O documento discute a incomunicabilidade na arte e como obras contemporâneas podem comunicar o incomunicável através do silêncio e fluxos imaginativos que transformam tanto o artista quanto o fruidor. A cultura mediática amplia a percepção de tempo e realidade de forma pós-humana, e o artista pode revelar essa realidade através de sua obra ou comunicação direta sobre o trabalho. Fruir a arte requer sintonizar-se com o silêncio da obra para sentir o que ela comunica sobre o incomunicável.
O atual trabalho pretende analisar as aproximações entre o desenho e o processo de produção do pensamento. A investigação parte de uma série de ações desenvolvidas pela linguagem do desenho e estabelece relação com conceitos da filosofia contemporânea, como intensidade, acontecimento, imanência, experiência do fora. O desenho será abordado aqui como uma força intensiva que atravessa tanto o suporte, que serve como registro, como também o corpo do desenhador.
Este artigo discute a noção de "criança performer" baseada na pesquisa da autora sobre teatro para crianças pequenas. A criança performer se aproxima da visão de infância de Merleau-Ponty e da abordagem da Sociologia da Infância, vendo a criança como parte do mesmo mundo dos adultos e capaz de criação e performance se provocada de forma sensível. O texto reflete sobre como o teatro pós-dramático se alinha com a experiência infantil e pode ser usado para educação estética na infância.
A exposição "A Arte Somos Nós" convida o público a participar do processo artístico e assumir a co-autoria das obras por meio de interações com máquinas e programas que geram resultados aleatórios. A mostra teve como objetivo discutir a democratização da arte preconizada por Joseph Beuys e apresentou trabalhos inacabados ou não expostos anteriormente de artistas da UFRB.
Este texto apresenta uma reflexão sobre currículo em arte propondo um ensino "em espiral" que valorize a experiência sensível e a perspectiva do aluno. A autora sugere que os professores se aproximem das culturas da infância e se tornem "performers", catalisadores de novas percepções por meio de atividades integradas entre teatro, música, corporalidade e espaço. O objetivo é contribuir para um debate mais aberto sobre currículo artístico.
Arte e metáforas contemporaneas para pensar infância e educaçãopiaprograma
O documento discute as relações entre arte, educação e infância. A autora argumenta que a arte contemporânea pode ampliar as maneiras como professoras veem arte, imagens e as produções das crianças. Ela também explora como artistas buscam inspiração na infância e como a infância pode ser vista como um acontecimento, não algo previsível.
Este documento discute a filosofia da paisagem. Em 3 frases:
1) A paisagem é uma categoria espiritual distinta da natureza, surgindo quando partes da natureza são delimitadas e percebidas como unidades autossuficientes pelo olhar humano.
2) A paisagem como gênero artístico surgiu mais tarde na história, refletindo a tendência moderna de individualização e autonomia das partes em relação ao todo.
3) Assim como a arte, religião e ciência surgem de elementos presentes na vida cot
O documento discute a noção de dramaturgia segundo Joseph Danan, que propõe dois sentidos: 1) a criação de peças e 2) o dramaturgismo e passagem para a cena. Também aborda Lessing e sua Dramaturgia de Hamburgo, que prenunciou a encenação, e Bernard Dort sobre a emancipação da representação e o estado de espírito dramatúrgico compartilhado por toda equipe.
O documento discute a incomunicabilidade na arte e como obras contemporâneas podem comunicar o incomunicável através do silêncio e fluxos imaginativos que transformam tanto o artista quanto o fruidor. A cultura mediática amplia a percepção de tempo e realidade de forma pós-humana, e o artista pode revelar essa realidade através de sua obra ou comunicação direta sobre o trabalho. Fruir a arte requer sintonizar-se com o silêncio da obra para sentir o que ela comunica sobre o incomunicável.
O atual trabalho pretende analisar as aproximações entre o desenho e o processo de produção do pensamento. A investigação parte de uma série de ações desenvolvidas pela linguagem do desenho e estabelece relação com conceitos da filosofia contemporânea, como intensidade, acontecimento, imanência, experiência do fora. O desenho será abordado aqui como uma força intensiva que atravessa tanto o suporte, que serve como registro, como também o corpo do desenhador.
Este artigo discute a noção de "criança performer" baseada na pesquisa da autora sobre teatro para crianças pequenas. A criança performer se aproxima da visão de infância de Merleau-Ponty e da abordagem da Sociologia da Infância, vendo a criança como parte do mesmo mundo dos adultos e capaz de criação e performance se provocada de forma sensível. O texto reflete sobre como o teatro pós-dramático se alinha com a experiência infantil e pode ser usado para educação estética na infância.
A exposição "A Arte Somos Nós" convida o público a participar do processo artístico e assumir a co-autoria das obras por meio de interações com máquinas e programas que geram resultados aleatórios. A mostra teve como objetivo discutir a democratização da arte preconizada por Joseph Beuys e apresentou trabalhos inacabados ou não expostos anteriormente de artistas da UFRB.
Este texto apresenta uma reflexão sobre currículo em arte propondo um ensino "em espiral" que valorize a experiência sensível e a perspectiva do aluno. A autora sugere que os professores se aproximem das culturas da infância e se tornem "performers", catalisadores de novas percepções por meio de atividades integradas entre teatro, música, corporalidade e espaço. O objetivo é contribuir para um debate mais aberto sobre currículo artístico.
Arte e metáforas contemporaneas para pensar infância e educaçãopiaprograma
O documento discute as relações entre arte, educação e infância. A autora argumenta que a arte contemporânea pode ampliar as maneiras como professoras veem arte, imagens e as produções das crianças. Ela também explora como artistas buscam inspiração na infância e como a infância pode ser vista como um acontecimento, não algo previsível.
Este documento discute a filosofia da paisagem. Em 3 frases:
1) A paisagem é uma categoria espiritual distinta da natureza, surgindo quando partes da natureza são delimitadas e percebidas como unidades autossuficientes pelo olhar humano.
2) A paisagem como gênero artístico surgiu mais tarde na história, refletindo a tendência moderna de individualização e autonomia das partes em relação ao todo.
3) Assim como a arte, religião e ciência surgem de elementos presentes na vida cot
O documento discute a noção de dramaturgia segundo Joseph Danan, que propõe dois sentidos: 1) a criação de peças e 2) o dramaturgismo e passagem para a cena. Também aborda Lessing e sua Dramaturgia de Hamburgo, que prenunciou a encenação, e Bernard Dort sobre a emancipação da representação e o estado de espírito dramatúrgico compartilhado por toda equipe.
O documento discute a função do ator nos processos de criação cênica contemporânea, onde os limites da autoria são flexíveis. A improvisação surge como importante proposta metodológica, sendo necessária sua relação com a dramaturgia. Nos processos colaborativos e de criação coletiva, o ator tem poder de decisão sobre o material cênico e escolhe o trajeto de sua criação.
capítulo do livro Paisagens plurais: artes visuais e transversalidades, de Madalena Zacara e Lívia Marques . Editora Universitária da EFEPE, publicado em 2012
1) O documento discute a reinstitucionalização da infância na modernidade tardia, onde as ideias sobre crianças e suas condições de vida estão passando por transformações significativas.
2) Na modernidade inicial, a infância foi institucionalizada através da criação da escola pública e da família centrada nos cuidados infantis.
3) Também surgiram novos saberes sobre o desenvolvimento infantil, como a pediatria e psicologia desenvolvimentista, que influenciaram as práticas com crianças.
