[1] O documento discute como as histórias em quadrinhos podem contribuir para a formação de leitores competentes, ao expor estudantes a diversos tipos de textos e linguagens. [2] Defende que a leitura deve ser entendida como um processo ativo de construção de significado, não mera decodificação, e que a escola deve incentivar debates e diferentes interpretações. [3] Argumenta que as comunidades interpretativas, como a escola, influenciam como leitores compreendem o mundo, e que a escola deve oferecer bons
O documento discute o Teatro de Leitores como uma estratégia para melhorar a fluência leitora em crianças. Ele explica que o Teatro de Leitores promove a motivação para a leitura ao dar um propósito para a releitura, concentrando a atenção das crianças nos significados do texto. Também ajuda as crianças a praticar a leitura em voz alta de forma envolvente. O documento conclui que esta estratégia contribui para que as crianças leiam de forma expressiva com compreensão.
O documento discute o que é leitura e o processo de formação do leitor. Ele define leitura como um processo de elaboração de significados diante de símbolos que envolve não apenas decodificação mas também compreensão. A leitura é influenciada pelo contexto sociocultural do leitor e depende de conhecimentos prévios. O documento também discute as etapas do processo de aprendizagem da leitura e a importância do hábito da leitura.
O documento discute o conceito de literacia e como ele evoluiu para incluir mais do que apenas habilidades de leitura e escrita. Literacia agora se refere à capacidade de usar essas habilidades para atender às demandas da sociedade. Vários estudos mostram altas taxas de analfabetismo funcional em Portugal, com apenas metade dos estudantes atingindo o nível mínimo de competência em leitura. Há uma necessidade urgente de melhorar a literacia no país.
O documento discute a formação do gosto pela leitura e como a escola pode contribuir para isso. Argumenta que o gosto não é imutável, mas sim desenvolvido através da leitura e exposição a diferentes textos. Defende que a escola deve desafiar os alunos com leituras que vão além de seus gostos estabelecidos, para que possam expandir suas perspectivas e desenvolver um senso crítico.
Este documento discute como a série de livros infantis "As Aventuras do Capitão Cueca" desenvolve a competência de leitura em crianças. Analisa elementos linguísticos e metafóricos nos livros que criam identificação com os leitores e motivam a leitura. Também examina como a série representa a metáfora do poder por meio das relações entre personagens.
Este documento discute a importância da interpretação de texto como ferramenta de leitura e compreensão do mundo. Argumenta que a leitura deve ser mais do que decodificação e envolver interpretação para compreender o significado. Também aborda como direcionar atividades de leitura na escola de forma a formar leitores competentes.
Este documento discute a Literatura Infantil como uma experiência sensível da linguagem para as crianças. Apresenta como as crianças se relacionam com a linguagem de forma imagética e lúdica. Também discute os benefícios da leitura literária para as crianças e como promover a leitura em sala de aula de forma prazerosa e significativa.
1) O texto discute as capacidades necessárias para a leitura cidadã, além da decodificação e compreensão literal ensinadas na escola.
2) Diferentes tipos de leitura requerem diferentes combinações de capacidades cognitivas, sociais e linguísticas.
3) A leitura escolar foca principalmente na decodificação e localização de informações, em detrimento de capacidades interpretativas e críticas necessárias para a leitura como prática social.
O documento discute o Teatro de Leitores como uma estratégia para melhorar a fluência leitora em crianças. Ele explica que o Teatro de Leitores promove a motivação para a leitura ao dar um propósito para a releitura, concentrando a atenção das crianças nos significados do texto. Também ajuda as crianças a praticar a leitura em voz alta de forma envolvente. O documento conclui que esta estratégia contribui para que as crianças leiam de forma expressiva com compreensão.
O documento discute o que é leitura e o processo de formação do leitor. Ele define leitura como um processo de elaboração de significados diante de símbolos que envolve não apenas decodificação mas também compreensão. A leitura é influenciada pelo contexto sociocultural do leitor e depende de conhecimentos prévios. O documento também discute as etapas do processo de aprendizagem da leitura e a importância do hábito da leitura.
O documento discute o conceito de literacia e como ele evoluiu para incluir mais do que apenas habilidades de leitura e escrita. Literacia agora se refere à capacidade de usar essas habilidades para atender às demandas da sociedade. Vários estudos mostram altas taxas de analfabetismo funcional em Portugal, com apenas metade dos estudantes atingindo o nível mínimo de competência em leitura. Há uma necessidade urgente de melhorar a literacia no país.
O documento discute a formação do gosto pela leitura e como a escola pode contribuir para isso. Argumenta que o gosto não é imutável, mas sim desenvolvido através da leitura e exposição a diferentes textos. Defende que a escola deve desafiar os alunos com leituras que vão além de seus gostos estabelecidos, para que possam expandir suas perspectivas e desenvolver um senso crítico.
Este documento discute como a série de livros infantis "As Aventuras do Capitão Cueca" desenvolve a competência de leitura em crianças. Analisa elementos linguísticos e metafóricos nos livros que criam identificação com os leitores e motivam a leitura. Também examina como a série representa a metáfora do poder por meio das relações entre personagens.
Este documento discute a importância da interpretação de texto como ferramenta de leitura e compreensão do mundo. Argumenta que a leitura deve ser mais do que decodificação e envolver interpretação para compreender o significado. Também aborda como direcionar atividades de leitura na escola de forma a formar leitores competentes.
Este documento discute a Literatura Infantil como uma experiência sensível da linguagem para as crianças. Apresenta como as crianças se relacionam com a linguagem de forma imagética e lúdica. Também discute os benefícios da leitura literária para as crianças e como promover a leitura em sala de aula de forma prazerosa e significativa.
1) O texto discute as capacidades necessárias para a leitura cidadã, além da decodificação e compreensão literal ensinadas na escola.
2) Diferentes tipos de leitura requerem diferentes combinações de capacidades cognitivas, sociais e linguísticas.
3) A leitura escolar foca principalmente na decodificação e localização de informações, em detrimento de capacidades interpretativas e críticas necessárias para a leitura como prática social.
O documento descreve duas propostas de trabalho com leitura literária para turmas de 6o ano utilizando as TICs. Na primeira proposta, os alunos participaram de um fórum de discussão online sobre o livro "A famosa invasão dos ursos na Sicília". Na segunda proposta, os alunos interagiram durante a leitura autônoma utilizando uma base de dados. A análise mostrou que as ferramentas TIC potencializaram a interação entre os alunos e contribuíram para a construção coletiva de significado.
Este documento descreve uma oficina literária chamada "Sacola Literária" que tem como objetivo desenvolver a arte da leitura, compreensão e contação de histórias. A oficina propõe reflexões sobre o conteúdo de diversas histórias que podem ser compartilhadas em diferentes ambientes como hospitais, escolas e asilos. Além disso, atividades lúdicas complementam os textos literários. A literatura permite pensar a vida e a condição humana de diferentes formas.
Este documento discute a importância da leitura na formação do cidadão. A leitura é uma prática social essencial para a inserção do indivíduo na sociedade, pois fornece acesso a informações que permitem interagir de forma consciente. A escola desempenha um papel fundamental na formação do hábito da leitura, embora os alunos muitas vezes não gostem de ler. A leitura como prática social vai além da decodificação e requer compreensão do contexto.
O documento discute a importância da leitura e da literatura infantil no desenvolvimento das crianças. Ele descreve um projeto realizado em uma escola fundamental que teve como objetivo promover o contato das crianças com livros e histórias por meio de atividades lúdicas e estimular os professores a incorporarem mais a leitura em suas práticas pedagógicas. O documento também reflete sobre como o brincar é fundamental na infância e pode ser utilizado para aproximar as crianças da literatura.
Leitura de Mundo e a Formação de Leitor que Forma Leitor Uma experiência de r...Mônica Santana
1) O documento relata a experiência da autora em se constituir como leitora, desde a infância quando ouvia lendas contadas por familiares até o ingresso no curso de pedagogia.
