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Era uma vez uma flor.
Tanta flor que pode ter uma história, era uma vez… seja na
Primavera seja no próprio Inverno.
Mas esta flor era uma vez num canto escuro da terra sem sol
que lhe desse cor, sem um olhar que a tocasse, sem as mãos
do vento que a fizessem estremecer.
Vivia num canto escuro perto de uma lagoa de
sapos, entaipada. Nem o vento ou a vida a estremecia .
Era uma vez, mesmo uma vez toda a sua vida de sombra.
Na escuridão os sapos fitavam na flor os seus olhos
muito redondos e feios mas cheios de desejo de a
olhar, como se lhe dissessem deslumbrados:
-És pobre, prisioneira da sombra e és bela!
E a flor continuava escondida como um lençol de
trevas sepultada.
As        suas       raízes     agarravam-se      à
terra, frágeis, recebendo a humidade.
O caule tentava erguer-se na posição vertical, à
procura do sol que não chegava nunca.
E as pétalas, que não tinham nenhuma das cores do
arco-íris, porque o sol nunca as tocara – iam-se
abrindo, pálidas, devagarinho.
E, fora daquele canto da Natureza, a Primavera
já tinha rompido, aberto as cortinas de luz,
as jarras de chuva despejado a maravilha
transparente da água.
As árvores, com os troncos muito límpidos
pela chuva, muito castanhos a deixar romper
as folhas verdes e trémulas, quase sem
recorte, confundindo-se com a atmosfera clara.
E o sol, um dia, apareceu pela madrugada, mesmo sobre a
noite. Nasceu mais cedo do que nunca, nem sabíamos como
podia ter nascido assim quando a Terra se movia
exactamente como nos outros dias. E veio de madrugada
misturado com música tão mansa que as sombras se haviam
esquecido de tapar a flor – a flor escondida de pétalas sem
as cores do arco-íris, sem folhas verdes, de caule mal
erguido.
E os sapos abriram mais seus grandes olhos com o musgo da
solidão e o desejo de amar.
- És bela! És bela! – gritaram.
Os sapos mal amados, também mal
amados como a flor, os sapos que
trabalham na terra sem quererem nenhum
bem em troca.
-És bela! És bela! – repetiam.
E a flor tornou-se rubra de sol, franjada
com o amor que os sapos lhe diziam.
Rubra e trémula , o caule mais vertical, as
raízes agarradas mais à terra.
-Que nos dizes, flor? -Perguntaram os sapos
-O que vos digo? – e a flor, vermelha, percebeu que para
além de poder ter cor, também podia falar, ter voz.
- Que nos dizes, flor? – perguntaram os sapos.
-O que vos digo? – e flor vermelha, de folhas verdes e caule
erguido, raízes agarradas á terra, respondeu:
-O que vos digo? Sou vossa amiga, tanto!
Acompanharam-me quando eu tinha fome de sol, com o
vosso olhar tão bom, tão fraterno. Ajudaram-me a não
morrer!
Os sapos sorriram – que os sapos sabem sorrir.
E disseram-lhe:
-Obrigados também. Tu foste a nossa
esperança. Vivíamos aqui sós com o sangue da
noite na nossa pele e com o verde dos limos
nas águas paradas.
E a flor sorriu abrindo o vermelho
nítido das pétalas, o verde nítido nas
folhas - que as flores também podem
sorrir.
E então, viu-se uma criança que, caminhava pela
madrugada. Sobre a terra que o sol ia tocando. Vinha
descalça com a música dos passos mansos dos pés
descalços.
E olhou a flor.
-É tão linda! Vou leva-la a minha mãe!
A flor vermelha, desde que tivera a cor que o sol lhe havia
dado, começara breve a vida, a sua verdadeira vida ligada à
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E em vida sorriu. Vida breve de flor que em breve iria
morrer.
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mãe - tudo era muito.
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terra, partiu.
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perguntou-lhe.
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No peito das mulheres, dos homens, nos olhos das
crianças, nos canos silenciosos das espingardas. Não era
uma guerra, nem uma festa. Era um mundo de coração
aberto.
O menino, espantado, olhava tudo e todos, e sua mãe.
O menino que fugira pela madrugada diferente para
encontrar a flor solitária. E viu que a mãe chorava. De
alegria. E com a sua mão de seda pura limpou-lhe as
lágrimas transparentes. Ambos haviam entendido a alegria
única das flores cortadas. No peito de toda a gente.
E continuaram a caminhar pelas ruas húmidas de alegria.
Rios livres a correrem para o mar.
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25 de abril história de uma flor1

  • 1.
  • 2.
  • 3. Era uma vez uma flor. Tanta flor que pode ter uma história, era uma vez… seja na Primavera seja no próprio Inverno. Mas esta flor era uma vez num canto escuro da terra sem sol que lhe desse cor, sem um olhar que a tocasse, sem as mãos do vento que a fizessem estremecer. Vivia num canto escuro perto de uma lagoa de sapos, entaipada. Nem o vento ou a vida a estremecia . Era uma vez, mesmo uma vez toda a sua vida de sombra.
  • 4.