O presente trabalho pretende estabelecer relações entre o conceito de imanência, a partir de ideias apresentadas por Georges Didi-Huberman no texto A imanência estética, e a prática do desenho. Essa relação se fez possível ao estabelecer uma aproximação entre o corpo do desenhador, seus gestos e suas projeções mentais, que conecta a experiência do desenhar com tempo/espaço, e o resultado final, apresentado através do desenho.
Este documento resume o desenvolvimento artístico da autora, desde suas primeiras pinturas até seus trabalhos em vídeo. A autora descreve como descobriu a arte do discurso indireto através de filmes como "Reassemblage" e "The Ladies Room", inspirando seu primeiro projeto de vídeo sobre representação feminina. Seu objetivo é criticar sutilmente, evitando reproduzir estereótipos, e deixar o público tirar suas próprias conclusões.
O manifesto defende uma poesia concreta que assume uma responsabilidade total perante a linguagem, vendo as palavras como objetos dinâmicos com propriedades físicas. A poesia concreta propõe uma nova estrutura capaz de captar a experiência humana no momento histórico, usando relações gráfico-fonéticas e o espaço como elemento de composição. O manifesto apresenta os precursores deste novo procedimento poético e defende que o poema concreto comunica sua própria estrutura através de isomorfismos
O documento discute as dinâmicas coletivas de criação no teatro e os novos sentidos da dramaturgia. Analisa como as criações coletivas e processos colaborativos escapam da estrutura dramática tradicional. Argumenta que a dramaturgia abrange não só a função do autor do texto, mas também o trabalho de todos os envolvidos na encenação.
Etnografia da duração, estudos de memoria coletivaAna Rocha
Sob a ótica dos estudos de uma etnografia da duração, a vida urbana é descrita desde o poder de organização de uma totalidade a partir de um fragmento vivido, isto é, aquela de um tempo imaginado pelos sujeitos-personagens que narram a sua experiência de vida cotidiana nas cidades modernas. Os fragmentos das experiências existenciais na cidade, nos jogos da memória dos habitantes das grandes metrópoles, seguem um princípio de ordenação contrária a dissolução de suas relações com seus territórios de vida, jogando a favor da homogeneidade deste espaço.
Para nós, a vocação de identidade tão sistematicamente associada aos espaços concretos das cidades, no campo das políticas públicas para a área de patrimônio, sob a ótica dos jogos da memória de seus habitantes, tem sua origem no tempo, o único que, segundo Durand (1984a, p. 479) transforma o princípio de identidade em um “risco a correr”. Neste ponto, o espaço é “fator de participação e ambivalência” (idem), pois, por sua via, nos confrontamos com os desafios de ultrapassar a diferenciação de estados e deslocamentos que toda a identidade contempla, para reencontrá-la, novamente, no plano eufêmico, de um espaço fantástico e, por isto, transcendental. No espaço se pode observar o trajeto do imaginário sendo desenhado, agora como espaço fantástico: espaços de estabilidade do ser (Durand, 1984a, p.474). Por esta via retornamos as idéias bachelardianas do tempo “como uma série de rupturas” (Bachelard, 1988, p. 38) e onde o fluxo da consciência, não é o único alicerce da memória, ao contrário, “é apenas uma de suas direções, uma perspectiva possível que o espírito racionaliza” (Duvignaud, 2006, p. 14).
Este artigo acadêmico discute a importância de se criar espectadores emancipados no teatro. O autor analisa as visões filosóficas antigas sobre o espectador, como passivo e desinteressado, e como pensadores modernos como Brecht e Artaud tentaram criar um novo tipo de espectador. No entanto, o autor argumenta que o espectador ainda é visto como alguém que precisa ser libertado da passividade. Baseando-se em Jacques Rancière, o autor defende que o espectador deve ser emancipado intelectualmente para
1) O documento discute a parceria entre o cineasta Alfred Hitchcock e o pintor surrealista Salvador Dalí no filme Spellbound (1945), especificamente na criação de uma sequência onírica.
2) A sequência onírica criada por Dalí incorpora características-chave do surrealismo como o sonho, o olho, a psicanálise e o erotismo.
3) Infelizmente, partes da sequência criada por Dalí foram cortadas pelo produtor contra a vontade de Hitchcock.
O documento discute a importância do memorial artístico na formação de professores de arte. O memorial permite que os estudantes reflitam sobre suas experiências de vida com arte e como isso se relaciona com a história do ensino de arte. Ao compartilharem seus memoriais, os estudantes podem identificar práticas comuns e discutir como usar a arte de forma mais conectada à realidade dos alunos.
Este documento descreve a instalação autobiográfica "Contemporaneidades Pantaneiras" criada por Rodolfo de Oliveira Parangaba. A obra explora o uso de pigmentos fluorescentes em pintura e desenho sob luz negra, e combina elementos como fotografia, pintura, desenho, frases e trilha sonora para criar um ambiente que simula parte da mente do artista. O documento discute referências teóricas como a produção autobiográfica em artes visuais e o trabalho de artistas como Leonilson, Frida
Para o teatro atual, torna-se cada vez mais difícil encontrar um assunto original, mas o universo artístico de Tadeusz Kantor continua sendo um vasto campo de pesquisa. Nele, os objetos adquirem importância singular como elementos de jogo entre homens, objetos e bonecos, abrindo as portas para outro universo situado em um nível distinto da lógica cotidiana. O teatro de Kantor é uma obra de arte total que confunde as fronteiras entre arte e vida, dando significativa importância ao objeto, que deixa de ser um
O documento discute como as novas tecnologias estão transformando o conceito de imagem, passando da representação da realidade para modelos abstratos manipuláveis. Isso marca uma mudança fundamental na visualidade contemporânea e nas possibilidades artísticas.
01 objeto de aprendizagem nome_fisicalidade_agosto_2012soniamarys
O documento descreve um projeto de criação de um Objeto de Aprendizagem chamado "Caixa de Pandora" que sintetiza diversas linguagens artísticas como desenho, pintura, escultura e fotografia. A Caixa de Pandora será construída no formato de um livro-objeto com vários compartimentos para abrigar materiais como imagens, postais, tintas e ferramentas que serão usados nos projetos desenvolvidos no eixo do Atelier de Arte. O objetivo é permitir que os alunos explorem diferentes
1) O documento analisa a obra Ohio Impromptu de Samuel Beckett, comparando as representações de espaço na obra com os conceitos de Leonardo da Vinci e Zygmunt Bauman.
2) A autora argumenta que as fronteiras entre os espaços se tornam porosas em Ohio Impromptu, permitindo vozes e memórias atravessarem.
3) Ela defende que é necessário um método interdisciplinar que reconstrua e reorganize os espaços de forma a desvendar os enigmas da obra de Beckett.
O documento discute a vida e obra de Dziga Vertov, cineasta russo pioneiro do cinema verdade. Vertov acreditava que a câmera poderia captar a realidade de forma mais objetiva do que os olhos humanos. Ele fundou o grupo Kinoki e produziu filmes experimentais sem atores ou cenários, focando apenas na captura do cotidiano das pessoas. Sua obra mais conhecida foi O Homem da Câmera de Filmar, de 1929. Apesar de influenciar muitos cineastas, Vertov foi marginalizado no final
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...Raquel Alves
Este artigo tem como finalidade apresentar um estudo introdutório sobre a análise de uma pintura pertencente à arte barroca paraibana, levando em consideração que a arte em si é o portal que conduz o sujeito rumo a uma descoberta histórica, de memórias e narrativas. Especificamente por meio de uma pintura no teto da Capela de São Francisco, que faz parte do Complexo Cultural São Francisco (CCSF) em João Pessoa (Paraíba), propomos através de tal imagem (São Francisco de Assis em chamas numa carruagem rumo aos céus) indicar possíveis intencionalidades e significados acerca deste processo de construção/intercruzamento de narrativas, perguntando-nos qual o enigma ou inquietação desta obra de arte barroca anônima e o significado da transposição de uma possível lenda fransciscana, bem como a associação de São Francisco a Cristo e ao profeta Elias. Valemo-nos de um estudo do sujeito que vislumbra tal pintura e do imaginário simbólico, por meio de uma tradução criativa através da estética e de um olhar semiótico, transporte este que nos conduzirá às descobertas da arte barroca, especialmente no espaço/obra de arte citados.