2) A autora descreve como as histórias em quadrinhos e bibliotecas comunitárias incentivaram seu interesse pela leitura durante a adolescência.
3) Refletir sobre seu próprio desenvolvimento como leitora permitiu à autora pensar em como incentivar a formação de leitores em sua futura prática docente.
O documento descreve o Projeto Ler+ da Escola de Ensino Fundamental e Médio “Alto Rio Possmoser”. O projeto tem como objetivo oportunizar o acesso a obras literárias e desenvolver a competência leitora dos alunos das 5a a 8a séries do Ensino Fundamental e 1o ao 3o ano do Ensino Médio através de atividades como pesquisa, produção de murais e uma Mostra Literária.
Lajolo, marisa do mundo da leitura para a leitura do mundomarcaocampos
O documento analisa o livro "Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo" de Marisa Lajolo. Resume três das principais críticas feitas ao livro: 1) A autora defende a leitura facultativa mas também impõe deveres aos professores de forma ambígua; 2) Ela não diferencia adequadamente entre diferentes tipos de discurso e conceitos, levando a contradições; 3) Muitas de suas análises literárias parecem exigir um nível de especialização incompatível com o público-alvo do livro.
Práticas de produção textua na universidadeVera Arcas
O documento discute práticas de ensino de produção textual na universidade com foco na reescrita de textos. Aborda três projetos integrados desenvolvidos pelo Departamento de Linguística da Universidade de Brasília para aprimorar habilidades de leitura e escrita de estudantes. O processo de ensino-aprendizagem é baseado em reescritas orientadas utilizando ferramentas como o Moodle e o Laboratório de Texto.
1. A escrita trouxe mudanças fundamentais nas relações entre indivíduo e memória social, permitindo que o saber se tornasse objetivo e compartilhado independentemente do contexto.
2. A cultura escrita introduziu a noção de linearidade e cronologia na concepção de tempo, em contraste com a oralidade que enfatizava o ciclo eterno de retorno.
3. A hipertextualidade da cultura digital reconfigura nossas noções de espaço, tempo e autoridade, possibilitando a produção coletiva e mult
O documento discute desafios no ensino da literatura e propostas para torná-lo mais efetivo. Atualmente, a literatura é ensinada de forma tradicional e descontextualizada, sem despertar interesse dos alunos. É necessário aproximar os textos literários da realidade dos estudantes e tornar o estudo mais significativo e prazeroso, para formar leitores críticos.
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivistaDeusrieta M1)
O documento discute a aprendizagem da leitura e escrita com base em uma perspectiva construtivista. Aborda o desenvolvimento histórico da escrita e sua importância atual, além de definir o que é ler e como ocorre o processo de compreensão durante a leitura. Também apresenta diferentes abordagens para o ensino e aprendizagem da leitura na escola.
O documento discute a importância da interdisciplinaridade e do letramento por meio de projetos coletivos em escolas públicas. Ele apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma escola municipal que mostrou que os professores reconhecem a importância da interdisciplinaridade, mas nem sempre a aplicam corretamente em suas aulas. Conclui-se que projetos coletivos podem promover práticas significativas de letramento de forma interdisciplinar.
O texto discute o que é literatura infantil, como ela ensina valores morais para crianças por meio de histórias, e os desafios de inserir esses ensinamentos em obras contemporâneas. A autora explica que literatura infantil usa o lúdico para transformar crianças e ensinar lições, mas que a separação moderna de bem e mal torna isso mais difícil. Ainda assim, todos precisam de explicações mágicas, então contos sempre serão relevantes.
O documento discute as novas formas de leitura no contexto da era digital, comparando a leitura tradicional com a leitura hipertextual em computadores. A autora argumenta que as novas tecnologias abriram novas oportunidades de leitura, mas educadores precisam ser capacitados para ensinar estudantes a ler e interpretar diferentes formatos.
O documento descreve uma pesquisa sobre o uso de um blog para estimular a leitura de contos de autores gaúchos entre estudantes do ensino médio. O objetivo era motivar os alunos a ler e comentar os contos, aproveitando as vantagens das novas tecnologias. A pesquisa analisou os benefícios da leitura para a formação dos estudantes e como o blog pode ajudar a despertar o interesse pela leitura de literatura.
Este documento discute a importância de se trabalhar com memes no ensino de Língua Portuguesa na educação básica. Argumenta que os memes são textos multimodais que circulam em novas esferas públicas como blogs e redes sociais, e que ao lerem e discutirem esses textos os estudantes podem ampliar suas ações discursivas e desenvolver o senso crítico.
1) O documento propõe um projeto interdisciplinar de leitura analisando um texto jornalístico e integrando diferentes disciplinas para ajudar os alunos a compreenderem melhor o texto.
2) O projeto visa desenvolver conteúdos de Português, Matemática, História, Ciências e Artes com base em uma leitura comum para mostrar como um mesmo texto pode ser explorado em diferentes disciplinas.
3) O documento defende que a leitura deve ser ensinada de forma interdisciplinar e contextualizada para despertar o interesse dos alun
1) O documento discute a literatura infantil e o que é considerado "infantil" nesse contexto.
2) Argumenta-se que tradicionalmente a literatura infantil tem uma função utilitária-pedagógica de ensinar valores e comportamentos às crianças, em vez de ser vista como arte.
3) Contudo, o pensamento infantil se caracteriza por ser concreto, intuitivo e analógico, o que permite que a criança responda bem à motivação do signo artístico se a literatura for baseada nesse modo de pensamento da
Este documento discute a importância da literatura infantil na educação infantil. Ele apresenta uma pesquisa bibliográfica e de campo sobre como a literatura pode ser usada como recurso pedagógico para despertar o interesse pela leitura em crianças. A pesquisa foi realizada em uma escola municipal e incluiu entrevistas com professoras e observações de aulas com alunos. Os resultados mostraram que atividades como a hora do conto são valorizadas pelas professoras e contribuem para o desenvolvimento das crianças.
1) A leitura é uma habilidade essencial na sociedade moderna e é exigida em diversos campos como o trabalho e o exercício da cidadania.
2) A leitura é uma prática social que depende do contexto, como a finalidade e o gênero textual, e também é um processo individual e dialógico de interpretação.
3) Ser um leitor competente requer dominar estratégias e procedimentos de leitura que permitam a compreensão crítica dos textos em diferentes situações sociais.
O documento discute as vantagens de contar e ler histórias para crianças, sugerindo que ambas as atividades estimulam de forma diferente e demandam habilidades específicas. Contar histórias envolve ativamente o ouvinte e valoriza a oralidade, enquanto ler histórias estabelece uma relação imaginada com o autor por meio do livro. Além disso, o documento aborda a complexidade do mundo da escrita e a importância da multimodalidade no ensino e aprendizagem da leitura.
O documento descreve duas propostas de trabalho com leitura literária para turmas de 6o ano utilizando as TICs. Na primeira proposta, os alunos participaram de um fórum de discussão online sobre o livro "A famosa invasão dos ursos na Sicília". Na segunda proposta, os alunos interagiram durante a leitura autônoma utilizando uma base de dados. A análise mostrou que as ferramentas TIC potencializaram a interação entre os alunos e contribuíram para a construção coletiva de significado.
Este documento descreve uma oficina literária chamada "Sacola Literária" que tem como objetivo desenvolver a arte da leitura, compreensão e contação de histórias. A oficina propõe reflexões sobre o conteúdo de diversas histórias que podem ser compartilhadas em diferentes ambientes como hospitais, escolas e asilos. Além disso, atividades lúdicas complementam os textos literários. A literatura permite pensar a vida e a condição humana de diferentes formas.
Este documento discute a importância da leitura na formação do cidadão. A leitura é uma prática social essencial para a inserção do indivíduo na sociedade, pois fornece acesso a informações que permitem interagir de forma consciente. A escola desempenha um papel fundamental na formação do hábito da leitura, embora os alunos muitas vezes não gostem de ler. A leitura como prática social vai além da decodificação e requer compreensão do contexto.
