do membro, melhorar a mobilidade e a qualidade de vida do doente e, aumentar sobrevida, sem recorrer à amputação • O controlo dos factores de risco cardiovasculares é essencial em todos os doentes diabéticos e com doença arterial periférica obstructiva • A revascularização deve ser realizada sempre que possível e exequível • Alguns doentes, particularmente os com várias co-morbilidades associadas, por vezes beneficiam mais com uma amputação primária
  • 8. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Revascularização • A revascularização, por cirurgia convencional ou por procedimentos endovasculares, nos doentes com isquemia crítica dos membros inferiores, tem um papel importante na prevenção da perda do membro e na melhoria da qualidade de vida e sobrevida destes doentes • Até 15% das revascularizações de úlceras isquémicas do pé, apesar do sucesso técnico, podem falhar a cicatrização e conduzir a uma amputação major • Conceito de angiossoma do pé e tornozelo (“The angiosome concept”, Jan Taylor, 1978 e Christopher Attinger, 2006) → melhor planeamento, adequação dos meios terapêuticos e tratamento da isquemia dos membros inferiores
  • 9. Papel da Cirurgia PÉ DIABÉTICO Revascularização • Conceito de angiossoma - Definido como uma unidade anatómica de tecido (pele, tecido celular subcutâneo, fáscia, músculo e osso) nutrido por uma artéria (Taylor and Palmer, “The vascular territories (angiossomes) of the body: Experimental studies andclinical applications”. Br J Plast. Surg.) - Descreveu 40 angiossomas no corpo humano, em 3D, dos quais 6 estão localizados no pé e tornozelo, distribuídos por 3 artérias da perna: artéria tibial posterior, artéria tibial anterior e artéria peroneal Planear incisões, exposição adequada, fluxo sanguíneo adequado em ambos os lados da incisão e preservação dos nervos sensitivos e motores
  • 10. Papel da Cirurgia PÉ DIABÉTICO Revascularização TransAtlantic Inter-Society Consensus (TASC) • Dados epidemiológicos, diagnósticos e de seguimento • Classifica as lesões ateroscleróticas em 4 tipos (A a D) • Tratamento endovascular para as lesões tipo A • Cirurgia para as lesões tipo D • Lesões intermédias dependentes de vários factores associados Norgren et al., “Inter-Society Concensus for the management of Pheripheral Arterial disease (TASC II), Eur J Endovasc Surg. 2007
  • 11. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Revascularização Cirurgia Convencional/Clássica – Bypass arterial • Artéria in-flow (sem doença arterial hemodinamicamente significativa proximal) - artéria femoral comum, superficial ou poplítea • Run-off (artéria distal receptora da pontagem com continuidade até ao pé) • Conduto (veia homóloga) - (+) grande veia safena homolateral; alternativas: grande veia safena contralateral, veia safena externa, veias do membro superior, próteses sintéticas de politetrafluoretileno (PTFE) • A angiografia identifica a artéria dadora, receptora e o conduto ideal
  • 13. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Revascularização Cirurgia Convencional/Clássica – Bypass arterial • ↑ número de complicações relacionadas com a anestesia • ↑ morbimortalidade • Convalescença mais prolongada • No entanto, a sua patência médio-longo prazo é superior aos procedimentos endovasculares
  • 14. PÉ DIABÉTICO Revascularização Cirurgia Endovascular • Baseia-se no tratamento de estenoses e/ou oclusões arteriais através da punção percutânea de um vaso, geralmente a artéria femoral • Usados fios-guias e cateteres para ultrapassar as estenoses ou oclusões, que depois se dilatam com balões de angioplastia • Colocação de stents, se necessário • Resultados favoráveis em artérias proximais, em lesões únicas no mesmo segmento e em estenoses curtas Papel da Cirurgia