Este documento describe los diferentes tipos de peligros que pueden encontrarse en el trabajo, como físicos, químicos, biológicos, ergonómicos y psicosociales. Explica la diferencia entre peligro y riesgo, y proporciona una metodología para identificar peligros, evaluar riesgos, y desarrollar un plan de acción para controlar los riesgos identificados. La metodología incluye definir herramientas de recolección de datos, clasificar procesos y tareas, identificar peligros y
During the construction of a music video, the document describes using a digital camera to film from different angles, a tripod to hold the camera steady, and Adobe Premiere Pro on an iMac to edit footage by cutting, fading, and replacing sound. Research involved using an iPhone to take pictures of planning meetings and uploading them online. Evaluation used websites like Slideshare and Pinterest to make answers more visually interesting compared to just text. Overall, the digital technologies allowed capturing emotion from the video to match the lyrics.
Este documento presenta información sobre un proyecto de ingeniería civil realizado por Oriany Marquez, estudiante del Instituto Universitario Politécnico "Santiago Mariño" en su extensión de Barquisimeto. El documento detalla el nombre de la institución educativa, la carrera, y los datos personales de la estudiante a cargo del proyecto como su nombre completo y número de cédula.
O documento discute a função do ator nos processos de criação cênica contemporânea, onde os limites da autoria são flexíveis. A improvisação surge como importante proposta metodológica, sendo necessária sua relação com a dramaturgia. Nos processos colaborativos e de criação coletiva, o ator tem poder de decisão sobre o material cênico e escolhe o trajeto de sua criação.
capítulo do livro Paisagens plurais: artes visuais e transversalidades, de Madalena Zacara e Lívia Marques . Editora Universitária da EFEPE, publicado em 2012
1) O documento discute a reinstitucionalização da infância na modernidade tardia, onde as ideias sobre crianças e suas condições de vida estão passando por transformações significativas.
2) Na modernidade inicial, a infância foi institucionalizada através da criação da escola pública e da família centrada nos cuidados infantis.
3) Também surgiram novos saberes sobre o desenvolvimento infantil, como a pediatria e psicologia desenvolvimentista, que influenciaram as práticas com crianças.
O presente trabalho pretende estabelecer relações entre o conceito de imanência, a partir de ideias apresentadas por Georges Didi-Huberman no texto A imanência estética, e a prática do desenho. Essa relação se fez possível ao estabelecer uma aproximação entre o corpo do desenhador, seus gestos e suas projeções mentais, que conecta a experiência do desenhar com tempo/espaço, e o resultado final, apresentado através do desenho.
Este documento resume o desenvolvimento artístico da autora, desde suas primeiras pinturas até seus trabalhos em vídeo. A autora descreve como descobriu a arte do discurso indireto através de filmes como "Reassemblage" e "The Ladies Room", inspirando seu primeiro projeto de vídeo sobre representação feminina. Seu objetivo é criticar sutilmente, evitando reproduzir estereótipos, e deixar o público tirar suas próprias conclusões.
O manifesto defende uma poesia concreta que assume uma responsabilidade total perante a linguagem, vendo as palavras como objetos dinâmicos com propriedades físicas. A poesia concreta propõe uma nova estrutura capaz de captar a experiência humana no momento histórico, usando relações gráfico-fonéticas e o espaço como elemento de composição. O manifesto apresenta os precursores deste novo procedimento poético e defende que o poema concreto comunica sua própria estrutura através de isomorfismos
O documento discute as dinâmicas coletivas de criação no teatro e os novos sentidos da dramaturgia. Analisa como as criações coletivas e processos colaborativos escapam da estrutura dramática tradicional. Argumenta que a dramaturgia abrange não só a função do autor do texto, mas também o trabalho de todos os envolvidos na encenação.
Etnografia da duração, estudos de memoria coletivaAna Rocha
Sob a ótica dos estudos de uma etnografia da duração, a vida urbana é descrita desde o poder de organização de uma totalidade a partir de um fragmento vivido, isto é, aquela de um tempo imaginado pelos sujeitos-personagens que narram a sua experiência de vida cotidiana nas cidades modernas. Os fragmentos das experiências existenciais na cidade, nos jogos da memória dos habitantes das grandes metrópoles, seguem um princípio de ordenação contrária a dissolução de suas relações com seus territórios de vida, jogando a favor da homogeneidade deste espaço.
Para nós, a vocação de identidade tão sistematicamente associada aos espaços concretos das cidades, no campo das políticas públicas para a área de patrimônio, sob a ótica dos jogos da memória de seus habitantes, tem sua origem no tempo, o único que, segundo Durand (1984a, p. 479) transforma o princípio de identidade em um “risco a correr”. Neste ponto, o espaço é “fator de participação e ambivalência” (idem), pois, por sua via, nos confrontamos com os desafios de ultrapassar a diferenciação de estados e deslocamentos que toda a identidade contempla, para reencontrá-la, novamente, no plano eufêmico, de um espaço fantástico e, por isto, transcendental. No espaço se pode observar o trajeto do imaginário sendo desenhado, agora como espaço fantástico: espaços de estabilidade do ser (Durand, 1984a, p.474). Por esta via retornamos as idéias bachelardianas do tempo “como uma série de rupturas” (Bachelard, 1988, p. 38) e onde o fluxo da consciência, não é o único alicerce da memória, ao contrário, “é apenas uma de suas direções, uma perspectiva possível que o espírito racionaliza” (Duvignaud, 2006, p. 14).
Este artigo acadêmico discute a importância de se criar espectadores emancipados no teatro. O autor analisa as visões filosóficas antigas sobre o espectador, como passivo e desinteressado, e como pensadores modernos como Brecht e Artaud tentaram criar um novo tipo de espectador. No entanto, o autor argumenta que o espectador ainda é visto como alguém que precisa ser libertado da passividade. Baseando-se em Jacques Rancière, o autor defende que o espectador deve ser emancipado intelectualmente para
1) O documento discute a parceria entre o cineasta Alfred Hitchcock e o pintor surrealista Salvador Dalí no filme Spellbound (1945), especificamente na criação de uma sequência onírica.
2) A sequência onírica criada por Dalí incorpora características-chave do surrealismo como o sonho, o olho, a psicanálise e o erotismo.
3) Infelizmente, partes da sequência criada por Dalí foram cortadas pelo produtor contra a vontade de Hitchcock.
O documento discute a importância do memorial artístico na formação de professores de arte. O memorial permite que os estudantes reflitam sobre suas experiências de vida com arte e como isso se relaciona com a história do ensino de arte. Ao compartilharem seus memoriais, os estudantes podem identificar práticas comuns e discutir como usar a arte de forma mais conectada à realidade dos alunos.