O documento discute a importância da leitura e da literatura infantil no desenvolvimento das crianças. Ele descreve um projeto realizado em uma escola fundamental que teve como objetivo promover o contato das crianças com livros e histórias por meio de atividades lúdicas e estimular os professores a incorporarem mais a leitura em suas práticas pedagógicas. O documento também reflete sobre como o brincar é fundamental na infância e pode ser utilizado para aproximar as crianças da literatura.
Leitura de Mundo e a Formação de Leitor que Forma Leitor Uma experiência de r...Mônica Santana
1) O documento relata a experiência da autora em se constituir como leitora, desde a infância quando ouvia lendas contadas por familiares até o ingresso no curso de pedagogia.
2) A autora descreve como as histórias em quadrinhos e bibliotecas comunitárias incentivaram seu interesse pela leitura durante a adolescência.
3) Refletir sobre seu próprio desenvolvimento como leitora permitiu à autora pensar em como incentivar a formação de leitores em sua futura prática docente.
O documento descreve o Projeto Ler+ da Escola de Ensino Fundamental e Médio “Alto Rio Possmoser”. O projeto tem como objetivo oportunizar o acesso a obras literárias e desenvolver a competência leitora dos alunos das 5a a 8a séries do Ensino Fundamental e 1o ao 3o ano do Ensino Médio através de atividades como pesquisa, produção de murais e uma Mostra Literária.
Lajolo, marisa do mundo da leitura para a leitura do mundomarcaocampos
O documento analisa o livro "Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo" de Marisa Lajolo. Resume três das principais críticas feitas ao livro: 1) A autora defende a leitura facultativa mas também impõe deveres aos professores de forma ambígua; 2) Ela não diferencia adequadamente entre diferentes tipos de discurso e conceitos, levando a contradições; 3) Muitas de suas análises literárias parecem exigir um nível de especialização incompatível com o público-alvo do livro.
Práticas de produção textua na universidadeVera Arcas
O documento discute práticas de ensino de produção textual na universidade com foco na reescrita de textos. Aborda três projetos integrados desenvolvidos pelo Departamento de Linguística da Universidade de Brasília para aprimorar habilidades de leitura e escrita de estudantes. O processo de ensino-aprendizagem é baseado em reescritas orientadas utilizando ferramentas como o Moodle e o Laboratório de Texto.
1. A escrita trouxe mudanças fundamentais nas relações entre indivíduo e memória social, permitindo que o saber se tornasse objetivo e compartilhado independentemente do contexto.
2. A cultura escrita introduziu a noção de linearidade e cronologia na concepção de tempo, em contraste com a oralidade que enfatizava o ciclo eterno de retorno.
3. A hipertextualidade da cultura digital reconfigura nossas noções de espaço, tempo e autoridade, possibilitando a produção coletiva e mult
O documento discute desafios no ensino da literatura e propostas para torná-lo mais efetivo. Atualmente, a literatura é ensinada de forma tradicional e descontextualizada, sem despertar interesse dos alunos. É necessário aproximar os textos literários da realidade dos estudantes e tornar o estudo mais significativo e prazeroso, para formar leitores críticos.
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivistaDeusrieta M1)
O documento discute a aprendizagem da leitura e escrita com base em uma perspectiva construtivista. Aborda o desenvolvimento histórico da escrita e sua importância atual, além de definir o que é ler e como ocorre o processo de compreensão durante a leitura. Também apresenta diferentes abordagens para o ensino e aprendizagem da leitura na escola.
O documento discute a importância da interdisciplinaridade e do letramento por meio de projetos coletivos em escolas públicas. Ele apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma escola municipal que mostrou que os professores reconhecem a importância da interdisciplinaridade, mas nem sempre a aplicam corretamente em suas aulas. Conclui-se que projetos coletivos podem promover práticas significativas de letramento de forma interdisciplinar.
O texto discute o que é literatura infantil, como ela ensina valores morais para crianças por meio de histórias, e os desafios de inserir esses ensinamentos em obras contemporâneas. A autora explica que literatura infantil usa o lúdico para transformar crianças e ensinar lições, mas que a separação moderna de bem e mal torna isso mais difícil. Ainda assim, todos precisam de explicações mágicas, então contos sempre serão relevantes.
O documento discute as novas formas de leitura no contexto da era digital, comparando a leitura tradicional com a leitura hipertextual em computadores. A autora argumenta que as novas tecnologias abriram novas oportunidades de leitura, mas educadores precisam ser capacitados para ensinar estudantes a ler e interpretar diferentes formatos.
O documento descreve uma pesquisa sobre o uso de um blog para estimular a leitura de contos de autores gaúchos entre estudantes do ensino médio. O objetivo era motivar os alunos a ler e comentar os contos, aproveitando as vantagens das novas tecnologias. A pesquisa analisou os benefícios da leitura para a formação dos estudantes e como o blog pode ajudar a despertar o interesse pela leitura de literatura.
Este documento discute a importância de se trabalhar com memes no ensino de Língua Portuguesa na educação básica. Argumenta que os memes são textos multimodais que circulam em novas esferas públicas como blogs e redes sociais, e que ao lerem e discutirem esses textos os estudantes podem ampliar suas ações discursivas e desenvolver o senso crítico.
1) O documento propõe um projeto interdisciplinar de leitura analisando um texto jornalístico e integrando diferentes disciplinas para ajudar os alunos a compreenderem melhor o texto.
2) O projeto visa desenvolver conteúdos de Português, Matemática, História, Ciências e Artes com base em uma leitura comum para mostrar como um mesmo texto pode ser explorado em diferentes disciplinas.
3) O documento defende que a leitura deve ser ensinada de forma interdisciplinar e contextualizada para despertar o interesse dos alun
1) O documento discute a literatura infantil e o que é considerado "infantil" nesse contexto.
2) Argumenta-se que tradicionalmente a literatura infantil tem uma função utilitária-pedagógica de ensinar valores e comportamentos às crianças, em vez de ser vista como arte.
3) Contudo, o pensamento infantil se caracteriza por ser concreto, intuitivo e analógico, o que permite que a criança responda bem à motivação do signo artístico se a literatura for baseada nesse modo de pensamento da
Este documento discute a importância da literatura infantil na educação infantil. Ele apresenta uma pesquisa bibliográfica e de campo sobre como a literatura pode ser usada como recurso pedagógico para despertar o interesse pela leitura em crianças. A pesquisa foi realizada em uma escola municipal e incluiu entrevistas com professoras e observações de aulas com alunos. Os resultados mostraram que atividades como a hora do conto são valorizadas pelas professoras e contribuem para o desenvolvimento das crianças.
1) A leitura é uma habilidade essencial na sociedade moderna e é exigida em diversos campos como o trabalho e o exercício da cidadania.
2) A leitura é uma prática social que depende do contexto, como a finalidade e o gênero textual, e também é um processo individual e dialógico de interpretação.
3) Ser um leitor competente requer dominar estratégias e procedimentos de leitura que permitam a compreensão crítica dos textos em diferentes situações sociais.
O documento discute as vantagens de contar e ler histórias para crianças, sugerindo que ambas as atividades estimulam de forma diferente e demandam habilidades específicas. Contar histórias envolve ativamente o ouvinte e valoriza a oralidade, enquanto ler histórias estabelece uma relação imaginada com o autor por meio do livro. Além disso, o documento aborda a complexidade do mundo da escrita e a importância da multimodalidade no ensino e aprendizagem da leitura.
SUBSÍDIOS ATPC - A4 - Letramento e capacidade de leitura pra cidadania 2004.pdfRitaMuniz9
1) A leitura na escola geralmente se concentra em capacidades básicas como decodificação e compreensão literal, em vez de interpretação e discussão crítica dos textos.
2) Existem muitas capacidades envolvidas na leitura além da decodificação, como ativação de conhecimento prévio e habilidades discursivas.
3) As teorias de leitura evoluíram para reconhecer cada vez mais capacidades, da compreensão do texto para a interação autor-leitor e análise de discursos.
