Este documento resume um conto de Manuel da Fonseca sobre a solidão dos idosos em aldeias portuguesas e a chegada da telefonia. Conta a história de Batola, um homem idoso e solitário cujo único amigo se suicidou, e como a chegada de um aparelho de rádio na aldeia altera os comportamentos dos moradores e devolve-lhes a humanidade ao ligá-los ao mundo exterior.
1. UFCD CLC7:
Fundamentos da
língua , cultura e
comunicação
Formadora: Prof.ª Cláudia Tavares
Formanda: Rute Pancha
Mediadora: Dr.ª Cláudia Lameiras
Coordenadora: Dr.ª Susana Carvalho
Manuel da Fonseca : “ Sempre é uma companhia”
2. 2
Introdução:
Este estudo abordado na UFCD : CLC7 Fundamentos da
lingua e comunicação, requerido pela formadora , retrata o
Portugal vivido até a epoca de então . No conto de Manuel da
Fonseca “Sempre é uma companhia” se demonstrara as
principais caracteristicas bem vinculadas , nos dias de hoje
ainda. “ Eles Portugueses”
3. Autor:Manuel da Fonseca
Título :«Sempre é uma companhia»
Editora: Caminho
Local e data de edição:23.ª ed. Lisboa: 1ª .Ed.:1951
Descrição da capa do livro: Remota nos as planícies alentejanas o típico de vida dos trabalhadores pobres,
descontentes com a labuta diária , fome, ternura da penúria e a solidão bem fatual em toda a obra de Manuel da Fonseca,
simultaneamente o regular convívio com a morte.
Dados sobre a obra: Um dos principais autores do neorrealismo português (Santiago do Cacém,
15,10,1911 – Lisboa, 11,3,1993). A sua obra é profundamente marcada pelo espaço físico e humano do Alentejo.
Nela, as incidências socioeconómicas, próprias da estética neorrealista, articulam-se dialeticamente com a
problemática existencial das personagens. é um significativo livro da moderna literatura portuguesa com o qual
Manuel da Fonseca atinge a maturidade revelando-se um escritor de tendência regionalista e de funda
preocupação humana, ao retratar a vida pobre dos trabalhadores rurais das planícies alentejanas. O conto é
acerca do Alentejo dos anos 1940s e 1950s, rústico e em decomposição que assistia aos primeiros passos de um
progresso lento.
4. Tema principal:
Este conto relata a solidão da velhice nos povos do interior, como
sendo o caso de Batola, o chapeirão redondo,pobre,sozinho e sempre a
beber vinho, e da sua mulher , uma senhora bastante diferente dele,
alta e robusta, que abre a venda de manha e atende todos os fregueses.
Batola era um homem baixo, carrancudo, que passa os seus dias
sentado no banco em frente a venda, onde so apareciam ceifeleiros, já
cansados e exaustos da faina, que recolhem para as suas casas.Era
uma rotina, uma solidão imensa.No meio da sua monotomia desolada,
Batola recorda o seu amigo, o velho Rata, a sua única companhia,um
mendigo que se suicidara.
5. Género : Conto é uma narrativa que cria um universo de seres, de fantasia ou
acontecimentos. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador,
personagens, ponto de vista e um enredo.
Explicitação do título : In O Fogo e as Cinzas Sobre o título, escreveu Manuel da
Fonseca no referido prefácio: "Quanto ao título tirei-o, como de uso, de um dos contos. Não
terá sido a melhor escolha. Queria um título que desse, em síntese, a sugestão do conteúdo do
livro. Um título que desse o antes e o depois dos acontecimentos do livro. Para isso, o
primeiro dos contos, onde se dá conta das modificações originadas pela mudança operada na
aldeia pela telefonia, pela «Sempre é uma companhia», que descreve seriam preferíveis. Mas
nenhum tem, nos títulos, as palavras-chave da ideia de antes e depois, que é a constante do
conjunto do livro. «O fogo e as cinzas», abstraindo o tema do próprio conto, será, na ordem
inversa das palavras, o menos mau dos títulos, se aceitarmos que das cinzas pode renascer o
fogo, para o caso.