Este documento descreve a instalação autobiográfica "Contemporaneidades Pantaneiras" criada por Rodolfo de Oliveira Parangaba. A obra explora o uso de pigmentos fluorescentes em pintura e desenho sob luz negra, e combina elementos como fotografia, pintura, desenho, frases e trilha sonora para criar um ambiente que simula parte da mente do artista. O documento discute referências teóricas como a produção autobiográfica em artes visuais e o trabalho de artistas como Leonilson, Frida
Para o teatro atual, torna-se cada vez mais difícil encontrar um assunto original, mas o universo artístico de Tadeusz Kantor continua sendo um vasto campo de pesquisa. Nele, os objetos adquirem importância singular como elementos de jogo entre homens, objetos e bonecos, abrindo as portas para outro universo situado em um nível distinto da lógica cotidiana. O teatro de Kantor é uma obra de arte total que confunde as fronteiras entre arte e vida, dando significativa importância ao objeto, que deixa de ser um
O documento discute como as novas tecnologias estão transformando o conceito de imagem, passando da representação da realidade para modelos abstratos manipuláveis. Isso marca uma mudança fundamental na visualidade contemporânea e nas possibilidades artísticas.
01 objeto de aprendizagem nome_fisicalidade_agosto_2012soniamarys
O documento descreve um projeto de criação de um Objeto de Aprendizagem chamado "Caixa de Pandora" que sintetiza diversas linguagens artísticas como desenho, pintura, escultura e fotografia. A Caixa de Pandora será construída no formato de um livro-objeto com vários compartimentos para abrigar materiais como imagens, postais, tintas e ferramentas que serão usados nos projetos desenvolvidos no eixo do Atelier de Arte. O objetivo é permitir que os alunos explorem diferentes
1) O documento analisa a obra Ohio Impromptu de Samuel Beckett, comparando as representações de espaço na obra com os conceitos de Leonardo da Vinci e Zygmunt Bauman.
2) A autora argumenta que as fronteiras entre os espaços se tornam porosas em Ohio Impromptu, permitindo vozes e memórias atravessarem.
3) Ela defende que é necessário um método interdisciplinar que reconstrua e reorganize os espaços de forma a desvendar os enigmas da obra de Beckett.
O documento discute a vida e obra de Dziga Vertov, cineasta russo pioneiro do cinema verdade. Vertov acreditava que a câmera poderia captar a realidade de forma mais objetiva do que os olhos humanos. Ele fundou o grupo Kinoki e produziu filmes experimentais sem atores ou cenários, focando apenas na captura do cotidiano das pessoas. Sua obra mais conhecida foi O Homem da Câmera de Filmar, de 1929. Apesar de influenciar muitos cineastas, Vertov foi marginalizado no final
CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DA PINTURA DE SÃO FRANCISCO ...Raquel Alves
Este artigo tem como finalidade apresentar um estudo introdutório sobre a análise de uma pintura pertencente à arte barroca paraibana, levando em consideração que a arte em si é o portal que conduz o sujeito rumo a uma descoberta histórica, de memórias e narrativas. Especificamente por meio de uma pintura no teto da Capela de São Francisco, que faz parte do Complexo Cultural São Francisco (CCSF) em João Pessoa (Paraíba), propomos através de tal imagem (São Francisco de Assis em chamas numa carruagem rumo aos céus) indicar possíveis intencionalidades e significados acerca deste processo de construção/intercruzamento de narrativas, perguntando-nos qual o enigma ou inquietação desta obra de arte barroca anônima e o significado da transposição de uma possível lenda fransciscana, bem como a associação de São Francisco a Cristo e ao profeta Elias. Valemo-nos de um estudo do sujeito que vislumbra tal pintura e do imaginário simbólico, por meio de uma tradução criativa através da estética e de um olhar semiótico, transporte este que nos conduzirá às descobertas da arte barroca, especialmente no espaço/obra de arte citados.
Este documento describe los diferentes tipos de peligros que pueden encontrarse en el trabajo, como físicos, químicos, biológicos, ergonómicos y psicosociales. Explica la diferencia entre peligro y riesgo, y proporciona una metodología para identificar peligros, evaluar riesgos, y desarrollar un plan de acción para controlar los riesgos identificados. La metodología incluye definir herramientas de recolección de datos, clasificar procesos y tareas, identificar peligros y
During the construction of a music video, the document describes using a digital camera to film from different angles, a tripod to hold the camera steady, and Adobe Premiere Pro on an iMac to edit footage by cutting, fading, and replacing sound. Research involved using an iPhone to take pictures of planning meetings and uploading them online. Evaluation used websites like Slideshare and Pinterest to make answers more visually interesting compared to just text. Overall, the digital technologies allowed capturing emotion from the video to match the lyrics.
Este documento presenta información sobre un proyecto de ingeniería civil realizado por Oriany Marquez, estudiante del Instituto Universitario Politécnico "Santiago Mariño" en su extensión de Barquisimeto. El documento detalla el nombre de la institución educativa, la carrera, y los datos personales de la estudiante a cargo del proyecto como su nombre completo y número de cédula.
Iterative code reviews system for detecting and correcting faults from softwa...IAEME Publication
1) The document describes an iterative code review (ICR) system that aims to detect and correct faults in software code documents through multiple review iterations.
2) Traditional code review methods are expensive and may not find all faults. ICR instead uses one inspector over several iterations to thoroughly check the code.
3) Each iteration focuses on a different type of fault - simple, medium, or hard. The process continues until no faults remain. This helps produce fault-free code documents in a more effective way than single-iteration reviews.
The document lists the names of various museums from around the world, including the Weston Park Museum in Sheffield, England, the Museum of the Native American Indian in Washington DC, the Roald Dahl Museum, the Farnham Museum, the Dental Museum in London, the Museum of East Anglian Life, and the PM Gallery in London.
Matthew Foxworth is seeking a career in logistics and supply chain management. He has a Bachelor's degree in Business Administration with a concentration in logistics/supply chain management and a minor in marketing from East Tennessee State University. He has work experience in retail sales, customer service, landscaping, and coaching youth sports. His resume highlights his education, work history, certifications, software skills, volunteer activities, and interests.
3 inventario de fuentes de agua subterránea en la cuenca del rio coata 2007...Werner A Ccalli
El recurso hídrico en la mayoría de los departamentos del Perú, es muy limitado,
tal es el caso del departamento de Puno, que en épocas pasadas tuvo grandes
problemas por efectos de la sequía, donde la población específicamente rural,
sufre los estragos de la escasez del recurso hídrico.
Short and high level intro to the concept of computer vision with OpenCV for "Visualizing cultural collections" class at Potsdam University of Applied Sciences (FHP). Targeted at designers who are new to coding.
Artigo “LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS E EDUCAÇÃO PELA ARTE” - Bernardett...Magda Borges
Este documento descreve o Colóquio Internacional de Literaturas de Língua Portuguesa para Crianças e Jovens realizado em 2011. A palestrante defende que a arte é fundamental para a educação e que deve ser ensinada de forma não didática e libertadora. A arte permite o desenvolvimento holístico do ser humano ao integrar sensibilidade, inteligência e emoção. A educação pela arte tem ganhado importância nos últimos anos e vários autores defendem esta abordagem desde as décadas de 1940 e 1960.