1) O documento apresenta uma proposta de leitura do conto "A Maior Flor do Mundo", de José Saramago, com o objetivo de ensinar literatura e promover valores.
2) A proposta inclui uma análise inicial do conto, comentando as ilustrações e o texto para introduzir os alunos à narrativa.
3) Os objetivos da leitura incluem reflexão sobre temas como respeito pela natureza, entreajuda e reconhecimento da experiência estética, visando o desenvolvimento do pensamento crítico.
Este documento discute a concepção de leitura como uma atividade de construção de sentidos que envolve a relação dinâmica entre o leitor e o texto. A leitura varia de acordo com o leitor, seus objetivos e experiências. O sentido é construído considerando o autor, o texto, o leitor e o contexto. A compreensão durante a leitura depende dos objetivos e história do leitor, não sendo uma atividade de precisão com regras exatas.
O documento apresenta um projeto desenvolvido por professoras de diferentes disciplinas com o objetivo de promover a leitura do livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos entre alunos do 8o e 9o ano. O projeto inclui atividades de leitura, análise, produção de texto e relação com outras linguagens como pintura e fotografia. A avaliação será contínua com foco na participação dos alunos e mudança de hábitos em relação à leitura.
O documento discute a importância da leitura literária na formação do leitor. A leitura literária amplia a capacidade de compreender o mundo, permitindo que o leitor interprete diferentes tipos de linguagem e contextos. No entanto, a escola tem priorizado outras atividades em vez da leitura, deixando de formar leitores críticos. É essencial que os professores incentivem a leitura e ajudem os alunos a relacionar os textos literários com a realidade.
1) O documento discute as capacidades necessárias para a leitura cidadã, incluindo decodificação, compreensão e interpretação.
2) Ele argumenta que as práticas de leitura na escola geralmente se concentram apenas na decodificação e compreensão básica, ignorando outras capacidades importantes.
3) Isso resulta em leitores brasileiros insuficientemente preparados para as demandas da sociedade atual, altamente letrada.
1) O documento discute a importância da contação de histórias na formação de leitores, justificando a necessidade de investigar estratégias para melhorar o ensino da leitura.
2) Atualmente, os alunos parecem não gostar de ler ou não saber ler, o que pode estar relacionado à falta de formação dos professores como leitores.
3) A contação de histórias é proposta como uma estratégia possível para engajar os alunos e formá-los como leitores críticos.
O documento discute a proposta do Projeto Entreleituras, que visa trazer obras de cultura de massa para a sala de aula com o objetivo de desenvolver o letramento literário dos alunos. O projeto exibiu o filme Jogos Vorazes para os estudantes, e no debate posterior eles apontaram que a linguagem e enredo cativantes, além do efeito de moda, ajudam a explicar o sucesso da obra.
O documento discute concepções de leitura e suas implicações para o ensino. A leitura é vista como um processo ativo que envolve a compreensão e interpretação do texto com base nos objetivos, conhecimentos e estratégias do leitor. Uma concepção interacionista considera o leitor, autor e texto no processo de produção de sentidos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais orientam o ensino de leitura a estimular uma atitude ativa do aluno, mobilizando diferentes tipos de conhecimento.
Este documento apresenta uma apostila sobre comunicação e expressão com 8 unidades temáticas. A primeira unidade discute a relação entre texto e contexto, enfatizando a importância do conhecimento prévio do leitor. A segunda trata da contextualização na escrita. A terceira aborda a intertextualidade. As demais unidades discutem pressupostos e subentendidos, condições de produção do texto, alteração de sentido das palavras, argumentação em textos e gêneros discursivos como artigo de opinião e resenha.
O documento descreve um projeto literário realizado pela E.M.E.I.E.F. Antônio Francisco Lisboa em 2016 chamado "Brincando no Mundo da Literatura". O projeto teve como objetivo promover a leitura e a produção textual entre os alunos por meio de atividades lúdicas ao longo do ano letivo, culminando em uma feira literária em dezembro.
O documento discute a contação de histórias como uma estratégia para melhorar o aprendizado de crianças nos anos iniciais. Ele resume pesquisas sobre como a contação de histórias pode desenvolver habilidades linguísticas, cognitivas e sociais em crianças e torná-las leitores mais interessados e competentes. O documento também apresenta entrevistas com professores e pais sobre como eles veem a contação de histórias contribuindo para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
Apresentaçao Fundamentos do Programa de Leitura Fome de LerAna Paula Cecato
O documento discute a leitura como uma atividade humana que permite a compreensão do passado e a transformação cultural futura. A leitura é um processo de apreensão de significados através do diálogo entre o leitor e o objeto lido. Ser leitor significa participar da sociedade e de seu modo de ver e analisar o mundo.
Este documento discute concepções de leitura e suas implicações pedagógicas. 1) Aborda oposições entre ensinar a ler versus formar leitores e entre leitura como decodificação versus negociação de sentidos; 2) Argumenta que a leitura é um processo ativo que depende do contexto do leitor; 3) Defende que as práticas pedagógicas devem levar em conta diferentes interpretações possíveis de um texto.
O documento discute a importância da alfabetização imagética no contexto atual dominado por imagens. Propõe que a alfabetização deve incluir não apenas a leitura de palavras, mas também a leitura e decodificação de imagens em diferentes suportes. Duas turmas de educação de jovens e adultos analisaram imagens sobre assuntos do cotidiano para discuti-las, interpretá-las e construir cidadania. Isso revelou que a alfabetização imagética pode ser uma forma de inclusão.
Relações entre leitura, letramento, identidade e o papel da biblioteca escolarVanessa Biff
O documento discute as relações entre leitura, letramento e identidade. Aponta que a escola pouco contribui para a formação de leitores e legitima práticas de leitura. Defende que a biblioteca escolar pode proporcionar contextos diversos que ampliam as experiências dos alunos e promovem eventos de letramento significativos para a construção da identidade.
REGULAMENTO DO CONCURSO DESENHOS AFRO/2024 - 14ª edição - CEIRI /UREI (ficha...Eró Cunha
XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Lições Bíblicas, 2º Trimestre de 2024, adultos, Tema, A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA, O CAMINHO DA SALVAÇÃO, SANTIDADE E PERSEVERANÇA PARA CHEGAR AO CÉU, Coment Osiel Gomes, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, de Almeida Silva, tel-What, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
1. Educação
A Contribuição das Histórias em Quadrinhos
na Formação de Leitores Competentes
Adriana Galvão Fogaça1
Resumo
Neste artigo são explicitadas considerações a respeito da leitura enquanto instrumento de construção
do conhecimento, permitindo ao leitor perceber o mundo, interagir com ele e recriá-lo. É discutida a
influência das comunidades interpretativas, em especial a escola, na formação de leitores, bem como
a noção de que nem só os textos escritos são objetos da leitura, pois existem diversas linguagens que a
ela se prestam, em especial as histórias em quadrinhos. Essa análise objetiva repensar a postura da
escola e da sociedade em geral em relação às histórias em quadrinhos, percebendo que elas podem se
tornar um precioso agente de reelaboração de conhecimentos, atribuição de sentidos e construção de
competências artísticas, literárias e lingüísticas pelo aluno.
Palavras-chave: leitura; histórias em quadrinhos; conhecimento.
1
Graduada em Pedagogia pela UFPR, especialização em Leitura de Múltiplas Linguagens pela PUC-PR e graduanda
em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná. Professora do Colégio Bom Jesus e pedagoga da Rede
Municipal de Curitiba.
E-mail: adriana.bj0@bol.com.br
11
2
Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.121-131, jul. 2002-jul. 2003
2. A Contribuição das Histórias em Quadrinhos na Formação
de Leitores Competentes
Nesta era da comunicação e informação, a sociedade não mais permite leituras que objetivem uma
única interpretação, estável e universal, nem mesmo leitores apenas de livros. Pelo contrário, hoje é cada
vez mais necessário que o sujeito seja capaz de compreender as muitas linguagens e múltiplos códigos
que o envolvem como, por exemplo, pintura, cinema, teatro, propaganda, histórias em quadrinhos.