  • 5. Na escuridão os sapos fitavam na flor os seus olhos muito redondos e feios mas cheios de desejo de a olhar, como se lhe dissessem deslumbrados: -És pobre, prisioneira da sombra e és bela! E a flor continuava escondida como um lençol de trevas sepultada. As suas raízes agarravam-se à terra, frágeis, recebendo a humidade. O caule tentava erguer-se na posição vertical, à procura do sol que não chegava nunca. E as pétalas, que não tinham nenhuma das cores do arco-íris, porque o sol nunca as tocara – iam-se abrindo, pálidas, devagarinho.
  • 6.
  • 7. E, fora daquele canto da Natureza, a Primavera já tinha rompido, aberto as cortinas de luz, as jarras de chuva despejado a maravilha transparente da água. As árvores, com os troncos muito límpidos pela chuva, muito castanhos a deixar romper as folhas verdes e trémulas, quase sem recorte, confundindo-se com a atmosfera clara.
  • 8.
  • 9. E o sol, um dia, apareceu pela madrugada, mesmo sobre a noite. Nasceu mais cedo do que nunca, nem sabíamos como podia ter nascido assim quando a Terra se movia exactamente como nos outros dias. E veio de madrugada misturado com música tão mansa que as sombras se haviam esquecido de tapar a flor – a flor escondida de pétalas sem as cores do arco-íris, sem folhas verdes, de caule mal erguido. E os sapos abriram mais seus grandes olhos com o musgo da solidão e o desejo de amar. - És bela! És bela! – gritaram.
  • 10.
  • 11. Os sapos mal amados, também mal amados como a flor, os sapos que trabalham na terra sem quererem nenhum bem em troca. -És bela! És bela! – repetiam. E a flor tornou-se rubra de sol, franjada com o amor que os sapos lhe diziam. Rubra e trémula , o caule mais vertical, as raízes agarradas mais à terra.
  • 12.
  • 13. -Que nos dizes, flor? -Perguntaram os sapos -O que vos digo? – e a flor, vermelha, percebeu que para além de poder ter cor, também podia falar, ter voz. - Que nos dizes, flor? – perguntaram os sapos. -O que vos digo? – e flor vermelha, de folhas verdes e caule erguido, raízes agarradas á terra, respondeu: -O que vos digo? Sou vossa amiga, tanto! Acompanharam-me quando eu tinha fome de sol, com o vosso olhar tão bom, tão fraterno. Ajudaram-me a não morrer!
  • 14.
  • 15. Os sapos sorriram – que os sapos sabem sorrir. E disseram-lhe: -Obrigados também. Tu foste a nossa esperança. Vivíamos aqui sós com o sangue da noite na nossa pele e com o verde dos limos nas águas paradas.
  • 16.
  • 17. E a flor sorriu abrindo o vermelho nítido das pétalas, o verde nítido nas folhas - que as flores também podem sorrir.
  • 18.
  • 19. E então, viu-se uma criança que, caminhava pela madrugada. Sobre a terra que o sol ia tocando. Vinha descalça com a música dos passos mansos dos pés descalços. E olhou a flor. -É tão linda! Vou leva-la a minha mãe! A flor vermelha, desde que tivera a cor que o sol lhe havia dado, começara breve a vida, a sua verdadeira vida ligada à terra. E em vida sorriu. Vida breve de flor que em breve iria morrer. Mas continuaria.
  • 20.
  • 21. A amizade dos sapos, a mão do menino que a queria levar à mãe - tudo era muito. Os próprios sapos lhe disseram: - Vai … Depois nos encontraremos… Seremos homens ou cavalos alados… Ela, apesar de tudo, vivera porque esperara – tanto! – o sol, com o amor irmão dos sapos. E se deixara cortar para viva continuar. Pela mão de uma criança, filha dos homens, separou-se da terra, partiu.
  • 22.
  • 23. A mãe recebeu a flor da mão do filho e sorriu: - Sabes que esta flor tem milhões de irmãos? – perguntou-lhe. Ela vivia tão só, no charco dos sapos… - observou a criança. - Onde estão eles, os irmãos? - Vem ver…
  • 24.
  • 25. E a mãe deu-lhe a mão direita muito suave e segura enquanto a esquerda prendia a flor. E ambos caminhavam pelas ruas. Na rua havia flores vermelhas por toda a parte. No peito das mulheres, dos homens, nos olhos das crianças, nos canos silenciosos das espingardas. Não era uma guerra, nem uma festa. Era um mundo de coração aberto.
  • 26.
  • 27. O menino, espantado, olhava tudo e todos, e sua mãe. O menino que fugira pela madrugada diferente para encontrar a flor solitária. E viu que a mãe chorava. De alegria. E com a sua mão de seda pura limpou-lhe as lágrimas transparentes. Ambos haviam entendido a alegria única das flores cortadas. No peito de toda a gente. E continuaram a caminhar pelas ruas húmidas de alegria. Rios livres a correrem para o mar.
  • 28.
  • 29. Numa esquina encontraram o pai, com uma flor ao peito. Abraçaram-se os três, sorrindo. Como se abraçassem o mundo inteiro. E continuaram a caminhar.