Tema:Aparecimento da telefonia na aldeia alentejana
6. Este conto foi escrito durante o Estado Novo, tendo sido publicados pela
primeira vez em 1951. Para compreendermos melhor a época, os contos estão
situados numa Europa pós-guerra, onde os primeiros anos da guerra fria e da
afirmação nuclear são os principais problemas. Enquanto assistimos ao enterro
dos nacionalismos extremados, o Nazismo na Alemanha e o Fascismo na Itália,
a Península Ibérica vive sob as ditaduras de Franco em Espanha e de Salazar
em Portugal. É na ditadura de Salazar, voltada para as colônias africanas,
numa política totalmente isolada do resto da Europa, fechada às mudanças
intelectuais do mundo, que surge o conto aqui analisado. Nele vamos sentindo
uma desolação das personagens que pouco a pouco. vêm surgir lentamente um
progresso nas vilas e nas aldeias. Com este progresso acontece a perda de
certos costumes, o eterno olhar saudosista do português sobre o que evoluí e o
que se perde com tal evolução.
7. As personagens do conto de Manuel da Fonseca são mais elaboradas, mais
estruturadas, dificilmente surpreendem dentro do imprevisto. As personagens
adquirem uma personalidade psicológica que evoluí conforme o meio social em que
se encontra, mantendo sempre uma estrutura equilibrada, de onde a razão vai de
encontro ao que esperamos da vida, do quotidiano, seja ele vivido no campo ou na
cidade.
Cada personagem ficcional de Manuel da Fonseca parece a reunião de três
indivíduos reais, ou seja, o autor transporta para a ficção duas ou três
personalidades reais, fazendo assim, um trabalho de elaboração, onde a história
contada tende a um clímax esperado, nunca, ou quase nunca, espontâneo . Fonseca
faz de várias regiões personagens também do campo, mas não só a gente que
trabalha na terra, a gente humilde e sem esperança, com todos os seus caprichos e
passionalismos, as personagens mais diversificadas e típicas, que constroem um
realismo lusitano.
Personagens principais
8. Ao olharmos para o conto de Manuel da Fonseca, vamos encontrar as
personagens normalmente inseridas em determinados locais , num largo, num
café, numa casa, cujas ações das mesmas vão sucedendo como um cotidiano
bucólico, um marasmo perene do dia a dia. Primeiro os costumes vão sendo
descritos para que tenhamos uma visão perfeita do local focalizado, do espaço,
do ambiente, onde as personagens surgem como visitas, lentamente tomam
forma e adquirem o controlo das ações, sobressaindo-se ao cenário.
O tempo é sempre o momento de contar uma história, pode ser uma noite na
taberna, um dia num monte alentejano, alguns anos no largo de uma cidade,
mas sempre de acordo com a evolução da visão das personagens diante da vida.
Assim, as marcas da transformação dos tempos e da paisagem, vão sendo
mostradas diante da descrição da sensação das personagens. É o progresso que
chega e leva embora a paisagem humana.
9. As personagens
¨ António Barrasquinho, o Batota: preguiçoso, improdutivo, sonolento, bêbado,
bate na mulher. Tem nome e alcunha (típico no Alentejo). Usa uma indumentária
própria do homem alentejano. A morte de Rata agudiza a sua solidão.
¨ A mulher do Batota: expedita, dominadora e trabalhadora. Não tem nome.
¨ Rata: companheiro de Batota, mendigo e viajante, é o mensageiro do exterior.
Suicidou-se quando deixou de poder viajar.
¨ Caixeiro-viajante: vendedor de aparelhos radiofónicos, comerciante e amigo de
vender.
¨ Homens de Alcaria: “figurinhas” metaforicamente aparentadas com gado.
António Barrasquinho, o Batola, é um tipo bem achado. Não faz nada, levanta-se
quando calha, e ainda vem dormindo lá dos fundos da casa.