A verdadeira prática de leitura ultrapassa a decodificação de letras ou imagens visuais e a extração
de informações. Ela é um processo em que o leitor é instigado a desenvolver um trabalho ativo que é o de
construção de significados a partir do texto base. Esses significados são elaborados a partir de
conhecimentos já incorporados (o repertório) que fornecem informações sobre o assunto, sobre o tipo de
material que serve de suporte ao texto – jornal, revista, livro, televisão, história em quadrinhos – e sobre
elementos que são próprios da língua.
Durante o ato da leitura somos conduzidos a atribuir significados em sentido amplo ao mundo
e em sentido específico ao texto lido. Podemos dizer que a leitura não se caracteriza por ser um
processo linear, na medida em que é possível realizar diferentes leituras e questionamentos sobre um
mesmo texto. Essa elaboração ativa de significados é feita pelo leitor, e não por um agente externo que
simplesmente realiza perguntas de compreensão sobre o objeto de leitura.
Ao fazer-se leitor, o sujeito tem a possibilidade de compreender a sociedade valendo-se de um
maior alcance intelectual e ampliando sua visão do mundo. Para tanto, a leitura passa, inicialmente,
pela capacidade de reconhecer e decifrar símbolos e sinais, mas vai além, por meio do trabalho mental
que é desencadeado e se torna gradualmente reflexivo por meio de combinações que o sujeito realiza
entre unidades de pensamento. Chega-se, então, a uma etapa mais avançada, que requer do leitor a
capacidade de compreender e dar sentido aos símbolos e sinais, completando a leitura com seu
entendimento, sua interpretação e avaliação, interferindo e ampliando a leitura e descobrindo nela
novos valores.
Como bem destacou Roger Chartier (1996, p.37):
O trabalho de leitura é, em grande parte, um processo de produção de sentido no qual o texto participa mais como
um conjunto de obrigações (que o leitor toma mais ou menos em consideração) do que como estrita mensagem. A
partir de então, pensamos poder mostrar que as inferências inerentes ao ato léxico apóiam-se mais sobre a capitalização
cultural específica de cada leitor do que sobre a aprendizagem escolar de uma técnica de decifração.
Quando se tem a clareza de entender que a leitura se constitui numa dimensão fundamental do
domínio da linguagem e da construção do conhecimento, faz-se necessário admitir que a prática que
a escola tradicionalmente vem adotando em nada contribui para a efetivação desses aspectos. Como
conseqüência, os alunos passam pela escola e memorizam informações sobre regras gramaticais,
normas de concordância e, até mesmo, classificam textos de acordo com sua tipologia. O que não
desenvolvem são as competências para se constituírem em leitores.
Ao pensarmos na formação de leitores ativos e competentes, percebemos que essa idéia encontra-
se atrelada à compreensão de leitor não como um sujeito passivo, e sim como alguém que constrói,
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3. Educação
concordando ou discordando do autor, sua interpretação numa relação de diálogo íntimo com aquilo
que lê. Um dos caminhos para se chegar a esse nível de autonomia, em que o aluno percebe que o texto
não é a representação absoluta de uma verdade, é expor o aluno a diversos tipos de textos: informativos,
dissertativos, poéticos, publicitários, narrativos, em que se encontram as histórias em quadrinhos. A
partir desse contato com a diversidade, é possível estabelecerem contrapontos, esclarecendo ao aluno
que cada texto tem uma especificidade e propicia uma determinada interpretação do real. É necessário,
também, que ao aluno seja dada a oportunidade de debater, expor suas idéias, argumentar e criticar,
capacitando-o a analisar a construção de um texto, bem como os sentidos a ele atribuídos.
Regina Zilberman (1993, p.12) defende a seguinte idéia:
A criança e o adolescente precisam de um espaço para poder expressar o que a obra, seja ela qual for, suscitou
dentro deles. Esse espaço depende do tipo de família e de escola em que eles estão. Se essas instituições forem
de modelo autoritário, não haverá o necessário diálogo e as pequenas cabeças serão talhadas conforme a
censura dos adultos decidir que devem pensar. Se forem igualitárias, mesmo diante de conflitos interpretativos,
idéias e crenças serão postas em circulação irrestrita e cotejadas com os fatos concretos, alargando-se a visão
de mundo dos leitores, tanto adultos como jovens.
Nessa perspectiva de leitura e leitor, desloca-se a ênfase do aspecto material da língua (gráfico
e sonoro), para a constituição de sentido e para o processo de interação. Contudo, é necessário esclarecer
que, por não se privilegiar na leitura o domínio do sistema gráfico, não quer dizer que qualquer
material possa auxiliar na formação do leitor. Pelo contrário, apenas materiais compostos de bons
argumentos, de conteúdo relevante, podem instrumentalizar o leitor nesse sentido. Formar um leitor
competente é isso: formar alguém capaz de compreender o que lê, de admitir que a um mesmo texto
podem ser atribuídos vários sentidos, de perceber mesmo o que não está escrito e, além disso, de
estabelecer relações com suas leituras anteriores.
Outro aspecto entendido como extremamente relevante na formação do leitor é a influência das
comunidades interpretativas. Em inúmeras situações, percebemos e apreendemos o mundo sob a
influência delas. Articulamos nosso conhecimento, nossas leituras, nossa visão de mundo por meio
de um repertório cultural que, por sua vez, se estrutura inexoravelmente nas comunidades
interpretativas. Dessa forma, conclui-se que o papel da escola, enquanto comunidade interpretativa
específica, constitui um pilar no desenvolvimento e formação de bons leitores.
A escola é responsável por oferecer bons modelos de leitura para o aluno, nunca como um fim
em si mesma, sempre como um instrumento de prática social. Ela é quem fará intervenções constantes
na leitura dos alunos, chamando-os ao esforço intelectual que algumas leituras exigem, à compreensão
das leituras de difícil entendimento ou, simplesmente, ao prazer que elas podem despertar.
Há alguns séculos, os textos escritos eram os únicos aceitos formalmente como passíveis de
leitura, apesar de, nas origens da humanidade, o desenho – portanto um texto visual – ter sido, por
muito tempo, juntamente com a fala, a única forma de comunicação. E, se a leitura apenas de textos
escritos, por algum tempo, foi suficiente como instrumento de comunicação, informação e apreensão
do saber, o mesmo não se pode dizer nos dias atuais, caracterizados como uma era da informação.
Hoje, para estabelecer comunicação, para se informar e interagir com a sociedade, o sujeito deve ser
capaz de ler o mundo e suas múltiplas linguagens, sejam elas escritas, visuais ou sonoras.
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Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.123-131, jul. 2002-jul. 2003
4. Entre todas as linguagens que fazem parte do mundo contemporâneo, iremos abordar uma que
realiza a integração entre a linguagem escrita e a linguagem visual: a das histórias em quadrinhos.
Historicamente, os quadrinhos têm sido tratados pela sociedade como uma subliteratura e,
ainda mais, como uma linguagem nociva ao desenvolvimento psicológico e cognitivo de quem a
consome. Essa visão decorre de argumentos infundados sobre a influência dos quadrinhos tanto na
delinqüência juvenil, como no desinteresse das crianças e jovens pela leitura de livros formais. E qual
é a principal instituição que está por trás desses argumentos? A própria escola, que deveria, a princípio,
ser a maior incentivadora e formadora de leitores.
Na duplicidade de códigos dos quadrinhos há um incentivo aos signos visuais. Nossa percepção
visual se caracteriza por um interesse ativo da mente diante de um objeto, não sendo somente um
registro passivo deste objeto. E o incentivo visual em nada prejudica o desenvolvimento do intelecto,
pelo contrário, é o meio de percepção mais espontâneo, que antecede e forma as bases para a percepção
analítica, reflexiva. E, de qualquer forma, as imagens, ainda que subordinadas à escrita, também estão
presentes na escola, em mapas, ilustrações de livros, esquemas, fotografias. A criança, ao apreender a
visualidade das histórias em quadrinhos, não está apenas realizando uma soma de imagens. Nos
quadrinhos existe uma sucessão em que o sentido de uma imagem só se estabelece por meio da que a
precede. A ação contínua estabelece a ligação entre as diferentes figuras, e essa disposição temporal e
espacial das imagens é que organiza seu significado.