O documento discute a poesia visual no Brasil no século XXI, comparando-a à poesia concreta. A poesia concreta surgiu na década de 1950 como uma nova vertente experimental que valorizava os aspectos visuais e geométricos dos poemas. Já a poesia visual utiliza diversos recursos visuais como imagens, tipografias e composições para transmitir mensagens, podendo ou não incluir palavras. Embora sejam conceitos relacionados, a poesia concreta é considerada um caso específico da poes
O documento descreve uma exposição de arte contemporânea chamada "Con(s)equência..." do artista Josaphat. A exposição apresenta 21 obras criadas com materiais reciclados e reutilizados que refletem o estado de espírito do artista e buscam devolver à sociedade experiências da vida contemporânea.
O documentário discute conceitos de arte, desde o século 19 até a contemporaneidade, mostrando como a noção de arte mudou ao longo do tempo. Imagens de obras são apresentadas junto com comentários de um professor de filosofia, que reflete sobre como a arte moderna rompeu com padrões acadêmicos e passou a exigir novos modos de ver. A categoria de objeto passou a codificar transformações na arte e abrir novas possibilidades para além de telas e esculturas.
A obra de eurico goncalves na perspectiva do surrealismo português e internac...Álvaro Rodrigues
This thesis examines the work of Portuguese artist Eurico Gonçalves within the context of Portuguese and international Surrealism from 1949 to 2007. It analyzes how Gonçalves' poetry, painting, teaching and art criticism were influenced by Surrealist concepts like psychic automatism, chance, and the marvelous. The work also explores Gonçalves' transition from figurative to abstract Surrealism and his fusion of Dada vitalism and Zen philosophy in his "Dada-Zen" period from 1962 onward.
Este documento discute a importância do ensino da arte no ensino médio. Apresenta os capítulos do livro que abordam questões como o valor da arte, como os artistas são vistos, se a arte é para todos e como a arte representa a realidade. Defende que a arte deve ser estudada para que os alunos possam interpretar e avaliar criticamente o mundo em que vivemos.
O documento discute a arte contemporânea e sua relação com a comunicação e cultura atual. A arte contemporânea deixou para trás a "coerência sistêmica" da modernidade e assume um estado permanente de descontinuidade, refletindo o mundo atual marcado por incerteza, fragmentação e justaposição. A arte também se libertou das amarras do mimetismo para criações que articulam imagem, texto e sons de forma inusitada.
Narrativas erodidas: os usos de si como estratégia poética.Priscilla Menezes
1. O trabalho investiga os usos da fala de si na obra de arte, analisando artistas que empregam procedimentos confessionais.
2. É questionada a noção de biografia como revelação do eu, pensando-se a escrita da vida como potência criadora.
3. O trabalho analisa diferentes estratégias de erosão do eu em três capítulos: "Refrações" sobre desvios identitários, "Abandonos" sobre práticas da perda, e "Metamorfoses" sobre transformações do eu.
O documento discute a visão de Arthur Danto sobre a história da arte e seu fim. Ele argumenta que a arte progrediu através do desenvolvimento das técnicas de representação, mas que as vanguardas do século 20 abandonaram a equivalência ótica, encerrando a história da arte como era concebida. A arte agora se define a si mesma através de múltiplos conceitos em vez de obras materiais.
Este documento resume as principais tendências artísticas do Modernismo como o Futurismo, Cubismo, Fauvismo, Dadaísmo e Surrealismo. Descreve os movimentos, seus principais artistas e características, como a ênfase no dinamismo, na fragmentação da realidade e na liberdade de expressão. O documento foi escrito por um aluno como trabalho escolar sobre as correntes artísticas do século XX.
Murilo Mendes foi um poeta e escritor brasileiro nascido em 1901 em Juiz de Fora. Publicou diversos livros de poesia e prosa ao longo de sua carreira, abordando temas como religião e cultura brasileira. Mudou-se para a Europa nos anos 1950 onde lecionou literatura brasileira e faleceu em Portugal em 1975, deixando um importante legado para as letras brasileiras.
A exposição Dez anos de fotografia espanhola contemporânea - Coleção Fundação Coca-Cola ficou em cartaz no MAM-BA de 19 de setembro até 20 de novembro de 2011.
Veja mais em: http://www.mam.ba.gov.br/exposicao-detalhe.asp?conId=457
O documento descreve uma instalação de arte contemporânea chamada "SanTUÁRIO CACTU'San" que usa o tema do cacto. A instalação consiste em cinco partes interligadas que representam momentos de um ritual, incluindo Ofertório, Oratório, Adoração, Sacrifício e Sepulcro. O objetivo é apresentar uma narrativa visual sagrada sobre o cacto por meio da linguagem poética da arte.
A entrevista apresenta a artista plástica Eliana Zaroni, que defende a liberação de espaços para a pichação e critica a sociedade. Ela acredita que a arte no metrô pode transformar o olhar dos cidadãos e que a inspiração surge da prática artística e conexão com o mundo.
A entrevista discute a importância da arte no espaço urbano e a necessidade de se promover a arte pública. A entrevistada defende a liberação de espaços para a pichação e vê o grafite como uma forma legítima de expressão artística. Ela também discute a falta de divulgação e incentivo à arte brasileira.
O documento discute a arte como uma forma de conhecimento e explora a hipótese de que o livro pode ser um meio para desenvolver, articular, transmitir e compartilhar conhecimento artístico. O livro referido não é o livro tradicional impresso ou eletrônico, mas um "livro virtual" escrito no ciberespaço e aberto à transformação por leitores na rede.
Intertextualidade e linguagem Catia DelatorreCatia Delatorre
O documento discute o conceito de intertextualidade, apresentando definições de três autores e exemplos de como a intertextualidade ocorre de forma explícita, em obras como Shrek, ou implícita, como na saga Crepúsculo. A intertextualidade demonstra a influência de um texto sobre outro e a importância do conhecimento cultural para a compreensão dos textos.
Este documento fornece informações sobre uma exposição de litografias realizada no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco entre 1 e 30 de junho de 2011. A exposição apresentou obras de cinco artistas - Ana Lisboa, Gil Vicente, Luciano Pinheiro, Rodrigo Braga e Sebastião Pedrosa - produzidas durante uma residência artística no Laboratório Oficina Guaianases de Gravura.
Este documento discute o papel da literatura na educação. Primeiramente, define literatura como a arte da escrita e argumenta que ela deve ser analisada e compreendida para além de finalidades didáticas. Em seguida, critica o sistema educacional atual por se concentrar demais em objetivos profissionalizantes em vez de valores humanos. Por fim, defende que a literatura deve ser ensinada de forma a respeitar a diversidade cultural e estimular a criatividade dos alunos.
Semelhante a 22 uma escola perambulante nivea (20)
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoMateusTavares54
Quer aprender inglês e espanhol de um jeito divertido? Aqui você encontra atividades legais para imprimir e usar. É só imprimir e começar a brincar enquanto aprende!
REGULAMENTO DO CONCURSO DESENHOS AFRO/2024 - 14ª edição - CEIRI /UREI (ficha...Eró Cunha
XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
1. UMA ESCOLA PERAMBULANTE
Nivea Andrade (Faculdade de Educação -UFF)
Certa vez, visitando o Musée de Orsay, em Paris, me deparei com um quadro de
Van Gogh. Era um entre tantos autorretratos que o pintor produziu em seus 37 anos de
vida. Embora a imagem de Van Gogh me impressione com seu olhar de angústia que
compromete o observador a se angustiar com ele, o elemento que mais me parece
arrebatador neste quadro é o movimento das grossas pinceladas curvas, talvez verdes ou
talvez azuis, que rodeiam o retrato do artista (Se este texto que faço, fosse composto
por sons, e talvez o seja em nossas memórias, eu ouviria com ele a canção de Chico
Buarque: o retrato do artista, quando moço, não é promissora, cândida pintura).