10. O espaço:
Aldeia de Alcaria: “quinze casinhas desgarradas e nuas”.
Estabelecimento do casal Barrasquinho: “a venda” é um local onde reina o desleixo.
“Fundos da casa”: espaço de habitação sombrio separado da venda.
Locais “longínquos” por onde viajava Rata: Ourique, Castro Marim, Beja.
O tempo:
Tempo histórico: anos 40 do século XX (referência à eletricidade e à telefonia).
Passagem do tempo condensada: “há trinta anos para cá”, “todas as manhãzinhas”.
Tempo sintetizado: da chegada do vendedor à partida do vendedor e prazo de entrega do aparelho – um mês.
Lugar e tempo de ação
11. Espaço físico :– pequena aldeia no baixo Alentejo, onde há poucas pessoas
Ergue-se pesadamente do banco. Olha uma última vez para a noite derramada. Leva as mãos à
cara, esfrega-a, amachucando o nariz, os olhos. Fecha os punhos, começa a esticar os
braços. E abre a boca num bocejo tão fundo, o corpo torcido numa tal ansiedade, que parece
que todo ele se vai despegar aos bocados. Um suspiro estrangulado sai-lhe das entranhas e
engrossa até se alongar, como um uivo de animal solitário.
Quando consegue dominar-se, entra na venda, arrastando os pés. E, sem pressentir que aquela
noite é a véspera de um extraordinário acontecimento, lá se vai deitar o Batola, derrotado por
mais um dia.
Hipálage
Personificação
Espaço sociopolítico : espaço socialmente e economicamente deprimido. Os
homens trabalham na agricultura (trabalho árduo) e a venda de Batola não é
muito frequentada. Situação de miséria, vida precária que oprime os pequenos
camponeses.
12. Avaliação pessoal:
Síntese
A intriga
Peripécia banal: um engano de percurso leva um vendedor a Alcaria.
Isolamento geográfico da aldeia e ausência de comunicação: abandono, solidão e desumanização da população.
Chegada do novo aparelho: a radiotelefonia.
Ligação ao mundo: música e notícias.
Alteração de comportamentos: devolução da humanidade.
O narrador
O narrador de terceira pessoa narra os acontecimentos, comenta, conhece o passado e o
mundo interior das personagens (presença: não participante; ponto de vista: subjetivo;
focalização: omnisciente)
O narrador centra a atenção do leitor no abandono e solidão sentidos pelos protagonista.
O narrador conhece os pensamentos de Batola e desvenda como se vão formando: o desgosto
leva-o a fechar-se num mundo de evocações.
A atualidade
Isolamento e falta de convivialidade. ·
13. As personagens de Manuel da Fonseca vêm em primeiro plano. O traço psicológico é
evidenciado a cada parágrafo, as transformações do ambiente e do cenário vão sendo
analisados por determinada personagem, que psicologicamente acompanha as mudanças do
ambiente e, por fim, a mudança de atitudes, ou seja, elas evoluem mediante o exterior.
Neste conto, também nos deparamos com a venda das ideologias em nome da posição social e
do trabalho. Traçando um pouco o retrato do escritor famoso que não gosta de dar entrevistas,
Manuel da Fonseca retrata o modelo ideal do novo homem que viria com os anos setenta, ou
seja ,o jovem pobre do interior, que para sobreviver trabalhava em vários empregos e custeava
os estudos. Aqui ainda o reflexo do salazarismo, em que a luta, o trabalho, a humildade, fazem
da componente psicológica do português o estereótipo do fim do Estado Novo.
Manuel da Fonseca , é aqui mais melancólico do que nunca, parece muitas vezes fugir do tempo
atual e mergulhar no saudosismo de outrora. Saudades da juventude ou do tempo em que
Portugal era um país de brandos costumes, com uma guerra colonial nas costas e cinqüenta
anos de ostracismo cultural trancados nos calabouços da história? Saudades portuguesas.