É fato que nos quadrinhos há uma escassez de palavras no que diz respeito à caracterização da
fala dos personagens e do narrador. Da mesma forma, as imagens também não são completas de
informações. A baixa quantidade de informação dos signos visuais, no entanto, quando aliados nos
quadrinhos não compromete a leitura e a interpretação, pelo contrário, eles se complementam, reforçam-
se, um comportando o outro e permitindo que o leitor preencha as lacunas como um leitor ativo.
O conjunto estruturado de imagens nos quadrinhos é uma característica que o assemelha às
demais linguagens escritas, visto que existe uma narração figurada. Mais importante que a duplicidade
de códigos é a estrutura narrativa que nele se apresenta, em que aparece o desenvolvimento das ações
dos personagens, o enredo, o tempo e o espaço. Há uma sucessão de quadrinhos, com ou sem balões,
que sintetiza uma narrativa, portanto requer a leitura para conferir-lhe sentido.
Assim, de acordo com Álvaro de Moya (1993, p.150):
A seriação de quadrinhos, que se assemelha a uma lenta projeção cinematográfica – ou a cenas fixas, de uma singela
peça de teatro –, pode considerar-se, na medida solicitada pela mente infantil, adequada ilustração do texto; na
realidade, assume o caráter de verdadeiro relato visual ou imagístico, que sugestivamente se integra com as rápidas
conotações do texto escrito, numa perfeita identificação e entrosamento das duas formas de linguagem: a palavra
e o desenho. Exatamente como convém ao caráter sincrético e intuitivo do pensamento infantil.
Pelos signos escritos, as palavras, estabelecem-se noções gerais e abstratas, que se tornam
concretas por meio dos signos visuais – as ilustrações – evidenciando a interdependência que existe
nos quadrinhos entre texto e gravura, dando origem a uma mesma realidade significativa.
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5. Educação
As ilustrações são um convite à criança para reestruturar, partindo delas, suas configurações
mentais, indo do concreto à abstração da palavra. Nos quadrinhos, as palavras recebem um tratamento
plástico diferente do usual, devido à forma como são colocadas: em balões, com tamanhos, formas e
espessuras diferentes, que podem transformar os significados, possibilitando conotações distintas
daquelas que haveria no caso de o texto ser apenas escrito.
E mais, entre um quadrinho e outro, muitas vezes há um vazio, uma lacuna entre ações, o que requer
do leitor a capacidade imaginativa e criadora para completar a ação a fim de criar coerência. Mesmo que o
desfecho de uma ação seja altamente provável, o que não implicaria a participação do leitor, as histórias em
quadrinhos, em sua maioria, caracterizam-se por apresentar o improvável, a surpresa.
Além disso, não se pode afirmar que o ato de ler histórias em quadrinhos (quadrinhos de boa
qualidade estética e narrativa) desenvolva o que se chama de “preguiça mental”, ou seja, a demonstração
de um estado negativo de vontade diante de uma atividade – a leitura de livros acadêmicos – como se
nesse hábito não houvesse um esforço disciplinado, positivo e sério, como é exigido no estudo e nas
leituras escolares. A ação narrativa das histórias em quadrinhos empolga muito e satisfaz as crianças,
justamente por não promover o cansaço e o tédio, como acontece nas leituras obrigatórias escolares.
Sua sedução está no fato de que os quadrinhos correspondem às necessidades e interesses naturais
das crianças, nos quais o jogo e a brincadeira também se incluem. É possível, aqui, aproximar as
noções de histórias em quadrinhos, jogos e brincadeiras, já que todos estão voltados para o ludismo e
constituem-se em atividades espontâneas. Fazem a criança se comportar como tal, não agindo como
um adulto prematuro, colaboram na aquisição de atitudes positivas, estimulam o desenvolvimento de
habilidades e aptidões, enfim, são um exercício para o crescimento mental. Essas atividades lúdicas,
por si mesmas e pelos processos que desencadeiam, são importantes para a criança. Mesmo que
inconscientemente, a criança incorpora e aproveita em sua personalidade todos esses elementos numa
verdadeira prática educativa. Daí a necessidade de verificação da qualidade dessas atividades.
Nesse sentido, os quadrinhos são capazes de apresentar finalidades instrutivas se forem
entendidos como um veículo de aprendizagem, pois abordam assuntos e noções diversificados. Seus
efeitos e benefícios podem abranger uma variedade múltipla, influenciando a estrutura mental da
criança de maneira diferente da que ocorre com os conhecimentos mecânicos, formais e fragmentados,
aos quais as crianças são apresentadas e que são desvinculados da realidade delas.
Em suas constantes adaptações e aprendizagens, a criança tem necessidade de adquirir
conhecimentos, aprender coisas novas, ou seja, desenvolver-se mentalmente. Os quadrinhos vêm ao
encontro desses anseios, despertando o interesse, seduzindo sua imaginação e ampliando os
horizontes de conhecimento da criança. E, de modo geral, as histórias em quadrinhos satisfazem
também pela familiarização que a dualidade de códigos permite, em que o sistema de imagens, textos
e idéias, além do próprio vocabulário, são acessíveis a ela. Ao adaptar-se ao nível intelectual e ao
interesse das crianças, os quadrinhos rompem as barreiras que existem contra a prática de leitura.
Encontra-se, dessa forma, na leitura das histórias em quadrinhos um instrumento pedagógico eficiente
no sentido de despertar o gosto e a necessidade da leitura.
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Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.125-131, jul. 2002-jul. 2003
6. Como escreveu Fanny Abramovich (1995, p. 158):
Afinal, as histórias em quadrinhos envolvem toda uma concepção de desenhos, de humor, de ritmo acelerado,
de intervenção rápida das personagens nas situações com as quais se defrontam [...] Contêm algo de conciso,
vertiginoso, quase cinematográfico [...] E, como em qualquer outro tipo de história, há as ótimas, as medíocres,
as muito bem feitas, as de carregação, as extremamente inventivas, as que se repetem [...] Como em qualquer
outra forma literária, se escolhem, se procuram as que dizem mais, desistindo das que satisfazem menos e
suscitam menos emoção, menos envolvimento, menos inesperados [...]
Elas fazem parte integrante da cultura deste século e é tolo e preconceituoso esnobá-las ou não levá-las a sério [...]
Quando se aborda o assunto das histórias em quadrinhos e sua utilidade na escola, faz-se
necessário analisá-las com o objetivo de conhecer seus elementos e seu potencial como ferramenta
educativa de incentivo à prática de leitura.
Apesar de hoje muitos currículos escolares já admitirem a leitura de imagens, uma postura
muito comum com relação às histórias em quadrinhos é a de introduzi-las na escola como um método
milagroso e de fácil entendimento para o ensino da leitura e de normas gramaticais. Num instante
quer-se transformar esta arte narrativa em arte didática. E, para isso, os professores utilizam manuais
que mostram como se iniciar na língua por meio das histórias em quadrinhos, mas não mostram como
se iniciar nos códigos, técnicas, na própria linguagem das histórias em quadrinhos.
A complexa constituição dos quadrinhos não comporta a superficialidade de alguns manuais
e livros didáticos, já que ver superficialmente, sem se deter nos detalhes gráficos, estéticos e narrativos,
não é ler. Cada imagem e todas as imagens dos quadrinhos formam um complexo conjunto de relações
que se entrecruzam com o verbal. Dessa forma, as histórias em quadrinhos não podem ser julgadas,
como definiu Didier Quella Guyot (1994, p.44), num “vulgar fast-food do imaginário”, como se as
imagens servissem de muleta para o sujeito que, ao contrário de ler, apenas observa a história.