Roland Barthes nos chama atenção para pensarmos os punctus, os elementos das
imagens que, como uma ponta cortante, nos arrebatam, nos incomodam, desviam o
nosso olhar. Sobre o punctus, aquilo que punge, Roland Barthes no explica que basta
sua presença para mudar minha leitura, que se trata de uma nova foto que eu olho,
marcada a meus olhos por um valor superior (BARTHES, 2012). E eram as pinceladas
curvas ao redor da imagem de Van Gogh que me atraíam para o seu universo denso e
me angustiavam a ponto de me sentir escorregando por algumas destas pinceladas.
Em certo momento, me dei conta de que o Museu estava cheio e outras pessoas
poderiam estar desejosas de se colocarem à frente do tal quadro, quando percebi que
não era a única a se perder nas curvas de Van Gogh. Ao meu lado, mergulhado na
pintura e esquecido do seu grupo, um rapaz que acompanhava uma das tantas excursões
japonesas também contemplava e talvez se angustiava com o quadro de Van Gogh,
compartilhando comigo aquele momento, embora nem se desse conta da minha
presença.
Lembrar desta cena invariavelmente me remete a um dos episódios do filme
Sonhos (Yume/Dreams, 1990) de Akira Kurosawa, no qual, um jovem pintor japonês
(personagem de Akira Terao) visita um museu e se sente arrebatado por uma das obras
de Van Gogh, o quadro Pont de Langlois, que retrata uma antiga ponte no canal de
Arles.
Uma característica marcante deste episódio é a quase ausência de som que
somente é rompida quando o jovem pega os seus instrumentos de pintura (as telas e uma
maleta) e se dirige aos quadro de Van Gogh. Os ruídos dos passos do rapaz lentamente
dão lugar à melodia. O som e a imagem se apresentam em unicidade.
2. Ao som do prelúdio n.15 de Chopin e do barulho das roupas batidas na beira do
rio pelas lavadeiras do Arles, o jovem japonês, que representa o próprio Kurosawa,
impactado pela obra, é absorvido pelo quadro e passa a viajar por diferentes
espaçostempos pintados por Van Gogh.
Encontrando com o próprio Van Gogh, representado pelo cineasta Martin
Scorsese em uma rara atuação como ator, o jovem japonês caminha por um dos cenários
favoritos do pintor, os campos de trigo de Auver-sur-Oise, cidade francesa onde viveu
seus últimos anos de vida. O episódio se passa com Van Gogh se questionando porque
o rapaz não está pintando. Diz que precisa aproveitar a luz- O sol me impele- declara o
artista. – Eu me arremeto feito locomotiva em minha arte.- O jovem passa a contemplar
o sol enquanto não percebe que Van Gogh desaparece.
O jovem japonês então se arremete às pinturas do artista, passeando pelas
grossas pinceladas, buscando encontrar Van Gogh, compondo um belíssimo trabalho
fotográfico de Kurosawa que evidencia os tênues limites entre o onírico e o vivido.
Ao fim do episódio, o jovem japonês novamente encontra Van Gogh, mas este
logo desaparece em meio ao campo de trigo e a revoada de corvos. O prelúdio de
Chopin dá lugar ao som de uma locomotiva, trazendo o rapaz para a sua posição de
observador (mas não apenas) do quadro no Museu. Este não mais se trata de Pont de
Langlois, mas de Campo de trigo com corvos (Champ de blé aux Corbeaux),
possivelmente o último trabalho de Van Gogh, antes do seu suicídio, quando atirou no
peito em meio ao mesmo campo de trigo retratado.
Em um gesto de reverência e/ou de quem volta de uma viagem, o rapaz tira o
chapéu terminando o episódio, nos remetendo à admiração de Kurosawa ao pintor
holandês.
Observar imagens, reconhecendo que não somos meros observadores, nos
permite produzir viagens de pensamentos. Viagens que possibilitam entrelaçar redes de
sentimentos, conhecimentos e significações. Visitar exposições, apreciar arte, seja ela
qual for, amplia as nossas redes e aquilo que Pierre Bourdieu chamou de capital
cultural, embora eu prefira a expressão redes de conhecimentos e significações na
medida em que as redes que desenvolvemos como manifestações culturais são
historicamente anteriores às relações capitalistas.
A noção de capital cultural desenvolvida por Pierre Bourdieu (1998),
compreendida como o conjunto dos elementos materiais e imateriais decorrentes dos
investimentos pessoais e das heranças culturais familiares no processo de formação de
3. uma pessoa chama atenção para os processos educativos além da relação entre os
investimentos monetários e o desempenho escolar. Bourdieu propunha pensar em
capital cultural como aquisições que podem ser incorporadas (conhecimentos
assimilados/apropriados desde a infância em processos de socialização), objetivadas em
suportes materiais como livros, pinturas entre outros e/ou institucionalizadas, como
diplomas e títulos que são produzidos de acordo com uma decisão coletiva do que é ou
do que não é qualificado.
Sobre as aquisições incorporadas, Bourdieu define o capital cultural como um
ter que se torno ser, uma propriedade que se fez corpo e tornou-se parte integrante da
‘pessoa’, um habitus (1998). Penso que a noção de redes vem acrescentar neste
pensamento a compreensão de que os conhecimentos, as heranças culturais e toda sorte
de elementos materiais e imateriais que podem ser reunidos por uma pessoa em seus
processos de aprendizagemensino não são apropriações individualizadas pelas quais as
pessoas adquirem um determinado conhecimento e o guardam consigo mantendo todas
as suas características iniciais.
Acreditando que não existe um conhecimento externo à pessoa que pode ou não
ser adquirido, apropriado e assimilado por esta pessoa de forma isolada e singular,
proponho pensarmos que estes elementos materiais e imateriais são tecidos
permanentemente entre as memórias de experiências anteriores e as experimentações
atuais.
O próprio Kurosawa nos explica: Minhas próprias experiências e as diversas
coisas que li permanecem em minha lembrança e tornam-se a base sobre a qual crio
algo novo.Eu não poderia partir do nada ( Kurosawa, 1990. p. 277). Michel de Certeau,
em Invenções do Cotidiano, também nos ajuda a compreender a memória como
matéria-prima para as nossas práticas. Em uma determinada ocasião, a memória emerge,
é criada a partir das circunstâncias. Dela, nascem as táticas e as transformações. O autor
explicou que
a memória mediatiza transformações espaciais. Segundo o modo do
‘momento oportuno’ (kairós), ela produz uma ruptura instauradora.
Sua estranheza torna possível uma transgressão da lei do lugar. Saindo
de seus insondáveis e móveis segredos, um ‘golpe’ modifica a ordem
local. (CERTEAU, 1994, p. 161).
4. Dialogando com o pensamento de Michel de Certeau, a noção de conhecimentos
em redes nos mostra que os processos de aprender e ensinar fazem parte de um mesmo
movimento e só existem na relação entre as pessoas, sempre em mão dupla, sempre na
relação entre os processos culturais. Os conhecimentos são, portanto, tecidos em várias
mãos. Por isso, falamos que aprenderensinamos em diferentes espaçotempos, portanto,
em redes com fluxos permanentes e sem lugares de origem e de destino de um
conhecimento seja ele materializado em um livro, ou pintura, seja ele configurado como
uma prática ou um modo de pensar.