14. Em qualquer uma das circunstâncias, a referência à telefonia é um dado, para além da sua
perspetivação como uma novidade no tempo da narrativa. Centra-se neste facto o núcleo de
uma intriga que, uma vez lida no conto mencionado, sempre me fez lembrar um episódio do
filme 'O Costa do Castelo' (1943), dirigido por Arthur Duarte. A velhinha película a preto e
branco traz, em registo cómico, o que oito anos depois o conto sugere, num contexto mais
marcado pela visão neorrealista e pelo retrato de uma ambiência de desesperança a evoluir
para a expectativa da mudança e para a construção da esperança possível.
Nesta exploração interartística (cinema e literatura), há coincidências a rever,
paralelismos a construir, referências culturais a traduzir para qualquer momento que se
reveja como crítico face à ausência de sinais de alegria ou de felicidade no seio dos
homens.
Assim, (re)vê-se o segmento fílmico, tomando como pré-tarefa do visionamento a
construção de aproximações entre o conto e o que a tela / monitor dão a perceber:
16. Após ter terminado o ensino básico, Manuel da Fonseca prosseguiu os seus estudos em Lisboa. Estudou no Colégio
Vasco da Gama, Liceu Camões Escola Lusitânia e Escola de Belas-Artes. Apesar de não ter sobressaído na área
das Belas-Artes, deixou alguns registos do seu traço, sobretudo nos retratos que fazia de alguns dos seus
companheiros de tertúlias lisboetas, como é o caso do de José Cardoso Pires. Durante os períodos de interregno
escolar, aproveitava para regressar ao seu Alentejo de origem. Daí que o espaço de eleição dos seus primeiros
textos seja o Alentejo. Só mais tarde e a partir de Um Anjo no Trapézio é que o espaço das suas obras passa a ser a
cidade de Lisboa.
Membro do Partido Comunista Português(PCP), Manuel da Fonseca fez parte do grupo do Novo Cancioneiro e é
considerado por muitos como um dos melhores escritores do Neorrealismo português. Nas suas obras, carregadas
de intervenção social e política, relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos alentejanos.
A sua vida profissional foi muito díspar, tendo exercido nos mais diferentes
sectores: comércio, indústria, revistas, agências publicitárias, entre outras.
Era membro da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta atribuiu o Grande Prémio da Novelística a José
Luandino Vieira pela sua obra Luuanda o que levou ao encerramento desta instituição e à detenção de alguns dos
seus membros na prisão de Caxias , entre os quais Manuel da Fonseca.
A 25 de outubro de 1983, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
Biografia/ Bibliografia:
17. Em sua homenagem, a Escola Secundária de Santiago do Cacém denomina-se Escola Secundária Manuel da
Fonseca e as bibliotecas municipais de Castro Verde e Santiago do Cacém Biblioteca Municipal Manuel da
Fonseca. Manuel Lopes Fonseca, escritor do neo-realismo português, nasceu em 15 de outubro de 1911, em
Santiago do Cacém, região do Alentejo.
Manuel da Fonseca deixou o Alentejo para concluir os estudos em Lisboa. Mas é o Alentejo com as suas aldeias e
vilas, que vai povoar o universo do escritor ao longo de sua obra, que mais tarde acaba por se tornar urbana.
Manuel da Fonseca morreu em 11 de março de 1993, em Lisboa, aos 81 anos de idade.
O real é o alimento para a escrita. Escreveu em prosa e em poesia, foi contista, romancista, poeta e cronista. Nas
suas obras, carregadas de intervenção social e política, relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos
alentejanos. Era presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta atribuiu o Grande Prémio da
Novelística a José Luandino Vieira pela sua obra Luanda, o que levou ao encerramento desta instituição. Manuel
da Fonseca, um dos vultos do Neorrealismo literário Português, descreveu, como ninguém, a paisagem, sobretudo
aquela do Alentejo, aquela que viria a ser símbolo revolucionário ao Estado Novo. Local de valores primordiais, é
aí onde se senta a maior tristeza, o tédio e a desesperança. Para além da denúncia social evidente, vemos também
a caracterização das personagens: as paixões, as desilusões, as memórias do passado perto ou distante. Estas
situações são evidenciadas nas reuniões da população nas tabernas ou nas pracetas da aldeia, por exemplo.