  • 15. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Revascularização Cirurgia endovascular • Procedimento com menor risco mas com menor patência a médio/longo prazo • A sua opção tem de ser integrada no caso clínico em causa • Limitações: tipo de lesões e a reestenose precoce, o que leva a uma menor durabilidade do procedimento • Futuro: melhoria da tecnologia e do material utilizado na cirurgia endovascular, como o uso de stents impregnados com substâncias imunomodeladoras, que inibem a hiperplasia neointimal responsável pela estenose
  • 16. Papel da Cirurgia PÉ DIABÉTICO Revascularização Simpatectomia lombar Leva a um ↑ do fluxo nutritivo cutâneo por vasodilatação periférica Indicação relativa na arteriopatia periférica grau 3 ou grau 4 com lesões circunscritas e superficiais no entanto, não tem indicação no doentes diabéticos
  • 17. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Cirurgia • A cirurgia do pé diabético, na ausência de isquémia crítica do membro, baseia- se em 3 variáveis: - Presença ou não de neuropatia, presença ou não de ferida e presença ou não de infecção/sépsis • Classificação: - Classe I: Electiva - Classe II: Profilática - Classe III: Curativa - Classe IV: Emergente
  • 18. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Amputação Factores de risco: Indicações gerais: • Curativa ou Emergente • Remoção de todo o tecido infectado e gangrenado • Controlar ou impedir a progressão da infecção • Excisão de partes do pé que frequentemente ulceram • Lesões por queimadura profunda Frykberg et al., “Diabetic foot disorders: a clinical practice guideline”. The Journal of foot andankle surgery. 2006 • Criar uma unidade funcional, que possa acomodar sapatos normais ou modificados
  • 19. PÉ DIABÉTICO Amputação Amputações minor/ “económicas” • Amputações de dedo - Total ou parcial o pele nunca deve ser totalmente encerrada se infecção o local cirúrgico deve permitir ampla drenagem - Amputação de raio central - Amputação do 1º raio Papel da Cirurgia
  • 20. PÉ DIABÉTICO Amputação Amputações minor /“económicas” Amputações pelo pé - Amputação transmetatársica - Amputação de Chopart - Amputação de Lisfranc - Amputação de Syme o último nível que permite o apoio directo no solo durante a marcha Papel da Cirurgia
  • 21. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Amputação Amputações major - Amputação acima do joelho - Amputação abaixo do joelho - Desarticulação da anca - Desarticulação do joelho Coto mioplástico - Retalho posterior Burns M., Wheeless’ Textbook of Orthopaedics
  • 22. PÉ DIABÉTICO Amputação Amputações major Complicações - Infecção do local cirúrgico - Hematoma - Deiscência da ferida operatória - Dor fantasma - Contractura - Tromboembolismo pulmonar Papel da Cirurgia
  • 23. PÉ DIABÉTICO Amputação Amputações major Pós-operatório - Fisioterapia - Protização Papel da Cirurgia
  • 24. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Conclusões • Desbridamento cirúrgico sempre indicado em feridas a partir do grau 3 da classificação PEDIS. • Na presença de abcesso plantar profundo preconiza-se desbridamento cirúrgico agressivo com drenagem obrigatória e, culturas do fundo da ferida para microbiologia e antibiograma adequado. • Se osteomielite, ressecção do máximo de tecido ósseo afectado e drenagem, tendo sempre em atenção a funcionalidade do pé. • A tendência ao encerramento/cura da úlcera plantar do pé neuropático é persistente. Atenção ao risco de encerramento “em falso”, que posteriormente levará à infecção profunda.
  • 25. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia Conclusões • A revascularização é o tratamento ideal para o pé isquémico com úlcera. Deve ser tentada sempre que possível. • Os objectivos da revascularização são aliviar a dor isquémica, cicatrização de úlceras, prevenir a perda do membro e melhorar a qualidade de vida. • Os procedimentos endovasculares são preferíveis. • Eliminar a amputação desnecessária no pé neuropático. • No pós-operatório é importante o apoio da unidade de Fisiatria. Necessidade de protização associada à qualidade de vida do doente.
  • 26. PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia PÉ DIABÉTICO Papel da Cirurgia