O sistema narrativo das histórias em quadrinhos, como já visto anteriormente, é composto de
dois códigos de signos gráficos, a imagem e a linguagem escrita, que estão irrevogavelmente
entrelaçadas. Ela sugere o desenrolar de uma ficção por meio de uma sucessão de imagens fixas (em
oposição ao desenho animado) e organizado em seqüências. Nesta sobreposição de palavras e imagens,
o ato da leitura adquire um componente a mais, o de percepção estética, além do esforço intelectual já
característico. O leitor exerce suas habilidades interpretativas visuais e verbais, podendo perceber,
mesmo que inconscientemente, aspectos artísticos (perspectiva, composição, simetria), aspectos
literários (ação, enredo, personagens) e lingüísticos (gramática, sintaxe, diálogos).
Ao realizarmos a análise dos quadrinhos como um todo, percebemos que a forma como são
dispostos seus elementos específicos (as imagens e as palavras) lhes confere a característica de uma
linguagem, valendo-se para isso de imagens repetitivas e símbolos reconhecíveis. A leitura dos
quadrinhos desencadeia um processo duplo – leitura de textos e leitura de imagens – e pluralizado,
em que o único caminho preestabelecido é o das palavras. E a própria leitura das imagens em si
também é dupla, no sentido de que o leitor lê aquilo que vê na página (leitura denotativa) e aquilo que
imagina ver (leitura conotativa). O olho limita-se ao que é explícito e analisa os elementos que compõem
o visto. A essa dimensão constatativa somam-se o repertório e o horizonte de expectativas de cada
leitor, a fim de atribuir sentidos ao que lê.
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7. Educação
Para realizar uma leitura completa e competente de uma história em quadrinhos, o leitor não
pode chegar a ela sem conhecimentos prévios dessa linguagem. Conhecimentos estes que, a partir de
novas leituras, vão se modificando, se complementando e interagindo, a fim de transformar o ato de ler
em um ato verdadeiramente significativo. Um dos princípios fundamentais com o qual o leitor deve se
familiarizar para realizar a leitura é a convenção de como se apresenta a estrutura das histórias em
quadrinhos: da esquerda para a direita e de cima para baixo (na cultura ocidental). Isso, porém, se
caracteriza por ser uma habilidade facilmente desenvolvida, já que segue a convenção do sistema de
escrita. Mesmo uma criança que não seja alfabetizada, desde que tenha estabelecido contatos anteriores
com materiais escritos, é capaz de incorporar essa convenção. Não se trata de conseguir ou não
realizar a leitura dos códigos verbais, e sim de conseguir perceber a ordem com que se apresentam os
quadrinhos e possivelmente ler os códigos visuais. Como apontou Will Eisner (1995, p.41): “Nas
histórias em quadrinhos, existem na verdade dois ‘quadrinhos’ nesse sentido: a página total, que
pode conter vários quadrinhos, e o quadrinho em si, dentro do qual se desenrola a ação narrativa. Eles
são o dispositivo de controle da arte seqüencial”.
A totalidade da história só é obtida a partir não da soma dos quadrinhos, mas além dela, da
relação de semelhança e diferença criada e da interação visual entre os quadrinhos. Nesse âmbito,
temos um código analógico e contínuo, em que, no entanto, é possível admitir o quadrinho como uma
unidade do sintagma narrativo que estabelece uma seqüência significativa. Da significação de cada
quadrinho nasce a significação da seqüência. Na própria ordem de leitura, uma após a outra,
desenvolvem-se as noções de tempo (a sucessão de um antes e um depois) e de causa e efeito, como
conseqüência lógica. A seqüencialidade advém de uma aparente contradição, a de permanência e
mudança. Para que um quadrinho possa se unir a outro é necessário que alguns elementos (figurino,
objetos, cenário) permaneçam e sejam invariáveis durante dois ou mais quadrinhos, garantindo a
transmissão da mensagem. E, ao mesmo tempo, é necessário que de um quadrinho para outro ocorram
mudanças, na evolução temporal e revelação gradativa ou súbita do conteúdo narrativo, por meio de
palavras, gestos, expressões faciais e movimentos. Os aspectos denotativo e conotativo específicos de
cada quadrinho são transportados para a estrutura narrativa, dando a sugestão de movimento e
promovendo o andamento da ação.
Analisando-se o conteúdo de histórias em quadrinhos é possível perceber a importância dos
aspectos gráficos – que incluem cor, composição, simetria, perspectiva e volume – e literários, na
realização de leituras competentes.
A imagem nos quadrinhos, quer queiramos ou não, é uma imagem fixa e sem palavras. Para dar
a ilusão de vitalidade, sonoridade e dinâmica são utilizados ideogramas que representam, por meio
de diversos indicadores reconhecíveis, o que não é figurativo. Visam reproduzir o real em sua totalidade
e em sua complexidade visual e sonora. Os ideogramas só têm sentido quando acompanhados de
outros signos. Amplamente utilizados são os de origem metafórica, como ver estrelas, e a metonímia
das gotinhas que aparecem em volta do rosto para exprimir medo, ambos de compreensão mais ou
menos imediata.
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Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.127-131, jul. 2002-jul. 2003
8. O conjunto de ideogramas é algo que nem sempre é compreendido de forma competente pelo
leitor. É necessário que ele gradativamente se habitue a eles, entre em contato com outros mais complexos
e seja cúmplice para aceitar essas formas não convencionais que se entrelaçam ao desenho e ao texto com
a função de comunicar emoções, sons ou movimentos. O próprio texto, muitas vezes, é tratado graficamente
como uma extensão da imagem. Nesse sentido, ele pode ser um indicativo do clima emocional e dar
sugestão de sons. Um texto apresentado em combinação com arte tem sua leitura influenciada pelo
tratamento gráfico concedido. O grito dado por um personagem, por exemplo, e escrito com letras grandes
informa ao leitor como o autor deseja que ele soe, trazendo à tona uma emoção específica.
A cor é outro elemento que pode adquirir valores simbólicos e dramáticos. Cores naturais imitam a
realidade, entretanto para ampliar a legibilidade utilizam-se cores com caráter simbólico. É possível indicar,
durante toda a narrativa, a fala do narrador com balões de uma determinada cor, diferentemente dos balões
da fala dos demais personagens. Utilizam-se quadrinhos com fundo vermelho para exprimir a violência.
Certamente, a imagem que está mais presente em toda história em quadrinhos é a forma humana.
Tanto o leitor como o autor se valem da memória para reconhecer a estilização do corpo humano, a
codificação de seus gestos de origem emocional, sua postura expressiva, sua multiplicidade de
movimentos. A leitura da postura, do gesto, do movimento, da forma humana é uma habilidade que se
adquire e tende a se aperfeiçoar conforme for seu contato com expressões mais complexas e diversificadas.
Por estar ligada à sobrevivência, o sujeito começa a desenvolvê-la desde a infância. São as expressões do
corpo que nos previnem do perigo ou nos falam de amor. Nos quadrinhos, a maneira como elas são
utilizadas pode modificar e definir o significado que se pretende dar às palavras. De acordo com a
experiência do leitor, pode invocar uma emoção muito específica e dar uma inflexão mais marcante à fala
do personagem. Nesse contexto, a qualidade dos desenhos influencia bastante. Quanto mais detalhista
e quanto mais noções de perspectiva e volume se anexarem ao corpo, além de diferentes enquadramentos,
mais completa serão sua caracterização e, conseqüentemente, sua compreensão pelo leitor.
A representação do movimento é indispensável nas histórias em quadrinhos, na medida em
que desse dinamismo do desenho decorre boa parte da representação temporal. Em contrapartida,
utiliza-se também a fixidez das poses para dar a noção de espera.
Uma seqüência de imagens rica em significados é uma combinação de diferentes planos que se
sucedem em profundidade. Jogando com essa perspectiva, coloca-se o leitor em alguns lugares
estratégicos, convidando-o a descobrir no primeiro plano alguma coisa essencial para o que está ao
fundo. Para compor isso, usam-se fundos esmaecidos em cor e linha, dando a sensação de distância,
e no primeiro plano usam-se cores e traçados mais precisos e acentuados.