18. “ carregado de tristeza , o entardecer demora anos. A noite vem de longe,
cansada, tomba tao vagarosamente que o mundo parece que vai ficar para
sempre naquela magoada penumbra .La vem figurinhas dobradas pelos
atalhos, direito as casas tresmalhadas da aldeia. Nenhuma vira ate a venda
falar um bocado, desviar a atenção daquele poente dolorido. São ceifeiros,
exaustos da faina , que recolhem.
Breve , a aldeia ficara adormecida , afundada nas trevas. E António
Barrasquinho, o Batota, não tem ninguém para conversar, não tem ninguém
para conversar, não tem nada que fazer. Esta preso e apagado no silencio
que o cerca”
Dados sobre a obra:
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E, no entanto, o Alentejo é o lugar matricial da escrita de Manuel da Fonseca,
sem que isso o remeta, longe disso, para um qualquer reduto regionalista. Desde
sempre foi ganhando coesão a obra que liga em vasos comunicantes a poesia, o
conto e o romance. Nela se compôs a paisagem bravia, perfumada e trágica do
Alentejo e dos seus povoadores; a terra do latifúndio e das vilas estagnadas e
asfixiantes, da fome, do desespero e do sonho de malteses e campaniças, bêbados
e contrabandistas.
Da riqueza de toda a sua produção literária elejo um livro de 1953, O Fogo e as
Cinzas, que revelam, de forma emblemática, traços constitutivos da constelação
neo-realista e da obra de Manuel da Fonseca.
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Interesse geral e particular da obra:
Em primeiro lugar, O Fogo e as Cinzas é fruto do companheirismo que ligou Manuel da Fonseca a Carlos de
Oliveira e, nessa medida, é uma amostra da rede de solidariedade e da conciliação de esforços e iniciativas que
impulsionaram o surto neo-realista e o impacto do seu frentismo político-cultural. São disso exemplos maiores a
concepção e divulgação da Biblioteca Cosmos (1941-1948), sob a direcção de Bento Jesus Caraça; o cancioneiro
político Marchas, Danças e Canções (1946), de Fernando Lopes-Graça, que envolveu inúmeros poetas e integrou
performances mistas de música coral, poesia e teatro em colectividades e associações populares; ou a produção
plástica do Ciclo do Arroz (1953), espécie de trabalho de campo de artistas como Júlio Pomar, Rogério Ribeiro ou
Cipriano Dourado, conduzidos por Alves Redol, nos arrozais do Ribatejo.
O prefácio que Manuel da Fonseca acrescentou à 9ª. ed. revista de O Fogo e as Cinzas, em 1982, alude às
condições que deram origem ao volume. Importa lembrar que, nas décadas de 40, 50 e 60, esta publicação ilustrada
acolheu entre os seus jornalistas inúmeras figuras da intelectualidade oposicionista. Tal facto repercutiu-se
naturalmente no seu conteúdo que ia muito além dos conselhos, dicas e guias para o quotidiano feminino, ao dar à
estampa textos de grandes autores estrangeiros e portugueses, entre eles Manuel da Fonseca. No caso de O Fogo e
as Cinzas é sintomático que seis dos seus onze contos tenham saído, em primeira mão.
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Aconselha a leitura deste livro a um amigo? Porquê?