Para Nilda Alves, a noção de rede,
substitui a ideia de que o conhecimento se ‘constrói’ daquela
maneira ordenada, linear e hierarquizada, por um único e
obrigatório caminho, pela ideia de que, ao contrário, não há ordem
nessa criação – ou que ela só pode ser percebida e representada
pelo pensamento a posteriori da própria criação.
Neste sentido, aceito a proposta de Nèstor Canclini, no livro Diferentes,
Desiguais e Desconectados, para pensarmos nestes capitais culturais ou nestes
conhecimentos em redes em relações às escolas brasileiras. Para este autor, é preciso
educar para a interculturalidade, um processo pelo qual as culturas de docentes,
discentes e diferentes grupos possam se entrelaçar.
Neste sentido, acredito que não se trata de simplesmente acumular
conhecimentos para compreendermos uma obra de arte como o quadro de Van Gogh no
filme de Kurosawa, mas de ampliar as nossas possibilidades de estabelecer vínculos,
relações, conhecimentos, conferir significados diversos para as manifestações culturais
que vivenciamos. Neste sentido, é preciso compreender o que é ‘cultural’ como um
processo permanente de produção de conhecimentos em redes.
Importa também ressaltar que esta produção é sempre práticateóricaprática em
um mesmo tempo, diria inclusive, em um mesmo espaçotempo. Ao contrário de uma
cultura compreendida como um substantivo com limites previamente definidos, prefiro
compreender como propõe Arjun Apadurrai, o cultural como processo permanente
(1996).1
1
“Se cultura como substantivo parece suscitar a associação com uma qualquer substância de um modo
que esconde mais do que revela, cultural, o adjetivo, transporta-nos para um reino de diferenças,
contrastes e comparações bem mais útil. Este sentido adjetivo de cultura, que se forma no cerne de uma
linguística saussuriana sensível ao contexto e focada nos contrastes, pareceme ser uma das virtudes do
5. Mas o que isso teria a ver com o título deste livro: Sonhos de Escolas? Por que
escolho este episódio de Kurosawa para pensar alguns projetos de escola?
Nos oito episódios que compõem o filme Sonhos, Kurosawa trata da temática da
morte através de uma composição de luz e sombras que entrelaçam diversos elementos
oníricos representativos de desejos, pulsões, medos, opressões entre outros. Todos
perpassados pela relação entre o homem e a natureza.
Se nos demais episódios (O casamento da Raposa, Jardim dos pessegueiros e
outros) o cineasta expõe a temática da morte mais diretamente com variações que vão
do medo de uma explosão nuclear à comemoração da morte por velhice, no episódio
Corvos, Kurosawa toca na temática da morte através da personagem de Van Gogh que
ao se lançar feito locomotiva em sua arte, chega ao ponto da automutilação, ao cortar a
própria orelha e, posteriormente cometer suicídio nos campos de trigo de Auver-sur-
Oise, em 18902
, mesmo ano da pintura do quadro Campo de trigos com corvos.
No episódio de Sonhos, este desejo de se lançar para além dos limites da vida
convive com a ideia de sonho como desejo e projeto de vida, já que Kurosawa era pintor
e em sua juventude chegou inclusive a integrar o Centro de Pesquisa de Arte Proletária.
O sonho de Corvos, portanto, pode ser compreendido como um projeto de vida do
próprio cineasta que integrou o seu projeto pessoal como artista plástico ao ofício do
cineasta.
Fiz este movimento de buscar compreender alguns significados de sonhos para
este episódio do filme de Kurosawa no intuito de chamar atenção para o fato de que os
desejos, os medos, a morte e a vida, a luz e a sombra convivem em nossos sonhos e não
se configuram como oposições.
Então, vejamos nossos sonhos de escolas. Mas, não poderei apresentar os meus
sonhos de escola sem narrar mais uma pequena história, pois, acredito com Certeau
(1994), que as narrativas são as maneiras de pensarmos as práticas.
Eu tinha 5 anos e estava animada com o meu primeiro dia de escola. Via sempre
o ônibus buscando e levando a minha irmã mais velha. Estava ansiosa para fazer o
mesmo. Para a surpresa e uma pontinha escondida de decepção de minha mãe, não
estruturalismo que tendemos a esquecer na nossa pressa de o atacar pelas suas conotações a-históricas,
formais, binárias, intelectualistas e textualistas. (...) Não vale a pena encarar a cultura como substância,
é melhor encará-la como uma dimensão dos fenômentos, uma dimensão que revela da diferença sisuda e
concretizada. Salientar este dimensionamento da cultura em vez da sua substancialidade permite-nos
pensar a cultura não tanto como propriedade de indivíduos e grupos, mas como um instrumento heurístico
ao nosso alcance que falamos de diferença (Appadurai, 1996. p.25/26).”
2
Van Gogh morreu nos braços do irmão Theo, dois dias após o ter atirado em seu próprio peito.
6. chorei para ficar em casa e até dei um tchau para a minha mãe que queria ficar comigo
no primeiro dia de aula. Subi para o ônibus decidida a me aventurar por esta tal de
escola. E o ônibus pôs-se a andar. Várias crianças fazendo muito barulho, comemorando
quando o ônibus parava na casa de seus amigos. Passados uns 10 minutos, o ônibus
começou a subir em uma pequena ladeira, e reduziu a velocidade até parar em frente ao
grande muro que aos meus olhos, crescia no final da rua e terminava em um imponente
portão de ferro. Lembro muito bem da decepção que se apoderou de mim ao saber que a
tal escola que eu estava gostando tanto, já estava por acabar. Tive que sair do ônibus e
no dia seguinte ninguém conseguia me convencer a voltar.
Este era o meu sonho de escola: vagar, passear, viajar pela cidade ou pelas
cidades, visitar lugares, museus, exposições, laboratórios. O meu sonho era uma
escola/ônibus que passeasse pela cidade, uma escola flanêur, para usar o termo tão caro
a Baudelaire. E no nosso bom português, uma escola caminhante, perambulante que
tecesse redes. Uma escola caminhante, para que como nos propõe Larossa (1998),
levemos o nosso olhar para passear. Nilda Alves (2008) iria além, dizendo que
precisamos levar todos os sentidos para passear já que aprendemosensinamos com todos
os sentidos.
Uma escola perambulante não tem percursos pré-estabelecidos, pois, ela
acompanha as demandas e curiosidades do viajante. Por outro lado, esta escola
perambulante não se movimenta apenas pelas redes do viajante já que ela é
permanentemente móvel e lhe apresenta novos caminhos a todo instante. Há sempre
novas curvas e outras pinceladas que indicam outros percursos. Quando se encontra um
caminho, esta escola perambulante busca evidenciar que há outros caminhos possíveis,
que há sempre outros percursos, outros conhecimentos e sentidos possíveis.
Algumas curvas nos trazem medo: medo da morte da autoridade do professor,
medo de conhecimentos novos, medo de perder o controle do conhecimento entre
outros. Aqui também o nosso sonho de escola é acompanhado dos seus temores e suas
angústias, mas todas as curvas acompanham as suas escolhas que nos permitem voltar
atrás, pois, se na escola perambulante tecemos conhecimentos em redes, não há um
início ou um fim. Há apenas percursos.
Uma escola perambulante tece conhecimentos e significações com os pés,
produzindo narrativas entorno dos espaçostempos visitados. Esta escola visita diferentes
lugares de memória, reconhecendo como nos alerta Pierre Nora que os lugares de
memória são criados a partir do sentimento que não há memória espontânea. Por tal
7. motivo, compreendendo os processos políticos de produção deste lugares, nossa escola
perambulante visitará, para além dos lugares de memória dedicados a uma elite
econômica e política, os lugares de memória de diferentes grupos sociais de múltiplos
espaçostempos. Uma escola que visitasse os terreiros de candomblé, que ouvisse as
histórias dos moradores dos cortiços, que vagasse pelas ruas das cidades rompendo as
dicotomias entre o que supostamente seria uma cultura erudita e outra popular.