Uma outra questão interessante que compõe os aspectos artísticos está nos cenários. Não há
aventura nas histórias em quadrinhos sem cenário. Eles podem existir como um meio apenas de se
preencherem lugares vazios e dar a noção de espaço, como também podem ir muito além, representando
o mundo através da reconstituição de lugares históricos, de edificações ou monumentos de valor
simbólico, ou mesmo lugares comuns, como subúrbios, bairros, ruas tranqüilas, em que se estabelece
uma ponte entre o universo da ficção e o nosso universo real. A arquitetura organiza tanto a parte
externa como a parte interna.
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9. Educação
Os quadrinhos que compõem a história se assemelham a janelas que demonstram a realidade
de forma fragmentada. Por meio deles o autor proporciona ao leitor ver o que deseja, no ritmo escolhido.
O quadrinho é o principal recurso das histórias em quadrinhos, podendo mudar de forma e dimensão
por razões narrativas. Dimensões variadas de quadrinhos numa mesma página, mais comprido ou
mais longo que o habitual, reduzem o ritmo da leitura e apresentam uma cena de forma detalhada.
Quadrinhos menores que o padrão aceleram a leitura em conseqüência da apresentação de detalhes
ou ações rápidas. Quadrinhos sem as linhas servem para valorizar uma cena.
Os quadrinhos são uma forma narrativa em que a leitura pode acontecer com sutis diferenças
de outras leituras, por exemplo, de um livro. Eles têm muita probabilidade de serem relidos. Embora a
narrativa seja conhecida, o leitor pode encontrar, numa segunda leitura, uma nova combinação de
elementos visuais e escritos, apreciar determinadas cenas, percorrer a página com mais calma. Faz-se,
então, uma leitura muito mais lúdica e ativa. De certa forma, o leitor pode constantemente modificar
sua leitura, tornando-a mais lenta, retrocedendo ou parando. É uma progressão particular que depende
muito do conteúdo literário para alterar o ritmo ou desencadear a fantasia.
A questão literária é particularmente importante quando se trata de formação do leitor. Desde
cedo, a criança deve ser exposta a objetos de leitura variados, cujo conteúdo seja rico, provocativo e
passível de interpretações. Gradativamente, o leitor vai construindo competências para passar de
leituras simples em conteúdo para leituras complexas ideologicamente.
Há narrativas que apresentam somente o cotidiano infantil e nas quais a fala dos personagens
é coloquial. O enredo transcorre sem revelações inesperadas nem reviravoltas. Utiliza-se um argumento
básico, em que há um problema a resolver, há alguns obstáculos à solução do problema e um desenlace.
A solução convencional é inevitável, com um cunho moral. Para um leitor experiente, uma ação assim
não é totalmente atrativa e excitante, uma vez que não há suspense, apesar de haver um conflito a
resolver. Personagens, em sua maioria crianças, passando por situações corriqueiras e que têm
personalidades diversas, como ocorre na vida real, são componentes que podem ser atrativos para o
leitor iniciante. Nessas narrativas, os diálogos reproduzem o modo real de conversar, por isso mesmo
esquecem toda lei gramatical e de sintaxe. Um diálogo assim em nada contribui para a ampliação do
vocabulário da criança, nem para sua identificação com uma linguagem mais culta, sendo possível
considerar sua contribuição ao leitor como pífia.
Em outras narrativas, o ato da leitura pode ser caracterizado seguramente como um trabalho
ativo de construção de significados. A narrativa é rica em muitos aspectos, além da parte artística,
recriando-se um universo de valores, próprios de uma visão de mundo particular ou de uma época e
de uma sociedade, mas nem por isso se torna restrita. Os próprios diálogos não são simplificados,
coloquiais. Claro que não representam a linguagem formal, e sim natural, uma linguagem falada. Os
diálogos são vivos, oportunos e em consonância com o caráter dos personagens. O que os torna ainda
mais interessantes são os elementos extras que o autor usa: os jogos de palavras; citações de expressões
populares; e a inserção de breves explicações sobre palavras, lugares e pessoas. A caracterização da
personalidade dos personagens não é nem superficial, nem tratada de forma explícita.
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Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.129-131, jul. 2002-jul. 2003
10. Em geral, um herói tem um aliado que o apóia incondicionalmente. Aqui se delineia um paradoxo.
Ao começar a leitura, o leitor mais experiente já vislumbra o final. Então, qual é a graça em ler? Isso se
encontra nos elementos literários utilizados. O enredo é repleto de surpresas. O argumento no decorrer
da narrativa é completo, apresenta problemas a serem solucionados e obstáculos à solução desses
problemas. Há uma crise na tensão dramática que desencadeia um apogeu, seguido de um desenlace.
Ao final, a solução é uma surpresa nada convencional. A ação é um convite à fantasia e à imaginação
do leitor. Há ainda o suspense: sabemos que ele vai ganhar, mas como? Isso desperta a curiosidade do
leitor e a vontade de participar da narrativa.
Todas essas reflexões têm o intuito de pensar a importância que existe no contato com leituras
mais complexas para a formação de leitores ativos e competentes. Limitar o universo literário da
criança e subestimar sua capacidade são posturas que nem a família e muito menos a escola devem ter.
Faz-se necessário esclarecer que, para leitores num estágio inicial de letramento, ou seja, menos
competentes, histórias em quadrinhos simples em sua composição narrativa e com recursos gráficos
básicos são necessárias. Mas se não forem oferecidos à criança outros tipos de leituras, mais complexos,
ela não terá instrumentos para construir suas competências enquanto leitor. Competências essas que
dizem respeito às habilidades de avaliar, criticar, comparar e questionar textos, além da capacidade de
ressignificar suas leituras.
É dessa idéia que se propõe, tanto na escola como em casa, uma exposição da criança a leituras
cada vez mais complexas, gradativamente. Essa estratégia pode ser ímpar na formação de leitores, já
que a criança é constantemente apresentada a leituras que exigem uma contínua reorganização e
interiorização de conhecimentos. Nessa busca de usar de forma eficaz a linguagem, vislumbra-se a
satisfação de necessidades pessoais, que vão desde transmissão e busca de informação, exercício de
reflexão, até o puro prazer que a leitura pode proporcionar.
Quando a criança é exposta a diversos tipos de leituras, inclusive de níveis diferentes, ela se
torna capaz de exercer sua autonomia e suas competências como leitor. Nesse contexto inserem-se:
ampliação da visão de mundo, vivência de emoções, exercício da fantasia e da imaginação, compreensão
da função comunicativa dos códigos verbais e visuais, expansão dos conhecimentos a respeito da
própria leitura, comparação com leituras anteriores e com aprendizados já interiorizados. Quando se
trabalham todos esses aspectos com o aluno, a tendência é de ele se tornar mais exigente e mais crítico
com suas leituras. Passa, então (efetivando os objetivos da escola), a não se contentar mais com leituras,
no caso das histórias em quadrinhos, excessivamente redundantes e esteticamente mal solucionadas.
O leitor começa a aspirar a leituras com mais conteúdo, mais argumentos, mais possibilidades de
interpretação, ou seja, mais ricas ideologicamente. Quando isso acontece, o êxito da escola na formação
do leitor é evidente, pois ela o capacitou para ler o que há de mais complexo.
Propõe-se à escola que trabalhe da mesma forma que trabalha com outros textos a linguagem
dos quadrinhos. Tirá-la do limbo das leituras não quer dizer, no entanto, realizar, com as histórias em
quadrinhos, atividades formais e sistematizadas, que acabariam por tirar delas todo o encanto. É,
sobretudo, oferecê-las aos alunos como quem oferece um doce. A leitura pode e deve ser um prazer.
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11. Educação
Referências
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Paulo: Loyola, 1994.
MOYA, Álvaro de. História da história em quadrinhos. São Paulo: Brasiliense, 1993.
ZILBERMAN, Regina (Org). Guia de leitura para alunos de 1º e 2º graus. Campinas:
UNICAMP, 1993.
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Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.131-131, jul. 2002-jul. 2003