Moderadamente para fins didáticos culturais , o saber enraizado na verdadeira identidade portuguesa, seus
afazeres, costumes e passado cultural, mas de certa forma pouco comumentemente, livre de exemplo a seguir por
gerações mais novas, pois seria quase como retroceder num tempo que não deixa saudades a ninguem, nos
claustros da fome, miséria e penuria para vida terrea como companhia a solidão e a infinitude dos dias mortos e
vazios como penumbra da falta de ternura, afetos e sentimentalismo ou companharismo, trajando nos campos do
trabalho arduo e pouco rentavel.…no desenvolviemento da aldeia alentejana onde é urgente de certa natureza
humana a evolução e o progresso ,alastrando outras formas de expandir o convivio social e a confraternização
das populações duma forma mais aberta e espontanea livremente. Perante a epoca vivida, em reacção à cultura
oficial, ia-se expandindo o pensamento estético marxista. Ao longo da década de 30, preparam o terreno para que
o movimento neo-realista assente arraiais entre nós nos anos 40 exprime-se, no fundamental, um ideário teórico e
um movimento político.
Ou melhor: desenvolve-se uma lógica anti-fascista cuja ideologia é a valorização de uma cultura
democrática,sobre determinada filosoficamente pelo marxismo e politicamente pelo Partido ComunistaPortuguês.
A arte é um meio de socialização dos sentimento, avisa ainda que, no período de formação do movimento, é à luz
de uma informação como esta que se pode inferir que eram tenteadas aproximações ao pensamento marxista em
simultâneo com a laboração prática, e que afirmações que poderiam provocar alguma perplexidade se tornam
compreensíveis, «a não participação na vida política partidária». Sucede que a generalidade dos elementos da
geração literária emergente pertencia ao Partido Comunista Português.
22. Após esta abordagem desta escrita de Manuel da Fonseca ficamos a interrelacionar melhor o medíocre e fugaz desenvolvimento que foi investido
destes tempos remotos de tanta penúria e opressão até aos dias recentes aos quais por meros momentos atravessamos com a pandemia vivida
atualmente. A realidade pura e crua que para muitos ainda continua a ser o Portugal do seculo XXI.Uma escrita regionalista.Durante toda a sua
vida literária, Manuel da Fonseca tem escrito sobre o Alentejo e o seu povo. De facto, este terá nascido em Santiago do Cacém, no Alentejo,
estando a sua escrita inteiramente relacionada com a sua terra natal. Em “Sempre é uma Companhia”, conto do livro “O fogo e as cinzas”,
Manuel da Fonseca consegue retratar, de uma forma inteligente, o homem típico alentejano, preguiçoso, solitário e pobre, com uma só
personagem, o Batola.
Para Batola, “o entardecer demora anos” e, se houve algum dia em que não fosse assim, seria quando o seu amigo Rata ainda era vivo. Este
acompanhava-o para tudo o que é sítio. Infelizmente, este suicidara-se e a vida de Batola voltou a ser aquilo que era uma monotonia desolada.É
um mero vendedor e o seu motorista que, de certa forma, vieram quebrar este monotonia com a telefonia.O vendedor ao se aperceber que o Batola
nao teria grandes recursos financeiros e que a sua mulher estaria em total discordancia com tal compra, sugeriu que, se ao prazo de 1 mes nao
quisessem o aparelho, poderiam devolve-lo a preço zero. A mulher de Batola concordou, e a partir daquele dia, todos se reuniam para ouvir
cançoes, comentar as noticias de última hora, e assim por diante .Antes solitário e perguiçoso, o velho Batola renasce. Passou a acordar cedo para
vender coisas aos fregueses e fazia notar a sua vivacidade. O Batola estava tao animado com a telefonia, que o mes passou num instante. De facto,
o final do mes chegara e Batola tivera se esquecido de tentar convencer a mulher. Quando Batola pensava que teria de devolver a telefonia, visto
que seria impossível convencer a sua mulher, esta vai ter com ele e fala: “Olha... Se tu quisesses, a gente ficava com o aparelho. Sempre é uma
companhia neste deserto.” Com este conto, Manuel da Fonseca ajuda-nos a perceber como era viver nos anos 40/50 sem a informaçao proveniente
da telefonia ou da televisao e, de como a solidao, pessoal ou de uma comunidade, podia ser de certa forma confortada por um simples aparelho.
Conclusão :
Obrigada!