Com esta proposta, a escola perambulante também frequenta os museus, já que
Lúcia Lippi (2008) nos lembra que as instituições mais antigas reconhecidas como
patrimônio cultural são os museus. Frequentar, ocupar culturalmente, compreender os
museus em suas trajetórias históricas e políticas são passos importantes para a escola
perambulante.
Diderot e D´Alembert, na Enciclopédia, contam que museu era um lugar na
cidade de Alexandria onde se reunia homens sábios e onde eram reverenciadas as nove
musas, filhas de Zeus e mnemosine (a memória). A origem dos museus como
compreendemos hoje, possivelmente está atrelada aos gabinetes de curiosidade que
faziam sucesso na Europa antes do Renascimento. Estes gabinetes que se
transformaram, por volta do século XV, em coleções de curiosidades, reuniam objetos
antigos ou considerados ‘bizarros’ pertencentes a povos diferentes do planeta. Com seu
crescimento e complexificação, estas coleções de curiosidades passaram a conferir
prestígio e poder aos seus colecionadores, fazendo surgir a profissão de especialista em
antiguidades, o antiquário. No século XVIII, surgiram os primeiros museus como
compreendemos hoje. Dentre eles, o museu britânico.
O Museu do Louvre, na França, porém, tornou-se um modelo para os museus do
século XIX e XX, na medida em que foi considerado o primeiro museu produzido com
o objetivo de ensinar o “cidadão” a valorizar o patrimônio dos povos do planeta. A
cidadania, compreendida dentro dos ideais iluministas da revolução francesa, passa a ser
um dos propósitos dos museus ocidentais até a atualidade.
Importa ressaltar, porém, as mudanças ocorridas no século XX e início do século
XXI no que se refere aos desenvolvimentos das ciências sociais, gerando consequências
para os projetos educativos dos museus e para toda a educação patrimonial.
Com o fim da busca por uma análise social que se pretenda total e se reconheça
como uma única verdade, os museus ocidentais, em sua maioria, acompanham as
mudanças sociológicas, e passam a valorizar a arte, a história e a cultura das pessoas
comuns. Surgem, no Brasil, o Museu da Pessoa, o Museu da Língua Portuguesa entre
8. outros. Ao invés de visitas que seguem uma linearidade cronológica, os museus passam
a propor visitas tematizadas que buscam problematizar questões ao invés de projeto
impossível de conhecimento total sobre as sociedades.
Neste sentido, autores como Júnia Pereira e Lana Siman (2009) ressaltam a
importância de pensar o museu como um lugar de trânsito, onde a visita pode ser feita
aos espasmos e não mais como busca de uma historia/visita total, lugar de várias
temporalidades e não mais a mera sequencia cronológica. A finalidade é o percurso.
Neste ponto, os estudantes têm muito a nos ensinar. Observando crianças, jovens
e adultos em visitas em museus e outros lugares de memória, poderemos perceber que,
embora professores e guias muitas vezes apresentem, em suas falas, o desejo de oferecer
o maior número possível de informações sobre objetos, edificações e outros tipos de
patrimônios científicos e artísticos, materiais ou imateriais, os estudantes selecionam os
elementos que lhe são importantes e desenvolvem suas táticas de aprendizado. Alguns
anotam datas e legendas dos objetos, monumentos e edificações, outros preferem tirar
fotos, outros tentam tocar os objetos, e há aqueles que exercitam a prática de desviar o
olhar, procurando uma rachadura na parede do museu, um pombo que se aproxima de
uma estátua ou a sua própria imagem refletida em um espelho.
A escola perambulante é tecida por todos estes percursos de aprenderensinar,
pois reconhece a sua incapacidade de controlar os processos de conhecimento de cada
um. Sendo perambulante, esta escola permite aos estudantes se sentirem pertencentes a
um lugar até então distante de suas redes. Ao caminharem pela cidade, conhecendo ruas,
histórias e lugares, os estudantes tecem novos significações e conhecimentos com seus
passos, se inscrevendo na permanente gestação do tecido urbano.
Para Certeau:
caminhar é ter falta de lugar. É o processo indefinido de estar ausente
e à procura de um próprio. A errância, multiplicada e reunida pela
cidade, faz dela uma imensa experiência social da privação de lugar -
uma experiência, é verdade, esfarelada em deportações inumeráveis e
ínfimas (deslocamentos e caminhadas), compensada pelas relações e
os cruzamentos desses êxodos que se entrelaçam, criando um tecido
urbano, e posta sob o signo do que deveria ser, enfim, o lugar, mas é
apenas um nome, a Cidade. (CERTEAU, 2004, p. 183).
9. Fisicamente, caminhar é se desprender de um ponto em direção a outro.
Caminhar é sempre a prática de procurar um lugar, se desprendendo de um ponto e
buscando algo novo. Ao caminhar pela cidade da qual não se sente pertencente, o
caminhante tece as suas próprias redes, na tentativa de se apropriar do lugar, criando
novos conhecimentos e significações para si, sobre si, para outros, sobre os outros.
Nas saídas pela cidade, nos corredores dos museus, os estudantes caminhantes,
acompanhados por seus professores, tecem relações com o lugar, e estabelecem
apropriações diferenciadas, mas sempre ampliando as suas redes de conhecimentos e
significações. O que até então seria reconhecido lugar, por ser propriedade do outro,
passa a ser tecido como um espaçotempo, por deixar de ser apenas um nome chamado
cidade, para fazer parte das redes educativas onde se aprendeensina.
Referências
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Leite (orgs.). O Sentido da Escola. Petrópolis: DP et Alii, 2008a.
______.Decifrando o Pergaminho – o cotidiano das escolas nas lógicas das redes
cotidianas. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa e. ALVES, Nilda (orgs.). Pesquisa
nos/dos/com os cotidianos das escolas- sobre redes e saberes. Petrópolis: DP et Alii,
2008.
Apadurai, Arjun. Dimensões cultrais da globalização: a modernidade sem peias.
Lisboa: Editorial Teorema, 1996.
BOURDIEU, Pierre. Os três estados do capital cultural. In: BOURDIEU, Pierre.
Escritos de Educação. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.
CANCLINI, Nestor. Diferentes, Desiguais e Desconectados. 2. ed. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ, 2007.
10. CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano. 12. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes,
1994.
DIDEROT, Denis.; D´ALEMBERT, Jean Batiste Le Rond. Encyclopédie de Diderot et
d'Alembert in: http://xn--encyclopdie-ibb.eu/index.php (acesso em 30/03/2013).
KUROSAWA, Akira. Relato autobiográfico. São Paulo: Estação Liberdade, 1990.
LARROSA, Jorge. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. Contrabando,
1998.
Lippi, Lúcia. Cultura é patrimônio. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.
Nora, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Projeto História-
Revista do Programa de Estudos pós-graduados em história e do Departamento de
História da PUC-SP. São Paulo: PUC-SP, 1981.
PEREIRA, Junia ; SIMAN, Lana . Andarilhagens em chão de ladrilhos. In: FONSECA,
Selva Guimarães (Org.). Ensinar e Aprender História: formação, saberes e praticas
educativas. Campinas: Atomo & Alínea, 2009, v. 1, p. 277-296